Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 18
Pés que me guiam




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A música está alta e a multidão bem animada. Stefan, Lavínia, Jeremy, Lívia e você começam a caminhar pelo salão do Palácio para poderem apreciarem mais de perto todas as informações e novidades diante de seus olhos.

Lavínia é a integrante mais animada do grupo bem sorridente e animada visitando cada seção do evento. Sempre queria ser a primeira a participar em tudo, como aconteceu. Aquilo era verdadeiramente um parque de diversões pra ela. Quem diria que por trás daquele jeito de garota madura e séria residia uma criança empolgada e barulhenta que conseguia chamar bastante a atenção das pessoas por onde passava?

⌚ Alguns minutos depois...

Após terem passado por algumas seções, não poderiam deixar de ir no scanner 3D para fazerem suas réplicas de esculturas. Apenas alguns segundos no compartimento já eram o suficiente para o scanner passar pelo corpo de alguém e pronto: sua réplica era gerada. O bom que estava rolando era que quem quisesse, poderia escolher entre levar o monumento para casa ou esperar até que uma equipe o entregasse na residência. Tudo o que tinha a fazer, era preencher um formulário digital com seus dados como nome, endereço e tudo mais, e pronto, era só aguardar o produto chegar em casa. Porém, a única interessada em fazer isso era Lívia, pois todos exceto ela concordaram que seria muito bizarro ter uma própria escultura posicionada em casa.

— Pronto, gente. Coloquei os meus dados e agora é só esperar eles chegarem em casa. Aqui diz que em menos de vinte e quatro horas já estarão lá — ela diz surpresa enquanto lê o informativo numa grande tela de tablet onde havia feito a solicitação.

— Menos de vinte e quatro horas? Que rápido! — Lavínia diz, surpresa.

— Sim, não é legal?

— Eu acho isso estranho. Já pensou em você acordar na madrugada pra ir na cozinha ou no banheiro e dar de cara com um humanoide bem no meio da sala? Isso paralisa qualquer um — Stefan comenta enquanto olha alguém tirando uma foto com uma réplica.

— Esse alguém que você fala deve ser você, né? Medroso do jeito que é — Lavínia diz, gargalhando.

— Ah, agora você vai expor meus defeitos em público? Como faço pra te agradecer? — ele diz.

— Deixa disso, seu bobo. Antes de tudo, eu te amo. Você sabe disso — Lavínia diz, abraçando-o.

— Então gente, tem um lugar que eu quero muito ir, tipo muito mesmo e quando eu vi eu fiquei fascinada — Lívia diz.

— Que lugar? — Lavinia pergunta.

— Aquele troço... digo, aquela máquina enorme que suga as pessoas. Eu quero saber pra onde elas vão. Vocês não querem também?

— Ai, sério? Eu também fiquei vibrando quando vi aquela coisa. Não vejo a hora de entrar naquilo — Lavínia responde.

— Por mim seria uma boa — Jeremy fala.

— Por mim tudo bem — você concorda.

Alguns minutos caminhando, eis que finalmente chegam na tal máquina que Lívia havia falado que estava ansiosa para testar.

Assim como nas outras atrações, esse há também inúmeras pessoas curiosas para conhecerem como funciona o mecanismo. Esse é chamado simplesmente de "Sideralmente". Quando chegam lá, duas pessoas estavam para entrar nos compartimentos cada um no seu, enquanto o instrutor explica melhor o que acontece.

— E quando as pessoas entram nos tubos, as portas se fecham lentamente. Segundos depois, um sinal verde aparece indicando que o processo de sucção irá começar — diz o instrutor enquanto tudo acontece.

As pessoas olham impressionadas com atenção cada movimento que a máquina executa. A princípio ela começa a tremer por dentro e uma ventania faz com que as roupas das pessoas dentro dos tubos se mexam fortemente, até que uma luz branca vai surgindo e se intensificando, até que ZÁS... elas são sugadas com toda força para cima, como se estivessem sendo abduzidas por uma nave alienígena ou algo do tipo.

O público olha impressionado e atentos para tudo aquilo, levando todos ao delírio quando de repente soltam gritos e aplausos.

E isso inclui a você. Sua expressão de surpresa também não dá pra ser omitida. Mas também, como não se surpreender com algo assim que acontecia bem em frente aos seus olhos?

— Desculpa interromper, mas não consegui evitar — Stefan diz, aproximando-se do equipamento.

— Pois não? — o instrutor diz.

— Para onde esses tubos levam quando essa pessoas são sugadas? Digo... isso é seguro? — Stefan pergunta, curioso.

— Totalmente seguro. Ao ser puxado pelos ares, quem estiver dentro do tubo é teletransportado para uma sala exclusiva que está na parte de cima do Palácio — ele responde.

— Entendi — Stefan diz.

— Quando for a sua vez você verá o quão fascinante será essa viagem — o representante fala.

— Tão misterioso — Stefan sussurra para Lavínia e ela apenas sorri como resposta.

— Eu já vou logo pra fila porque não quero perder esse negócio por nada — Lívia comenta, arrancando sorrisos das outras pessoas da fila.

Após quinze minutos de espera chega a vez de vocês experimentarem a tal máquina. Lavínia e Stefan foram os primeiros. Cinco minutos depois, após algumas conversas e decisões, Lívia e Jeremy foram juntos, no qual acabou restando você ir com um rapaz que também estava na fila.

Ao entrar na máquina, — do mesmo jeito que havia observado — sente uma ventania forte passando pelo seu corpo e, repentinamente o compartimento começa a tremer. Tudo vai se intensificando, seu coração começa a acelerar e, aos poucos o nervosismo vai tomando conta de seu interior.. Uma luz branca vai surgindo gradualmente até que em segundos ela fica bem forte e você começa a sentir uma força severa vinda de cima do tubo lhe puxando para cima até que finalmente é transportadx completamente.

 

 

Em questão de segundos você logo tem uma surpreendente recepção: a imagem de uma rua com um ambiente um pouco triste, asfalto acinzentado, mas com algumas outras cores também. Há também algumas casas, árvores, carros, mas o que de fato mais lhe chama a atenção são alguns pássaros brancos voando em bando pelo céu nublado. Mas, por alguma razão eles parecem amedrontados, como se fugissem de algo.

No mesmo minuto um som de um trovão surge e, acompanhado dele, um raio luminoso e feroz rasgando o céu. Um dos pássaros do bando se separa por um instante e voa até você lhe entregando um galho de planta com uma folha verde bem clara segurando em seu bico. Calmamente você tenta pegar o galho com receio de assustar a ave, mas acaba conseguindo. Nisso, ela volta apressadamente para o seu bando e segue viagem com os outros, enquanto você apenas observa de longe.

Os pássaros desaparecem do céu depois que vão para detrás de uma nuvem e você, então, percebe que ainda está no meio da rua. Ao olhar para frente, vê uma porta que parece bastante a do seu quarto. A princípio leva um susto, pois minutos atrás ela não estava ali. Ela simplesmente apareceu de repente. O confuso é que mesmo ela estando no meio da rua, nas laterais dava pra ver o restante da rua. É como se um vidro ou uma parede invisível estivesse ali. Por isso, com curiosidade, você se aproxima e põe a sua mão. Suas dúvidas então são sanadas no instante em que põe suas mãos levemente e percebe que realmente há uma parede ali. Sendo assim, a única solução seria ter que passar pela porta.

Quando suas mãos já estão se aproximando para girar a maçaneta se surpreende quando ouve gritos e batidas do outro lado. As vozes não são desconhecidas e elas chamam pelo seu nome, pedindo-lhe repetidamente a abrisse. Dentre elas pode-se ouvir nitidamente a voz de Lívia, Jeremy, Lavínia, Stefan, Rebekah, Cris e Allison também. Todas elas chamando uma de cada vez, quase implorando para que pudessem entrar.

Sendo assim, após tanta insistência, eis que você vai aproximando a sua mão até encostar na maçaneta novamente.

Subitamente, todo o cenário se desfaz e tudo começa a ficar preto. Olhando para os lados, você procura entender o que está acontecendo. Sua resposta logo é obtida quando, ao olhar para um lado, uma mulher jovial de cabelos vermelhos vestida com um uniforme branco de látex se aproxima. Ao passo que ela anda em sua direção, o ambiente vai se transformando. As luzes começam a acender e todo aquele ambiente escuro torna-se uma sala completamente roxa.

— Olá, como foi a sua experiência? — a jovem mulher pergunta, sorridente.

— Um pouco confusa. O que foi aquilo? — você pergunta, atônito.

— O que você viu são retratos de seu subconsciente. Ao entrar na máquina você viu algo que possa estar escondido em alguma parte dele, seja algum medo, desejo ou lembranças. Você não viu a explicação do instrutor lá em baixo? — ela pergunta lhe levando até uma porta.

— Não, quando cheguei na fila ele já estava explicando. Mas... por que eu tô com sono, hein? — você pergunta, bocejando.

— Isso é um dos efeitos da máquina. Ainda estamos estudando no por que isso acontece, mas não se preocupe. Não causa nenhum dano — ela diz, sorridente.

— Entendi.

— Que bom, mas agora preciso atender a próxima pessoa que virá. Mas antes de ir, seria bom que você demonstrasse como foi a sua experiência dando de um a cinco estrelas no painel — ela diz, apontando para uma pequena tela na porta de saída.

— Okay. Entendi.

— Ótimo. Espero que tenha aproveitado a Purple Vision e tenha uma boa noite — ela diz, afastando-se.

Como a tal mulher falou, é hora de dar uma classificação para a experiência recém vivenciada. Olhando para o telão, o nome "Sideralmente" está escrito em letras garrafais um pouco trêmulas contornadas de azul. Um pouco mais abaixo, a pergunta: "Como foi sua experiência?" e em seguida aparecem espaços com a quantidade de estrelas de acordo com sua experiência.

Aproximando sua mão dentre as opções disponíveis, você até pensa em quantas estrelas, mas logo opta por dar cinco estrelas pra não ter que gastar tanto tempo.


⌚ Minutos depois...

Ao sair da sala que estava, você percebe estar de volta no andar de baixo do evento novamente. Lívia, Jeremy, Lavínia e Stefan estão bem na saída esperando pela sua aparição.

— Ah, olha quem chegou — Jeremy, sorridente.

— S/N! — Lavínia exclama.

— Nossa, o que foi isso, minha gente? Eu simplesmente amei o "Sideralmente". Será que podemos ir quantas vezes a gente quiser? — Lavínia pergunta, empolgada.

— Acho que sim — Jeremy responde.

— Como foi o de vocês? — você pergunta.

— O meu foi ótimo. Eu fui pra um lugar que muitas pessoas me aplaudiam, tiravam fotos de mim e eu dava autógrafos — Lívia fala, animada.

— O que aconteceu no seu, Jeremy? — você pergunta.

— Resumidamente, eu me vi num estádio cheio de gente que foram me assistir cantar. Foi muito louco e tão real ao mesmo tempo — ele diz.

— Isso é bem estranho, porque até onde eu sei você não canta, né? — Lívia pergunta arqueando as sobrancelhas.

— Infelizmente não. Mas sonhar não custa nada.

— Calma, amigo. Pra tudo tem um jeito. Se você treinar seu canto, vai dar tudo certo — Lavínia fala.

— E você, S/N? O que foi que você viu? — Lívia pergunta.

— Ah, nada demais. Coisas estranhas. É melhor deixar pra lá — você responde — Er... eu quero saber da Lavínia. Só falta ela dizer.

— Eu vi muita diversão e amor. Será que eu tô sonhando com casamento? Bem, isso não importa muito. O que importa é que eu goste demais de viver tudo isso. E melhor, ainda tem mais coisas pra gente se divertir um pouco. Pra onde a gente vai agora?

— Eu andei vendo que tem umas salinhas ali e tenho quase certeza de que é algo relacionado à astrologia. Eu como amo essas coisas não posso deixar de olhar. Me surgiu uma curiosidade nessa visão e eu preciso de algumas respostas. Então vocês podem escolher se vem comigo ou não — Lívia fala.

— Curiosidade de quê? — você pergunta.

— Bom, surgiu uma pessoa na minha visão. Eu só quero tirar uma dúvida, é isso.

— Hummmm, quem será a vítima? Er... quer dizer, o sortudo da vez? — Jeremy brinca.

— Não começa, garoto. Isso não é da sua conta. Aliás, é melhor que eu vá sozinha. Vão se divertir com as coisas de vocês — sua irmã diz já se irritando.

— Eu peço perdão pela arrogância da minha irmã. Ela fica assim quando tem alguma coisa a esconder. É melhor deixa ela sozinha. Talvez ela também encontre respostas pra ela melhorar esse mau humor dela e progredir espiritualmente — você replica.

— Ah, acho que S/N, eu e Stefan vamos pra uma sala que tem música alta. Parece que é uma boate ou algo assim, não é S/N? — Lavínia fala dando um leve empurrão nas suas costas.

— É, é isso. Nós vamos nessa boate — você responde sem entender.

— Nós vamos adorar. Pode ir na lojinha de astrologia, Lívia. Não se preocupe com a gente. Jeremy, você vem? — Lavínia pergunta.

— Poderia ser. Mas é que eu fiquei muito curioso pra ir na galeria de videogames. Quero ver os lançamentos com calma e tudo mais — ele responde.

— Então, tá. Vão lá e daqui a algum tempo nos encontramos de novo. Tô louca pra saber todo o babado das cartas — Lívia diz, animada.

— Certo. Tá combinado. Qualquer coisa mandamos mensagem avisando onde estamos — você diz.

— Tomem juízo, hein? — Jeremy fala, sorrindo.

— Pode deixar — Lavínia diz.

E assim fizeram. Enquanto Stefan, Lavínia e você seguiram para a seção da boate, Lívia ia para a seção de astrologia e Jeremy para a dos videogames. Eram caminhos distintos mas com um mesmo propósito: a diversão. Mas o que será que poderia acontecer durante isso?


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