Além Do Que É Divino - Volume 01 escrita por Malli


Capítulo 3
Caminhada Noturna(Parte 2)




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Durante a hora do almoço, fomos ao nosso lugar habitual. Ao contrário dos outros estudantes que preferem comer no telhado, o que me parece meio batido, ou no refeitório, que está sempre tão lotado que as pessoas têm que comer de pé devido à falta de lugares, nós três geralmente vamos pra cá, as arquibancadas da quadra de basquete, um lugar muito incomum, eu sei, mas como sempre é vazio, é o local perfeito para se alimentar em paz.

Já tínhamos terminado nossos almoços há algum tempo, e estávamos apenas sentados olhando para a quadra deserta, conversando e mexendo com nossos telefones celulares ocasionalmente. Ren, que parecia extra entediado e estava estendido com os braços cruzados sobre o peito, iniciou um tópico um tanto bizarro.

—Ei vocês dois, chegara, a ver ou ouvir sobre os assassinatos que estão acontecendo pela cidade?

—Hmm, conte-nos algumas novidades de verdade Ren, Tóquio é uma cidade tão extensa, não é normal que este tipo de incidente ocorra de tempos em tempos?

—Como você disse Tatsuo, os assassinatos infelizmente são ocorrências muito comuns, podem até ser considerados círculos viciosos, já que nunca têm um fim, mas parça, este caso é assustador, a polícia não tem pistas sobre o paradeiro do assassino ou sobre quem ele é. Tudo o que podem encontrar nas cenas do crime são partes do corpo das vítimas, que aparentemente foram comidas. Eles não conseguiram sequer encontrar as impressões digitais do criminoso!

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—Beleza, admito, isso é bastante inquietante! Um caso muito sinistro!

—Não é? Todo este panorama me deixa um pouco inquieto, me faz ter medo de sair tarde da noite ou de me encontrar sozinho em algum lugar vazio. E você Ikuto? Alguma impressão que você queira compartilhar sobre esta onda de assassinatos?

Durante esta breve troca de informações, eu não me intrometi no meio da conversa para expressar minha opinião, apenas ouvi meus dois amigos discutirem o assunto. Tomo um gole do meu refrigerante gelado, sentindo o maravilhoso líquido descer pela minha garganta, esfriando-a, e olho preguiçosamente para os dois. É um assunto meio mórbido, mas histórias pesadas são até que uma coisa normal que os jovens de nossa idade gostam de discutir, da mesma forma que lendas urbanas, filmes de terror e histórias brutais, reais ou não, induzem à curiosidade e excitação até certo ponto no coração de um adolescente ou adulto.

—É bastante óbvio, o cara é um assassino cruel podendo até ser um canibal devido a você ter dito que as vítimas aparentam terem sido devoradas, e esse maníaco de alguma forma está conseguindo evitar a polícia. Se é por inteligência ou pura sorte é algo que não podemos saber, mas uma hora ou outra este cara vai cometer um deslize quando estiver matando novamente. - Eu comentei de maneira um pouco desconexa.

—Matando novamente? Essas não são palavras cruéis para se dizer?

—Não me interpretem mal, é horrível para mim também pensar em quantas pessoas estão sofrendo e morrendo nas mãos de um bastardo como este, mas esta é a dura realidade. Se você quiser algum consolo, tenha sempre em mente que o crime perfeito não existe, então mais cedo ou mais tarde ele será pego, não se esqueça disso e continue esperançoso de que ele vá parar na cadeia onde sempre verá o Sol nascer quadrado pelo resto de sua vida lixosa, isto é, caso não acabe morto por outros prisioneiros.

Caraca, não era minha intenção, mas tenho que admitir, o que acabei de dizer soou bem maduro e até legal! Aposto que só um velho sábio ou um chefe de polícia diria algo parecido. Hm, parabéns, eu, mandou bem! Deixando isso de lado, eles parecem ter entendido o significado das minhas palavras, é o que importa.

Nesse momento, olhei para o relógio da quadra, percebendo que faltavam menos de cinco minutos para o término do intervalo para o almoço e o reinício das aulas.

—Bora que eu não planejo de jeito nenhum levar bronca do professor.

Vamos até o final da arquibancada em direção a saída da quadra. Amassando a lata em minha mão, imito um jogador de basquete e a jogo para o ar, acertando a lata de lixo vazia com uma precisão digna de um profissional.


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