Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 17
O evento




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"Muitos olhos a enxergam como paraíso, mas na verdade é a escuridão disfarçada. Você não consegue sabe que tudo tem um propósito?..."

⌚ 09:01 p.m.

— Boa noite a todos. É com um enorme prazer e satisfação que estamos ao vivo diretamente do magnífico evento que acontece hoje no famosíssimo Dakota Palace, localizado na esplêndida cidade de Nevinny. Como muitos já sabem, hoje está sendo realizado um dos eventos mais comentados pelos fãs de videogames, artistas e pessoas da alta sociedade. Finalmente teremos o tão aguardado lançamento do KN-79, o tão aguardado táxi voador, uma inovação no ramo da tecnologia que irá trazer celebrações para os moradores de Nevinny — diz um repórter na porta de entrada do evento.

Isso foi exatamente o que deu para você ouvir quando passou pelo gentil repórter que fazia a cobertura sobre todos os acontecimentos no Dakota Palace. Alguns segundos depois de ter passado por ele, você olha rapidamente para trás e vê que ele abordava um elegante casal que tinha acabado de chegar para realizar uma entrevista. Ele não perdia tempo, pois dentre todos os repórteres que haviam, era o que mais se apressava para abordar os convidados e assim poder arrancar informações sobre tudo o que acontecia ali e também para perguntar sobre assuntos que também não tinham nada a ver com aquilo tudo, por que não?

Sendo assim, ao virar-se para seguir seu caminho rumo ao interior de onde acontece toda a celebração, acaba trombando com um homem vindo na direção oposta da sua.

— Desculpa, senhor — você diz sem olhar nos olhos do tal homem, seguindo caminho.

— Ei, você! — ele grita, aproximando-se — Eu conheço você. Quer dizer, não tenho total certeza, mas seu rosto não me é estranho — ele diz te analisando.

— Desculpa, mas acho que pode ser um engano.

— Não, espera! Joseph, não é? Você é da família do Joseph. É, claro! Você é S/N Montenegro. Me desculpe, minha mente não está tão boa ultimamente.

— Ainda não sei o seu nome e nem de onde me conhece — você fala.

— Não lembra de mim? Lino Elliot — ele fala dando um gole em sua bebida.

— Lino Elliot? O Lino Elliot pai de Jennifer?

— Sabia que conseguiria lembrar de mim — Lino diz dando um leve sorriso.

— O que você tá fazendo por aqui? É convidado especial do evento?

— Muitas coisas aconteceram. Eu decidi voltar para me reconciliar com minha filha e de quebra com a mãe também — ele diz goleando a bebida mais uma vez — E respondendo a sua outra pergunta: eu sou um dos patrocinadores do evento. Não podia ficar de fora de uma coisa tão grande como a que está sendo hoje.

— Entendi. O trabalho em primeiro lugar — você fala.

— Com certeza você vai adorar. Está fascinante.

— E como está a Jennifer? — você pergunta.

— Aos poucos estamos nos reaproximando cada vez mais. Não posso perder essa oportunidade que a vida está me dando. Já passei muito tempo longe da minha filha.

— Sempre temos que aproveitar oportunidades como essas de recomeço, não é?

— Não tenha dúvidas. Eu sou a prova disso — Lino responde — E a propósito, como está sendo tudo isso para você? O seu recomeço?

— Eu tô lidando com tudo. Claro que ainda é bem recente, mas eu vou superar. Eu dei uma oportunidade pras pessoas e pra vida — você responde.

— Parece que temos algo em comum no momento não, é?

— É, o resto vai se reconstruindo. A nossa parte já estamos fazendo, agora só resta os outros fazerem a deles.

— S/N! Voce não vem? — Lívia grita ao longe lhe chamando em um local próximo.

— Bom, vejo que há alguém lhe chamando. Não quero que perca sua noite — Lino fala.

— Foi um prazer em revê-lo, senhor Elliot. Mande um abraço para a senhora Elliot e pra Jennifer também.

— Talvez você possa fazer isso sem me ajuda já que elas estão por aqui também — ele diz.

— Sério? Então tem uma chance de nos esbarrarmos? — você fala.

— Totalmente. Não sei o quão grande será essa probabilidade por causa desse multidão aqui, mas quem sabe?

— Quem sabe — você diz dando de ombros.

— Tenha uma excelente noite, S/N!

— Você também, senhor Elliot. Espero que aproveite bem a noite.

— Eu já estou — ele diz balançando o copo logo se afastando.

 

 

Você também se afasta seguindo pelo caminho de uma ponte iluminada logo à frente indo ao encontro de Lívia. Nesse momento começa a pensar sobre Lino ter dito que Jennifer também está no mesmo evento e que, mesmo que bem pequena, existe uma parcela de probabilidade de vocês acabarem se encontrando.

Não teria nenhum problema disso acontecer, pois você conhece Jennifer desde a sua infância quando ainda morava no bairro luxuoso na cidade de Atelis, então poderiam se rever, colocar o papo em dia e etc, caso se não houvesse um motivo maior. Acontece que Jennifer Elliot era uma das pessoas que tiveram a coragem de virar as cara quando toda a confusão envolvendo seus pais ocorreu. Ela era a mente principal por ter persuadido alguns de seus amigos a repetirem a mesma ação que ela cometeu contra você e sua família.

Só de pensar que essa mesma pessoa poderia a qualquer momento estar em sua frente com a cara mais limpa do mundo, isso começa a te causar um sentimento de repulsa e até um pouco de medo, ao mesmo tempo que torce para que esse encontro não aconteça pois não sabe como agiria nessa situação caso ela viesse a ocorrer.

Felizmente, a sua raiva crescente consegue ser amenizada quando pega seu celular no bolso de sua roupa, pois algo mais importante tem que ser feito de imediato quando lembra de contatar Lavínia para saber sua localização atual.

Então, rolando sua lista de contatos você encontra o nome dela e manda uma mensagem dizendo:

"Já estou pra entrar no Palácio. Onde vc tá? Responde alguma coisa"

Ao mandar a mensagem, você olha ao redor e percebe que está sozinhx bem ao meio de algumas árvores. Não há nenhum sinal de Lívia nem de Jeremy. Uma certa preocupação começa a tomar conta de seu interior até que ouve alguém com passos apressados entre as folhas secas do chão se aproximando.

— S/N, você sempre dá um jeito de sumir, não é? Às vezes parece até uma criança — Lívia diz, arregalando um pouco os olhos.

— Eu já tô aqui, não é? — você fala.

— Quem era aquele homem com quem você 'tava falando? Parecia importante.

— Ele é, sim. Eu acabei esbarrando nele sem querer e...

— Aqui está. Três ingressos e três pulseiras. Só precisamos inserir na porta giratória que ela vai permitir nossa entrada — diz Jeremy se aproximando segurando os objetos e lhes entregando.

— Poxa, pulseira de plástico? Isso não vai combinar com a minha roupa — Lívia reclama analisando a pulseira.

— Isso é uma pulseira comum de eventos. Você vai se acostumar — Jeremy diz.

— Ai, mas é porque... Ah, tá bom, vai. Eu só quero entrar logo — ela diz.

— Assim que fala — Jeremy fala.

— Mas um evento "chic" desse bem que poderia nos dar umas pulseiras mais bonitinhas pelo menos — ela completa.

— Deixa de drama e coloca logo essa pulseira! — você ordena.

Então, dirigindo-se à tal porta giratória, vocês logo veem uma entrada específica para inserir o bilhete. O primeiro a passar foi Jeremy, que logo pôs o bilhete e uma luz led verde aparece, indicando que a entrada foi permitida. Em seguida foi a vez de Lívia, e finalmente a sua vez.

Ao passarem, uma voz robótica surge por trás de vocês saudando-os com um singelo "Bem vindo, humanos!". Ao virarem-se para verem do que se trata, dão de cara com uma forma humanoide careca de cor branca, coberto em algumas partes do corpo por um material metálico. Também há outras partes que dão pra ver por dentro de seu corpo, com luzes azuis percorrendo por dentro dele, e uma leve fumaça fazendo caminho pelo interior.

É incrível como aquele ser parece que tem vida própria. Seus movimentos tanto dos braços como a maneira que mexe com a cabeça são idênticos a uma pessoa de verdade. Sem contar a maneira como os seus lábios se mexem perfeitamente no ritmo de acordo com a velocidade das palavras que saem de sua boca.

— Sejam bem-vindos ao Purple Vision. Espero que tenham uma noite formidável — diz o robô erguendo as mãos para frente como se apresentasse o lugar para vocês.

— Caraca! Isso é maneiro demais! — exclama Jeremy boquiaberto analisando o ser se afastando numa velocidade surpreendente.

— Dizem que a primeira impressão é a que fica, né? Olha, tenho que dizer: já gostei de ver, hein? — comenta Lívia.

— Se você já se impressionou assim com um robô, imagina quando ver todo o resto — você diz apontando para o teto com decorações penduradas de variadas cores.

Está tudo bem decorado — e lotado de robôs também — além de tudo muito fascinante. As pessoas andando de um lado para o outro perplexas pelos elementos e pelo conjunto de informações que ali disponíveis. São tantas informações o que acaba deixando elas eufóricas.

De um local específico dá pra ver um palco onde um grupo de rock se apresenta no momento. Mais para o centro está acontecendo algumas apresentações com óculos de realidade virtual. Em outros locais variados atividades como lançamentos de jogos, uma máquina bem grande com dois longos tubos onde pode-se ver pessoas entrando e sendo sugadas para cima e desaparecendo repentinamente, uma outra máquina realizando desenhos em 3D, onde as pessoas entram em um compartimento fechado por um vidro e um laser escaneando-as e segundos depois uma réplica perfeita sendo gerada, com sua coloração de pele e até da roupa que vestem no momento. Além disso há algumas salas de arte, música e outras menores que você não sabe do que se trata, mas com uma baixa movimentação de pessoas. E por último, mas não menos importante, não poderia esquecer de um local mágico que com toda a certeza é um dos mais movimentados e que por sinal é para onde decidem ir agora: a tenda das refeições.

Na tenda das refeições...

— Hummm, esse frango com esse molhinho 'tá muito gostoso, gente. Foi um dos melhores que eu comi na minha vida — diz Lívia, saboreando um pedaço de frango espetado no palito.

— Tá gostoso mesmo. Mas ele tem um sabor diferente. Quero saber o que é — você diz experimentando enquanto analisando o alimento.

— Olha, não sou fã de comer carne, prefiro comer coisas como verduras, legumes, ovo, é claro. Mas não vou negar que isso aqui tá muito bom — Jeremy diz saboreando também.

— Escuta, vocês sabem onde 'tá esse taxi voador que eu ainda não vi? — Lívia pergunta.

— Eu ouvi dizer que ele vai ser posto no lado de fora, pois eles irão fazer a apresentação do veículo ao vivo — Jeremy responde.

— Sério?! Nossa, como eu queria andar em um desse — você diz enquanto pega seu celular no bolso quando o sente vibrar.

— Nossa, eu também. Já imaginou andar por cima dessa cidade tendo toda essa visão? Ainda mais à noite com essas luzes roxas espalhadas pela cidade — Lívia diz, animada.

— Vai parecer que estamos sobrevoando algum planeta — Jeremy comenta.

— Não é? Vai ser lindo! Será que vai ser muito caro um "treco" desse, hein?

— Não faço ideia. Mas com certeza não vai ser baratinho — Jeremy diz, gargalhando.

— Lavínia já está vindo pra cá. Acabei de avisar que estamos na tenda das comidas — você avisa guardando o celular no bolso.

— Das refeições, S/N. Se fala tenda das refeições, pra ficar mais chic — Lívia diz.

— Falou a pessoa que agora mesmo falou "treco" — você replica.

— Ainda bem que não tinha ninguém muito perto. Só aquele robô ali — diz Jeremy apontando para um robô servindo um drink numa mesa.

— Isso é muito estranho, não é? — Lívia pergunta.

— O quê? — você pergunta.

— Olhem aquele robô servindo aquela mesa. Já pensaram se eles fazem disso algo permanente e no lugar de pessoas trabalhando ter robôs em seus lugares fazendo os seus trabalhos? Muitas pessoas ficarão desempregadas — ela diz goleando seu refrigerante.

— Isso é verdade. O mundo está ficando cada vez mais rico, mas ao mesmo tempo mais pobre. Por um lado a tecnologia vai avançando, mas por outro outras coisas acabam sendo afetadas — Jeremy declara.

— E o pior é que isso se torna cada vez mais presente. Essa realidade que vocês falam cresce cada vez mais — você comenta.

— Infelizmente não há nada que possamos fazer. Mesmo se a gente protestar por algo assim, não adianta. A ganância cresce à medida que a revolução acontece — Lívia diz.

— Isso é verdade — você concorda.

— E você, S/N? Eu sei que assim como a gente você curte bastante a tecnologia. Mas você queria ter um mundo de robôs trabalhando no lugar de humanos? — Jeremy pergunta.

— Eu não sei. Por um lado parece bem legal, mas também pode ser muito assustador.

Após algum tempo debatendo sobre o assunto "robôs versus humanos", você avista Lavínia vindo na direção de onde estão, toda bem arrumada e sorridente. Assim que lhe vê, corre para lhe dar um abraço. Mas ela não está sozinha.

— Ai, S/N. Que bom e finalmente que nos encontramos, não é?

— Nossa, já 'tava achando que a gente não ia se ver mais — você responde.

— Bom, eu trouxe o Stefan comigo. Espero que não se importem — ela diz.

— É claro que não. Stefan e eu já nos conhecemos — você fala.

— Como vai, S/N? — Stefan diz forçando um sorriso ao mesmo tempo que lhe estende a mão.

— Vou bem, Stefan. Que bom a gente estar junto em um ambiente diferente que não tenha alguém mandando o que devemos fazer — você diz, cumprimentando-o.

— Concordo plenamente — ele diz.

— Deixa eu apresentar à vocês. Esses são meu primo Jeremy e minha irmã, Lívia.

— Olá, prazer Lavínia — diz Lívia estendendo a mão

— Prazer, Lívia. Me chamo Stefan, tudo bem? — diz Stefan, cumprimentando-a.

— Nossa, que rapaz educado! Prazer, Stefan. Tudo ótimo porque eu "tô" amando esse lugar — sua irmã fala.

— Parece ótimo mesmo.

— Olá, Jeremy. Como vai? — Lavínia diz, cumprimentando-o.

— Muito bem. Seja bem-vinda. Acho que você vai gostar bastante daqui — Jeremy diz.

— Como vai, Jeremy? — Stefan o cumprimenta.

— Vou muito bem. E você?

— Tudo bacana — Stefan responde.

— Então, o que acharam do trânsito vindo pra cá? Desesperador, né? — Lívia pergunta.

— Demais. Ainda bem que irão lançar esse táxi voador. Vai fazer muita diferença — Lavínia responde.

— Nem me fale. Quanto vocês acham que vai custar um desse?

— Não fazemos ideia. Mas barato não vai ser — Stefan responde.

— Mas isso evitaria muita dor de cabeça, principalmente em dias de compromisso. Como hoje, por exemplo — Lívia diz.

— Totalmente — você fala.

— Espero que esse privilégio não seja apenas pra classe superior ou quem tem mais recursos financeiros. Além de ser interessante lançar um projeto como esse, também seria atraente se eles vendessem algo assim com um preço mais acessível pra todos — Stefan diz.

— Concordo com você, Stefan. Isso faria mais sucesso ainda mais do que já está fazendo — Jeremy fala.

— Então, pessoal. Sem querer estragar essa conversa super interessante, mas já estragando, que tal a gente começar a aproveitar mais o evento? — Lavínia sugere.

— Eu concordo com ela — você diz.

— Ah, tá bom. Já comi esse frango delicioso, então acho que já estou satisfeita... pelo menos por agora — Lívia fala.

— Então, sem querer cortar sua felicidade, Lívia mas já fazendo, isso não é frango não, tá? — Lavínia diz.

— O quê?! Como não? É frango sim, ó. Perfeito, maravilhoso — Lívia diz, pegando um pedaço do frango de Jeremy que havia sobrado.

— Não, não é. Eu comi um desses há alguns minutos e um daqueles robôs esquisitos me disse que todas as comidas daqui são veganas. Vários pratos foram feitos com aromas e gostos bem idênticos aos originais, mas os ingredientes são bem diferentes — Lavínia fala.

— Sério?! Nunca que eu ia notar a diferença. Isso tem super gosto de frango — Lívia diz, surpresa.

— Essa é a intenção — Stefan comenta.

— Mas isso é verdade mesmo? Bom, de qualquer jeito deu pra encher o estômago e estava bem delicioso.

— Com certeza. Você já comeu o seu e agora já está comendo o de Jeremy — você diz, gargalhando.

— Bom, então vamos lá? — Jeremy pergunta.

— Vamos! — Lavínia responde.

— Você tá bem animada hoje, né? — você pergunta a Lavínia.

—É, também percebi isso — Stefan diz, gargalhando.

— Ai, vamos, gente. Que seja. Hoje eu tô bem animada e tô doida pra aprontar — ela responde.


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