Uma Estrelinha em Nossos Corações escrita por BabyGirl


Capítulo 4
Come Back Home, Luke - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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https://youtu.be/I-OOmrMTa_c

 

Alguns dias depois

 

Cassie estava tentando controlar seu desespero. Olhar seu amado Luke assim tão frágil era frustrante e desesperador.

— Não me deixe, por favor. - Falou enquanto passava a mão delicadamente pelos cabelos dele, não conseguia controlar suas lágrimas.

Numa prece silenciosa, Cassie pedia ao universo que não lhe tirasse também o único homem que amou na vida. Tinha sido tão injusta com ele nos últimos dias. O arrependimento lhe corroía o coração e doía a alma.

 Depois de um tempo, uma médica falou com Cassie. Ela estava otimista pois o coágulo no cérebro dele estava diminuindo, aumentando as chances dele acordar.

Cassie apegou-se a esse fio de esperança. Com certeza seu amor acordaria e ela poderia lhe pedir perdão e também cuidar dele. Ela queria tanto fazer isso. Levá-lo pra casa e cuidar dele e minar ele. 

 Cassie não queria sair do lado dele de jeito nenhum. Recusando todo conselho e oferta de ir para casa descansar, mesmo que fosse por pouco tempo.

 Enquanto isso as investigações avançaram e mais informações tiveram sobre o que havia acontecido com Luke.

 — Como você está? - Perguntou Jake enquanto se abraçavam. 

— Nada bem… - respondeu Cassie. — Só quero que ele acorde, fique bem e levá-lo para casa.

— Eu sei, eu sei. Olha para mim. Não fique assim. Meu irmão te ama e ele vai voltar para você. Luke é muito cabeça dura, não vai se entregar assim fácil. 

— Obrigada. 

— Cassie, eu quero lhe entregar essas coisas. - Deu a ela alguns pertences dentro de um saco lacrado.

— O que são? 

— São os pertences do Luke, que a polícia conseguiu recuperar. 

— A polícia disse o que aconteceu com ele? 

— Foi um assalto.

— Meu Deus!

— Não foque nisso, está bem? Ele vai melhorar e tudo isso vai passar.

— Jake, o que está me escondendo? Pode me falar.

— Ai Cassie é tão doloroso, injusto e revoltante. Luke estava saindo da loja quando foi abordado. Pelo que parece eles queriam o carro. Luke já tinha entregado tudo, porém eles o agrediram mesmo assim. Foi uma covardia.

— Meu Deus. - Cassie começou a chorar. — É tudo minha culpa… se eu não tivesse mandado ele sair de casa.

— Hey, vocês ou nós somos as vítimas aqui. Os culpados foram aqueles malditos, desgraçados. 

 Ela respirou fundo.

 — Vai Ficar tudo bem. - Ele disse tentando acalmá- la.

— Sabe se a aliança dele está aqui? Ele chegou ao hospital sem nada.

— Cassie me perdoe, com tanta coisa acontecendo, eu esqueci de lhe entregar. Como eu fui o primeiro a chegar aqui. Eu acabei recebendo os pertences dele. As roupas e a aliança e o cordão do exército.

— Está tudo bem. Pelo menos estavam guardados.

— Só um minuto. - Ele começou a mexer em sua mochila. — Aqui está. - Entregou para a cunhada um pequeno envelope.

— Obrigada Jake.

— Tem certeza que não quer ir para casa e descansar um pouco. Eu fico aqui com ele.

— Eu agradeço, contudo quero estar aqui quando ele acordar.

— Eu entendo. Mas não deixe de se alimentar e tentar dormir um pouco.

— Tudo bem, mãe. Vou ser uma boa garota e fazer tudo certinho.

Eles riram.

— E o seu pai como está? 

— Você conhece o papai. Reprimindo tudo dentro dele. Para se manter como durão. 

— Conversa com ele. Quem sabe ele se abre?

— Uma conversa não vai fazer isso. Só um milagre mesmo.

Jake fez Cassie rir.

— Diga a seu pai o que os médicos disseram, Luke tem apresentado melhoras a cada dia. Eu tenho fé e esperança que ele vai acordar logo.

Eles se despediram com um abraço.

 

Cassie retornou ao quarto.

— Oi amor voltei. - Ela lhe beijou a testa. — Jake esteve aqui. Tem orado por você, para melhorar e acordar logo. Ele lhe manda todo o seu amor. Claro que ele não disse essas palavras exatamente, mas eu pude ver nos olhos dele quanto ele ama o irmãozinho caçula. 

Ela sentou-se na poltrona e abriu o envelope. A aliança colocou em seu dedo e o cordão do exército em seu pescoço. Cuidaria bem deles até seu amado acordar.

Em seguida começou a abrir o saco. Nele estava o celular de Luke, todo quebrado. Provavelmente na queda e também algo embrulhado num papel de presente muito bonito. Parecia um livro.

 — Você comprou para mim, amor? Apesar da minha curiosidade, eu não vou abrir, okay? Vou aguardar você acordar para me entregar, viu? - Ela tentava ser forte, segurar a voz embargada, manter o choro preso em sua garganta.



(...)



Décimo dia que Cassie acompanhava Luke no hospital. Seu quadro geral havia evoluído bem, todavia ele ainda não havia acordado.

Seus machucados haviam melhorado muito, o hematoma de seu olho estava bem mais claro, mas vê-lo assim doía em seu íntimo. 

Cassie gostava de cantar para ele, as canções que ele mais gostava. Sentia que fazia bem para ele e para ela também. Ela acreditava, queria acreditar que ele ouvia tudo. E que logo ele voltaria para ela, colocando fim naquele pesadelo. 

Ela estava cantando para Luke quando o celular tocou. Era sua mãe, ela atendeu e passou a atualizar Marisol das últimas notícias de Luke. Ao finalizar a chamada estava colocando o aparelho sob a mesinha ao lado do leito de Luke, quando:

 — Cassie…

Ela ouviu um sussurro.

— Cassie…

Seu corpo gelou e ficou imóvel por alguns segundos enquanto ela processava o acontecimento. 

 — Luke? Oh meu Deus!

Ela foi direto ao encontro dele e o abraçou. Seu amado retribuiu o abraço. Um misto de emoções tomou conta dela e dele também. 

O beijo foi espontâneo, casto, terno e eles nem sabiam quanto tempo durou.

 — Eu queria tanto te ver, amor.

— Não se esforce, vai ficar tudo bem. Vou chamar a doutora, ok?

— Eu te amo tanto…

— Eu também te amo. Você é minha vida, Luke. Me perdoa? Por favor?

— Perdoar o que? Eu só quero você. 

Ela sorriu e ele sorriu.

No dedo de Cassie sua aliança parecia reluzir ao repousar. Ele a fitava atentamente.

— Estou guardando para você, até o dia que tiver alta.

— Eu sei que ela está em boas mãos. 

Eles foram interrompidos pela equipe médica que foi avaliar Luke.

Cassie teve que deixá-lo por um tempo, ele seria examinado e avaliado.

Enquanto aguardava mais informações, ela começou a avisar os familiares que ele havia voltado para eles.

 

Havia tanta coisa a ser dita por eles e para eles, porém precisaram aguardar as coisas se acalmaram. Entre exames e avaliações médicas e visitas familiares o dia passou rápido.

 A noite havia chegado. Luke adormeceu um pouco. Cassie o observava com adoração. 

 — Oi. - Ele disse.

— Oi - ela respondeu e levantou-se. — seu jantar chegou.

— Cassie, você também precisa comer. - ele notou que sua comida também estava embalada, intocada.

  — Você sempre cuidando de mim… Eu vou comer, está bem? - Ela suspirou. — Você está bem Luke? Pelo menos fisicamente?

— As dores físicas não me incomodam tanto. E você? Seu corpo já se recuperou? -  Ela apenas assentiu. — As nossas feridas emocionais são as que mais doem, não é? 

— Sim. Você tem me dado forças para eu continuar, Luke. Se eu perdesse você também… 

— Vem cá, amor. Fica aqui comigo.

— Você continua louco, Luke Morrow! - ela riu, mas aceitou o convite.

Eles acomodaram o jantar deles, ele se encolheu um pouco no leito e ela se ajeitou ao seu lado. Ficaram um tempo assim, lado a lado, apenas sentindo o corpo um do outro.

Ela não conseguia comer. Angustiada. Culpada. Frustrada. Entre tantos outros sentimentos.

— Luke, você pode me perdoar? Não precisa ser agora. Um dia, por favor?

Ele a aconchegou em seus braços.

— Amor eu não tenho nada para te perdoar. Eu te amo e entendo perfeitamente que era tudo sofrimento. E que ainda continua sofrendo.

— Mas você também estava e está. E eu te afastei, te acusei, te expulsei.

— Cassie, você precisa colocar tudo para fora. Pode falar tudo. Estou te ouvindo, sem julgar. 

— A dor era tanta… que eu não tinha forças para reagir e nem sabia como. Te encarar era doloroso e ainda mais porque eu não tinha como te consolar.

Ele suspirou ruidosamente.

— Eu entendo. O que passamos não era para nenhum pai ou mãe passar. A única certeza que eu tenho Cassie, é que eu te amo. E nada mudou para mim.

— Obrigada… e eu também sou culpada por você estar aqui hoje.

— Ah não, não. Pare com isso. Não é culpa sua, viu?

Ela começou a chorar.

Ele a aconchegou em seus braços. Beijou sua cabeça. 

— Eu não lembro de muita coisa do que aconteceu. Parece que tudo está borrado, porém eu posso te garantir que a única coisa que eu pedi a Deus foi pra te ver nem que fosse só mais uma vez, para eu dizer que te amo e que eu tinha saído, e não foi para te abandonar.

— Eu sei… eu sei amor. Nunca duvidei. Aliás eu preferia que fosse, que me punisse, do que te ver aqui nesse hospital tão ferido e inconsciente. 

 Ele colocou o rosto de sua esposa entre suas mãos. Encarou seus olhos. — E por que eu te puniria? Se a única coisa que eu queria era você? A única que quero é você, Cassie Salazar.

Seus lábios se encontraram. Um beijo lento e demorado. Provando que o amor deles existia, era real e forte.

 — Cassie você precisa se perdoar e esquecer tudo isso.

— Hum … eu me perdôo se você me perdoar.

— Combinado. E vamos esquecer isso tudo. 

Deram um selinho 

— Luke… como vamos fazer daqui para frente? Quero que a gente supere tudo isso, mas juntos.

— Eu também não sei como, amor, só sei que quero a mesma coisa que você. Estar junto com você. 

— Além do Frankie, nunca perdi ninguém assim tão próximo a mim. Não sei como vai ser.

— Mais uma lição que nosso filho vai nos ensinar… 

Ela assentiu. No momento nada mais precisava ser dito.

Ficaram um tempo em silêncio aconchegados um no outro.

— Cassie a comida já deve estar fria. Você precisa comer um pouco.

— E você também, marujo. Então vamos comer. Precisa de ajuda?

— Não, mas eu queria pedir algo.  

— Hã? O que seria? - Sua esposa já sabia.

— Ai Cassie não quero essa sopa de hospital não. Sem sal, sem cor, sem graça. 

— Não. E nem adianta fazer chantagem. Não vou deixar você comer da minha comida.

Ele fez beicinho.

— Quando você tiver em casa eu vou cozinhar pra você. 

— Que maravilha. Que sorte a minha! Mais comida sem sal, sem cor, sem gosto e sem graça da minha esposa! 

— É? Então fica aí que eu estou indo. - ela fez menção de levantar.

— Hey hey amor. - Ele a agarrou e não deixou sair. — Eu estou louco para ir pra casa e que você cuide de mim, e quero cuidar de você também. 

— Sabia que eu te amo, marujo?

— Sim, eu sei.

Eles deram um beijo rápido. 

— E você sabe que eu te amo?

— Sim, eu sei, nunca duvidei disso.

Eles deram um selinho.

— Então tome sua sopa sem gosto todinha pra gente sair daqui o mais rápido possível. 

Depois que eles jantaram e a enfermeira deu a medicação a Luke e saiu, eles passaram a conversar um pouco. Apesar do cansaço, eles não queriam se desgrudar.

— Amor… eu deixei aqui para quando você acordasse me entregar. Quer dizer? É pra mim, não é? 

 Ele ficou emocionado.

— Sim. Eu comprei para você. 

— O que é? Um livro? - Ela questionou.

— Senta aqui comigo na cama.

Cassie sentou na cama com ele.

— Não é um livro, é um diário. 

— Um diário? - Ela estava surpresa.

— Brega, não é? Desculpe… 

— Não amor, inesperado apenas, no entanto eu amei.

— Eu comprei pensando que seria útil você escrever suas emoções aí. Uma forma de se expressar de maneira  privada e íntima. Achei que era algo que você precisava depois de tudo o que você passou.

Cassie o abraçou e em seguida desembrulhou seu presente.

— Lindo. Nossa com cadeado e tudo! Pensei que nem existiam mais.

— Me deu um pouco de trabalho para achar, mas tudo por você vale a pena.

— Obrigada de verdade. E eu vou usar sim. Pode acreditar. 

Ele carinhosamente colocou a cabeça da amada para repousar em seu ombro. Ela parecia a Cassie adolescente que ele viu em alguma fotografia pega distraída compondo suas canções. 

— Até essa caneta é perfeita… 




(...) 

 

— Sabe Luke? Estava pensando, acho que a gente precisa fazer uma despedida para o nosso bebê. 

— Tipo um funeral?

— Sim. Dizer o que quiser,  o que precisar. Ou não dizer nada ou chorar, se despedir dele mesmo.

— Eu concordo, Cassie.

— Só nós dois.

— Concordo também com isso. 

— Apesar de saber que toda nossa família perdeu e sofreu também.  Estavam tão animados. Minha mãe nem sei como está. Estava tão forte pra mim. Pra eu não morrer também, mas sei que ela estava arrasada.

— Meu pai também Cassie. Não via ele tão triste assim desde a minha mãe…

— Vamos ter um momento com eles se eles quiserem. Porque cada um reage de um jeito ao luto, digo por mim e temos que respeitar. Porém nós precisamos do nosso. 

— Vamos fazer isso, Cassie. Dizer adeus ao nosso filho tão desejado e tão amado e que nem tivemos a chance de conhecer.

— Será difícil, Luke, mas nós precisamos. 


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