A Pedra Filosofal: Regulus Black Mestre de Poção 1 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 8
Capítulo 8




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Nos anos que antecederam a chegada do filho de James Potter a escola muita coisa aconteceu. Regulus se encontrava com seus sonserinos todas as três primeiras sextas-feiras do ano letivo, assim como em várias outras reuniões semanais quando possível, e com orgulho ele observou os seus alunos evoluírem não só academicamente como também como pessoas.

A rivalidade entre as casa se tornou muito mais amena, mesmo entre Sonserina e Grifinória as coisas suavizaram bastante em relação a todos os anos anteriores. Os relatos de preconceito por parte das serpentes diminuíram exponencialmente durante seu primeiro ano como professor e ao decorrer dos anos se tornou praticamente inexistente.

A vida pessoal de Regulus se tornou o mais tranquila possível devido ao seu passado e sua busca pelas Horcruxes.

1982

Ele decidiu por uma reforma em Grimmauld Place, porque depois que a mãe de Regulus morreu, ele olhou em volta e disse:

— Uau, este lugar é assustador como o inferno. Monstro! Estamos indo para uma nova estética.

— Sim, mestre Regulus, será maravilhoso!

Agora todo o lugar está em branco e verde com detalhes em prata e realmente parece um lugar onde você pode querer passar o tempo por outros motivos que não seja falta de um lugar melhor.

Um lar, não só uma casa.

Os retratos foram guardados no sótão reforçado com vários feitiços de silêncio para evitar os parentes mais indignados e completamente inconvenientes. Apenas quatro ou seis conseguiram ficar pela casa, tios que eram escandalosos para os padrões Blacks, foi bom para Regulus descobrir que não foi apenas a última geração que tinha alguma salvação quanto a supremacia de sangue. Não Bellatrix, ela não tinha salvação.

***

Ele se reconectou com suas primas Andrômeda e Narcisa, mesmo que ambas continuem não se falando.

Uma mudança chocante em relação a sua família, mas já um tanto esperada, é que entre sua amizade com os maridos de suas primas. Enquanto Ted Tonks se tornou uma boa companhia de se ter, o homem é sincero, justo e mais amigável com Regulus do que o moreno jamais imaginaria quando o conheceu no verão de 82.

Regulus chegou à porta de uma casa pitoresca e aconchegante em uma vila de Somerset, lar de bruxos e trouxas.

Sentindo-se muito deslocado em sua camisa preta de manga comprida e jeans, ele bateu na porta de madeira e torceu os dedos.

Andrômeda não o deixou esperando por muito tempo, abrindo a porta alguns segundos depois que ele fez sua presença conhecida e de pé na porta, os dois primos distantes olhando um para o outro e bebendo nas mudanças que o tempo havia feito.

Ele não a via desde os onze anos, observando com os olhos arregalados enquanto sua mãe queimava seu pequeno retrato da tapeçaria da família e proibia o contato com o recém-ungido traidor do sangue. Nove anos haviam traçado pequenas rugas e rugas de expressão em seu rosto pálido. Ela parecia mais velha, mais madura e mais segura de si, com as costas retas e um ar confiante. Ele era mais alto do que ela agora, mas não muito.

Sua semelhança com Bellatrix foi inicialmente desconcertante, mas no nível da superfície; seu cabelo era castanho contra o preto de Bellatrix, embora não fosse menos encaracolado ao emoldurar seu rosto oval, e seus olhos cinzentos eram mais suaves, mais gentis.

A diferença mais notável era a criança de pé ao seu lado, o cabelo passando por todas as cores do arco-íris enquanto ela esticava o pescoço para olhar para ele.

— Oi — Regulus disse, acenando e sentindo-se extremamente inadequado — Hum... já faz um tempo?

Algo quebrou no rosto de Andrômeda e ela se inclinou para frente, esmagando-o em seus braços. Ele envolveu a cintura dela e enterrou o rosto em seu ombro, respirando seu cheiro de terra.

— Eu senti sua falta  ela sussurrou.

— Também senti sua falta — ele respondeu.

Eventualmente, com muita relutância, eles se separaram.

— Vamos, Reg, entre.

O interior da casa era tão vibrante e acolhedor quanto o exterior. Ele se acomodou em uma poltrona almofadada perto do fogo crepitante enquanto Andrômeda se apressava para pegar comida e chá, aquecendo suas mãos sem luvas perto das chamas.

— Você é o primo indescritível, não é?

Edward Tonks sentou-se em uma cadeira à mesa de jantar e largou seu jornal quando Regulus se sentou. Ele tinha um tufo de cabelo castanho-amarelado na cabeça, alguns fios tortos espetados e pendurados sobre os olhos, e pele marrom-clara sardenta. O homem exalava uma aura de alegre aceitação; ele podia entender como Andrômeda poderia passar a amá-lo.

— Isso seria eu, sim — ele responde — E você é o marido esquivo — Ele se levantou de onde estava afundando na cadeira e estendeu a mão — Prazer em finalmente conhecê-lo, Edward Tonks.

Ele apertou sua mão na dele. Regulus podia sentir os calos na palma da mão — Por favor, me chame de Ted — disse ele — Dromeda ficou extasiada quando soube do seu perdão e quando você a procurou.

Regulus deslizou em uma cadeira ao lado dele.

— Eu estava um pouco preocupado que ela me recusasse — Regulus admitiu — Não nos vemos há anos, e a última vez que ela teria ouvido falar de mim ou me visto, eu ainda estava muito entrincheirado nas ideias de Você-Sabe-Quem.

Ted balançou a cabeça.

— Vocês são da família — ele disse simplesmente, olhando acima deles onde ele assumiu que era o quarto de Nymphadora — E você deve ter mudado para Dumbledore atestar você. Ela estava disposta a lhe dar o benefício da dúvida, e você tem se comportado bem até agora. Você iniciou um aperto de mão com um nascido trouxa, então você não pode ser muito exigente sobre a pureza do sangue hoje em dia— ele apontou com uma risada alta.

— Você está certo — disse ele, com um sorriso piscando em seus lábios — gostaria de dizer que mudei para melhor.

O nível de aceitação que aquele homem exalava é quase constrangedor mas não menos bem-vinda. É bom ter sua prima de volta.

Enquanto isso, Lucius Malfoy que ele considerou um bom amigo poucos anos antes, com o mesmo ideal e tudo mais. O loiro foi um exemplo a se seguir como seguidor de Voldemort apesar do mesmo também ter sido punido na época ele não abandonou os preceitos enraizados nele. Agora ele é apenas um bom exemplo da teimosia e ignorância da ideologia sangue-puro.

Semanas depois de Regulus ter sido inocentado graças a Dumbledore e o fato de ele ser menor de idade ao receber a Marca, então a culpa de tudo estava nos ombros de seus pais, que não estavam mais vivos para enfrentar as punições necessárias.

Ele foi fazer uma visita a Narcissa, Lucius e ao pequeno Draco de não mais de dois anos na época.

Narcisa o cumprimentou de uma maneira semelhante a Andrômeda, embora ela fosse muito mais adequada sobre isso, envolvendo-o em um abraço e apertando-o gentilmente em seus braços. Ela não havia mudado desde a última vez que ele a vira, cabelo loiro preso em um coque elegante e alívio cansado em seus olhos azuis.

— É tão bom ver você, primo — ela murmurou quando eles se separaram e ela o levou para a sala.

Lucius estava lá quando eles chegaram, e seus olhos se encontraram quando o outro homem olhou para cima. Regulus não quebrou o contato visual quando se sentou em uma poltrona, Narcissa sentada a uma distância igual de ambos com uma pressão cautelosa de seus lábios.

— Regulus — disse Lucius, inclinando a cabeça — É bom ver você bem.

— Bom ver você também — ele disse, tomando cuidado para não revelar nada pelo tom de sua voz. Ele sentiu falta de Ted Tonks e de sua franqueza despreocupada. Um elfo doméstico aparece, levitando três xícaras de chá que eles depositaram na frente deles. Regulus deixou seu intocado.

— Como você tem estado? — Narcisa perguntou, quebrando o silêncio instável — Onde você esteve?

Ele levantou uma sobrancelha.

— Eu pensei que eles disseram no Profeta, eu estava doente e inconsciente. Só acordei no mês passado.

— Eles dizem que você desertou — Lucius interrompeu.

— Eles dizem que você estava sob o Imperius — ele respondeu, apoiando seu peso contra o apoio de braço.

Lucius relaxou.

— Às vezes as pessoas precisam fazer coisas para sobreviver — disse ele, tomando um gole de chá.

— Receio que você me entenda mal.

— Com licença? — o homem de cabelos claros enrijeceu.

— Você me entendeu mal— Regulus repetiu, deixando um lento sorriso se abrir em seu rosto. Ele não elaborou, mas pela forma como os nós dos dedos de Lucius ficaram brancos e as persianas se fecharam sobre seus olhos cinzentos, ele sabia o que queria dizer.

— Você quer dizer...— Narcisa sussurrou, suas palavras pairando no silêncio tenso.

Dumbledore abordou a ideia de ele fingir ter desertado e tentar cair nas graças dos Comensais da Morte que defenderam o Imperius e foram libertados ou simpatizantes que não podiam ser implicados, mas ele o derrubou quase imediatamente.

Ele quase morreu, ele queria morrer, para escapar do serviço do Lorde das Trevas. Ele preferia morrer a voltar para aquela época, aquela pessoa. Dumbledore não insistiu depois de apontar isso.

— O Lord das Trevas estava errado — disse ele.

— Regulus!— Lucius gritou, o sangue drenado de seu rosto já pálido até que se tornasse positivamente fantasmagórico.

— O que? Ele não está aqui para nos torturar por desobediência — disse ele — Ele estava errado, puro e simples. Percebi isso tarde demais.

Quando ambos se recusaram a falar, preferindo encará-lo com olhos arregalados e temerosos, ele suspirou.

— Não vou tentar convencê-los a prendê-lo e não vou cortar todo o contato. Vocês são da família, e isso é o mais importante.

Um pouco da tensão foi drenada da linha rígida dos ombros de Narcisa. Lucius ainda o olhava com cautela, mas deu um breve aceno de cabeça. A conversa que se seguiu não foi tão alegre e calorosa quanto a que teve com os Tonks, mas não foi nem de longe antagônica.

Lucius escolheu ser o único a caminhar até os portões quando a visita acabou. O silêncio constrangedor foi quebrado quando eles chegaram; o outro homem respirou fundo e olhou-o nos olhos.

— Peço que reconsidere esta decisão, Regulus — ele disse — Eu sei que você sempre foi... um coração mole... mas essa atitude não vai lhe render favores com os outros.

Os outros Comensais da Morte que escaparam de Azkaban.

— Isso é conveniente — ele respondeu, deixando o tom de gelo se infiltrar, porque Lucius não era o primo que ele adorava desde a juventude — porque eu não pretendo ganhar favores com eles. Peço que reconsidere seu ponto de vista, Lucius, sem que o Lorde das Trevas apareça sobre seu ombro e o ameace com o Cruciatus. Acho minha mente muito mais clara quando não sou obrigada a servir a um louco.

Com essas palavras de despedida, ele deu meia-volta e voltou para Grimmauld Place.

Lucius nunca mais o confrontou sobre isso. Sempre que Regulus passava pela Mansão Malfoy, principalmente para visitar Narcissa, o homem tendia a tentar evitá-lo tanto quanto possível, e ele sempre tinha um olhar contemplativo em seu rosto. Um senso de superioridade estava enraizado em seus ossos, mas Regulus tinha esperança de que ele pudesse pelo menos ver sentido sobre o horrível método do Lorde das Trevas de comprar esse senso de superioridade.

***

1984

Em meados de 1984, ele e Dumbledore encontraram a quarta Horcrux.

— Ele escondeu uma Horcrux em Hogwarts — Regulus disse fechando o livro em suas mãos.

— O que te faz acreditar nisso, garoto?

— Além dele ser um ególatra, narcisista de primeira? — Regulus respondeu — Você mesmo disse que ele tentou ser professor aqui duas vezes e não conseguiu. Hogwarts foi sua primeira casa ou sei lá. E quem procuraria uma Horcrux em Hogwarts?

Demorou algumas semanas antes de Regulus encontrar a sala onde todas as coisas mais aleatórias que foram perdidas em Hogwarts iam parar. Uma gigante sala cheia de tralha.

Ele e Albus passaram algumas horas ali até encontrarem tão mal escondido quanto pode se esperar, o Diadema de Ravenclaw em uma estátua de Rowena, exalando a magia negra para todos os lados, mas que apenas os sensíveis a ela poderiam localizar.

Eles colocaram magicamente o diadema em uma caixa para transportá-la. O tempo todo Regulus se sentia especialmente orgulhoso de si mesmo.

Quanto tempo teria demorado para alguém pensar que Voldemort teria colocado uma parte de sua alma na velha escola? Isso é, se alguém conseguisse descobrir.

— Bem, temos quatro agora — Regulus disse com desprezo ao retornar à sala do diretor — acha que há mais?

— É possível. Ou talvez todos tenham sido encontrados — Dumbledore diz se servindo de uma de suas tortinhas de limão — no entanto, ainda precisamos descobrir como destruí-las de forma segura.

— Sim, sim — Black dispensou com a mão, eles estavam trabalhando nisso a três anos, mais durante as férias de verão quando nenhum aluno estava por perto do realmente durante o ano todo. Ele não precisava ser lembrado que ter as Horcrux e não saber como destruí-las não era perfeito, mas pelo menos as tinham. 

 


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