Oblivion escrita por Gabrielus
Minha cidade não tem estrelas...
Mas tem corpos celestes famintos pela luz.
Tem o sangue de uma chacina, coroada por uma cruz,
E águas profundas e insalubres de uma enorme baía,
Que liga os pontos da minha cidade,
E a nomeia com um velho apelido de embarcação à vela.
Tem os piches e grafites como pintura à aquarela,
E residentes sem casa que moram perto dela.
Há o deslumbre da importância colonial,
Misturada às belezas únicas de seu extenso litoral.
Minha cidade tem morros...
E do alto de cada um deles, há uma visão única e peculiar.
Há também o perigo d’onde pisar;
Como o receio do “quão tarde está”.
Pela alameda de uma movimentada avenida,
Nossa Senhora deve caminhar,
E se deleitar da beleza opaca,
Onde o sol só queima se você deixar.
Nos jardins da minha cidade,
Há árvores de existência milenar.
Há o Cristo, acima de um monte, para nos abençoar.
Redentor às belezas tão únicas desse lugar.
Minha cidade tem miséria...
Têm pedintes a cada esquina vazia,
Tem algumas bocas famintas.
Tem meninas aflitas,
Tem violência, sexo e bebidas.
Tem sujeira imunda escondida.
Corrupção, luxúria e entropia.
É destruída, quebradiça e...
Perdida.
Minha cidade é banhada,
Por seu extenso litoral.
As belezas que aqui se encontram,
Não mais se encontram em nenhum local.
~Gabriel.
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