Be your everything (BlackWater) escrita por Amanda Vieira, MandysGonçalves


Capítulo 36
Trinta e seis




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[Jacob]

 

 Leah foi comigo até o hospital, meu pai parecia bem disposto quando chegamos, mas eu sabia que ele era bom em disfarçar, então fiquei atento o resto do dia. Billy ficou surpreso ao ver Leah ao meu lado, mas se mostrou extremamente feliz e fez questão de evidenciar isso conversando com ela ao máximo. Quando voltamos pra casa já estava na hora do almoço e Sue apareceu com Seth, levando uma refeição completa para todos nós. À tarde, meu pai resolveu tirar um cochilo, foi quando Leah avisou que iria dar uma passada em sua casa. Eu sabia que apesar de “estarmos bem”, a situação toda era incômoda, era palpável o clima tenso durante o almoço, todos contornando o grande elefante branco no meio da sala. Ver minha garota partir foi doloroso, eu sabia que Leah queria e precisava de espaço, mas eu me sentia inseguro, inseguro de ver que o afastamento inconsciente dela pudesse se tornar físico, inseguro de não ser capaz de resistir e acabar indo atrás de quem não devia, inseguro de não saber como seriam os próximos dias e a ameaça que eles traziam sobre mim.

 Meia hora sozinho e eu já estava sufocado, me afogando em meus próprios pensamentos. Eu queria explodir, queria sair correndo por aí, mas tinha medo de onde meus pés me levariam, fora que eu tinha uma responsabilidade com meu pai, que estava fragilmente descansando no quarto. Me permiti ir até a varanda e sentir o ar gelado, tentando acalmar o furacão que se instalara dentro de mim. Então fiz a única coisa que seria a menos prejudicial no momento: liguei para Rachel.

 -Rache, me desculpa, eu não quero atrapalhar sua lua de mel, mas eu não sabia mais com quem falar, eu vou enlouquecer! -despejei quando fui atendido.

 -Hã, oi Jake, é o Paul, Rache está no banho. -a voz do meu cunhado soou do outro lado da linha.

 -Oi Paul, como vai? Desculpe atrapalhar, eu ligo outra hora. -me desculpei, envergonhado.

 -Não, espere! Se você não se importar, eu gostaria de te ouvir, sei que não sou tão bom quanto a Rache, mas estou aqui pro que você precisar. -respondeu Paul, suspirei e me sentei numa cadeira. Paul entendeu minha permanência na ligação como um sinal para que ele prosseguisse. -Então, como estão as coisas?

 -Sinceramente? Uma droga! Você já deve estar sabendo, Sam veio até aqui, nós brigamos, eu o subjulguei, mas ainda não consegui descobrir o que isso implica em nossa dinâmica. Meu pai passou mal e teve que passar a noite no hospital, de observação, ele já está em casa, mas sabemos que ele já não é mais tão forte…

 -Jared me ligou, ele contou sobre o que aconteceu com Sam e também falou de Billy, eu preferi não contar para a Rache, não queria deixar ela preocupada, pra falar a verdade, estava esperando você ligar.—comentou Paul.

 -Você fez certo, eu estava esperando o Billy sair do hospital para falar com ela, mas quando chegamos, Sue estava aqui, ela e Seth haviam preparado o almoço e comemos todos juntos. Desde ontem, agora é a primeira vez que eu fico sozinho. -expliquei.

 -Imagino que não esteja nada fácil… só um momento, Rachel saiu do banheiro! Querida, o Jake está no telefone.

 -Aconteceu alguma coisa?—perguntou minha irmã, imediatamente preocupada.

 -Ele ligou para conversar.—explicou Paul. -Jake, Rache vai falar com você, se cuida, qualquer coisa, pode me ligar, sou seu irmão também.—despediu-se Paul.

 -Obrigado Paul.

 -Jake, como você está?—a voz da minha irmã, agora mais perto, assumiu a chamada.

 -Oi Rache, desculpa incomodar. -me desculpei, respirando fundo. -Estou bem, na medida do possível. Preciso te contar uma coisa, mas não se preocupe, pois já está tudo bem, foi apenas um susto. Ontem, Sam veio até aqui e nós brigamos, infelizmente papai viu tudo e se sentiu mal, eu o levei no hospital, ele foi medicado e passou a noite em observação, mas apenas por segurança por conta da idade dele, ele já está em casa, está dormindo agora. -contei e pude sentir a respiração de Rachel oscilando do outro lado.

 -Meu Deus, isso tudo está saindo dos trilhos!—exclamou ela. -Rebecca… você falou com ela?

 -Não, achei que seria muito complicado explicar tudo, acho melhor não falar nada. -respondi, sincero. Rachel suspirou.

 -Acho que você está certo, embora eu não concorde. Mas agora não adianta nada colocar ela no meio desse furacão. Pelo menos papai está fora de perigo, se fosse algo grave, precisariamos contar.—sentenciou ela. -E Leah, você conseguiu falar com ela?

 -Sim, quando eu voltei do hospital, eu fui andar pela floresta e a encontrei. Nós conversamos, pedi para que ela acredite em mim, que confie que podemos superar isso juntos, ela concordou e acabamos passando a noite na floresta até sermos acordados… Renesmee estava tentando cruzar a fronteira, queria falar comigo. -contei, minha irmã arfou, surpresa com minhas palavras. -Foi a primeira vez que a vi de verdade, ela parece bastante com a Bella na versão humana, tem os mesmo olhos. Enfim, Leah ficou comigo e me segurou quando meu corpo traíra quase foi atrás da garota.

 -Fica cada vez pior, Jesus.

 -Então, a conversa foi rápida, mas estranha. Ela parece querer o imprinting, independente da minha participação na história dos pais dela, sinceramente, não entendi bem o que ela pensa de tudo isso, além de acreditar fielmente em “destino”. -explico. -Mas eu deixei bem claro que já possuo um relacionamento e não pretendo abrir mão dele. Logo em seguida me ligaram do hospital e eu saí correndo, literalmente.

 -Como você se sentiu, conversando com ela?—questionou Rachel.

 -Foi difícil, meu cérebro parecia ter derretido, não conseguia pensar direito. Sinceramente, eu só consegui sair inteiro dessa conversa porque Leah estava lá, literalmente me segurando, porque foi só a garota dizer “vem” que meu corpo já estava indo, um grande inferno. -reclamei. Rachel riu.

 -Desculpe, não quis tirar sarro de você.—se retratou. -Fico muito feliz que Leah tenha te ouvido e que esteja ao seu lado, te apoiando e lutando por vocês.

 -Sinto que ela está se afastando, Rache, acho que ela só não percebeu ainda. Sue e Seth vieram trazer o almoço que haviam preparado para nós assim que chegamos do hospital. Cada vez que eu me aproximava, o corpo dela recuava. -falei, cabisbaixo.

 -Entendo que seja dificil, para vocês dois. Leah já passou por essa situação horrível antes e não acabou nada bem, é natural que ela acredite que vá acontecer novamente e queira se proteger. Também entendo que você sinta esse afastamento dela, que tenha medo de perdê-la, sei que a sua situação é delicada, mas você precisa ser um suporte pra ela, sinceramente Jake, está nas suas mãos, você tem que ser forte por vocês dois agora.—declarou minha irmã.

 -Eu sei, só espero não falhar com ela. -admiti. -Só quero que tudo isso passe, eu vejo um futuro com a Leah, eu me odiaria que isso tudo morresse por um erro.

 -Eu entendo, mas, por favor, Jake, não se cobre tanto, você está fazendo tudo o que é possível, sei que vai resolver essa situação da melhor maneira para todos, só tente pensar em si mesmo também. -pediu minha irmã.

 -Obrigada, Rache, você tem sido incrível, mesmo eu te enchendo o saco na sua lua de mel. -agradeci, minha irmã riu.

 -Não se preocupe, depois você me recompensa. -respondeu ela. -Tchau Jake.

 -Tchau irmãzinha.


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