Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 20
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores!! Me desculpem por ter sumido esses dias e não ter publicado mais. Infelizmente nesses últimos dias estive doente. :(

Porém, agora, venho com mais um capítulo continuando a contar sobre como S/N e seu amor de infância Nat vão desenrolar a conversa no evento do Palácio Dakota.

Espero que gostem"!! :)



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Ainda sem realizar qualquer tipo de movimento e seguindo apenas trocando olhares, Nat e você continuam entre a pessoa em quem tinha esbarrado, na qual observa toda a situação. Sem tardar, buscando por uma explicação, repentinamente ela intervém e pergunta:

— Me desculpem, mas alguém podem me dizer de onde se conhecem? Nat?

— Ah, er... eu não sei quem possa ser essa pessoa, amor. Nós só nos esbarramos e...

— É sério?! Você 'tá mesmo fingindo que nunca me viu na minha vida? Já me esqueceu rápido, não é? — você diz sem acreditar no que acabara de ouvir.

— Nat, como assim? O que... qual é mesmo seu nome? — a pessoa lhe pergunta.

— S/N Montenegro — você responde com irritação.

— Do quê S/N tá falando?

— Ash, eu realmente não sei de nada e muito menos como essa pessoa possa saber meu nome. Por favor, nos deixe ir — Nat diz olhando para você.

— Mentira! A gente se conhece desde a infância. Por favor, acredite em mim — você fala direcionando-se a Ash que observa a situação confusamente.

— Nat, é melhor resolver isso logo. Vou deixar vocês conversarem, pois estou sem entender nada o que 'tá acontecendo aqui. Vou sair agora um pouco mas depois eu quero que me explique tudo — Ash diz logo se retirando.

— Tudo bem, amor. Eu irei — Nat diz.

Após a saída de Ash, seus amigos Lavínia e Stefan aproximam-se de onde você e Nat estão.

— S/N, você está bem? Precisa de alguma ajuda? — Lavínia pergunta.

— Não, eu tô bem. Não se preocupem — você fala com a cabeça baixa.

— Tem certeza? Vamos tirar você daqui. Irá ser melhor, não acha? — Stefan diz.

— Acho que seria uma boa mesmo — Nat fala.

— Cala a boca! — você diz com raiva, encarando-x.

— Quem você pensa que é pra falar desse jeito, hein? — Lavínia pergunta, irritada — Você é uma pessoa baixa.

— Eu? Uma pessoa baixa? Continue a me enfrentar e você verá quem é baixo aqui — Nat dispara.

— Você quer mesmo me peitar?

— Não, não Lavínia! Você não vai fazer isso aqui. Ainda mais num evento como esse onde 'tá cheio de gente — você diz olhando ao redor.

— Escute S/N. Seus conselhos são bem convincentes — Nat fala.

— Então você estava fingindo esse tempo todo mesmo? Por quê? — Lavínia pergunta, irritada.

Nat nada responde.

— Er... por favor, não quero ser deselegante com vocês nem nada, mas eu tenho que pedir pra vocês me esperarem na Tenda das Refeições, pode ser? — você pergunta para Lavínia e Stefan.

— Ah, tudo bem — Stefan responde — Vamos, Lavínia?

— Eu não sei, não — ela responde.

— Por favor — você diz, olhando para ela.

— Hum, tá bom, né? Mas qualquer coisa me chama que ainda posso resolver do meu jeito — Lavínia fala encarando Nat.

— Avisem Lívia que depois eu chego por lá — você diz.

— Vamos, Lavínia — Stefan fala puxando-a pelo braço, até que se afastam.

— Será que podemos conversar lá fora? — Nat sugere.

— Tudo bem — você concorda.

 

 

No jardim do lado de fora...


— Agora me explica o que 'tá acontecendo — você diz, impaciente.

— Eu explicar o que tá acontecendo? Você está brincando comigo? Depois dessa eu nem sei se você merece mais a minha atenção — Nat fala com indignação.

— Então por que me trouxe até aqui?

— Pra escutar melhor o que eu tenho a dizer — Nat diz dando uma pausa — Eu estive por meses tentando entender o porquê de você simplesmente ter ido embora e não ter deixado nem sequer uma mensagem de despedida. Você sabe o quanto isso foi desesperador pra mim?

Você nada responde, engolindo seco.

— Como que uma pessoa com quem você tem um relacionamento por um tempo simplesmente desaparece da sua vida? — Nat completa.

— Eu não simplesmente desapareci. Tinha uma razão pra isso acontecer e você sabe muito bem disso. Você não 'tava no meu lugar pra saber como eu estava me sentindo. Eu não tinha como continuar naquela casa vivendo com as coisas dos meus pais presentes e relembrar todos os dias da minha vida tudo o que aconteceu. Eu não tive escolha — você responde.

— Sim, você teve. Meghan e eu abrimos as portas de nossas casas e você simplesmente ignorou. Tantas vezes que ligamos e você não atendeu. Mandamos mensagens de texto e até na caixa postal. Nenhuma resposta sua. Parecia que seu problema era com a gente. Como entender isso?

— Eu estava sem chão e com vergonha, Nat. O meu mundo desabou ali. Você não entende? Eu não queria saber de nada. Como eu conseguiria conviver no meio de vocês com medo do que vocês poderiam pensar de mim e da minha família? Depois que entrei naquele táxi eu fiquei andando por aí sem rumo. Horas tentando entender e superar o que tinha acontecido. Minha ficha não queria cair — você diz, derramando uma lágrima.

Nat suspira e diz:

— Eu entendo você. É sério. Depois que entrou naquele carro eu fiquei em casa processando tudo o que você passou. Seu pai preso, depois o abandono daquela mulher. Mas essa não é a questão que eu estou tentando chegar. O que me machuca é que... — Nat dá uma pausa e suspira — você nem sequer se despediu.

Um silêncio toma conta do ambiente e tanto quanto você Nat se olham por alguns segundos até desviarem seus olhares para os lados.

— Eu sinto muito, Nat. Mas nem e nem você pode mudar o que aconteceu. Eu fui me guiando pela emoção e o resultado foi esse e confesso que me arrependo por isso, mas ao mesmo tempo senti como se fosse a minha deixa pra seguir em frente. Eu não queria magoar você nem ninguém, mas se eu ficasse eu me sentiria desconfortável e isso não seria justo pra mim — você diz, recuperando o fôlego — A única coisa que posso fazer é pedir que me perdoe — você fala segurando a mão de Nat, na qual observando sua ação, logo a solta.

— Mas isso ainda não muda nada. Nós ficamos muito decepcionados. Sabia que Meghan por várias vezes chorou por sua causa? Ela era como uma irmã pra você. Mesmo tendo aquele jeito dramática que a gente conhece dava pra ver. Era real.

— Eu sei, eu consigo imaginar. Já tinha a morte recente do pai naquele tempo, com a minha saída deve ter complicado a cabeça dela ainda mais — você diz, pensativx.

— É, você tem noção do peso da sua atitude no processo de melhoramento dela? Duas perdas repentinas, isso foi demais — Nat fala, irritadx.

— Você falando assim parece até que...

— Que você morreu? É, acho que isso não foge completamente da realidade. É como se você tivesse realmente morrido pra gente.

Você nada diz. Ouvir essa declaração sair da boca de Nat foi como receber uma facada de chama ardente no peito, pois nunca tinha recebido um tratamento tão severo assim, principalmente de Nat em todos esses anos de amizade. Nem parece aquela pessoa de personalidade gentil e afetuosa que conhecia desde a infância. Seria possível que uma atitude sua poderia causar todo esse sentimento e transformar alguém que transborde serenidade e doçura numa pessoa fria e amarga?

— Por que você está me olhando assim? — Nat pergunta ao te ver sem reação.

— É que eu não esperava que um dia você fosse falar uma coisa dessa de mim. Nem parece a mesma pessoa — você responde.

— Nem eu. Mas é assim. Você pediu por isso. Agora vida que segue, né?

— Pelo jeito sim. E pelo visto você está seguindo bem com a sua — você diz referindo-se a Ash.

— Tive que fazer isso. No meio de tudo algumas coisas foram acontecendo, pessoas foram surgindo. Não podia ficar na espera por algo vir e melhorar tudo repentinamente — Nat fala.

— E como você está em relação a isso? — você pergunta.

— Eu estou bem. Por que não estaria?

— Ótimo. Que bom que você conseguiu prosseguir com a sua vida e não deixou com que eu a destruísse — você diz em um tom sarcástico forçando um sorriso.

— Foi uma ótima decisão. Você me ensinou, lembra? — Nat pergunta.

— É, e vejo que aprendeu muito bem. Agora se me permite tenho que voltar para dentro. Tem pessoas me esperando também — você diz, afastando-se.

Então, vira-se e pôe-se a caminhar em direção a entrada lateral do evento por onde saíram. Você dá alguns passos até que Nat chama por seu nome.

— S/N! O que é isso?

— Do que você 'tá falando? — você pergunta sem entender.

— Quer dizer que você vai sair assim, sem dizer mais nada?

— Não tô entendendo o que você quer que eu faça. Eu já me expliquei pra você, expliquei o meu lado. Por que eu ainda vou continuar gastando meu tempo com quem me odeia? — você fala sorrindo sem entender voltando a caminhar em direção ao Palácio.

Ao te ver se distanciando cada vez mais, Nat corre em sua direção e lhe pega pelo braço.

— Eu te odeio! Odeio você por ter me abandonado, a mim e aos seus amigos. Te odeio pelo o que fez Meghan passar, pelo sofrimento que você ampliou na vida dela. Mas eu também não posso esquecer o que você é pra mim, S/N — elx diz olhando em seus olhos.

Você também fita seus olhos nos de Nat, como se estivesse sendo hipnotizadx, mas, repentinamente, acaba despertando e se solta das mãos que seguram seu braço. Então se afasta.

Ash aparece em uma das portas ao longe e chama por Nat avisando que suas famílias estavam à sua procura, tendo como resposta um simples e alto “Me aguarde que já estou indo, amor". Ash obedecendo, aguarda na porta, enquanto observa ao longe o que acontece entre vocês.

— Vejo que o negócio está firme mesmo com Ash — você comenta.

— É, nós estamos no início ainda. Mas isso não é importante pra você. Agora preciso ir. Não posso mais demorar mais um minuto.

— Então é isso? Acabamos por aqui? — você pergunta.

Nat começa a se afastar aos poucos para ir ao encontro de Ash, mas antes que chegue a uma distância considerável, em um tom baixo acaba por dizer repentinamente os números "137 4918". Você tenta entender o que significa aquela sequência numérica por alguns segundos, mas logo acaba se ligando do que se trata.

— Se você estiver em condições e quiser mesmo consertar o que quer que seja, essa é a sua deixa — Nat diz mais distante.

Enquanto se afasta cada vez mais, um leve sorriso no canto da boca acaba surgindo em seu rosto como resposta à atitude e fala de Nat. Sendo assim, dentro de si um fio de esperança surge em seu interior vendo que Nat pôde compreender sua situação e portanto não estava com tanta raiva assim como disse. Essa é uma chance que está sendo concebida; uma chance de recuperar o tempo perdido.


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