A Pedra Filosofal: Regulus Black Mestre de Poção 1 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 7
Capítulo 7




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1983

— No ano que vem, não poderei comparecer a tantas reuniões quanto gostaria — disse ele — Agora que sobrevivi ao meu primeiro ano como professor, terei mais deveres a cumprir e mais cargos a cumprir — As horcruxes não se encontrariam, e ele se recusou a ter mais pedaços da alma do Lorde das Trevas por aí — Não tenho dúvidas de que nossos alunos sênior e monitores serão capazes de conduzir essas reuniões com sua eficiência habitual, e continuarei a vir de vez em quando, dando palestras semelhantes às deste ano, bem como supervisão geral e ajuda de tutoria.

Ele olhou para seus alunos e sentiu algo quente crescer em seu peito.

— Todos vocês se comportaram excepcionalmente bem este ano — continuou Regulus — Tenho orgulho de ser o chefe de sua casa. Aos sétimos anos: sei que você fará grandes coisas e espero que siga meu conselho. Espero que todos tenham fantásticas férias de verão.

Regulus fez menção de se levantar, mas alguém limpou a garganta e ele fez uma pausa antes de relaxar em seu assento, os dedos agarrando os apoios de braço.

Arabella Rosier, a mesma garota do sexto ano que falou na primeira noite e chamou os trouxas de imundícies por sua falta de magia, levantou a mão.

— Sim, senhorita Rosier? — ele perguntou, arqueando uma única sobrancelha.

Ela limpou a garganta, com as mãos fechadas em punhos trêmulos ao lado do corpo.

— Eu sou uma filha da Nobre e Antiga Casa de Rosier — ela declarou, falando de forma que suas palavras fossem projetadas para o resto de sua casa reunida — Tenho orgulho da minha família e da minha herança — Ali, ela fez uma pausa, como se tentasse encontrar as palavras para continuar — Eu valorizo ​​a pureza do meu sangue e quantos anos ele tem. Sempre pensarei que os puros-sangues têm uma ligeira superioridade inerente, por causa de quão antigo é seu sangue, como sua história é cheia de magia e poder. E... eu não gosto de trouxas — Seu nariz fino enrugou — Eu acho que a maneira como eles fazem as coisas é estranha e diferente. Eu não os entendo. Acho que nunca poderia fazer amizade ou amar um trouxa.

Arabella olhou para seus pés. Quando levantou o olhar, sua expressão era fria e determinada.

— Mas não acho certo matá-los por isso.

Algo no peito dele se soltou.

— Eu não quero que os trouxas morram porque eles são diferentes de nós — ela repetiu, encorajada pela falta de Maldição Cruciatus lançadas sobre ela — O professor Black falou muito sobre isso e eu tenho pensado por conta própria. Não preciso gostar de trouxas ou me associar livremente com eles para pensar que matá-los é errado — ela mordeu o lábio — O Lord das Trevas estava errado. Ele falava muito sobre pureza de sangue e supremacia de sangue puro, mas matava sangue-puro e nascidos-trouxa indiscriminadamente; ele não se importava em enviar seus seguidores puro-sangue para o massacre, que estava exterminando famílias puro-sangue só porque eles não se aliaram à ele. Tudo o que importava era estar no topo, liderando a Inglaterra Bruxa. Seus seguidores eram apenas ferramentas — Suas sobrancelhas franziram e sua mandíbula cerrou — Eu me recuso a ser uma ferramenta.

Brienne Parkinson se levantou, dando à garota Rosier um aceno respeitoso enquanto ela se sentava.

— Arabella fala pela Sonserina — disse ela, de braços cruzados e olhos semicerrados enquanto olhava ao redor da sala.

Regulus podia ver expressões rebeldes em alguns rostos, mas eles eram superados em número pelos acenos de concordância e inclinações de cabeça.

— Você pode abominar os trouxas e não gostar dos nascidos trouxas, mas não precisa procurá-los para torturá-los ou matá-los. Isso mina o próprio sentimento de pureza do sangue. Se você se considera tão superior, não deveria ter que tentar desesperadamente provar isso — Ela lançou adagas para um dos Goyle enquanto falava. — Em vez de xingamentos e azarações nos corredores, os membros da casa nobre de Salazar Slytherin provam sua superioridade por meio de rigorosos estudos acadêmicos, vitórias no Quadribol e postura e caráter implacáveis.

William Prince juntou-se a seu homólogo monitor do sétimo ano. Seu discurso foi muito mais curto.

— Sonserinos não se curvam a ninguém — disse ele, a voz dura — Não somos seguidores bajuladores de aspirantes a ditadores e não somos párias sociais bandidos. Nós somos Sonserinos . Somos astutos, inteligentes, dignos e ambiciosos. Não nos curvamos a ninguém.

Com isso, toda a casa da Sonserina pareceu se voltar para ele com expectativa.

Por um longo, arrastado e hesitante momento, Regulus não conseguiu encontrar as palavras para dizer. O orgulho grosso e esmagador borbulhou em sua garganta enquanto ele olhava para seus rostos jovens, repetindo as palavras que eles disseram em sua cabeça.

Durante seus anos em Hogwarts, ele olhou ao seu redor, para seus colegas de ano de rosto frio e aqueles de ambos os lados de sua coorte, e viu apenas Comensais da Morte em formação, supremacistas de sangue se preparando para uma participação ansiosa na guerra. Os Grifinórios, o lado da Luz, gostavam de rotular a Sonserina como a Casa dos Comensais da Morte, e ele também fazia isso por um tempo, reduzia a casa das cobras aos seguidores do Lorde das Trevas.

Mas naquele momento, olhando para as crianças reunidas ao seu redor, ele não viu futuros seguidores de Tom Riddle. Ele via os Sonserinos em sua forma mais pura: astúcia e ambição, exatamente como Prince havia dito. Não mal ou Comensal da Morte ou mesmo purista de sangue ou sangue puro . Apenas astúcia e ambição.

Eles não estavam rejeitando o purismo de sangue, e ele não esperava que eles o fizessem. Isso levaria tempo — poderia até levar gerações. Pode ser que nunca aconteça, as raízes venenosas do preconceito enterradas fundo demais na terra para serem extraídas, alojadas fundo demais no cérebro das pessoas para serem desenterradas. Mas eles estavam rejeitando os caminhos do Lorde das Trevas. Isso era tudo o que ele poderia pedir.

— Obrigado — disse ele, levantando-se e acenando com a cabeça para os três que haviam falado — Eu que agradeço.

As palavras vieram a ele então.

— Sonserinos não se curvam a ninguém — disse Regulus,

O rugido dos sonserinos ergueu-se para encontrá-lo, um canto profundo e ressonante que ecoou em seus ossos. Ele gostava de imaginar que alcançava o que restava de Tom Servolo Riddle de alguma forma, para que o Lorde das Trevas soubesse o que o esperava caso ele voltasse.

— Sonserinos não se curvam a ninguém .

***

O fim de seu primeiro ano como professor chegou mais rápido do que ele esperava, em um turbilhão de revisões, exames e colapsos nervosos. Uma garota se barricou em seu dormitório, expulsando sem cerimônia seus colegas de quarto, por três dias inteiros antes que ele fosse forçado a invadir e acalmá-los. Ele aprendeu a ter uma caixa de lenços sempre cheia e pronta em seu escritório para qualquer aluno que estivesse fungando. McGonagall até deu a ele um aceno de compreensão compassivo quando ele correu para uma reunião de equipe dez minutos atrasado, parecendo tremendamente sobrecarregado.

E então finalmente o ano letivo acabou e o verão chegou. E em poucas horas a escola está completamente vazia e mais quieta do que Regulus já presenciou.

O verão foi muito frutífero em sua empreitada ao lado de Dumbledore, ele poderia ter feito mais se não fosse por sua atual cadeira no ministério graças ao seu título como chefe da Casa Black.

Entre a morte de sua mãe no início de 1981 e o início de seu trabalho como professor no mesmo ano, Regulus não esteve muito em sua casa de infância, ainda preferindo sua pequena cabana na vila onde ele ficou para se recuperar; mas durante essas férias ele decidiu que sua casa precisava de uma real limpeza. Não só da sujeira normal, ele confia plenamente em Monstro em deixar a casa perfeitamente arrumada, mas Grimmauld Place era o lar de muita magia obscura, o que no fundo não é surpreendente com toda a ideologia de sua família. E mesmo depois da guerra ainda há coisas perigosas naquela casa. 

Então ele passou quase o primeiro mês inteiro pesquisando todos os feitiços de proteção e contenção que ele poderia e transformou o porão em um cofre mágico onde ele despejou todas as coisas realmente malignas que ele não queria que caísse nas mãos erradas.

Não que ele particularmente não acreditasse na idoneidade do ministério é só que ele não acredita. Não depois de Nott e Malfoy conseguirem sair livres dos seus crimes de guerra apenas com a desculpa frágil de terem sido amaldiçoados com o Imperius.

Não, é melhor que aqueles objetos e livros continuem com Regulus onde ninguém tente usá-los para algo perigoso e estupido, como tentar trazer Voldemort de volta de seja lá onde ele esteja.

Falando em suas posses, ele foi ao Gringotes para resolver algumas coisas, e visitar o cofre dos Blacks, obviamente haveria coisas de magia negra junto ao dinheiro, ele nem tinha dúvidas quando entrou no cofre. Mas o arrepio que ele sentiu não foi um simples acaso.

Regulus poderia dizer livremente que estava acostumado com Arte das Trevas, ele é um Black; ele pode até mesmo admitir o quão familiarizado com as próprias Maldições Imperdoáveis, tendo estado dos dois lados de pelo menos uma delas. Agora aquele arrepio desconfortável que faz suas cicatrizes dos Inferis queimarem, aquilo ele só sentiu uma outra vez, com um medalhão; o Medalhão de Slytherin que foi transformado em uma Horcrux.

A teoria de que o Lorde das Trevas tivesse feito mais de uma Horcrux era na melhor das hipóteses um pesadelo e na pior uma terrível realidade. Então quando ele foi atraído para um objeto específico entre as várias taças de ouro em uma prateleira.

A mesma sensação que sentiu quando encontrou o Medalhão, a magia negra exalando da pequena taça como se estivesse escorrendo do objeto.

Levando a taça com ele de volta para Hogwarts, único lugar onde poderia achar Dumbledore, Regulus lhe presenteou o objeto.

— Como encontrou-o criança? — Dumbledore perguntou.

Regulus estava disposto a ignorar o velho lhe chamar de criança, assistindo-o lançar feitiços de detecção na taça. Ele passou o caminho até Hogwarts dividido entre torcer para que ele estivesse errado e a taça só tivesse uma maldição qualquer, e imaginado que se aquilo realmente é uma Horcrux, como em nome de Merlin foi parar no Cofre Black?

Considerando que hipoteticamente aquilo fosse uma Horcrux. Parte-se do princípio de que Lorde das Trevas tem mais de um, mas o Medalhão foi superprotegido, além de barreiras naturais, Voldemort escondeu o medalhão nesta caverna com vários encantamentos mágicos para guardá-lo. Primeiro, na caverna não se poderia aparatar e desaparatar; segundo, uma porta sem identificação que só poderia ser aberta com o pagamento de sangue nas paredes da caverna; terceiro, um lago infestado por Inferi; quarto, um barco a remo invisível que transporta apenas um bruxo de cada vez em segurança pelo lago; quinto, uma bacia de pedra cheia de uma poção verde que não podia ser desaparecida, transfigurada ou alterada de outra maneira para mudar suas propriedades.

A única maneira de remover a poção da bacia, expondo o medalhão no fundo, era beber. A poção causou uma dor insuportável ao Regulus e forçou-os a reviver suas piores lembranças e enfrentar seus piores medos, como se estivesse em um pesadelo, e se ele ainda tivesse força com tudo isso e a sede agonizante, ele foi atrás de água, onde qualquer outro teria apenas morrido como Regulus quase morreu.

Até então, o Lorde das Trevas com toda a sua inteligência e malignidade não considerou que a magia de um elfo doméstico poderia burlar pelo menos uma de suas barreiras, a única que deu a Regulus uma chance de sobreviver; Monstro pode aparatar da pequena ilha não uma, mas duas vezes.

Mas não era hora de apontar o quão ignorante Voldemort foi em relação a magia de não bruxos. O ponto a se observar no momento é como ele teve acesso ao cofre Black, e porque ele escolheu aquele lugar para guardar um pedaço de sua alma.

Regulus não começaria a desprezar a qualidade de segurança do banco dos duendes, mas ele tem certeza que assim como seus pais, Voldemort desprezava, os achava inferiores e tudo mais. Então como, por que e como? E ainda que Voldemort desprezasse a segurança do cofre — o que não faz sentido se ele guardou uma horcrux lá — ele não teria acesso ao cofre dos Blacks sem autorização de um Black. Regulus sabe que seu pai e mãe nunca deixariam o homem ter acesso, por mais que apoiassem a causa, isso seria demais até para eles.

Sobram Sirius, Andromeda, Narcissa e Bellatrix.

Andromeda nem tinha acesso ao cofre depois que foi renegada, claro que Regulus desfez isso, mas ainda assim a resposta é não. Narcissa não era um Comensal da Morte, Lucius é outro caso, mas ele não tem acesso ao cofre casado com Cissa ou não.

O Lorde das Trevas confiaria algo como uma Horcrux nas mãos de seus Comensais?

Bem, ele pediu a eles um elfo emprestado, mas isso não exatamente confiar em um Comensal de verdade, além de nunca ter comentado para o que era o elfo, o Lorde também não esperava que Monstro sobrevivesse a tudo aquilo. No entanto, é possível que ele o desse — sem dizer a verdade é claro — a um para que fosse escondido, mas teria que ser em um que ele conhece a lealdade.

Lealdade cega é difícil de se achar, mesmo entre os Comensais se a deserção em massa depois da queda dele é algum indício.

Sirius ele não acreditava ser, mas ele poderia estar errado. 0,001% dele estar errado e seu irmão realmente ter feito o que o acusam, mas Sirius não tem acesso ao cofre desde que ele também foi deserdado. Há, porém, 100% de chance Bellatrix ser maluca e fiel a Voldemort a ponto de pular na frente de um Avada por ele.

— Acredito que Bellatrix o guardou no cofre da minha família.

— Por que não no da família Lestrange? — Dumbledore questiona quando finaliza os feitiços.

Regulus encara o objeto, agora magicamente provado como uma Horcrux.

— Ela pode ter transferido a taça depois dos Longbottom, afinal o cofre Lestrange agora está sob controle do ministério, mas o meu não.

— Entendo — Dumbledore pegou a taça em mãos analisando-a — Interessante — o diretor fica um longo momento em silêncio, as sobrancelhas levemente franzidas — acredito que essa seja a Taça de Hufflepuff.

— A taça não desapareceu décadas atrás? — Regulus perguntou se inclinando para frente, por mais que quisesse distância daquilo como Horcrux, ainda é fascinante ver uma relíquia dos fundadores como aquela. Uma pena que ela tenha sido corrompida como... — Acha que ele transformou as outras também?

— Sim, ela desapareceu em meado dos anos cinquenta pelo que sei — Dumbledore posou a taça sobre a mesa entre eles — após o assassinato de Heptziba Smith, uma herdeira de Hufflepuff. Quanto à espada de Gryffindor, não acredito que ele a transformou, ela fica aqui no meu escritório desde antes de eu me tornar o diretor.

Dumbledore se levantou e caminhou até onde a espada estava em exibição sobre a lareira do escritório.

— O Diadema, porém, está sumido desde a era dos fundadores.

— Bem, o Medalhão estava sumido a um longo tempo e ainda assim ele o encontrou — Regulus rebateu.

A taça de Helga Hufflepuff se juntou ao medalhão de Salazar Slytherin em um cofre protegido no porão de Grimmauld Place.

***

Três semanas depois, Regulus se viu na porta de uma cabana abandonada ao lado de Dumbledore. Eles foram até Little Hangleton onde os Gaunt moraram para encontrar alguma pista, talvez outra Horcrux, depois de praticamente tropeçar em uma no seu cofre, Regulus não se surpreenderia.

O casebre, claramente abandonado a décadas, era decadente, as madeiras apodrecidas e cercado de musgo e bolor por todas as paredes . Levou quase uma hora para passarem por todas as proteções do local para ser seguro que eles entrassem na casa.

O cheiro de mofo e podridão do lado de fora é uma brisa refrescante em comparação ao lado de dentro.

Quando finalmente saíram do casebre meia hora depois de conseguirem entrar eles estavam fora do lugar, Regulus carregando uma caixa com a mais nova horcrux encontrada. Um anel que parece ser outra relíquia familiar, dessa vez pelo outro lado da qual os Gaunt descendem, os Peverel.

***
Regulus odiava pisar em Azkaban, na verdade não era bom para sua própria imagem, e nem para sua saúde mental, estar naquele lugar esquecido por Deus. Saber que esse seria seu destino se algo tivesse sido diferente no seu passado o faz acreditar que morrer na "caverna" foi sua melhor decisão.

Ele quer realmente sair de lá tão rápido quanto um Dementador perto de um Patrono, mas ele também queria ver seu irmão mais velho. Regulus não quer acreditar que Sirius realmente traiu os Potter, que o Black rebelde realmente se voltou para a Arte das Trevas depois de uma vida a repudiando. Mas ele também não tem provas do contrário, e nem testemunhar a seu favor, já que ele próprio não conhecia a maioria dos Comensais da Morte em sua época de lacaio.

Essa é a quinta tentativa que ele faz de ver Sirius, em todas o mais velho estava muito ocupado ofendendo e amaldiçoando seu colega de prisão, e revoltado demais para olhar para Regulus. O passado deles não parece estar mais perto de se resolver hoje do que no dia em que Sirius fugiu de casa.

Ele não precisou chegar perto para ouvir os gritos dos dois homens. Severus Snape, o traidor que contou a Voldemort sobre a profecia que matou os Potter, ironicamente foi culpa dele que Lily Evans — a mulher que ele amava/era obcecado — morreu.

Ao que lhe foi informado, os Dementadores ficaram praticamente encantados com a forma como Sirius e Severus são o inferno pessoal um do outro, a ponto dos próprios Dementadores apenas os deixarem se infernizar sozinhos. Então nos últimos anos, desde suas prisões, o pior pesadelo de seu irmão não foi as criaturas das trevas — apesar de que Sirius diria que Snape também é um ser das trevas, um grande morcego atropelado —, a penitência do primogenito dos Black é estar na companhia de seu grande arqui rival, nemesis ou inimigo: Severus. Como se os sete anos que eles passaram dividindo aulas e presos em Hogwarts não tivessem sido o suficiente.

Falar com qualquer um dos dois é impossível, e Regulus  ir até Azkaban é só material para seus pesadelos sem qualquer beneficio para ele ou para seu irmão.

***

A reunião de professores para o ano de 1983 foi marcada para uma sexta-feira especialmente quente de verão, na última semana de julho. Faltavam apenas um mês para a volta às aulas, e o dia em que os novos professores seriam apresentados chegou.

Regulus não estava especialmente animado para isso, outro ano, outro professor de Defesa contra as artes das Trevas. Considerando os seus anos como estudante esse era o décimo quinto que estava passando pela escola. Segundo Dumbledore e todos os alunos mais velhos, havia uma maldição no cargo e nenhum bruxo conseguiu destruí-lo até agora. Então esse era apenas mais um de mais vários que estavam por vir.

Deixando de lado esse pensamento, ele entrou na sala de professores, cumprimentando os que ali já estavam. O senhor Robins não estava presente ainda, o velho professor de Estudos dos Trouxas tinha lhe ajudado em especial com as dúvidas de muitos de seus sonserinos.

No ano passado, para orgulho particular dele, houve o maior número de sonserinos se inscrevendo nas aulas de Robins, e os filhos dos mais extremistas que temiam a reação de suas famílias ainda o respeitavam mais do que a geração dele jamais fez.

— Com licença — uma voz feminina soou atrás dele.

Só então Regulus notou que ainda estava muito perto da porta, e obstruindo a passagem dos outros.

Ele se moveu para se sentar à mesa, escolhendo um lugar no canto. Vendo a pessoa que ele atrapalhou ir se sentar perto da professora Sprout, ela parecia incrivelmente jovem se comparado a média de idade dos presentes. Na verdade, a mulher parecia estranhamente familiar e não possuía grande diferença de idade.

Demorou ainda mais quinze minutos para Dumbledore começar a reunião. Os novos Professores foram apresentados como Joffrey Hooks o novo professor de DCAT, um homem que deveria beirar os sessenta anos, e Persephone Stevens a nova professora de Estudos dos Trouxas, aparentemente o senhor Robins decidiu que estava na hora de se aposentar e viver para a família.

Não muito diferente do ano anterior, eles decidiram os horários das aulas para as turmas, e o calendário de revezamento dos professores responsáveis por acompanhar os alunos a Hogsmeade, assim como as datas de excursões. Não está entre as tarefas favoritas de Regulus, apesar de ele ter feito isso apenas uma vez, muitas pessoas, muitas inquietas. Nada agradável.

Dado o final da reunião, Regulus partiu para continuar seus estudos sobre uma nova poção que foi criada que, supostamente, ajuda os licantropos durante suas transformações. Ao ver essa poção pela primeira vez, Regulus inevitavelmente se lembrou do amigo de seu irmão, Remus Lupin.

Lupin e Sirius eram quase tão unha e carne quanto Sirius e James. Claro que Regulus sempre suspeitou de que havia algo mais ali, ele tinha ciúmes de James por Potter ter se tornado um irmão para Sirius, substituindo o que ele já tinha, ainda mais quando Regulus não fugiu com o irmão e depois quando recebeu a marca. Ele realmente se ressentia de James por isso, mas o homem estava morto agora e não faria qualquer diferença continuar odiando-o. Lupin, no entanto, era uma história diferente, não só pelo homem ainda estar vivo por aí — pelo menos Regulus achava que sim —, mas como a relação dele com Sirius sempre pareceu ser algo a mais.

Sirius e Potter tinham um ar de irmandade, Sirius e Lupin — principalmente nos últimos anos deles em Hogwarts — tinham um ar de tesão e paixão reprimida. Não seria surpreendente se Regulus descobrisse que os dois eram amantes, na verdade seria apenas uma constatação do óbvio, do não dito.

Lembrar disso, da época em Hogwarts em que ele fingia odiar seu irmão e os amigos dele apenas trouxe um gosto amargo para seu dia. Então Regulus empurrou as memórias sobre eles e se focou no novo, no presente e nessa nova poção que poderia ajudar a tantos.

 


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