Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 54
Vértices




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Nasce um novo dia na cidade e com ele os deveres e obrigações a cumprir.
Ainda em seu quarto, você tenta com todo esforço se levantar da cama, mas o intenso sono que está sentindo dificulta o seu despertar. Isso por conta que durante a madrugada acabou acordando algumas vezes por algum motivo desconhecido, mas quando via que ainda estava tudo escuro voltava a dormir imediatamente.

Já estando sentadx na mobília, ainda com os olhos com um pouco de areia, olha para a janela e vê os raios do sol atravessando-a. Então, você segue até ela abrindo-a de uma vez. O frescor do vento gelado tocando o seu rosto lhe faz dar um profundo respiro e aos poucos vai despertando de vez.

Olhando para a cidade, não demora muito para lembrar do ocorrido da noite passada. Sua visita à casa de dona Ami foi um tanto quanto duvidosa. Duvidosa não por você, mas pelo o que aconteceu: aquela moça que lhe atendeu na porta na qual supostamente poderia ser Mirella, o tal homem vindo na moto e a estranha aparição da senhora com a voz rouca que fez declarações que lhe deixou com uma inquietação. Essa série de acontecimentos vêm todas de uma vez em sua mente fazendo-lhe refletir sobre o que poderia estar acontecendo.

Sendo assim, não querendo pensar profundamente sobre isso no momento, além de ter que calcular teorias logo cedo, decide sair do quarto e ir até a cozinha, pois dá pra ouvir Lívia cantarolando e semtir um delicioso cheiro de café que invadira todo o seu quarto por comleto.




Na cozinha...


— Que cheiro bom de café. Eu quero um pouquinho — você fala.

— Bom dia, S/N! Pode pegar. Hoje eu decidi caprichar e fazer meu melhor café de todos os tempos — Lívia diz com um enorme sorriso no rosto.

— Bom dia. Você tá...

— Hoje eu tô feliz, tô muito animada, S/N!

— Tô vendo aí o seu jeito — você fala observando-a fazer algumas poses como se fosse tirar uma fotografia.

— Eu acho que as rênovas fizeram um ótimo efeito pra mim. Acho que era tudo o que eu precisava pra ficar mais relaxada — ela diz.

— Relaxada?! Você tá o oposto de relaxada. Você tá praticamente um trio elétrico hoje.

— Deixa disso. Não é pra tanto. Só tô me sentindo maravilhosamente bem. Radiante pra ser mais sincera.

— Você disse que ia usar um pouquinho dessas ervas no seu banho de ontem porque o efeito delas são fortes, mas eu tô achando que você usou mais do que devia. Quanto você usou?

— Tudo. Eu usei tudinho — ela diz, gargalhando.

Você nada diz apenas balançando a cabeça em negação.

— Eu quero aproveitar todo esse meu ânimo e fazer um bom dia de trabalho. Você não tá muito animadx, né? Deveria ter tomado um banho das rênovas — sua irmã dispara.

— Eu já disse que não acredito nessas coisas. Isso dever ser apenas uma coincidência — você fala.

— Não é. Não tá me vendo aqui? Você deveria tentar um dia.

— Não, obrigadx.

— Você é quem sabe.

— Ah, antes que eu me esqueça. Quero te perguntar quando vamos poder ir a loja comprar um celular novo. Eu tô precisando dele, preciso ficar em dia com coisas da escola, enfim...

— Se você quiser podemos ir hoje mesmo. Eu saio do trabalho, te pego aqui e nós vamos — Lívia diz.

— Por mim tá ótimo — você aceita.

— Então vamos agilizar. Hoje o dia tá lindo, tá um calor gostoso e eu quero aproveitar o dia. Hoje promete!

— Calor? Com certeza você exagerou na dose. Eu que não vou tomar banho desse negócio.

— Ué, mas hoje não tá calor? — ela pergunta.

Você dá uma risada sentando-se à mesa para tomar o café. Lívia também faz o mesmo, mas, quando já ia sentar, se desequilibra um pouco quase caindo da cadeira. Na sequência, ambxs se olham e assim caem na mais intensa gargalhada.


⌚️ 06:58 a.m.


No meio da estrada, em direção ao Colégio Montreal, Lívia e você aguardam o sinal abrir para prosseguirem viagem. Uma música bem alta de rock começa a tocar no aparelho de som do carro e sua irmã dubla a canção fazendo as mais variadas caretas batendo o cabelo fortemente para todos os lados.

Você, com o braço apoiado na lateral do veículo, observa toda a encenação sem dar uma palavra sequer. Mas, tudo muda quando de surpresa ela olha em sua direção.

— Nossa, quanto ânimo — ela comenta insatisfeita diminuindo o volume do rádio.

— Eu tô perfeitamente normal. Você que parece que foi carregada na tomada — você diz.

— Mas bem que podia se animar um pouco, né? — ela diz — E esse semáforo não vai abrir não?

— Espera. Ele já vai...

— Shhhhhh!!! Olha, olha, olha, S/N! — ela exclama exaltada pondo o dedo em sua boca olhando para a frente.

— Ai, o quê? — você pergunta reclamando enquanto limpa a boca na camisa do uniforme.

— Ali na frente. Vê!

Ao olhar para a direção em que Lívia aponta, você vê um homem atravessando a rua bem na faixa de pedestres logo na frente. Ele possui boa aparência, está todo bem arrumado com uma típica roupa de empresário ou executivo andando apressadamente sem tirar os olhos da tela do celular que segura.

— Esses homens são todos ocupados, né? Quase que eu dei uma buzinada pra ver se ele olhava pra cá. Mas o que eu queria mesmo era dar uma buzinada bem na...

— Ei! Olha! O sinal já abriu. Vamos logo se não quem vai buzinar são os motoristas atrás da gente com raiva porque estamos sem sair do lugar, né? — você admoesta.

— Ora, se eles forem tão gatos como aquele homem eu até deixo eles ficarem com raiva. Adoro quando eles fazem cara de bravo.

— Ei! Será que dá pra gente ir agora?

— Você tá chatx hoje, hein? — ela diz dando uma risada enquanto muda a marcha do veículo e em seguida acelerando.

— Obrigadx. Agora vamos.

 

 

⌚️ Na escola horas depois...


Passado algum tempo na escola, em uma determinada localidade, você está a conversar a sós com Stefan onde o assunto persistente ainda trata-se de Lavínia. Porém, dessa vez, a expressão de Stefan está diferente. Ele parecia um pouco aliviado mas ao mesmo tempo um pouco preocupado e um pouco nervoso por algum motivo.

— O que aconteceu com seu telefone? Eu te ligo e você também não me atendende, não responde as minhas mensagens. Tá imitando Lavínia agora?

— Ah, esqueci de avisar. Eu tô sem meu celular há uns dias, mas já tô resolvendo isso — você avisa.

— E não descobriu nada nesses dias?

— Não. Infelizmente. E quanto a você?

— Acho que pela minha expressão já diz tudo, né? Você acha que eu descobri alguma coisa? — ele diz com uma certa rigidez em seu tom de voz.

— Calma! Eu só perguntei. Mas realmente, tá na cara que não descobriu nada, né?

— Não, me desculpe. É que eu só tô um pouco preocupado com ela. Na verdade eu meio que descobri o que aconteceu com ela mas ao mesmo tempo não sei quase nada.

— Como assim?

— Eu visitei a dona Martha — Stefan declara.

— O que você foi fazer na casa da mãe dela? — você pergunta.

— Eu fui ver se Lavínia estava lá. Não aguentei e acabei indo.

— E o que ela disse?

— Ela parecia preocupada também, mas parecia menos do que eu. Disse que não era pra se preocupar tanto, porque apesar de Lavínia não atender chamadas nem responder mensagens ela está pensando na gente. Ela apenas deu uma parada pra repensar e colocar certas coisas em dia. Algo em seu olhar me deu a impressão de que ela possuía algum tipo de conforto. Era como se ela soubesse de alguma coisa — ele conclui.

— Isso faz sentido. A gente fica preocupado em saber o que aconteceu. Ela podia dar um sinal de vida, falar alguma coisa. Mas isso é escolha dela, apenas nos resta aceitar.

— Totalmente. Bom, era somente isso que tinha pra falar. Agora vou deixar vocês a sós.

— Vocês? De quem você tá falando? — você pergunta sem entender.

No mesmo instante, Stefan aponta com o dedo para trás de você. Ao se virar, vê que se trata de Cris que anda em sua direção segurando uma pequena e quadricular caixa preta. Então, Stefan na mesma hora sai e acaba lhe deixando ali. Esse foi o momento perfeito para o início de uma conversa.

— Oi, S/N — diz Cris lhe cumprimentando.

— Cris! Oi. Como vai? — você pergunta.

— Bem, muito bem, aliás. Eu estava te procurando pela escola porque tenho uma coisa pra tratar com você. Eu 'tava precisando te falar uma coisa. Na verdade, te dar uma coisa.

— Um presente? Assim do nada?

— É. Quer dizer.... Enzo e eu fomos a um estúdio de tatuagem porque eu fui acompanhar ele pra fazer uma tatuagem nova. Depois disso visitamos uma loja pra gente comprar alguns acessórios bem maneiros e nisso acabei encontrando um que achei a sua cara.

Nisso, Cris abre a tal caixa e de dentro tira uma brilhante lua minguante prateada presa à uma corrente, dando logo pra ver que trata-se de um colar.

— Pra você, S/N. Espero que goste — Cris diz lhe entregando o objeto com uma expressão um pouco apreensiva.

— Eu gosto. É bem bonito esse colar. Sem mentiras — você diz analisando a joia por inteira — Mas não precisava comprar.

— Sabia que ia gostar. Então eu acertei no presente?

— Sim, muito obrigdx. Mas vem cá, isso não foi muito caro?

— Ah, S/N não se importe com isso. Pra algumas pessoas vale a pena a gente gastar até o último centavo — Cris fala dando uma piscadinha para você.

— Tá bom. Se é assim que você diz, eu te agradeço muito. Você me ajuda a colocar?

— Claro. Pra isso que tô aqui.

De imediato, Cris recebe o colar de suas mãos e se posiciona atrás de você para prender o objeto em seu pescoço. Cuidadosamente e com uma certa dificuldade até, elx consegue fazê-lo.

Assim que a lua prateada toca sua pele, você se desperta após sentir o toque gelado do material. Cris, com formidável admiração lhe olha com um sorriso e diz:

— Ficou perfeito. Gostou?

— É, ele é lindo. Obrigadx — você agradece.

— Não tem de quê. Eu apenas vi esse colar e não sei o porquê mas automaticamente eu pensei em você. Digo, meu irmão zoou da minha cara dizendo coisas infantis, mas eu não liguei. Não sei porque estou dizendo isso — Cris fala com uma expressão envergonhada.

— Calma, não precisa se envergonhar nem se explicar. Eu não tenho como retribuir agora mas em breve eu prometo que eu faço.

— Mas não precisa retribuir. Eu só quis te dar de coração — elx diz ainda com o sorriso.

Você apenas olha para Cris fixamente até que sua atenção é tomada ao ouvir o toque de fim de intervalo.

— Bom e lá vamos nós de novo. O destino nos aguarda e as cadeiras da sala nos aguardam outra vez. O que fizemos pra merecer? — Cris reclama.

— Como se a gente tivesse outra escolha. E para de reclamar porque no futuro você vai agradecer.

— Tá bom, tá bom. Vamos logo antes que sejamos pegxs e ganhamos detenção.

— Nem pense nisso. Vambora — você fala.

 


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