Oblivion escrita por Gabrielus


Capítulo 9
Lâmina de Dois Gumes




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O que você quer de mim?

Um capricho frio por você nessa madrugada de outono,

Ou entrelaçar seus dedos nos meus enquanto está com sono?

Pode almejar um beijo seco,

Ou abraços, que reforcem as nuances solitárias do seu desejo.

Eu já te enxergo serena como a noite,

Intrépida como chicote e açoite.

Afoito tanto quanto minha cabeça à foice,

Sei que dos sentimentos que tive, foi-se.

 

Há uma continuidade inquietante...

Seus olhos são brilhantes,

Mas ofuscam meus objetivos soturnos.

Sou um animal com hábitos noturnos,

Mas não sei se te identifico como presa ou predador.

Sua veia predatória pulsa do seu pescoço,

E não posso mais adormecer sem o esforço,

De te ver escapulir ente as frestas dos meus dedos.

 

O tempo é mórbido e monótono,

Quem é mesmo você?

Tem uma personalidade que se divide em três:

A primeira é quieta e tímida, como uma amante introvertida;

A segunda é sedenta e maldosa, como uma víbora mortífera;

A terceira é precavida e manhosa, com suas frases evasivas.

Mas eu repito outra vez a pergunta:

Quem você é mesmo?

 

A cama é um recinto escuro e pouco usual, eu sei...

Porém, quero te levar até ela, você sabe o porquê.

Quero poder não só sonhar com você,

Mas talvez poder finalmente te querer,

E te ter, entre lençóis que não pensei preencher.

Vinde de memórias passadas e antigas,

Que eu não consigo esquecer,

Ou não pareço querer.

 

Por que você sempre tem aparência feminina?

Por que parece uma caçadora felina,

Pronta para me arrancar pecados, extravagâncias e sina.

Faça as paredes da minha visão se tornarem cinza,

Enquanto delimito o suave liame entre dormir e adormecer.

Já disse que não faria sentido te ter,

Para segundos depois escorrer das minhas mãos,

Como seu eu não conseguisse te manter.

 

Quero te deter por mais noites a fio...

E sentir com você o sereno e o frio.

Assistir a lua e as estrelas despencarem do alto;

E estar relapso quanto ao caos inaugurado,

Pela queda cadente de cometas, luzes e rochas do espaço.

Minha perspectiva é tão vazia que eu já disse;

Quero preencher você como uma caderneta de tarefas,

Onde não deixarei de completa-las.

 

Divaguei demais pouco antes da madrugada...

Eu te amo, mas odeio a necessidade de precisar de você.

Não é das minhas peripécias a dama mais amada...

Todavia, é a que permanece insolente na qualidade do meu dever.

Eu não vou repetir a necessidade da sua presença...

Como não vou deixar você se enraizar como uma doença.

Entretanto, eu acho que esse monólogo que tivemos...

Logo se tornará uma esquizofrenia aguda em pensamentos.

~Gabriel.


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