Os Irmãos Park escrita por André Tornado


Capítulo 19
A melhor defesa é o ataque




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Brad não contou logo sobre a ameaça do Charles Elliot, que tinha recebido na biblioteca enquanto estudava para o seu projeto de química. Achou-a despropositada e, acima de tudo, estúpida. Muito simplesmente ignorou-a por não lhe parecer que fizesse sentido.

O Charles Elliot era seu amigo. Era um rapaz simpático, popular entre os estudantes do Instituto por ser alguém genuinamente preocupado com os outros, generoso e pacífico. Nunca se metia em confusões e costumava ser conciliador. Era inconcebível que fosse associado ao Johnny e aos seus amigos, que tomasse o partido do valentão mais famoso da escola. Então, Brad achou que os avisos que recebera podiam ser descartados e descartou-os. Talvez não o devesse ter feito, como veio a comprovar naquele dia.

As aulas estavam a correr bem. Aborrecidas, mas a monotonia era bem acolhida, pois significava a normalidade que lhes estava vedada. Brad gostava de ver o sossego entediado da sala, as caras derretidas dos colegas, os suspiros que cada um suprimia com receio de irritar o professor de Biologia. Ele mantinha-se de cabeça baixa, a fingir que afinava pelo mesmo diapasão. Tentava parecer tão desalentado como os demais, mas por dentro ria-se alto e adorava fazer parte do grupo, imitando-lhes especialmente os defeitos. Era um privilégio ter defeitos, falhas, pedaços incompletos. As pessoas nem faziam ideia. Ter o mundo controlado e perfeitamente alinhado era um martírio que desgastava sem verdadeiramente corroer. Brad adorava esses pormenores que o tornavam mais humano, mais próximo dos outros.

Espreitava o Charles Elliot e via-o igual aos outros dias. Sem qualquer indício de que se tinha passado para o outro lado. Para o lado do Johnny. Também se mostrava distraído e com a expressão opaca de quem só está de corpo presente, de quem está a viajar com o espírito para outras paragens menos exigentes. Por isso, não se incomodara com o aviso na biblioteca. Fora, talvez, um descuido que não se iria repetir. O Johnny metera medo ao Elliot e o Elliot fora meter-lhe medo.

Mas, até ao fim da manhã, Brad iria descobrir que a sua análise estava incorreta.

O professor debitava matéria como se não houvesse amanhã. Não se calava, nem para beber um gole de água e humedecer a garganta. Passava páginas e páginas do manual, lendo os parágrafos importantes, dando a sua explicação e prosseguia sem se preocupar se alguém estava a tomar atenção ou a tirar apontamentos. Ao aproximar-se a hora do toque, consultou o relógio. Calou-se, fechou o livro. Assentou as mãos sobre a capa.

— Amanhã vamos ter um teste sobre a lição de hoje – anunciou.

Desfez imediatamente a apatia da sala. Os alunos espevitaram-se ao mesmo tempo, como se tivesse sido passada corrente elétrica nas respetivas cadeiras. Indignaram-se, iam avançar com um protesto, mas o professor fez um gesto com a mão e ninguém ousou desobedecer à ordem de silêncio.

— Amanhã vamos ter teste – repetiu. – Estudem. Vai contar para a nota final da disciplina no semestre.

A campainha soou. Agora estavam todos atordoados e zangados. Deixaram o professor arrumar as suas coisas, agarrar na pasta e sair primeiro da sala. Depois, alguém da fila da frente levantou-se e explodiu contra a injustiça de terem de estudar naquela noite, quando havia o projeto de ciências para adiantar e mais os trabalhos de casa das outras disciplinas. Outro alguém acrescentou que era um castigo por terem estado distraídos e outro completou que mais valia estudarem, fazerem o teste e não repetirem a atitude, ou o professor haveria de inventar um segundo teste surpresa.

Brad não quis entrar na discussão. Saiu calado da sala e procurou não se fazer notado. A algazarra prosseguiu nas suas costas. Continuava a fazer parte das falhas. No dia seguinte ele logo avaliaria a situação da turma e tentaria não tirar uma boa nota, se a maioria mostrasse que não tinha ligado nenhuma à ameaça do professor e resolvera não se preparar convenientemente para o teste. Ele gostava de se destacar, mas também precisava de um certo anonimato que o deixava mais tranquilo em relação à curiosidade dos outros.

Não conseguiu ir para o pátio para se encontrar com os irmãos. Ficou à conversa com dois colegas que lhe pediram os apontamentos da aula de Biologia. Estavam nervosos por causa da avaliação inesperada a que iriam ser sujeitos. Eram bons alunos, Brad já os tinha topado, e concordou em ajudá-los. Ele também tinha estado desatento, mas podia fazer isso, já que repetia aquela disciplina e sabia quase de cor a matéria que o professor estivera a expor à turma pouco motivada. Claro que não fez essa revelação. Mostrou-se também consternado e inseguro com a exigência do professor.

Brad foi com os colegas para a biblioteca, onde podiam tirar fotocópias do seu caderno que tinha algumas páginas preenchidas com factos fundamentais que iriam sair no teste, de certeza. No caminho, ele viu a Anna passar com as suas amigas. Ela ia atrás, com aquele aspeto alheado que a caracterizava, a arrastar os pés que podia dever-se a simples indolência ou ao peso daquelas botas militares de dupla sola. Apercebeu-se de que estava a ser observada. Endireitou as costas, semicerrou os olhos, comprimiu os lábios. Todos estes movimentos sucederam-se num lapso de segundo, mas Brad era munido de um sentido de visão muito apurado e pôde descortinar todos esses detalhes. Notou também a descontração dos músculos da cara da Anna ao reconhecê-lo.

O Mike não lhes chegara a contar como tinha corrido o encontro com ela na noite de Halloween. Nem ele, nem Rob lhe fizeram qualquer pergunta. O Mike era bastante reservado em relação às coisas que não tinham que ver com a família. Normalmente, eram situações que não tinham desenvolvimentos e que acabavam por se esvair por si. Então, não valia a pena dedicar-lhes atenção ou tecer comentários. O problema do Johnny era tão grande, contudo, que o Mike tivera de abrir a exceção. E quanto à Anna…

Pela reação dela, o Brad percebeu que podia ser um segundo problema, de outra natureza, talvez mais difícil de lidar do que aquele que envolvia o valentão e os seus amigos. Se o Mike quisesse explorar os seus sentimentos em relação à moça… Ou, colocando a questão de outra forma, já que eles não eram capazes de sentir, se o Mike quisesse brincar um pouco, podiam ter de estar muito atentos para não deixarem a situação fora de controlo.

Os humanos apreciavam bastante a noite das bruxas. Pelo menos, os humanos que viviam naquela parte do globo. A Anna pertencia ainda a uma outra categoria, mais específica, que fazia da iconografia associada a essa festividade um modo de expressão, uma afirmação de identidade. Vestia-se de preto, usava maquilhagem escura, procurava ter o olhar vazio e os gestos lentos, a imitar o que ela julgava ser uma criatura noturna, um predador não classificado na nomenclatura animal. Brad compreendia que algum pormenor em Mike lhe tivesse captado a atenção. O seu irmão não seria propriamente um rapaz que possuía os mesmos códigos dos outros rapazes, e a Anna notara-lhe algum mistério, um desajuste, a anormalidade que permanecia escondida por ser demasiado aberrante.

Brad também semicerrou os olhos, vendo a Anna avançar pelo corredor atrás das amigas. Iria ficar com ela debaixo de olho, ao mesmo tempo que tentaria vigiar o seu irmão Mike. Algo não estava totalmente bem naquela história.

Escutou um assobio e fez como se estivesse a despertar de uma distração momentânea. Um dos colegas chamava-o, já que ele tinha ficado para trás. Brad correu para os alcançar. Começou a conversar sobre o tempo que fazia, tinha arrefecido muito e entraram na biblioteca a debater trivialidades sobre o clima. Ele entregou o seu caderno e ficou junto à receção, a observar as revistas disponibilizadas num escaparate. Agarrou numa publicação científica com artigos simples e curtos, destinados a divulgar as últimas descobertas a um público mais jovem. Era bastante colorida e chamativa. Procurou uma reportagem sobre química e não a encontrou.

Pelo canto do olho, viu o Sean entrar apressado na biblioteca. Olhou para todos os lados, pôs-se em bicos de pés e depois saiu, sem ter avançado para a sala de estudo e de leitura. Brad escondeu-se atrás do escaparate, colocou a revista sobre a cara para lhe ocultar o rosto e o Sean não o viu. Resolveu segui-lo, para saber o que o deixava tão agitado. Ele procurava alguém, mas parecia-lhe inconcebível que fosse o Johnny que nunca frequentava a biblioteca.

Entrou na casa-de-banho próxima, enfiou-se dentro de um dos cubículos. Respirou fundo.

— Se o Mike souber disto, vai matar-me… A escola é o seu território de investigação – desabafou em surdina. – Mas que se lixe!

Trancou o cubículo para impedir que mais alguém o usasse. Escondeu a mochila atrás da sanita. Concentrou-se para não fazer barulho. Com um estampido surdo transformou-se em morcego. Volitou até ao teto um pouco atarantado devido à claridade do dia que lhe estava a magoar os olhos sensíveis. Habituou-se à luz diurna o melhor que conseguiu e voou para fora da casa-de-banho através de uma janela basculante aberta, junto ao teto.

Esteve um pouco desorientado durante alguns momentos, a situar-se onde se encontrava, a evitar as paredes altas dos edifícios e a tentar passar despercebido aos alunos lá em baixo, mas assim que conseguiu dominar o voo e a direção, foi à procura do Sean. Encontrou-o com pouco esforço e pôs-se no seu encalço, disfarçando o bater das suas asas o melhor que conseguia.

O Sean foi ter com o Tommy, o segundo guarda-costas do Johnny. Este estava a fumar junto a uma esquina com o campo de jogos, protegido por umas sebes altas e malcuidadas. O recanto no pátio era muito conhecido pelos alunos, pois era também utilizado pelos casais de namorados que iam para aí dar beijos, ou por aqueles que faziam vendas ilegais de produtos proibidos pela escola, como cigarros, comprimidos e testes roubados aos professores incautos.

Brad enfiou-se no interior do arbusto mais denso. Foi o único poiso que encontrou, numa avaliação rápida do cenário. Podia ser arriscado, mas ele acreditava que não seria detetado pelos dois rapazes que não eram muito inteligentes. O farfalhar das folhas não lhes chamou a atenção, para começar. Agarrou-se a um ramo, procurou manter-se quieto e atento.

Escutou-lhes a conversa e alarmou-se.

— É verdade. O tipo novato anda a preparar uma armadilha ao Johnny. Temos de o avisar. Eu já me tinha apercebido que o tipo novato andava demasiado sossegado… Eu disse isso ao Johnny e ele não acreditou em mim. Achou que era porque o tipo novato estava com medo e que ia pregar-lhe outro susto. Mas não. Eu é que tinha razão e o Johnny devia ter-me escutado.

— Isso não interessa agora, quem tinha ou não tinha razão. Tens a certeza, meu? Tens a certeza de que o tipo novato vai atacar o Johnny?

— Certeza absoluta! O Elliot não costuma mentir. Bem, não me mentiu depois de eu o ter abanado um par de vezes. Só não se mijou todo por sorte, mas esteve quase a molhar as calças. Ele admitiu tudo, com pormenores. Usei de alguma persuasão… mas os medrosos são assim mesmo. Precisam de incentivos para abrir a boca.

— O Elliot é amigo deles. Não acredito em nada do que esse idiota possa dizer.

— Acredita, meu! Tommy… não me lixes. Se acontece alguma coisa ao Johnny, ele vai culpar-me. E a seguir vais também culpar-me. E depois sou eu que fico entalado.

— Tem lá calma, Sean. Estás demasiado nervoso.

— Pois claro que estou nervoso! Se o Johnny souber que tinha informação privilegiada e não a partilhei, vai achar que o estou a sabotar.

— Estás a contar-me isso para que o Johnny também me venha acusar de lhe ser desleal. É isso? Estás a entalar-me!

— Não! Estou a fazer o que nós devemos fazer, já que somos os melhores amigos do Johnny. O tipo novato vai atacar o Johnny, está a preparar um plano para destruir o Johnny. É o último ano, meu! Tommy, se lixam o último ano ao Johnny… se ele vai ter de repetir esse ano… vai explodir uma bomba atómica no Instituto!

— O pai do Johnny não vai deixar que ele repita o ano.

— Não sei! O Elliot acha que o tipo novato também poderá ser influente, de alguma maneira, na cidade.

— Como é que isso pode ser?! É um tipo novato, chegou este ano à cidade, depois do verão.

— O Elliot não sabe quem são os pais do tipo novato e daqueles dois irmãos esquisitos. Ele andou a fazer perguntas sobre a família Park e ninguém sabe de nada. Imagina que trabalham para o Governo, no departamento dos Serviços Secretos.

— Andas a ver muitos filmes, Sean!

— Posso andar a ver muitos filmes, mas o Elliot tem a mesma opinião. Ele acha que a família Park pode ter ligações importantes na política e nos negócios. Mandei o Elliot dar um aviso ao irmão guedelhudo do tipo novato… E sabes o que aconteceu?

— O que foi?

— Pois… nada! Não aconteceu nada! O irmão guedelhudo não fez nada e o tipo novato é como se tivesse ignorado a ameaça do Elliot.

— O Elliot também não é muito convincente a fazer ameaças.

— Isso não interessa! O Elliot fez o que lhe mandei, só que não teve qualquer resultado. Agora temos de entrar nós. Falamos com o Johnny para ele dar novo apertão ao tipo novato. Desta vez mais forte. Eles têm de deixar de fazer perguntas sobre o Johnny, sobre nós e sobre as namoradas do Johnny. Estão a recolher informações e isso deixa-me nervoso, porque não sabemos o que podem fazer com essas informações.

— Achas que estão a construir fichas sobre nós?

— E depois incriminam-nos de crimes que não cometemos! Estás a ver o perigo, Tommy?

A campainha tocou. Naquele lugar, era um ruído metálico abafado. O Tommy apagou o cigarro na parede, que tinha outras manchas escuras, e atirou a beata para dentro do arbusto onde Brad se escondia.

— Temos de ir para as aulas, Sean.

— E como é que ficamos, Tommy? Ajuda-me nisto!

— Vou ajudar-te, meu. Marcamos encontro com o Johnny no Music and Chips e contamos-lhe tudo aí. Ele tem de assustar o tipo novato. Agora vai ter de ser um cagaço que o faça borrar-se todo.

— Ah! Fixe, meu! Vamos lá fazer isso hoje, sem falta. Estou farto de ser o único a manter o Elliot assustado. O Elliot tem de saber que não pode brincar connosco.

— O Elliot não é ninguém, Sean. Esquece o Elliot! Ele já nos serviu, podes afastá-lo. Ainda nos vai exigir privilégios.

— Tens razão, Tommy. Tens razão. Vou já dar a novidade ao Elliot. Se ele der com a língua nos dentes, pode começar a tratar da sua transferência para fora do Instituto, pois vai ficar com a vida aqui num inferno. Será muito pior do que a do tipo novato.

— Corre para não chegarmos atrasados!

Brad transformou-se novamente num rapaz e ficou entalado entre os ramos pequenos do arbusto. Mal se conseguia mexer, mas não era por ter feito a asneira de passar à forma humana dentro da planta. Estava estupefacto com o nível de maldade do Johnny e dos seus amigos, que não olhavam a meios para destruir aqueles que consideravam seus inimigos por simples capricho.

O Charles Elliot, por se ter mostrado amigo dos irmãos Park, estava a sofrer pressões dos valentões e mantinha-se calado, a suportar as dores sozinho, a tentar desembaraçar-se daquele problema sem contar a ninguém. E ele fora tão estúpido ao não ter percebido logo isso naquele dia, na biblioteca! Para mais, aqueles dois, que eram meramente uma sombra do Johnny, estavam a nutrir um azedume malvado contra o Mike e queriam pô-lo, de uma vez por todas, fora de combate.

O Mike haveria de perder as estribeiras, fazer alguma coisa radical. Depois, teriam de deixar a cidade antes do Natal e isso seria pior do que qualquer esquema que o Johnny pudesse armar contra eles. No fundo, ao abandonarem a cidade derrotados, acabaria por ser uma consequência das ações do Johnny e eles não queriam que o valentão vencesse.

Com algumas sacudidelas vigorosas, Brad soltou-se do arbusto. Já tinha tocado havia algum tempo e não valia a pena ir para a aula. O senhor Eastman podia apanhá-lo e ele não tinha justificação para o seu atraso. Por isso, resolveu ficar por ali, no recanto, a tirar folhas da sua cabeleira, a descontrair. Quando se transformava, havia um pico de adrenalina que o deixava demasiado eufórico e com tendência para fazer asneiras.

No intervalo seguinte, já estava no lugar habitual, e recebeu Mike e Rob com uma cara preocupada. O feiticeiro levantou as sobrancelhas.

— O Brad tem alguma coisa para nos contar – avisou.

— O que é que se passa, Brad? – quis saber Mike.

— Fiz gazeta.

— Faltaste às aulas? Sabes que não devemos fazer isso, Brad. Chamamos a atenção dos professores desnecessariamente.

— É pior o que eu tenho para contar. O Johnny…

Mike rosnou. Inclinou-se para diante e fulminou-o com os olhos muito vermelhos.

— Não quero saber do Johnny. Estamos a montar o nosso plano para desacreditá-lo e, até chegar a altura de agirmos, é como se o Johnny não exista. Ele também não nos tem incomodado.

— Aí é que está, Mike. O nosso plano foi descoberto – disse Brad.

— Foi descoberto… como? – perguntou Rob, num tom calmo.

— O Sean, um dos guarda-costas do Johnny, anda a incomodar o Charles Elliot. Como sabe que ele é nosso amigo, tenta atingir-nos através dele. Houve uma vez que o Charles veio ter comigo à biblioteca para pedir-me que deixássemos o Johnny em paz. Só que eu achei que o Charles não estava a falar a sério.

— Porque é que não nos contaste sobre esse pedido do Charles, Brad? – voltou Rob a perguntar.

O vampiro encolheu os ombros.

— Não sei… Achei que não fosse importante.

Mike endireitou-se. Os seus olhos voltaram à coloração castanha normal.

Estabeleceu-se um silêncio longo, que se mediu noutra dimensão. Para os outros alunos que estavam no pátio, foram poucos segundos. Mike disse, no mesmo tom calmo de Rob:

— Certo. Compreendo. Vamos ter de montar uma armadilha ao Johnny e anteciparmo-nos a ele.

Brad e Rob entreolharam-se. Não era muito normal o Mike tomar a iniciativa. Naquela questão era completamente anormal.

— Não é nada… vampírico, pois não? – indagou Brad, cauteloso.

— Não. Vamos ter de surpreender o Johnny dentro da escola. Esse acontecimento será com assistência para ter impacto.

— Vais confrontar o Johnny perante toda a escola?

— Vou.

Dito isto, Mike deu meia-volta e regressou ao edifício.

— Mas ainda não tocou a campainha… – disse Rob, confuso.

Brad coçou a cabeça. Descobriu mais uma folha do arbusto emaranhada entre as suas madeixas crespas. Prendeu-a entre os dedos, observou-a como se fosse uma novidade em botânica, que nunca tivesse sido catalogada antes.

— O Mike ficou furioso. Só que não nos quis mostrar – afirmou, preocupado.


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