Os Irmãos Park escrita por André Tornado


Capítulo 10
Uma espécie de lanche




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O final daquele dia mostrava-se luminoso. Os raios oblíquos do sol a declinar no céu coavam-se entre os objetos e realçavam os contornos, tornando a tarde bonita, apesar de ligeiramente fria. Depois das aulas, Mike, Brad e Rob deixaram partir o autocarro escolar e resolveram descobrir onde se situava esse famoso Music and Chips para responder ao convite inesperado do Charles Elliot.

Mike não queria usar os seus poderes sobrenaturais, opôs-se determinantemente à ideia do Brad com um daqueles discursos veementes em que sibilava as palavras para que não escutassem a sua discussão. A sua sugestão era seguirem algum grupo de alunos que eventualmente se dirigisse para a cafetaria para descobrirem sozinhos o caminho. Deviam portar-se sempre como rapazes normais, até fora da escola, mas não seria necessário interagirem demasiado. No meio desse discurso, Rob apontou para o cruzamento do fundo, onde o autocarro escolar voltava à direita depois de o semáforo ter mudado para verde, e disse:

— É por ali. Temos também de virar à direita.

— Uau… afinal há quem use os seus poderes sem pedir autorização – ironizou Brad, semicerrando os olhos. – Se calhar é melhor assim, para não escutar o sermão habitual do senhor Mike.

— Os meus sermões…

— Chega, Mike – pediu Brad erguendo a mão. – Vamos lá conhecer esse lugar famoso. Pedimos uns batidos, fingimos que bebemos enquanto trincamos as palhinhas e observamos o ambiente.

— Estou curioso para saber como será essa cafetaria – disse Rob.

Os ombros de Mike murcharam e, dando-se por vencido, pôs-se a seguir os dois irmãos. Enfiou as mãos nos bolsos das calças e foi pontapeando pedrinhas que encontrava pelo caminho. Gostavam de o ter como líder, para depois despachá-lo do posto se ele se mostrasse demasiado exigente. Não compreendia a dualidade dos irmãos, fazia-lhe confusão que fossem tão exigentes para umas coisas e noutras serem tão descontraídos.

A cafetaria ficava perto da escola, como o Charles tinha indicado. Chegava-se lá em cerca de dez minutos. Situava-se num bairro comercial entre armazéns, uma loja comunitária de troca de roupas e um supermercado, e destacava-se devido ao pequeno tumulto benigno que enchia o seu parque de estacionamento.

Funcionava num edifício atarracado e servia refeições rápidas, refrescos, bebidas diversas, café e bolos. A frente era uma enorme montra que mostrava os assentos e as mesas, costas com costas, ao estilo de um vagão de comboio. A porta era de batente duplo de vidro, com caixilhos e puxadores em metal branco, no extremo esquerdo. Por cima da montra estava um letreiro luminoso que piscava em vermelho e azul com o nome, Music and Chips, rodeado por uma moldura prateada permanentemente acesa, decorado com estrelas e um microfone estilizado em lâmpadas finas de néon. As laterais da casa estavam desimpedidas, rodeadas por um gradeamento também branco que delimitava uma passagem que levava até às traseiras, onde estavam os caixotes do lixo e um segundo parque de estacionamento, utilizado pelos funcionários e para cargas e descargas.

Enxames de alunos ocupavam o piso cimentado à frente da cafetaria onde estacionavam alguns automóveis que Mike reconheceu do parque da escola e que pertenciam aos meninos ricos que se deslocavam em carro próprio. Ele parou a observar o ambiente. Brad e Rob fizeram o mesmo. Um coro de gargalhadas e de boa-disposição animava o recinto e chamava mais clientes.

— E agora? – sussurrou o feiticeiro, num nível tão baixo que Mike só percebeu a pergunta porque recebera-a também telepaticamente.

— Agora, vamos entrar. Ocupamos uma mesa, fazemos o nosso pedido e ficamos durante algum tempo.

— Parece divertido! – exclamou Brad.

— Para ti tudo é divertido – disse Mike, mas fê-lo num registo ligeiro e o irmão abraçou-o pelos ombros. – Ok, vai ser como na escola… Se estivermos descontraídos corre bem.

Rob assentiu e Mike percebeu que estava ligeiramente inquieto. Perguntou-lhe, telepaticamente, se pressentia alguma variação nos equilíbrios invisíveis, e Rob respondeu-lhe que não, que estava tudo bem. Mas Mike desconfiou que Rob só estava a desviar as suas atenções para não o deixar apoquentado.

O Charles não se via em lado nenhum. Mike sugeriu que fossem entrando. Talvez o Charles aparecesse depois, ou nem sequer se chegassem a cruzar na cafetaria. O que interessava era que eles tinham estado ali.

Subiram os degraus de madeira, Mike à frente e foi ele que abriu a porta. Receberam no rosto o calor do interior do lugar e todos os perfumes doces que se misturavam ao aroma do café acabado de fazer. Panquecas, gofres, chocolate, morango e baunilha. Brad fingiu que aspirava o ar aromatizado e que se deliciava. Brad era um excelente ator e Mike sorriu.

A cafetaria, no interior, tinha a disposição clássica de lugares desse tipo. Um balcão corrido servido por tamboretes, por detrás do qual havia a cozinha que se entrevia de uma janela ampla, aberta de par em par. Em paralelo ao balcão existiam as filas de cadeiras e mesas. No extremo oposto ao da porta de entrada estava uma jukebox a dispensar música, com um pequeno espaço dançante à frente.

Mike olhou atentamente. Reconheceu todas as caras que estavam ali dentro. Alunos do Instituto na sua maioria com os seus acompanhantes, alguns familiares que não frequentavam a mesma escola – primos que se encontravam diariamente, no fim do dia, naquele lugar. Apontou uma mesa, perto da jukebox. Era discreta o suficiente. O único problema era que corriam as mesas todas, toda a gente iria notar que os irmãos Park tinham finalmente aparecido no Music and Chips.

Para Brad não constituiu qualquer inconveniente. Ele adorava a ribalta e Mike cedeu-lhe a dianteira para que, debaixo da luz do vampiro alegre, eles pudessem ocultar-se nessa obscuridade que os desobrigava de cumprimentar quem estava ali. Brad encarregava-se disso. Levantava a mão, dizia olá, a sua cara iluminava-se com um sorriso genuíno e enorme. Assim, ninguém reparou em quem vinha atrás do rapaz simpático.

Mike e Rob sentaram-se de frente um para o outro, Brad sentou-se ao lado de Rob. Agarraram na ementa que estava num suporte de plástico, ao lado dos molhos, do sal e da pimenta. Havia também a caixa dos guardanapos, brancos e de papel, com o logótipo da casa imprimido numa das pontas a azul. Pediram os batidos que já tinham pensado pedir, simples, de baunilha, com palhinha dupla. A empregada sorriu-lhes. Disse-lhes que nunca os tinha visto ali. Rob respondeu, sério, que eram alunos do Instituto para o Ensino e Ciências Castle of Glass. A empregada piscou-lhe o olho e foi tratar do pedido.

— E achas sinceramente que era preciso explicar que somos alunos do Instituto? – disse Brad. – A cafetaria não deve servir exclusivamente alunos do Instituto…

— Achei que ela gostaria de saber que éramos alunos – retorquiu Rob, encolhendo os ombros. – Para nos tratar bem. Ou talvez para nos fazer um desconto.

Mike abanou a cabeça. Espreitou pela janela e distraiu-se com o vaivém dos jovens no parque de estacionamento, os grupos que cresciam e se desfaziam, caras novas que se juntavam e que entravam na cafetaria, outras que iam embora, conversas intensas, outras mais ligeiras, muitas risadas e brincadeiras. Era interessante como todos aproveitavam a juventude, aqueles anos, com todos os exageros, porque era um tempo que passava demasiado depressa para os humanos. Ele tinha dezasseis havia anos incontáveis, mas no seu espírito sentia-se mais velho, experiente e calejado. A mágoa da sua eternidade tornara-o cínico. Por vezes custava-lhe integrar-se entre miúdos e miúdas que teoricamente tinham a sua idade, porque já tinha vivido aquilo e era sempre igual. Exagerado, barulhento, superficial, intenso, vazio e cheio ao mesmo tempo.

Despertou da sua análise quando Brad lhe empurrou o copo do batido para debaixo do nariz e o par de palhinhas quase lhe furaram as narinas. Forçou-se a sorrir.

— Estás sempre demasiado preocupado com tudo – acusou o vampiro num tom descontraído. Sorveu uma porção do seu batido e engoliu-o. – Oh, não faças essa cara! Nós podemos ingerir alimentos e beber líquidos, desde que em pequenas quantidades, de modo a não afetarmos o nosso metabolismo especial. É tudo uma questão de controlo e de… disfarce.

— Eu consigo saborear o batido – disse Rob fazendo estalar a língua, olhos semicerrados. – Se me concentrar…

— Usas feitiços e isso não vale.

— Não preciso de feitiços, Brad. Ainda me lembro de como se faz para ter sabor e cheiro… Gosto de regressar ao passado e de saber como era… quando era alguém… bem…

— Quando éramos iguais a eles – completou Mike.

O feiticeiro baixou os olhos, embaraçado. Brad fingiu que fungou.

— Se me dessem a escolher… olha que preferia ser como sou agora.

— Se te dessem a escolher… e se houvesse realmente essa escolha, Brad? Não hesitarias? Ficarias como és agora? – provocou Mike inclinando-se um pouco para a frente.

— Não apertes o copo assim, Mike. Olha que derramas o batido – avisou Brad. Mike abriu as mãos. Os seus dedos estavam mesmo a amolgar o plástico frágil do copo e o líquido subia até ao rebordo como a lava a galgar pela chaminé de um vulcão. Brad acrescentou, desdenhoso: – Não costumo pensar demasiado à frente. Quando essa ocasião se apresentar, quando essa escolha for real… então, logo verei. Sei lá quantos anos mais terei à minha frente? Imagina que serão cinquenta anos, cem anos… Mil anos! Tempo é coisa que não nos falta.

— E tu Rob?

— Não sei, Mike. Por enquanto, contento-me com os pequenos momentos que posso ter com este batido. Também não gosto de pensar muito adiantado… Cansa-me.

— Por vezes não sei se o Rob não podia ser o nosso líder, em vez de ti, Mike – avaliou Brad pensativo. – Ele parece mais ponderado, menos nervoso com este mundo dos humanos.

— Não sou o vosso líder! – insurgiu-se Mike.

— Acalma-te… estás com os olhos vermelhos.

Mike enfiou a cabeça entre os ombros, a rosnar.

Um grupo de miúdas passou aos risinhos pela mesa deles. Mike cessou as rosnadelas e endireitou-se. Viu-as passar e reparou numa delas. Já a tinha visto antes. Costumava lançar-lhe olhares bastante intensos, mas curtos, durante os intervalos. Sentia-lhe as vibrações e percebia que ela estava curiosa, que queria aproximar-se, mas que evitava a aproximação, por timidez ou por receio. A mesma moça olhou-o intensamente e depois desviou o olhar. Elas encaminharam-se para o sítio da jukebox e Mike, que estava de costas para a porta e de frente para os fundos, acompanhou-as nesse curto trajeto. Elas rodearam o aparelho, introduziram as moedas que uma delas tinha na mão. Escolheram uma nova compilação de músicas. Fizeram uma festa, gritinhos e braços no ar, e puseram-se a dançar na pequena pista.

— Estás muito interessado – observou Brad, espreitando brevemente por cima do assento.

— Não… não estou – disse Mike. – Ei, Rob? Estás a gostar do batido?

— Hum-hum.

— Estás a mesmo a beber?

— Hum-hum.

— Não disfarces, Mike. Quem é a menina?

— Não há nenhuma menina…

— Ali só há meninas e tu estavas a seguir o grupo com alguma… insistência.

— Estás a ver coisas, Brad. E esse teu amigo, vem ou não vem?

— Achas que eu sei por onde anda o Elliot? Sei tanto como tu.

Nem tinha terminado a frase e escutou-se um berro a chamar pelo seu nome. Brad não saltou com o susto porque já não sabia o que era assustar-se há muito tempo. Mas concedeu em arquear as sobrancelhas e fazer uma cara de espanto. Mike espremeu a boca e comentou:

— O teu amigo, certo?

O Elliot apareceu de repente e sentou-se ao lado de Mike com uma exuberância tal que parecia ser o dono da cafetaria, um anfitrião que acolhia pessoalmente os clientes para que se sentissem ali como na sua casa. Mike empalideceu. Brad deu-lhe um toque com o pé por debaixo da mesa, para que não empalidecesse mais. A lividez era sinal de fúria no caso de um vampiro.

— Sempre vieram! O que é que estão a tomar? Batidos? Não querem comer nada? Um hambúrguer… Aqui os hambúrgueres são ótimos! Peçam o especial, vão ver que ficam muito bem servidos.

— Estamos bem assim – disse Brad.

E assim como se tinha sentado, numa pressa ciclónica, levantou-se. O Elliot foi até ao sítio da jukebox, arrancou uma das moças da roda de dançarinas e puxou-a até à mesa. Mike teria corado se o sangue ainda lhe corresse nas veias. Era… ela! A tal moça dos olhares durante o intervalo. Empurrou-a e apresentou-a:

— Esta é a Anna Hillinger. Ela queria muito conhecer os famosos irmãos Park. Aqui estão, os meus amigos. O Brad, o Rob… e o Mike.

Disseram olá à Anna que estava estática e envergonhada, como uma estátua esculpida numa posição indecisa e desleixada. Ela não queria nada daquilo, percebeu Mike. Rob sorria-lhe simpático, porque era de seu feitio ser agradável com toda a gente. Brad estava a descobrir que se passava ali qualquer coisa entre a moça e o Mike.

A Anna dobrou o braço pelo cotovelo, num cumprimento rígido. Vestia-se integralmente de preto, um vestido que ia até aos pés calçados com botas de sola alta. O cabelo era negro como um corvo, usava maquilhagem em tons lilases e escuros, os lábios contraídos coloridos com o mesmo preto da roupa, as unhas pintadas de verniz também preto. Vários brincos na orelha direita, pequenas argolas prateadas. Uma gótica, pensou Mike. Aliás, já tinha topado que ela apreciava o tema. Sempre que se tinham cruzado nos intervalos ela apresentava o mesmo aspeto, o mesmo estilo, o mesmo recato enigmático.

Depois de ter desempenhado a sua função, a Anna deu meia-volta e regressou para junto das amigas. O Elliot voltou a sentar-se. Mike reparou no sorrisinho de Brad e nos seus olhos falsamente húmidos.

— Ela falava muito de vocês… quero dizer, a Anna fala pouco. Aliás, não fala nada. É demasiado calada, queixou-se a Bertha, mas a Bertha acabou por descobrir que a Anna gostaria de vos conhecer. Deve ser por causa do mistério. Não que vocês sejam misteriosos, ela é que curte esse tipo de cenas, estão a ver? O sobrenatural, as ciências ocultas, a magia, a noite… Deve ter achado que vocês também podiam gostar. Gostam?

— Gostar do quê, Charles? – perguntou Mike com uma calma tão fria que o ar em redor deles baixou dois graus centígrados.

— Gostam dessas cenas misteriosas… Assim como a Anna. Ei, vocês têm namorada? Importam-se de conhecer moças ou assim?

— Não, não temos namorada – esclareceu Brad que adivinhava a repulsa do Mike. Estava a captar os sinais todos.

— Então, estão no processo de arranjar companhia feminina – considerou Elliot, com ares de sabedor. – No próximo sábado vou dar uma festa na minha casa e estão convidados.

— Outro convite, Charles? – disse Mike irónico. – Estás bastante generoso.

— Sim, sou bastante generoso. – Elliot olhou-os a todos, um por um, não se apercebendo da ironia de Mike. – Oiçam, estou a convidar só os melhores e vocês não podem faltar. Será uma festa de fantasia. Máscaras, topam? Podem ir mascarados do que quiserem. Vão lá estar miúdas também, não vai ser só uma festa de manos e poderão… bem, poderão namorar à vontade. Os meus pais não vão estar, teremos a casa só para nós e os vizinhos não nos vão incomodar. Já os subornei. Conto convosco. A Anna também vai. E agora vou comer, estou cheio de fome! De certeza que não querem um hambúrguer? Está bem, está bem… não volto a insistir.

O Elliot saiu da mesa. Mike sentiu a tensão a abandonar-lhe os músculos. Os seus ombros descaíram, os seus dedos distenderam-se e o batido voltou a descer dentro do copo de plástico, evitando uma segunda erupção.

— O Mike não gosta muito desse teu amigo, Brad – disse Rob.

— O Charles é nosso amigo – corrigiu Brad. – Ei… o que se passa com a miúda?

— Qual miúda? – desconversou Mike, arqueando uma sobrancelha.

— Aquela Anna que o Charles trouxe.

— Não entendi a tua pergunta.

Rob olhou de um para outro.

— Ora, não te faças de inocente, Mike. Ela anda de olho em ti e tu andas de olho nela.

Mike afastou o copo de batido. O cheiro da baunilha começava a irritá-lo.

— Estás a imaginar coisas.

— Não estou, não. Quando ela a trouxe até nós, senti uma certa tensão… A Anna já sabia quem tu eras. Queria conhecer-te, mas que não fosse hoje, nem aqui, muito menos com o patrocínio do Charles Elliot.

— E o que te faz pensar isso?

— Ele teve de a empurrar até à mesa.

— Ela pode ser tímida.

— Provavelmente. Daí que se vista daquela maneira. O preto costuma diluir-se nas sombras da noite, não é? Mas os olhos dela, Mike Park… Os olhos da Anna Hillinger não mentem. Ela admira-te.

Mike levantou-se de repente.

— Vamos embora? – sugeriu. – Acho que, por hoje, cumprimos a nossa parte de normalidade e de convívio com os alunos do Instituto fora da escola. Fomos vistos no Music and Chips, já não seremos tão esquisitos e até alcançámos a proeza de sermos convidados para uma festa. Podemos eliminar esses itens da lista que certifica o que fazem os adolescentes.

— Tu é que estás sempre a falar que nos devemos integrar. E agora queres ir embora?

— Terminei o meu batido – anunciou Rob, afastando também o seu copo. – Tive uma magnífica experiência, entre imaginação e memórias.

Brad mostrou as mãos.

— Compreendido. Temos trabalhos para fazer e estudo para colocar em dia. Vocês são tão chatos…

— Esperem!

O aviso do Rob não foi suficientemente rápido.

Um berro, gutural e intimidante, troou sobre o barulho do interior do café.

— O que é que fazes aqui, inseto?!

E o Johnny apareceu junto da mesa deles.


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