O que era aquele pôr do sol?

Eu voltava de uma peregrinação...

Que buscava caminhos, verdade e uma revelação.

Fui esquecer e lembrar...

Sobre quem era, quem queria ser e o que decidi deixar.

Perdi-me entre praias,

E versei poesias,

Em linhas vazias,

Escritas em margens baixas.

Acredito que fui a procura de algo,

Ou alguém... não me parece claro.

Posso ter fugido ou me escondido,

No interior de um estado calmo.

Brisas frias da maresia,

Juntas ao vento das rodovias,

Aqueciam e acalantavam,

Em uma inquieta calmaria.

Em algum momento, penso ter encontrado...

Duras razões, mas as deixei de lado.

Eu desejei um amor alugado,

Ou mesmo um futuro banalizado?

Queria ser diferente,

Ou igual a eles, negligente?

Ignorei por uns dias,

Minha mente diligente.

Respostas...

Algumas vieram a mim, enquanto subia a encosta.

Eu fugi para tão distante,

E fui cego, como um ignorante.

Esqueci minha sina,

Perdi minha trilha,

Sob o céu brilhante,

Assistindo a um zênite minguante.

Que que era aquele pôr do sol?

Com o laranja divino de um infinito.

Tão cético que fui, que quase chorei;

Quando a imensidão daquilo me assumiu.

Eu era tão diminuto, tão pífio;

E aquilo etéreo, garboso, lindo.

No momento em que me dei conta daquilo,

Fora engolido por sua majestade divino.

Ao som que fez os meus ouvidos,

Ao toque que fez as minhas mãos,

Ao olhar que fez os meus olhos,

Ao sabor que fez a minha boca,

Ao eflúvio que fez o meu nariz,

O que era aquele pôr do sol?

~Gabriel.