Filha de Gelo e Fogo escrita por Dafne Guedes


Capítulo 24
O Dragão e a Menina


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Segue mais um capítulo nesta segunda-feira para vocês. Estou pensando em dar uma abertura maior entre um capítulo e outro. Por mais que eu já tenha a Parte II completa, a escrita da Parte III está bem atrasada, em parte por conta da volta às aulas (sou professora!), e em parte porque eu tenho dedicado um bocado de meu tempo de escrita à shortfic Sangue, Fogo e Estrelas, disponível em meu perfil. Então, se notarem um pouco mais de tempo entre um capítulo e outro (geralmente faço postagens semanais para aqueles que chegaram agora), não se preocupem. Ainda estou escrevendo.
Enfim, boa leitura!
XOXO



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"We are dragons, we breathe fire
Raise your flags and hold them higher
And here’s to dying for life worth living
Cause we are dragons, we breathe fire"

 

Ela estava armada em um traje branco de escamas esmaltadas, entalhado com ferro e prata. Caía em sua silhueta como uma luva e a fazia parecer como se estivesse vestida com pingentes de gelo, com o brasão dos Stark visível em seu peito, branco e cinza. Ao seu lado, Norte era mais estátua que lobo, seus olhos focados na direção oeste como se pudesse ver por além do monte e do campo. Quase nenhum som chegada até onde estavam; havia apenas uma brisa leve e o som da respiração de seus companheiros. A batalha ainda não começava, ou o ar teria se enchido de sons, mas a tensão era palpável na atmosfera. Mesmo os seus dragões não estavam no céu, à caça, mas paralisados junto dela.

Robb mandara na frente batedores para soltar os cavalos dos Lannister, que causariam uma confusão no acampamento quando Vento Cinzento chegasse despercebido. A cavalaria Stark-Tully estava inteiramente acostumada com os lobos, mas o mesmo não podia ser dito dos cavalos do Oeste. Cordyra havia oferecido Norte para ir com ele, mas Robb recusara. Dissera que precisava mantê-la segura acima de tudo. Era tão frustrante quanto lisonjeiro, então Cordyra concordou.

Com ela, Robb deixou suas senhoras e uma guarda composta por Wendel Manderly, Olyvar, Quent, Lucas Blackwood, Hallis Mollen e alguns outros guardas. Cordyra disse a si mesma que não se acostumasse a eles. Havia se acostumado durante a infância a Jory Cassel e a Alyn, apenas para serem mortos com seu tio logo no começo da guerra. Ela se perguntou se Jaime Lannister sabia os seus nomes, como agora sabia o nome dos meninos Karstark.

Na noite, um lobo uivou. Outra pessoa teria confundido com um uivo comum, mas Cordyra sentiu o som atravessando sua pele e estilhaçando seus ossos, apenas para recompô-los de uma forma nova, mais forte, mais corajosa. Era um sentimento tão forte que apenas anos de treinamento com a Septã Mordane a impediram de uivar de volta. Isso não impediu Norte, porém. Cordyra poderia ter temido que a loba, com o seu uivo alto em seus ouvidos, fosse denunciar sua posição, mas duvidava que qualquer inimigo fosse ousar se aproximar depois daquilo.

Ela olhou para trás para ver se seus pares se sentiam como ela, mas recebeu apenas um grupo de rostos pálidos como a morte em resposta. Jocelyn foi a única que encontrou seu olhar; Robb havia conseguido para ela uma armadura também, embora as placas fossem de aço comum, nu e cru, e não houvessem um brasão. Apesar da palidez, seus olhos azuis eram muito firmes quando encontraram com os dela. Cordyra fez um gesto para que a criada tomasse lugar ao seu lado, e ela esporeou o cavalo.

—A noite é sem lua. –Cordyra fez notar. O escuro tomava conta deles como uma capa, e apenas as estrelas brilhavam no céu, distantes demais para serem de alguma utilidade.

—Sim, Vossa Alteza. –Jocelyn concordou. –Melhor assim; contamos com a discrição das sombras, afinal.

                Jocelyn estava certa, é claro. Cordyra queria se sentir despreocupada como os outros estavam ao partir, mas toda batalha era perigosa, mesmo aquelas onde tudo corria conforme o planejado. Da escuridão, o som de homens, e de espadas. Cordyra se remexeu na cela quando alguém gritou alto para o céu.

                Assim que ela se moveu, os animais se moveram também, como se fossem sua sombra. Baelon era quase invisível na pouca luz, e mesmo o branco Espectron não encontrava uma luz que suas escamas pudessem refletir. Norte farejou o ar desejosa. Uma lufada pareceu trazer o cheiro ferroso de sangue fresco pelo vento. Cordyra fechou os olhos, tentando se afastar de suas preocupações.

                E quando os abriu, estava numa altura mais baixa que antes. Olhou para cima, instintivamente. Viu a si mesma, em cima do cavalo, os olhos abertos, mas vazios. Ninguém parecia notar, por conta do escuro. Mas os seus novos olhos viam, mais que os antigos. Ao seu redor, Norte, mais alta que ela, as orelhas bem em pé, procurando pelos sons de Vento Cinzento. Ao seu lado, Baelon, atento, Meleyna, plácida e Espectron, impassível. Esticou o pescoço e abriu as asas, que se estenderam com uma envergadura de mais de meio metro. Os cavalos atrás dela retrocederam, bufando. Tentou falar, mas saiu apenas um estranho ganido de sua garganta. Ela testou as azas mais uma vez e alçou voo.

                Pensou que seu coração ficaria para trás. As asas de Aurae eram fortes e musculosas, e num instante ela planava tão alto quanto jamais imaginara na vida. O céu noturno parecia infinito, e os sons e luzes embaixo nada mais eram que uma pequena distração ao voo. Se sentia leve, sem peso algum, uma bolha de calor indo alto, exatamente onde deveria estar.

                Estava escuro demais para que ela fosse vista, mesmo com as escamas cor-de-rosa antigo e cobre. Voou por sobre o monte que os escondia da vista, e planou com as azas abertas sobre o campo. Procurou por Robb com sua nova visão melhorada, e viu corpos e corpos pisoteados, dilacerados, marcados por dentadas, cavalos sem cavaleiros e espadas desembainhadas. Sua boca encheu-se de fogo, que não a machucou. Ansiava por voar para a matança, onde cozeria os corpos sangrentos até que ficassem esturricados.

                Se fosse seu corpo, ela estaria com um frio na barriga, mas Aurae não se importava com a altura, ou com a matança. Provavelmente, ela teria descido para se alimentar dos corpos se uma visão não houvesse a atravessado como um raio; Robb, montado em seu garanhão cinzento de batalha, metade da cabeça de lobo no seu escudo tinha sido despedaçada, vendo-se madeira nua onde profundos sulcos tinham sido abertos no carvalho, mas o próprio Robb parecia não estar ferido.

            Ela refreou os impulsos de alimentação, percebendo que não pertenciam a ela. Quando estava dentro de Norte, era fácil fazer sua vontade prevalecer –ou talvez as vontades de ambas fossem tão parecidas que não havia guerra nenhuma. Mas Aurae era mais selvagem, e Cordyra sentia algo quente em seu âmago, que era quase doloroso.

                Cordyra jamais o havia visto em batalha; tanto porque mulheres não participavam da luta, quanto porque chegara tarde demais nas duas batalhas que Robb havia travado e vencido: a chamada Batalha do Bosque dos Murmúrios, e a Batalha dos Acampamentos. Não ficou surpresa em notar que o Robb das batalhas era parecido com o Robb que existia fora delas; os homens se agrupavam em volta dele como mariposas procurando a luz, a voz de Robb se fazia ouvir mesmo acima do som do aço, do correr dos cavalos, e dos gritos dos recrutas Lannister.

                Os cavalos corriam soltos pelo acampamento, enlouquecidos pelo uivo de Vento Cinzento, que agora já se postara lado a lado com Robb, quase tão alto quanto o cavalo no qual o rei montava. Os cavaleiros iam atrás de suas montarias, mas a maioria era morta antes que pudesse se pôr montado. O cenário era uma confusão de sangue, sujeira, suor e gritos; com homens agindo de forma que os deixariam constrangidos se não estivessem à beira da morte. De um lado, Maege Mormont desceu uma clava na barriga de um cavaleiro, expondo suas entranhas para fora. Do outro, lorde Karstark estocou sua espada em um homem alto e louro que corria atrás de seu cavalo.

                Cordyra sentiu o momento em que sua consciência perdeu para a fome de Aurae, que não podia resistir à imagem de tanto sangue. Ela foi empurrada para fora do dragão enquanto ela mergulhava pelos restos da batalha. Cordyra abriu os olhos dentro de seu próprio corpo, foi como abrir os olhos depois de ficar muito tempo submersa em uma banheira, piscando para tirar a água dos cílios, e precisou de um momento para que seus olhos se acostumassem à densidade da escuridão em sua visão normal.

                Assim que estava no seu corpo de novo, soube que aquilo nunca mais poderia acontecer. Uma coisa era compartilhar um laço com Norte, pois desconfiava de que todos os seus primos compartilhavam laços com seus lobos, mas se ela pudesse ser Aurae como era Norte, então ela seria Targaryen demais, além da conta. Era pedir demais de Robb, e mesmo dos vassalos.

                Olhou para cima, procurando pelo dragão, mas ela não era visível. Os outros três ainda estavam em sua companhia, embora parecessem inquietos. Cordyra perguntou a si mesma se Aurae levaria seus desejos em consideração, se alimentando apenas dos restos dos inimigos, e não de seus próprios.

                Norte se pôs de pé um segundo antes de Cordyra ouvir o som de cascos.

—Alguém vem lá. –Disse Jocelyn, puxando um machado das dobras da saia.

—Hal. –Chamou Cordyra, e Hallis Mollen rapidamente puxou seu próprio cavalo à frente dela.

                Ela fez um cavalo voltar até onde estavam as suas senhoras. Rosey Frey e Elyria Mallister pareciam pálidas e tinham os olhos arregalados, a parte branca em evidência, mas Alys Karstark parecia resoluta, e foi ela quem se postou ao lado da rainha, suas mãos fechadas em punhos nas rédeas. Cordyra se pegou desejando que Aurae estivesse lá, embora Norte ocupasse o seu lado esquerdo, e os outros dragões se espalhassem entre eles como ervas daninhas.

                Do escuro, saíram três cavaleiros, os rostos cheios de terror; olhos arregalados e injetados, os rostos sujos de sangue, as bocas ligeiramente abertas de surpresa. Um era grande como Grande-Jon, mas o outro tinha algo escuro nos olhos que era mais perturbador. Ambos puxaram as rédeas para frear os cavalos quando se depararam com o grupo. Os guardas já haviam puxados suas espadas, e Cordyra se viu procurando entre as saias a adaga de misericórdia que Robb a havia presentado em Winterfell. A rainha fechou os dedos ao redor do cabo, e a lâmina fria e fina pressionou sua coxa.

                O terceiro cavaleiro vinha mais atrás, e usava uma boa armadura negra, com um brasão de três leões no peito. Era um homem forte e altivo, e olhou para o grupo com inteligência. Quando os olhos encontraram os de Cordyra, pareceu hesitante.

—Deixem-nos passar, senhora, e não precisaremos bater espadas. –Disse o homem, a reconhecendo como líder do grupo.

—Não sou uma senhora, lorde Jast. –Cordyra usou seu nome para avisá-lo de que reconhecia sua Casa. Ele certamente também via o lobo gigante bordado em sua armadura. –Sou uma rainha. Peço para que se renda e venha conosco.

                Lorde Jast viu o que Cordyra também reconhecia; uma rainha não era uma guerreira. Além disso, embora sua guarda fosse gorda, poderia valer o risco lutar ao invés de ser capturado. Bastava que os dois soldados distraíssem os outros o suficiente para que Lorde Jast tivesse tempo de fugir deles. O escuro seria seu aliado naquela empreitada.

                Cordyra não tinha a menor intenção de permitir que aquilo acontecesse.

—Receio ter de recusar, Vossa Graça. –Ele disse, mas os olhos estavam em Norte, acastanhada ao seu lado. Cordyra admirou sua coragem por um breve instante. Será que não tinha visto Vento Cinzento dilacerando gargantas na batalha como ela vira?

—Compreendo. –Disse Cordyra enquanto os homens tiravam as espadas da bainha. Ela pensou que daquela forma a tensão era maior do que se eles simplesmente houvessem começado a batalhar. Os seus homens não pareciam saber se deviam atacar ou esperar que Lorde Jast fizesse isso primeiro. Cordyra jamais comandara soldados antes, mas comandara outras coisas. Ela se virou para Baelon, o preto de suas escamas invisível no escuro. Achava que já estava ficando mais quente, ou talvez fosse apenas ela, e a sensação era maravilhosa. A palavra escorregou de sua língua sem que ela pensasse sobre isso.  –Dracarys.

                Tão simples assim, tudo foi caos.

                Os olhos já arregalados dos dois soldados que acompanhavam Lorde Jast se tornaram dois grandes dragões de ouro pálidos quando Baelon tomou voo, se fazendo visível. Os garanhões, que também não haviam notado os dragões, tentaram fugir, mas havia fogo para onde quer que tentassem ir. O único caminho era passar pelos soldados de Cordyra, que levantavam suas espadas por entre as chamas como numa canção.

                Quando os dois soldados passaram, de espadas levantadas, foram Hallis e Quent a passar as próprias espadas pelos seus corpos. Sangue respingou no corpete de Cordyra, mas ela não deu atenção.

                Lorde Jast ainda não havia se movido, mas seus olhos não tinham terror, apenas concentração. Ele tentou mover-se na direção de Jocelyn, provavelmente pensando se tratar do elo mais fraco, mas Norte impediu seu caminho. Com Cordyra sem a loba para defende-la, ele levantou a espada e esporeou o cavalo em sua direção.

                Do alto, Aurae desceu, a boca aberta jorrando fogo como uma fonte de calor. Lorde Jast levantou os braços para se proteger, e caiu do cavalo quando este se empinou, tentando escapar das chamas. Todos ficaram olhando enquanto Lorde Jast caiu no chão, se debatendo para tentar livrar-se do fogo em suas roupas. Foi Cordyra que, agarrando sua adaga misericórdia, desceu do cavalo, chutou a espada caída no chão para mais longe, e se ajoelhou ao lado dele, abrindo o justilho com um movimento rápido.

                Ela não se queimou, mas o peito de Lorde Jast estava em carne viva.

—Peguem-no. –Ela instruiu Hallis. –Devemos levá-lo.

—Vossa Graça. –Quent a interrompeu, chutando um dos homens com um pé. –Esse ainda está vivo.

                Aquele, cujos olhos Cordyra pensara serem maldosos, respirava em arquejos, com as entranhas abertas para o céu. Fosse mais jovem, a visão a teria nauseado, mas parecia que um pedaço de Aurae também estava nela, pois não se importou nem um pouco.

—Está morrendo. –Cordyra apontou. –Não me parece haver muito a ser feito.

                Hallis se moveu de um pé para o outro, desconfortável. O fogo da floresta, agora se apagando, pois o outono deixava tudo muito úmido para que queimasse com facilidade, e os dragões ainda não tinham fogos tão quentes, iluminava o seu rosto forte na escuridão.

—Vossa Graça, é costume dar misericórdia a um inimigo moribundo. –Ele a explicou com gentileza.

                Cordyra tinha a impressão de que, se a situação fosse contrária, o soldado os teria deixado para morrer. Mas, então, ela era a rainha, não uma selvagem. Concordou com a cabeça.

                Seis passos os separavam. Cordyra ainda tinha sua adaga na mão quando andou até ele. Os olhos estavam meio-fechados. Hallis a interrompeu, e disse que poderia fazê-lo. Cordyra o respondeu que não era assim que os Stark faziam. Seu tio havia passado gelo pelo pescoço de seus inimigos, e Robb certamente agiria da mesma forma, pois assim fora ensinado. A Cordyra não havia sido permitido acompanhar as execuções, mas ela havia ouvido tudo sobre elas pelas bocas dos primos depois.

                Na noite em que a dera a adaga, Robb fora até seu quarto, embora ainda não fossem casados. Ele tirara a parte superior de suas vestes, e Cordyra corara e tentara, sem sucesso, evitar olhar para seu estômago plano e os gomos de seu abdome. Ele, de forma muito cortês, fingira não notar. A segurara pelo pulso, e mostrara a ela os melhores lugares para enfiar a adaga, usando o próprio torso como exemplo. Cordyra estava prestando mais atenção à temperatura quente de sua pele, e ao modo como respondia ao seu toque do que à lição, mas achava que poderia se lembrar agora.

                Depois que tudo estava acabado, não demorou para que Galbart Glover cavalgasse ao encontro do grupo, os levando de volta ao acampamento, garantido que a batalha estava terminada. Quando viu que estavam em companhia de Lorde Jast, pareceu surpreso, mas isso não o impediu de lavá-los de volta com eficiência.

                Naturalmente, Robb os viu primeiro quando se aproximaram da planície pedregosa onde haviam montado o último acampamento antes da batalha, mas que fora abandonada para o caso de o inimigo se voltar naquela direção. Apenas seguidoras de acampamento e alguns feridos haviam ficado para trás, e agora todo o exército estava de volta. O rei cavalgou na direção deles, acompanhado por Dacey Mormont, Lucas Blackwood, Patrek Mallister e Owen Norrey. Não tirou os olhos dela enquanto cavalgou para perto, mesmo que por vezes houvesse inclinado ligeiramente a cabeça para falar algo com suas espadas juramentadas.

                A armadura de Robb vinha suja de sangue, vermelho. Também havia sangue e sujeira respingados em seu rosto. A Irmã Negra, que ele trazia às costas, poderia muito bem ser renomeada de Irmã Vermelha, pela cor que adquirira na batalha. Havia um brilho intenso nos olhos azuis dele, um ardor da batalha, e a coroa estava assentada na cabeça de uma forma diferente de como estivera de manhã. Cordyra segurou as rédeas de seu garanhão negro com força, ou se jogaria nos braços dele e limparia o sangue de seu rosto com seus beijos.

—Está ferida? –Robb pareceu se esquecer do tratamento adequado.

Cordyra olhou para baixo, e viu o sangue em sua roupa. Mas nada daquilo era dela, então balançou a cabeça.

—Lorde Jast foi pego tentando fugir, senhor. –Ela o informou, fazendo um aceno de cabeça para o homem que vinha desacordado no lombo do cavalo de Quent.

                Ela viu sua garganta se movendo enquanto ele engolia em seco. A juntas de seus dedos estavam brancas pela força com a qual ele segurava as rédeas. Ela quis que ele não se contivesse, e estendesse uma mão para ela, mas também compreendeu porque não o fez.

—Há feridos? –Ela mudou de assunto.

—Stevron Frey foi ferido em batalha. Está sob cuidados do Meistre, mas não há muita esperança, é apenas paliativo. –Ele contou, e sua voz não era muito cheia de pesar. –Lorde Karstark teve sua vez com Sttaford Lannister. Também estamos, entre os cativos, com o irmão de Willem, Martyn.

                Cordyra ficou agradecida que ele a dessa aquela informação, pois sabia que ela gostava do menino. Não contou a ele, porém, que havia visto a morte de Sttaford Lannister pelos olhos de Aurae. Uma coisa era ser warg com seu lobo, outra com seu dragão. Eram níveis de poderes muito diferentes para serem postos lado a lado, e eles estavam na frente dos homens de Robb de qualquer forma.

—Vi fogo. –Ele continuou. –O que houve?

—Baelon impediu que Lorde Jast fugisse. –Ela disse curtamente. –Lorde Jast vinha com dois soldados.

                Robb estreitou os olhos para Hallis Mollen, como se estivesse se perguntando porque o guarda não fora o responsável pela segurança dela, e sim o dragão.

—Onde estão agora?

—Caçando. –Cordyra respondeu. Não acrescentou que certamente faziam isso no campo de batalha, se aproveitando dos mortos.

—Bem, o resto do exército recuou para Lannisporto, onde está o filho de Lorde Sttaford. Brynden diz que o filho é mais perigoso que o pai. –Robb disse. –Alguns soldados partiram para saquear a vila de Cruzaboi. Há algumas plantações ao redor. Acha que os seus dragões estão dispostos?

                Cordyra hesitou, se imaginando na mente de Aurae mais uma vez.

—A quê?

—A queimar tudo. –Robb sorriu, mas não havia alegria, apenas fogo em seu sorriso.


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Notas finais do capítulo

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XOXO



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