Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 19
Luzes e beats




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— Sejam bem vindos! Qual o nome de vocês? — um homem na entrada da boate pergunta.

— Oi. Eu sou a Lavínia e esses são S/N e Stefan.

— Vocês formam um belo trio. Que tal tirarem uma foto pra ficar de lembrança no mural do evento? Se quiserem também podem levar o retrato pra casa — ele diz pegando uma câmera e posicionando para fazer um click.

— Chad o seu nome, né? — Lavínia fala olhando para o crachá pendurado no pescoço dele.

— Isso mesmo. Chad — ele responde.

— Então Chad, por mim 'tá ótimo — Lavínia fala.

— Ah, sabe o que é? Eu não sou muito de tirar fotos. Só em ocasiões especiais — diz Stefan.

— E isso não é uma ocasião especial, garoto? Sabe-se lá quando vamos ter algo assim de novo? Deixa disso e vamo' logo tirar essa foto. Vocês são meus amigos e não quero deixar esse momento em branco — Lavínia diz puxando Stefan pelo braço.

— Tá bom, tá bom. Só vou fazer isso porque eu sei que você é insistente — Stefan diz revirando os olhos.

— Ótimo. Entendeu a mensagem. Ainda bem que me conhece — ela comenta.

— Fazer o que, né? — Stefan fala.

— E você, S/N? Você vem, né? Também não vai querer que eu te agarre pelo braço — ela diz arregalando os olhos.

— Vou fazer isso só pra você parar de insistir — você fala.

— Olha, sem querer ofender vocês dois, mas acho que já percebi que está liderando por aqui — Chad fala direcionando-se a você e Stefan, sorridente.

— Não, não ofendeu. Acho que você tem razão. Essa garota aqui é bastante mandona e gosta de chamar um pouco de atenção mesmo — Stefan diz.

— Também não é assim. Eu gosto só um pouco. Não é algo assim como "ai, como ela gosta de atenção", mas uma pequena dosagem disso também é interessante — ela diz fazendo expressão de malícia.

— Eu não sei de nada — você comenta.

— Entendi. Mas sem querer chato, vamos tirar logo essa foto? Mais pessoas estão esperando para entrar — Chad fala ao notar as pessoas já parecendo ficarem impacientes.

— Vamos, né, Lavínia? Podemos? — Stefan pergunta.

— Vai, vamos logo — ela diz.

— Certo. Vou pedir para que vocês fiquem nesse espaço — Chad aponta para um local plano, como se fosse um pequeno palco.

Na parede, entretanto, há um grande pôster colado com o nome "Purple X" diversas vezes e também alguns outros nomes que parecem ser dos patrocinadores.

— Capricha nessa foto, hein? — Lavínia avisa.

— Todos prontos? — ele pergunta aproximando seu olho da câmera.

— Sim — vocês respondem.

— Pronto. Ficou perfeita! Vejam! — Chad diz aproximando a câmera.

— Poxa, ficou mesmo — Stefan comenta — Agora podemos ir?

— Ah, não, espera. Dá pra fazer só mais uma vez? Eu me achei um pouco cheia aqui. Acho que foi o ângulo. Por favor? — Lavínia diz.

— Ai, é sério isso? — você pergunta — Já tá boa, vamo' entrar.

— Vocês estão super bem na foto. Eu não. Só mais uma vez e a gente resolve isso.

Depois de um pouco mais de insistência, Lavínia consegue o que quer e faz você e Stefan tirarem a foto novamente. Dessa vez ela ficou satisfeita com o resultado e com uma permissão unânime dos três, permitem que a foto seja posicionada no mural do evento.

— Perfeito. A foto brevemente irá para o mural. Mas antes preciso que vocês assinem os seus nomes nos termos. Apenas para seguir os protocolos.

E assim fazem. Cada um assina seus nomes no papel que o instrutor passara. O problema é que Lavínia escreve um pouco devagar, e sua demora já estava causando um certo tipo de efeito. Algumas pessoas que esperam na fila para também entrarem na boate começam a resmungar devido a demora, mas uma em especial parece bem irritada e desconfortável com a situação.

— Ô, querida, não tem como apressar isso, não? Acho que você não percebeu, mas tem toda essa gente pra entrar — grita uma voz feminina ao longe no meado da fila.

Lavínia, cuja sua personalidade é um pouco, digamos difícil, interrompe a sua assinatura e de imediato dá uma resposta:

— Ih, olha lá. A patricinha 'tá com pressa de se divertir. Pra que essa pressa, querida? Quer ver se encontra sua humildade lá dentro? — ela diz rindo sarcasticamente.

— O que foi que essa garota disse pra mim? — a garota pergunta ao longe.

Ao escutar a tal voz novamente, algo desperta em sua mente, pois de imediato começa a ter a certeza que já tinha a escutado antes. Em meio a pensamentos confusos, não demora muito para perceber que a voz trata-se de Jennifer com aquele jeito um pouco arrogante e soberba de falar. Não precisa nem olhar para trás para ter a certeza.

Por isso, assim que assina seu nome na lista de presença, não pensa duas vezes e logo decide entrar. Claro, seria algo deselegante deixar Lavínia discutindo com a garota na fila, mas vendo Stefan tentando amenizar a situação vê uma oportunidade de sair dali imediatamente, pois poderia ficar pior ainda se houvesse um reencontro daquele que você não está nem um pouco afim de que aconteça.

 

 

Dentro da boate...

— Nossa, que garota ridícula aquela, hein? Toda patricinha, metida a besta. Me perdoem como vou dizer isso, mas eu fiquei com vontade de afundar ela — diz Lavínia agitada dando um gole em sua bebida.

— Você não tem jeito, né? Ninguém pode te contrariar um pouquinho e já vai dando uma pequena brecha pra uma guerra — Stefan diz, gargalhando.

— Ainda bem que você não fez nada pior. Por que você apenas não ignorou o que ela disse e pronto? — você pergunta com uma expressão preocupada.

— Eu não sou assim, não consigo. Eu odeio quando me dão ordens ou reclamam de algo que tô fazendo — Lavínia responde.

— E isso é sério. Por isso nunca contrarie ela, S/N. É um aviso de amigo — Stefan comenta, sorrindo.

— Por que você saiu tão depressa, S/N? Tipo, do nada? — ela pergunta.

— Ah, eu... não gosto de discussões. Tenho um certo trauma — você responde tentando disfarçar.

— Trauma de brigas? Aconteceu alguma coisa séria pra você ficar assim? — Stefan pergunta dando um gole em sua bebida.

— Não é nada demais. Apenas não gosto. É coisa minha.

— Então, tá. Se você diz — Lavínia diz — Mas sabem de uma coisa?

— O quê? — você e Stefan perguntam.

— O que eu mais quero fazer agora é dançar. Quero saber quem me acompanha. Vocês não vão ficar parados aí a noite toda e eu também não vou aceitar um não como resposta — ela fala deixando o copo em cima do balcão e em seguida puxa Stefan pelo braço levando-o até a pista de dança.

— Você sabe que eu não curto muito essas coisas — Stefan diz.

— Vamo' logo, deixa disso. Agora se solta um pouco e vamos dançar. Você já chegou nos cento e dez e ninguém sabia? — ela pergunta, gargalhando.

— Engraçadinha — ele responde fazendo uma careta.

— Vem, S/N!

Você não tarda e, aceitando o convite de Lavínia parte para a pista de dança. No princípio, um pouco tímidx dá uns passos leves, mas depois vai conseguindo se soltar um pouco. Porém a sua atenção não está totalmente em dançar. A sua preocupação de poder encontrar com Jennifer novamente aos poucos começa a te perturbar. É notório quando de segundos em segundos você olha ao redor para ver se não a encontra de repente. O espaço não é tão grande, mas é melhor ficar atento e assim tentar evitar.



⌚ Algum tempo depois...

Quase trinta minutos depois você, Lavínia e Stefan saem da boate. A razão disso é que o contingente de pessoas estava aumentando cada vez mais e mais pessoas apareciam na fila pra poderem conhecer tanto a boate quanto outros locais fechados que também tinham capacidade máxima de pessoas. Isso deve-se por causa que já está perto a hora do lançamento do táxi voador, a grande estrela da noite.

— Nossa, acho que esses foram um dos melhores trinta minutos da minha vida. Pena que já acabou — Lavínia comenta tristonha enquanto arruma o cabelo.

— Ainda bem. Não via hora de sair daquele lugar. Só fui por insistência sua — Stefan comenta.

— Nossa, que estraga prazeres você, hein? Mas confessa que você também se divertiu, vai.

— É, foi legal, sim. Mas isso não é a minha praia mesmo.

— Bom, pelo menos lá 'tava livre de robôs, não é? Mas é só sair que a gente já se depara com eles de novo — você fala observando um robô passar bem na sua frente.

— Eles já estão começando a me assustar — Lavínia diz.

— A mim não — Stefan diz.

— Nossa, eu vi tantos garotos bonitinhos. Até consegui pegar alguns contatos. Vou até ter um pouco de trabalho pra poder falar com todos eles — Lavínia fala enquanto olha o celular.

— Ah, então era por isso que você sumia de nossas vistas, né? — Stefan pergunta arrancando o celular da mão dela.

— Me dá isso aqui garoto! Isso não é pro teu bico. A não ser que tenha trocado de time — ela diz pegando o celular de volta enquanto gargalha.

— É claro que não. Você não me conhece mais? — Stefan fala.

— Eu apenas aproveitei as vezes que fui no banheiro e fiz uma pesquisa. Simples assim.

— Você foi uma péssima companheira de boate essa noite — você diz.

— Não vou encarar isso como uma crítica. Acho que meu trabalho foi concluído com sucesso — ela declara.

— O que você quis dizer com isso? — Stefan pergunta.

Lavínia nada responde.

Enquanto caminham, seu celular vibra em seu bolso. Então decide pegá-lo para ver do que se trata.

— Lívia está marcando com a gente pra nos encontrarmos na Tenda das Refeições.

— Ela amou aquela tenda, não foi? — Stefan comenta, sorrindo.

— Como ela mesmo diz: "Comida é uma das minhas paixões" — você diz.

— Confesso que também tô faminta. Vamo' logo pra lá — Lavínia sugere.

— Também tô. Toda essa andança me deu muita fome — Stefan diz.

— Tá bom. Então vamos logo antes que ela comece a mandar uma enxurrada de mensagens perguntando onde que a gente tá — você diz ainda mexendo no aparelho.

De repente uma mensagem chega dizendo o seguinte:

"Até as mais belas rosas podem ter seus espinhos escondidos e machucar mais do que aquelas rosas que apresentam grandes espinhos e são visivelmente perigosos. Seu sangramento continua se assim você permite que aconteça e o tormento não para, até que você dê um fim. "

O remetente é daquele mesmo número que mandara uma mensagem mais cedo antes de sair de casa. Após lê-la, você a ignora e apaga de seu telefone. Quando está prestes a guardar o celular no bolso, acaba por trombar com alguém na qual está parada de costas.

— Mil desculpas por isso. Eu me distraí olhando o celular — você fala desculpando-se com a pessoa na qual aparenta ter mais ou menos a mesma idade que a sua.

— Não tem problemas. Mas preste mais atenção, por favor — a pessoa diz.

— Me desculpa. Eu vou tentar prestar mais atenção.

— Esse lugar tá cheio demais hoje. Só por isso te perdoo.

— Agradeço e me perdoe mesmo — você diz dando um sorriso logo voltando a seguir seu caminho.

Ao dar o primeiro passo, percebe alguém aproximando-se da pessoa em quem tinha esbarrado, até que ela se aproxima por completo olhando para você. Porém ao ver de quem se trata, sem hesitar, você diz com espanto.

— Nat?!

Dessa vez não é um sonho, nem poderia ser a máquina "Sideralmente". É real. Você e Nat apenas trocam olhares sem dizerem uma palavra sequer. É como se um campo de energia havia sido criado e que o tempo tinha parado de vez. Em outras palavras, como se um feitiço tivesse sido lançado sobre sua pessoa impedindo seus movimentos, falas, enfim, tudo. Como se estivesse em transe. Um transe que parece ser difícil de se libertar.


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