A euforia do som ecoa como uma voz...

Uma histeria coletiva chamada “nós”.

Deixe acontecer,

Permita convalescer,

Deixe curar a doença.

Por que tanto medo de se lançar?

Quando tudo começar, será tarde para desistir.

Ou insistir, que o fim está próximo a se decidir.

Permanecer escondido desses pensamentos,

Não trará soluções para os seus lamentos.

Pense em como somos pequenos, e se deixe sonhar ao menos.

A turba em um formigueiro irregular e irritante...

É só escutar, relutante, suas reclamações constantes.

Deixe que aconteça,

Procure a convalescença,

Deixe o remédio sarar a doença.

O infinito que existe é como uma sombra...

Cobrindo toda a sua existência.

Pode deixar que ela cresça com consciência,

Ou aquiesça, ao ponto de ser só uma lembrança.

Se existe algo que parece estar longe do alcance,

Deixe que aconteça perene como uma guia radiante.

O que existiu dentro do seu pequeno universo,

Foi uma resposta que busca escapar do seu cérebro.

Deixe as coisas acontecerem,

Permita seu equilíbrio,

Cuspa o medicamento que te deixa doente.

Caso se sinta só nesses oceanos não descobertos,

Tente se ocultar sob as nuvens que embaçam o céu.

Pense no que pretende explorar, nesses mares desertos.

Tudo pode simplesmente estar escondido sob um véu.

Por que se permitir abandonado, perdido, desolado e estranho?

Deixe-se poder finalmente acordar do sonho.

Não se sinta estranho,

Aceite seus pensamentos, ordinários.

Não se sinta deslocado,

Aceite seus defeitos, habituados.

Não se sinta perdido,

Aceite seus caminhos, honrados.

Não se sinta abandonado,

Aceite a si mesmo, devotado.

Não se sinta não amado,

Deixe sua mente finalmente aceita-lo.

Não se sinta não pertencente,

Deixe encontrar seu lugar permanente.

Não se sinta tão exposto,

Deixe reservado um espaço nesse microcosmo.

Não se sinta tão cabisbaixo,

Deixe sua essência finalmente guia-lo.

~Gabriel.