Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 15
Capítulo 15 - Propostas obscuras




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Aaron e Clementine encontravam-se aprisionados nas improvisadas instalações da Dharma, onde a ansiedade se intensificava a cada minuto. Diante deles, Walt estava sentado numa cadeira invertida, encarando-os com um olhar penetrante. Um breve silêncio pesava no ambiente, até que Walt rompeu o silêncio com sua voz áspera:

— Eu já estive onde vocês estão agora — afirmou ele, sua voz carregada de experiência.

— Hugo mencionou o seu nome, perguntei a ele quem você era... Ele desapareceu, sem me responder — revelou Aaron, buscando entender a situação.

— Vocês dois são muito ingênuos em pensar que estão aqui para uma mera missão científica da Widmore — declarou Walt, deixando Clementine desconfiada.

Com um ar de desconfiança, Clementine franziu a testa. — O que você quer dizer com isso?

Walt a olhou com um sorriso irônico nos lábios. — Eu sei o que está aprisionado nesta ilha, acreditando que faz parte de algo grandioso. Mas tudo o que essa ilha faz é tomar o que é mais importante para você.

Apesar de tentar manter a calma, o coração de Aaron pulsava acelerado. — Então, por que você não nos liberta?

Walt balançou a cabeça, indicando a complexidade da situação. — Não é tão simples assim. Vocês estão trabalhando para o homem mais perigoso que eu conheço.

— De quem você está falando? Seja mais específico — impacientou-se Aaron.

Walt suspirou profundamente antes de responder: — O nome dele é Benjamin Linus. Um assassino que ceifou a vida de centenas de pessoas.

Os olhos de Clementine se arregalaram. — Você está brincando, não está?

Walt negou com a cabeça. — Eu gostaria de estar, mas, infelizmente, não estou.

Um arrepio percorreu a espinha de Aaron. — Como ele pode ter tanto poder?

— Você é uma vítima dele, Aaron. Mas a história completa nunca lhe foi contada, não é mesmo? — disse Walt, com um sorriso enigmático.

Uma gota de suor escorreu pela testa de Aaron. — Do que você está falando?

— Vocês não estão nesta ilha porque a Widmore tem interesse em algo específico. Vocês são candidatos de Hugo para permanecerem como guardiões desta ilha para sempre — disse Walt, com um sorriso sombrio.

Incrédulos, Aaron e Clementine riram da situação, porém, a expressão séria de Walt fez com que começassem a questionar a veracidade de suas palavras.

Clementine virou-se para Aaron, com expressão de choque. — Você sabia disso?

Aaron balançou a cabeça, atordoado. — Claro que não.

Walt levantou-se da cadeira, aproximando-se deles. — Hugo trouxe vocês aqui com esse propósito. A Widmore mentiu para vocês.

As palavras de Walt deixaram Aaron devastado. Lembrou-se das conversas com Hugo, sobre compreender o propósito da ilha. De alguma forma, o que Walt estava dizendo fazia um pouco de sentido.

Com as revelações de Walt ecoando em suas mentes, Aaron e Clementine ficaram paralisados. A tensão no ar alcançava níveis insuportáveis, enquanto tentavam assimilar tudo o que acabavam de ouvir.

No passado, Ben e Hugo cumpriam sua missão para colocar um fim definitivo na Dharma e levar Walt, um candidato, de volta a ilha. Para isso, foram até o instituto de Saúde Mental Santa Rosa. Na ocasião, Ben entrou sozinho, confiante de que conseguiria encontrar Walt por lá.

Na entrada, Ben se aproximou da recepcionista e disse: — Olá, estou aqui para ver Keith Johnson.

— Você está na lista de convidado dele? — Perguntou a recepcionista.

— Não, mas se entregar isto ele vai querer me ver. — Disse Ben, entregando um papel nas mãos da mulher que retribuiu com um sorriso, que foi recíproco.

Dentro da sala, Walt brincava sozinho com o “Connect four” quando Ben chegou usando crachá de visitante.

— Olá. Walt. — Disse Ben.

Walt rapidamente o olhou, assustado, afinal, aquele era o homem que causou todos os problemas que envolviam seu pai. Sem se preocupar com a reação do rapaz, Ben sentou-se na cadeira ao lado de Walt e antes que pudesse dizer algo, Walt disse:

— O que está fazendo aqui?

— Como o bilhete dizia, um amigo seu me enviou. — Disse Ben, referindo-se a Hugo.

— Eu não tenho amigos. — Comentou Walt, olhando fixamente para Ben.

— Todos temos amigos — comentou Ben com um sorriso no rosto. — Até eu. — Completou Ben, agora com um sorriso mais largo.

— Está aqui para me sequestrar de novo? — Perguntou diretamente Walt.

Ben olhou para baixo. Ele sabia que talvez seria difícil convencer Walt de acompanhá-lo, então, proferiu pedir perdão pelo mal que causou.

— Eu realmente sinto muito por aquilo — disse, referindo-se ao dia que sequestrou Walt para conseguir o que queria. — Mas o que está feito, está feito. Não posso mudar o passado. Só posso assumir responsabilidade por ele.

Walt ouvia as falas de Ben, mas permaneceu quieto enquanto Ben se explicava. Ben continuou: — Walt, entendo por o que você teve que passar. Sei as dificuldades que teve fingindo ser quem não é — ao Ben dizer isso, Walt finalmente o olhou. Aquela fala tocou o coração de Walt. O rapaz estava triste por tudo que estava passando naquele momento.

Walt balançou levemente a cabeça concordando com o que Ben dizia. Ben sorriu, demonstrando que estava ali de forma amigável, mas Walt não parecia tão interessado nas coisas que Ben falava. Pegou o “connect four” e começou a desmontá-lo para tentar passar a imagem de que não se importava com as coisas que Ben falava.

— Walt, estou aqui para ajudar você.

— Por quê? — Perguntou Walt, já irritado com a presença de Ben.

— Porque você é especial. — Disse Ben, sorrindo. — E acho que ninguém diz isso para você há muito tempo.

— Que bem isso faz para mim?

— Precisamos de você. Você tem trabalho para fazer. — Disse Ben. Walt já estava ficando comovido com tudo aquilo. — Começando por ajudar seu pai.

Ao Ben dizer isso, Walt o olhou e disse: — Meu pai está morto.

— Não significa que não pode ajudá-lo.

Walt abaixou sua cabeça, dessa vez pensativo. Ben ficou o encarando, esperando alguma reação do rapaz, então, quebrou o silêncio: — Você virá conosco, Walt?

O rapaz ficou comovido com o que ouviu e via seriedade no rosto de Ben. Vendo que estava no controle da situação, Ben entregou uma barra de doces com o símbolo da Dharma para o rapaz. Relutante, Walt pegou a barra e olhou para Ben, que lhe deu um sorriso.

Alguns minutos depois os dois já se encontravam do lado de fora.

— Vamos, está tudo bem — disse Ben, vendo que Walt estava preocupado em sair daquele manicômio escondido. — Pode ir no banco da frente — disse, completando enquanto acenava para a kombi da Dharma.

Ao entrar, Walt se sentou e Hugo, que estava na parte de trás da kombi, disse: — E aí, cara.

— Hurley. — Disse Walt, sorrindo de canto a canto.

— É bom ver você, Walt. — Disse Hugo. Ben também estava feliz ao ver aquela cena.

— Eu esperava que alguém viria me buscar. Disseram que eu estava louco. — Disse Walt, triste.

Hugo se aproximou dele e disse: — Você não está louco cara, nem um pouco. Apenas precisa voltar para a ilha, só isso. É onde você pertence. Onde sempre pertenceu.

Walt sorriu. — Por quê? — Perguntou o rapaz.

— Quero falar com você sobre um trabalho — disse Hugo, referindo-se ao trabalho de guardião. Walt não perguntou do que se tratava, seu desejo naquele momento era apenas sair dali. — Certo, Ben. Vamos sair daqui. É hora de todos nós voltarmos para casa. — Disse Hugo. Ben ligou a van e eles partiram rumando em direção à ilha.

No presente, Aaron e Clementine permaneciam tensos, seus olhares fixos em Walt enquanto ele falava. As palavras do homem deixavam ambos inquietos, e eles mal conseguiam respirar enquanto aguardavam o desenrolar da situação.

Walt acenou para o soldado, que entrou na cela para libertar Aaron. Clementine tentou fugir, mas foi segurada por outro soldado. Aaron já estava do lado de fora da cela, quando Walt fez a proposta.

— Traga-me Ben Linus, vivo. E aí, eu a solto e vocês serão livres. — disse Walt, sorrindo.

Aaron sabia que aquilo teria um preço, mas olhou para Clementine, que balançou a cabeça negativamente. Ela parecia aterrorizada com a ideia.

— E se eu não fizer isso? — perguntou Aaron.

Walt sorriu de forma macabra.

— Mato ela e depois caço você. — disse ele, fazendo uma pausa dramática.

Aaron sentiu o sangue gelar em suas veias. Ele sabia que estava diante de um homem perigoso, capaz de tudo para conseguir o que queria. Olhou novamente para Clementine, que parecia tão vulnerável diante daquela situação. Sabia que teria que agir rápido, antes que algo pior acontecesse.

Walt o entregou uma arma e o perguntou: — sabe usar uma arma?

— Nunca usei, cara. — Respondeu Walt.

— Use somente se ele parecer resistente demais. — Disse Walt. Pegou o celular de Aaron e instalou um aplicativo que iria mostrar a posição exata de Aaron assim que acionado. — Instalei esse aplicativo que irá me mostrar exatamente onde você está. Ao ser acionado iremos até você.

Relutante, Aaron pegou a arma e seu celular e adentrou floresta adentro para encontrar Ben. Sua mente estava à mil, afinal, aquilo que Walt o disse poderia ser tudo falso, mas não poderia arriscar a vida de sua companheira. Com isso, resolveu agir do seu jeito.

Naquele mesmo momento, os soldados se armavam no acampamento para irem atrás de Aaron, Clementine, Marcel e Bianca. Era uma missão de resgate, então, eles precisariam ser cautelosos.

Ben rapidamente os abandonou para ir atrás de Hugo. Roger viu a tensão de Ben, e antes de acompanhá-lo, disse a um de seus subordinados para líder a equipe de busca para procurar pelos desaparecidos. Rapidamente acompanhou Ben, para saber, para onde ele iria.

No passado, Walt sempre soube que a ilha era um lugar misterioso. Ele cresceu lá com Hugo e Ben, mas algo dentro dele o impedia de aceitar o cargo de guardião que Hugo tanto insistia. Sentados em um canto afastado da ilha, jogando gamão perto da estátua de Taweret, Walt decidiu abrir o jogo.

— Eu costumava jogar esse jogo com o Locke. Incrível como está do mesmo jeito depois de tantos anos.

Hugo e Ben trocaram um olhar significativo, mas Walt continuou sem se importar.

— As regras desse jogo são bem consolidadas. Todo jogo tem regra. É realmente muito complexo.

— Ainda está falando do jogo, Walt? — perguntou Hugo, com um sorriso sutil.

— Eu só quero saber por que não posso ir para o outro lado da ilha. Que maldito jogo é esse? — perguntou Walt, sério.

— Estamos fazendo isso para te proteger — respondeu Ben.

— Me proteger? Curioso vir isso de você. — disse Walt, levantando-se bruscamente. — Vou dar uma volta na praia. — disse, saindo em direção à floresta.

Ben e Hugo trocaram olhares. Eles sabiam que precisavam manter Walt longe de Desmond, caso contrário, tudo estaria perdido.

— Ele foi para a floresta de novo, Hugo. — Disse Ben. — E se ele se encontrar com Desmond? Colocará tudo a perder.

— Ele não vai se encontrar com Desmond — disse Hugo. — Confie em mim. Tudo vai dar certo.

— Nós dissemos a ele que o cargo de guardião era dele, mas ele ainda não aceitou e está cada dia mais estranho. — Disse Ben, mas Hugo permaneceu em silêncio, pois não sabia o que fazer.

Walt caminhou sem rumo pela mata, até que finalmente chegou a uma cabana abandonada da Dharma. Lá dentro, encontrou uma antiga sala de controle, com um computador antigo. Ele fechou os olhos, deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto. E então, ouviu o som dos sussurros. Ele sabia o que aquele som significava.

De repente, seu pai, Michael, apareceu na sua frente.

— Oi, garoto — disse Michael.

— Oi, pai.

Walt correu para abraçá-lo, mas percebeu que ele não estava realmente ali. Era apenas a alma dele.

— Então era aqui que você costumava vir para se comunicar comigo, não é?

— Essa sala tinha uma ligação direta com a Cisne. Foi aqui onde eles me obrigaram a mandar aquela mensagem para você, pai.

— E você continua vindo aqui com a esperança de me encontrar vivo.

— Sim, pai. A culpa de tudo isso é daquele Ben. Se não fosse ele e essa maldita ilha, você ainda estaria aqui, cuidando de mim.

— Eu entendo, rapaz.

— Eles me taxaram como louco, pai. Ninguém acreditou em mim. Tive que usar nome falso depois que voltei — disse Walt, triste. — Nada alivia essa dor que estou sentindo, pai. No fundo do meu coração.

— Sinto muito, garoto. Eu sou apenas uma alma perdida na ilha. Não posso abraçá-lo.

— Quero acabar com essa dor de uma vez por todas — disse Walt, decidido.

— Sei de um jeito — comentou Michael. Walt o olhou diretamente. — Mate Ben Linus por mim, filho. — Disse Michael friamente. Walt, ficou assustado.

— Não posso fazer isso, pai — comentou Walt, assustado.

— Não precisa ser você. Amanhã, levarei você até a saída da ilha.

— A ilha tem uma saída?

— Antes, a estação Orquidea era a saída, mas no terremoto, tudo foi destruído completamente, mas, existe uma outra saída debaixo do templo dos Decalos. Vá lá amanhã, sozinho.

— Mas quem pode me ajudar a ter a minha vingança?

— Você vai encontrar uma forma. Você é meu garoto. — Disse Michael. Walt o olhou completamente motivado. Finalmente, poderia sair daquela ilha e talvez se livrar de seu sofrimento interno.

No presente, Roger acompanhava Ben, tentando não ser percebido. Ele se escondeu entre as paredes de uma casa e viu quando Ben entrou em outra. Desconfiado, Roger seguiu para dentro da casa. Quando ele abriu a porta, Ben o agarrou em um mata-leão.

— O que você está fazendo me seguindo? — Perguntou Ben.

— Desgraçado! — Respondeu Roger, lutando para se soltar do mata-leão. — O que você está tramando?

— Você também trabalha para ele? — Questionou Ben.

— Quem? — Perguntou Roger, ainda tentando se libertar.

— Wilbert DeGroot.

— Claro que não. Eu estou desconfiado que você matou o Bryan.

— O nome dele não é Bryan. É Miguel. — Disse Ben, se afastando rapidamente. — Venha comigo, Roger. Não tente nenhuma gracinha. — Disse Ben. Roger balançou a cabeça, mas o seguiu. Os dois entraram em uma sala onde Hugo estava sentado.

— Ei, Roger! — Hugo cumprimentou-o com um sorriso.

— O que vocês dois estão tramando? — Roger perguntou, surpreso. — Onde está Bryan?

Hugo apontou para uma cadeira vazia e disse: — Sente-se.

— O que é isso? — Roger perguntou, desconfiado, mas sentando-se mesmo assim.

— Talvez a gente não tenha sido totalmente sincero com vocês sobre o que está acontecendo aqui. — Disse Hugo, sorrindo.

— Como assim? — Perguntou Roger, preocupado.

Hugo suspirou antes de continuar. — Você já percebeu que essa ilha é diferente das outras, certo?

— Com certeza, todo mundo a quer por algum motivo. E coisas estranhas aconteceram desde quando cheguei aqui. — Respondeu Roger.

— Não é uma ilha comum. Tem alguém muito malvado que quer roubar algo muito valioso daqui e tomar controle do mundo todo.

— Como assim?

— No coração da ilha existe uma luz que é a fonte de todo o poder daqui. Tem alguém que quer tomar essa fonte de poder e ficar muito forte. Essa pessoa vive entre os humanos há milênios. Vocês estão aqui para impedi-la. — Hugo falou com um sorriso honesto. Ben concordou com a cabeça, mas Roger parecia estar zombando do que Hugo dizia.

— Você é louco. — Disse Roger, rindo e levantando-se para sair.

— Espera aí, Roger. Eu sei que parece loucura, mas é verdade. — Disse Hugo.

— Escuta aqui, gordinho. Eu não tenho tempo para isso. Preciso encontrar os tripulantes que estão perambulando por aí sem autorização. Não tenho tempo para contos de fadas. — Roger falou.

— Se você não acredita em mim, podemos ir agora para a fonte. — Disse Hugo, aparecendo atrás de Roger. — Vamos lá?

— Como você fez isso? — Perguntou Roger, surpreso.

— Não importa. O que importa é se você quer me acompanhar. — Disse Hugo, sorrindo. — Topa? — Perguntou, deixando Roger assustado.

No passado, aquele era o fatídico dia em que Walt sairia da ilha. Guiado pelo som dos sussurros, Walt caminhava floresta adentro e olhava sempre para trás para que não fosse seguido por Hugo ou Ben.

Chegando ao templo, o rapaz entrou sorrateiramente olhando para todos os locais daquele tempo, seu pai parecia ter o abandonado ali.

— Pai? — Gritava Walt. O sangue começava a ferver e seu coração a bater mais forte. Estava com medo de estar ali sozinho em meio àquelas vozes que perturbavam sua mente. De repente, em sua frente, apareceu Michael.

— Oi filho — disse ele. Walt suspirou. — Desculpa não ter aparecido antes.

— Já estou aqui. Onde é a saída? — Perguntou diretamente Walt.

— Segue em frente. Vire à direita. Logo abaixo você virá uma escadaria, desça ela e estará no portal. Ele está desativado, mas ative-o.

Walt comentou: — estou com medo pai.

— Não tenha medo, filho. Segue em frente.

De repente, Ben apareceu atrás de Walt.

— Walt?! — Indagou ele.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Walt.

— Te faço a mesma pergunta. Não é seguro. Volte para a praia.

— Cansei dos jogos de vocês. Você deveria ter me deixado naquele manicômio.

— Por que está fazendo isso?

— Você não vê o meu pai?

— Seu pai? Do que você está falando? — Perguntou Ben, assustado.

— Ele não consegue me ver, filho. — Disse Michael.

Walt abaixou a cabeça, respirou fundo e continuou o percurso. Ben andou até ele, incerto se era ou não uma boa ideia acompanhá-lo. Quando os dois chegaram no andar debaixo do templo chegaram até o local onde Michael indicou para Walt. Não havia luz ali. Apenas algumas rochas cobrindo uma parte da parede.

— O que você quer aqui? — Perguntou Ben, Walt o ignorava.

Michael disse: — peça ajuda ele para tirar aquelas rochas.

— Meu pai disse para você me ajudar a retirar aquelas rochas da parede.

Ben o olhou incerto, mas não resistiu e ambos já estava tirando tudo daquela parede. De repente, a luz começou a aparecer e Ben ficou encantado com o que estava vendo.

— Essa luz é a mesma vista na orquídea? — Perguntou Ben, intrigado. Walt não respondeu mais nada. Eles finalmente acabaram de minar aquelas rochas e toda luz poderia ser vista, embaçando os olhos deles.

— A luz está embaixo de toda a ilha, mas alguns locais específicos ela é emitida para a superfície.  Perturbá-la faz a ilha viajar no tempo, e o perturbador é expulso para fora da ilha. — Disse Michael. — Ben a perturbou no passado movendo o leme e foi parar fora dela, fazendo com que a ilha movesse no tempo de fora descontrolada.

— Como saio daqui, pai? — Perguntou Walt, confuso.

— Aqui é a saída oficial que apenas Jacob sabia. Apenas vá para a luz e você acordará na saída da ilha. — Disse Michael, sorrindo para Walt, logo após desaparecendo. Ben apesar observava Walt que parecia conversar com ninguém.

Walt adentrou a luz deixando Ben para trás. Vendo aquela cena, Ben balançou a cabeça e disse: — droga.

Ben correu até encontrar Hugo, algumas horas depois. Ao vê-lo, Hugo, que estava em um canto afastado observando Desmond, perguntou:

— Onde esteve?

— Estava no templo. Walt fugiu. — Disse Ben, ofegante, fazendo Hugo arregalar os olhos.

— Como ele conseguiu sair?

— Você sabe que não adiantaria mantê-lo aqui. — Disse Ben.

— Então teremos que mandar Desmond para achar os novos candidatos. — Disse Hugo, enquanto Desmond se aproximava deles.

A jornada de Desmond começava ali. Tudo mudou quando Walt resolveu retornar ao mundo exterior com espírito de vingança.


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