Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 37
Falhas da Percepção


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Trago mais um capítulo para vocês e espero que gostem ♥

Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/37

Duskwood City, 14:42 pm

Jason estava na porta da delegacia, observando ao redor, até que viu um carro estacionando em frente e ficou olhando-o. Depois de alguns segundos, um policial saiu de dentro daquele carro e se aproximou da entrada da delegacia.

(Jason) - O que está fazendo aqui em pleno dia de folga?

(Brandon) - Sinceramente, estou entediado e prefiro trabalhar.

Jason deu uma leve risada.

(Jason) - É por isso que o delegado te ama.

Brandon já estava acostumado com as piadas de seu colega de trabalho e até dava risada de algumas delas, mas, dessa vez, ele continuou sério.

(Brandon) - A propósito, o delegado está aí?

(Jason) - Sim e está muito bem acompanhado.

Brandon se intrigou.

(Brandon) - De quem?

(Jason) - Quem mais seria, se não a queridinha do delegado?

Brandon ficou levemente surpreso.

Enquanto isso, na sala do delegado, Alan entregou para Adie uma xícara de café sobre um pires.

(Alan) - Então, seus amigos lhe contaram sobre Ted Madruga? – Ele se sentou em sua cadeira. 

(Adie) - Sim.

(Alan) - E o que lhe disseram?

(Adie) - Que ele foi preso por violência doméstica e tentativa de assassinato. – Ela tomou um gole de café.

(Alan) - Hum… Só que a sua reação me pareceu de extrema surpresa, como se o conhecesse bem ou soubesse muito mais do que isso.

(Adie) - Hum, pelo que percebo, essa sua mania nunca vai parar, não é?

Ele a observou por alguns segundos, um pouco desconfiado, até que desviou o olhar e suspirou.

(Alan) - Tudo bem.... Vamos continuar com o que realmente importa. – Ele pegou sua caneta e virou a folha de seu bloco de anotações. - Voltando a falar sobre seu ex… A senhorita acredita que ele tenha motivos para persegui-la?

(Adie) - Bom… talvez… Eu não sei.

(Alan) - Entendo… Bem, em resumo de tudo me disse até agora, não há ninguém, além dele, que a senhorita considere um potencial inimigo?

(Adie) - Não, ele é o único.

Alan direcionou seu olhar para o bloco de notas, que estava sobre a mesa, e fez algumas anotações

(Alan) - Depois de sua mudança para Viena, vocês voltaram a ter contato?

Adie desviou o olhar e ficou pensativa por alguns instantes, como se buscasse na memória essa informação, até que se lembrou de algo…

Flashback on

(Cena do capítulo 8 - O Inconsciente)

Em seguida, ela apalpou o bolso direito e tirou um segundo celular. Ela o encarou por alguns instantes e ele parecia desligado, até que ela pressionou o botão de ligar por alguns segundos e a tela acendeu. Enquanto o celular ligava, Adie parecia tensa, passou a mão no rosto, nos cabelos e mexia a perna repetidamente. Parecia que, seja lá o que tivesse ali, a desestabilizava extremamente. Quando o celular iniciou, não demorou muito para que começasse a chegar mensagens. Eram vários nomes, várias pessoas que lhe enviaram mensagens e, depois de alguns segundos, começaram a aparecer as ligações perdidas. Dentre os diversos nomes que apareciam, estavam Mãe e Pai. Mas, depois de alguns segundos, um terceiro nome surgiu, Dylan. Era uma ligação recente, feita a três dias atrás. Adie arregalou os olhos naquele momento e começou a tremer. Seus olhos marejaram e sua expressão era como se tivesse visto um monstro. Uma lágrima desceu de seus olhos, escorrendo pelo rosto, e ela desligou aquele celular e o guardou no bolso imediatamente.

Flashback off

(Adie) - Não, senhor. Nós nunca mais tivemos qualquer tipo de contato.

(Alan) - Entendo. E a senhorita acredita na possibilidade dele estar por trás do disfarce do homem sem rosto?

(Adie) - Bom, confesso que… – Ela voltou a olhá-lo - acreditei nisso por um breve momento, mas agora eu sei que não.

(Alan) - E o que a fez mudar de opinião?

(Adie) - Eu o vi de perto e, embora ele estivesse mascarado, eu pude notar que a altura e a estrutura corpórea não são as mesmas. 

Alan ficou pensativo por alguns instantes e escorou os cotovelos sobre a mesa, cruzando as mãos em frente ao rosto.

(Alan) - Então… voltamos à estaca zero.

Adie tomou mais um gole de café.

(Alan) - Se a senhorita de fato estiver me contando tudo, sem ocultar nenhum detalhe de sua história, não temos nenhum suspeito, até então, o que torna tudo… sem sentido.

(Adie) - Mas ainda temos uma esperança, que são as tais pistas encontradas na floresta, não é?

(Alan) - Sim, de fato. Mas eu estive olhando-as e elas são extremamente enigmáticas. Tenho esperanças de que, com sua ajuda, possamos decifrá-las e ter pelo menos uma ideia de quem possa estar por trás do disfarce.

Adie assentiu com a cabeça e Alan abriu a gaveta de sua mesa, pegando os envelopes de dentro dela. 

(Adie) - Senhor Blommgate, me permite fazer um pedido um pouco estranho?

Alan a olhou, enquanto fechava sua gaveta e já estando com os envelopes em mãos.

(Alan) - Sim, fique à vontade.

(Adie) - O senhor citou que, de certa forma, deixou de lado a fuga do Ted Madruga para focar no meu caso. Pensando nisso… porque não me deixa ajudá-lo também no caso da fuga? Assim, não teremos dívidas um com o outro.

Alan ficou surpreso.

(Alan) - Espera… Você está querendo me ajudar a encontrar um preso fugitivo?! 

(Adie) - Sim, estou.

Ele ficou levemente boquiaberto.

(Alan) - E como pensa em fazer isso? 

(Adie) - Ora, eu tenho meus meios para trabalhar.

Alan a observou por alguns segundos, até que deu uma leve risada debochada.

(Alan) - Senhorita, ser policial é muito diferente de administrar uma empresa. Eu aceitei sua ajuda no caso do homem sem rosto por dois únicos motivos. Primeiro, você é a vítima. Segundo, você conseguiu informações sobre essa tal lenda e, através delas, encontrou sua amiga desaparecida.

(Adie) - E isso não é o suficiente para o senhor compreender que estou capacitada para ajudá-lo na investigação da fuga de um detento?

(Alan) - Acontece que, antes, você não trabalhou sozinha.

(Adie) - Da mesma maneira que agora eu também não estou sozinha. Deixe de ser orgulhoso, senhor Blommgate! Eu estou pedindo para me deixar ajudá-lo em forma de agradecer o que está fazendo por mim.

(Alan) - Mas eu não estou lhe cobrando nada!

(Adie) - Eu sei disso. Porém, insisto que me deixe ajudá-lo, mesmo sabendo que o senhor não precisa de mim.

Alan permaneceu encarando-a, pensativo. Depois de alguns segundos, ele desviou o olhar e suspirou.

(Alan) - Eu prometo que vou pensar a respeito, senhorita. 

Adie assentiu com a cabeça.

(Alan) - Bem, acho que já foi o bastante por hoje. A senhorita pode ir para casa descansar.

(Adie) - Não vai querer minha opinião a respeito das pistas da floresta? 

(Alan) - Mas é claro que sim.

Ele separou um dos envelopes dos demais que estavam sobre a mesa.

(Alan) - Nesse envelope estão as cópias das pistas que encontramos na floresta e onde exatamente elas estavam. Quero que a senhorita analise tudo e volte aqui amanhã de tarde para conversarmos a respeito. Certo?

(Adie) - Certo.

Alan lhe entregou o envelope.

(Alan) - Então, nos vemos amanhã.

Adie pegou o envelope e assentiu com a cabeça.

Enquanto isso, na casa, Lilly estava andando pelo corredor, onde ficavam os quartos, e parou em frente ao quarto de Thomas e Hannah, que estava com a porta aberta.

(Lilly) - Thomas? 

Thomas estava sentado em sua cama e olhava para uma pequena caixa em suas mãos. Ao ouvir Lilly chamá-lo, ele a olhou.

(Thomas) - Oi. Entre e feche a porta.

Lilly fez o que ele pediu e se aproximou da cama.

(Thomas) - A Hannah viu você vindo para cá?

(Lilly) - Não. Ela está na varanda com a Cleo.

(Thomas) - Ótimo.

Lilly se sentou ao lado dele.

(Lilly) - E então? O que tinha de tão urgente para me dizer? Suas mensagens me assustaram.

Thomas deu uma leve risada.

(Thomas) - Me desculpe, eu não queria parecer catastrófico. Minha intenção era apenas fazer com que você viesse logo.

(Lilly) - Então chega de rodeios e me diga logo o que era tão importante que minha irmã não poderia sequer pensar a respeito.

Thomas abriu a pequena caixa que segurava e mostrou para ela.

Lilly ficou extremamente surpresa e boquiaberta.

(Lilly) - Ah, meu Deus! Não me diga que… – Ela sorriu, ainda surpresa.

Thomas também sorriu, sutilmente.

(Thomas) - É isso mesmo. Eu a chamei para pedir sua opinião. Será que ela vai gostar?

Na pequena caixa, que era de uma joalheria, havia um anel de diamantes. Lilly a pegou e admirou a joia por alguns segundos, boquiaberta com tanto brilho e beleza.

(Lilly) - É simplesmente perfeito! Eu tenho absoluta certeza de que minha irmã vai se apaixonar! – Ela olhou para Thomas com um lindo sorriso.

Thomas sorriu novamente e Lilly o entregou a pequena caixa.

(Lilly) - Quando pensa em fazer o pedido?

(Thomas) - Bem, essa parte é a que está me deixando apreensivo. Por mais que eu conheça a Hannah muito bem, estou sem ideias de como ser criativo e impressioná-la. Cheguei até mesmo a pedir ajuda para a Adie e ela me assegurou que pensaria em um plano. Porém, eu não sei se agora, depois de ter sofrido esse suposto ataque, ela vai ter ânimo para me ajudar com isso. – Ele encarou o anel na caixa e suspirou, preocupado.

(Lilly) - Não fica assim, Thomy. Eu ajudo você. 

Ele a olhou.

(Lilly) - Porque não pede ajuda a todos do grupo? Exceto, para a Hannah, é claro.

(Thomas) - Eu pensei nisso, mas é difícil conseguir conversar com todos sem que a Hannah desconfie de algo.

(Lilly) - Pois não se preocupe, eu farei isso por você.

(Thomas) - É sério?

(Lilly) - Sim! Fique tranquilo, nós iremos ajudá-lo a pedir minha irmã em casamento da maneira mais linda e surpreendente. – Ela sorriu.

Thomas sorriu sutilmente e desviou o olhar, voltando a olhar para o anel de diamantes dentro da pequena caixa.

Na delegacia, Adie havia saído da sala do delegado e passava pelo extenso corredor que a levaria à recepção. Ao chegar na recepção, ela, que estava andando cabisbaixa, logo parou de caminhar ao notar alguém vindo em sua direção. Ao levantar o olhar, viu que era Brandon, que também parou, encarando-a. Os dois se olharam por alguns segundos e, aquela troca de olhares, pareceu causar emoções diferentes em ambos. Brandon olhava-a com um certo pesar, enquanto Adie olhava-o parecendo sentir raiva. A troca de olhares foi interrompida quando Adie se desviou dele e seguiu seu caminho, saindo da delegacia. Brandon continuou parado por alguns segundos após ela sair, até que suspirou e seguiu até a sala do delegado.

Na casa, Jessy estava na sala, assistindo um filme com Dan. 

(Phil) - Jessy. – Ele chamou estando atrás do sofá.

Os dois, que estavam com toda a atenção voltada para a TV, logo o olharam, e Jessy se intrigou ao vê-lo segurando sua mala.

(Jessy) - Você já vai?! Mas a Adie nem chegou. – Ela se levantou e se aproximou dele.

(Phil) - Infelizmente eu não posso mais esperar por ela. Eu quero reabrir o Aurora ainda hoje.

Jessy não disse nada, apenas continuou olhando-o, entristecida. Em seguida, Phil foi até a porta da casa e saiu. Jessy o seguiu com os olhos, até que ao vê-lo passar pela porta, olhou para Dan e suspirou entristecida. Na varanda, Hannah e Cleo estavam sentadas à mesa enquanto conversavam, mas logo pararam ao ouvir a porta sendo aberta.

(Hannah) - Ué, desistiu de esperar a Adie voltar? – Ela perguntou ao vê-lo com a mala na mão.

(Phil) - Bem, eu não queria fazer isso, mas quero reabrir o Aurora ainda hoje. Deixarei uma mensagem e sei que ela vai me compreender. 

A porta da casa foi aberta novamente e Jessy saiu juntamente com Dan. Phil olhou para Jessy mais uma vez e tentou sorrir, mesmo que sutilmente. Em seguida, ele se virou e deu alguns passos em direção ao seu carro, mas logo parou ao ver o carro de Adie chegando. 

(Dan) - Ah, finalmente!

Após estacionar, Adie saiu do carro e ativou o alarme. Em seguida, ela foi em direção aos amigos e notou Phil segurando uma mala.

(Adie) - Você está indo embora hoje? – Ela se aproximou.

(Phil) - Sim, e eu estava esperando você chegar para me despedir.

(Adie) - Hum… Então é hoje a reabertura do Aurora?

(Phil) - Sim. – Ele sorriu sutilmente.

Ela o encarou por alguns segundos, até que se aproximou um pouco mais. 

(Adie) - Bem, eu te desejo muita sorte neste recomeço, Phil. – Ela acariciou o ombro dele com a mão direita.

Phil sorriu novamente e tocou na mão dela com carinho. 

(Phil) - Obrigado. 

Adie sorriu sutilmente. 

(Phil) - Será que… eu posso te dar um abraço?

Ela pensou por alguns segundos, até que assentiu com a cabeça. Ele se aproximou um pouco mais e a abraçou, um abraço apertado e cheio de carinho, que durou alguns segundos. Ao se soltarem, os dois se olharam por mais alguns instantes e sorriram sutilmente. Em seguida, Adie saiu andando e se aproximou de seus amigos. Phil seguiu até seu carro, porém, antes de abrir a porta do mesmo, ele parou e ficou pensativo. Em seguida, ele se virou, olhando os demais e, após observá-los por alguns instantes, caminhou até eles novamente. Ao se aproximar, seu olhar foi em direção a Jessy, que olhava-o com lágrimas nos olhos. Após encará-la por mais alguns segundos, ele se aproximou de sua irmã e a envolveu em um abraço apertado. Jessy correspondeu ao abraço de seu irmão e os demais assistiam aquela cena, levemente surpresos. Depois de alguns segundos, eles se soltaram e Phil a olhou com carinho.

(Phil) - Não seja dramática e mude essa cara. Eu prometo que virei visitá-la nos dias de folga. 

Ela assentiu com a cabeça e sorriu, mesmo com os olhos marejados. 

(Jessy) - Tá…

Phil continuou encarando-a e sentiu algo diferente, algo que ele evitou reconhecer por muito tempo. Ele se aproximou um pouco mais de Jessy novamente e tocou seu rosto com carinho. Em seguida, ele a beijou na bochecha.

(Phil) - Eu te amo. – Ele sussurrou no ouvido dela.

 Em seguida, ele se afastou e Jessy olhava-o estando surpresa. Depois de alguns segundos, ela sorriu e as lágrimas desceram pelo seu rosto. Os demais se olhavam, surpresos com aquela demonstração de carinho entre eles.

 Enquanto Jessy enxugava seu rosto com as duas mãos, Phil direcionou seu olhar para os demais.

(Phil) - Quero agradecer a todos vocês por me receberem. Espero vê-los em breve no Aurora, todos serão muito bem vindos. 

(Dan) - Agora você falou a minha língua! – Ele se aproximou e estendeu a mão para cumprimentar Phil e os dois também se abraçaram.

Em seguida, Hannah e Cleo se levantaram e fizeram o mesmo. 

(Cleo) - Faça uma boa viagem, Phil. – Ela o abraçou.

(Phil) - Obrigado.

(Hannah) - Boa viagem e boa sorte no Aurora, Phil. – Ela também o abraçou.

(Phil) - Obrigado, Hannah.

Após todos terem se despedido, Phil seguiu até seu carro e, após guardar sua mala e entrar no mesmo, foi embora, enquanto todos o olhavam com um leve sorriso nos lábios. 

(Dan) - Agora vamos ao que interessa… porque você demorou tanto? – Ele se virou, olhando para Adie.

Ela o olhou.

(Adie) - Ah, você sabe. O delegado e suas inúmeras perguntas. – Ela deu de ombros e caminhou em direção a porta da casa. Em seguida, ela a abriu e entrou, fechando-a atrás de si. 

Todos se olharam, extremamente intrigados.

(Dan) - É sério, ela não está normal. 

(Jessy) - Não mesmo. 

Cleo e Hannah ficaram em silêncio e apenas se olharam, estando preocupadas.

Adie passou pela sala e foi em direção às escadas. Ela subiu os degraus lentamente, como se seu corpo pesasse uma tonelada, e seu semblante era de extrema exaustão. Apesar de todo cansaço, ao subir o último degrau das escadas, ela seguiu em direção ao quarto de Jake. Ao se aproximar, ela ergueu a mão para bater na porta, mas foi interrompida pelo barulho da porta do antepenúltimo quarto do corredor sendo fechada e olhou em direção, vendo Lilly, que logo também a viu.

(Lilly) - Oi, Adie. 

Adie sorriu sutilmente e Lilly se aproximou. 

(Lilly) - Como foi com o delegado?

(Adie) - Bem.

(Lilly) - Hum… você parece estar muito cansada.

Adie suspirou.

(Adie) - E realmente estou.

(Lilly) - Entendo. Bem, vou deixá-la ir descansar. Depois nos falamos. – Ela deu um beijo de lado no rosto de Adie.

Adie sorriu sutilmente e assentiu com a cabeça. Em seguida, Lilly desceu as escadas e Adie voltou a erguer sua mão para bater na porta do quarto de Jake, mas foi interrompida com a mesma sendo aberta por ele. 

(Jake) - Eu ouvi sua voz e logo vim abrir. – Ele sorriu sutilmente.

Aquele rosto exausto logo esboçou um lindo sorriso e, sem dizer nada, ela envolveu Jake em um abraço apertado. Ele fechou os olhos ao receber o abraço dela e logo o correspondeu. Ele deu alguns beijos carinhosos na bochecha dela, enquanto ela estava com a cabeça deitada em seu ombro, ainda abraçando-o. Depois de alguns segundos, eles se soltaram e Jake acariciou o rosto dela com as duas mãos, lhe dando um beijo carinhoso nos lábios. Após o beijo, ele apreciou aquele rosto por alguns segundos. O olhar dela era de extrema felicidade e amor, era como se sua exaustão fosse aliviada apenas por olhá-lo. 

(Jake) - Apesar de querer muito saber, eu não vou perguntar sobre o interrogatório, pois percebo que você precisa de descanso. 

(Adie) - Hum, você está ficando muito bom em me decifrar.

Ele sorriu sutilmente.

(Adie) - Eu vou até o meu quarto para tomar um banho e me trocar. Será que… eu posso passar a noite aqui com você? 

(Jake) - Eu me sentiria péssimo se você não passasse.

Ela sorriu e acariciou o rosto dele.

(Adie) - Então, até daqui a pouco. 

Ele lhe deu um beijo carinhoso na testa e, em seguida, ela se virou e seguiu até o seu quarto. Ao chegar lá, ela entrou e trancou a porta. Após trancá-la, ela se recostou na mesma e suspirou, um suspiro angustiado... era como se tivesse um enorme peso em seus ombros e em suas costas e, a cada passo, ela se cansasse mais. Depois de alguns segundos, ela se desencostou da porta e foi até a cômoda. Ao chegar nela, ela abriu a gaveta onde guardava suas coisas e pegou aquele celular secreto. Ela sempre mantinha-o desligado e, após pegá-lo, pressionou o botão para ligá-lo. Após ele ligar e iniciar o sistema, ela abriu a galeria, da qual continha algumas fotos. Ela clicou em uma específica e nela estavam três pessoas: Ela no meio, uma mulher de cabelos negros, que aparentava ter uns 50 anos, do seu lado esquerdo, e do lado direito, um homem de cabelos loiros, que também aparentava ter aproximadamente 50 anos. Ao olhar aquela foto, Adie sorriu, mas seus olhos se encheram de lágrimas.

(Adie) - Será que… vocês ainda se orgulham, pelo menos um pouco, de mim? – As lágrimas desceram de seus olhos, escorrendo pelo seu rosto. 

Ela se sentou em sua cama, ainda olhando a foto e, em seguida, abriu o chat. Dentre os contatos, havia um nomeado como Pai, e ela clicou nele. Ao abrir as últimas mensagens de seu pai, ela as encarou por alguns instantes.

CHAT:

             Pai

(Pai) - Onde você está???

(Pai) - Por favor, responda as minhas mensagens!

(Pai) - Eu e sua mãe estamos desesperados 

    Chamada de áudio perdida

    Chamada de áudio perdida

    Chamada de áudio perdida

(Pai) - Por favor, me diga que é tudo mentira o que estão dizendo!

 Chamada de áudio perdida

(Pai) - Filha… Porque nos abandonou assim?

 

Olhar aquelas mensagens foi como cravar uma estaca no próprio peito. Ela deixou o celular sobre a cama e não pôde se conter. Ela tapou o rosto com as duas mãos e foi tomada por um choro intenso.

Mais tarde, o jantar estava sendo colocado à mesa por Dan, Lilly e Jessy. Quase todos já estavam sentados à mesa, exceto, Adie e Jake. Quando tudo já estava em seus devidos lugares, Dan, Lilly e Jessy se sentaram para começarem o jantar. Todos começaram a se servir e Jake entrou na sala de jantar. 

(Dan) - Ah, pensei que você fosse perder a melhor macarronada do mundo, feita pelo chef aqui. 

Jake passou o olhar em todos por um breve momento e se intrigou.

(Jake) - Pensei que a Adie estivesse aqui com vocês. 

(Cleo) - E nós pensamos que ela estivesse com você.

(Jessy) - Eu fui até o nosso quarto agora a pouco e a porta estava trancada. 

Todos se intrigaram. 

(Dan) - Ela está muito estranha. Não é uma boa ideia a deixarmos sozinha por muito tempo.

(Cleo) - O Dan tem razão. Eu vou até lá ver se está tudo bem. – Ela logo se levantou.

(Lilly) - Gente, eu ainda acho que ela precisa de tempo. 

Cleo parou.

(Hannah) - Eu concordo. Vocês não se lembram de quando eu voltei? Levou dias para que eu conseguisse me abrir sobre o que aconteceu. 

(Jake) - É, vocês têm razão. Mas vou mandar uma mensagem, pelo menos.

(Jessy) - Sim e nos mantenha informados, por favor.

(Jake) - Certo.

Jake pegou seu celular no bolso e abriu o chat.

CHAT:

                Adie

(Jake) - Minha linda, você não vai descer para jantar?

(Jake) - Estamos preocupados.

(Jake) - Você está bem?

Enquanto isso, Adie estava sentada em sua cama, agora recostada na cabeceira e com o olhar distante. Seus cabelos estavam molhados e ela vestia um pijama, uma blusa de mangas compridas e calça moletom, da cor branca. Quando as mensagens de Jake chegaram, ela logo olhou para o celular, que estava sobre a cama e perto do outro, que era secreto. Porém, após ver as mensagens dele, ela desviou o olhar para frente novamente, sendo indiferente. Depois de alguns segundos, ela voltou a encarar os celulares e pegou o que era secreto. Após pegá-lo, ela abriu o chat e foi até o contato de seu Pai novamente.

Novamente, ela encarou aquelas mensagens e seus olhos marejaram. Porém, depois de alguns segundos, ela começou a digitar uma mensagem.

CHAT:

            Pai

(Adie) - Pai…

(Adie) - Espero que vocês possam me perdoar algum dia… 

(Adie) - Ainda tenho esperanças de poder esclarecer tudo com você e com a mamãe. 

(Adie) - Meu breve contato é apenas para lembrá-los de algo que jamais mudará, mesmo que passe muito tempo… 

(Adie) - Vocês são tudo de mais importante que tenho… e eu amo vocês.

                         Adie está agora offline

Após mandar essas mensagens, ela travou a tela de seu celular e o colocou sobre a cama novamente.

Na sala de jantar, todos jantavam. Porém, Jake, jantava preocupado, intercalando seu olhar entre seu prato e seu celular, que estava sobre a mesa. Ele foi o primeiro a finalizar seu jantar e logo subiu para o seu quarto. Antes de entrar no mesmo, ele olhou em direção ao quarto onde Adie estava e foi até lá. Ao chegar em frente, ele aproximou seu ouvido da porta, numa tentativa de ouvir qualquer barulho feito por ela, mas, ao não ouvir um ruído sequer, ele bateu quatro vezes.  

(Jake) - Adie? – Ele a chamou em um tom baixo.

Ele esperou por alguma resposta ou que ela abrisse a porta, mas nada disso aconteceu. Em seguida, ele suspirou, entristecido, e seguiu até a porta do seu quarto. Ele logo a abriu e entrou, se virando para fechá-la. 

(Adie) - Desculpe a demora para retornar. 

Jake se assustou e logo olhou para sua cama, vendo Adie sentada na mesma e recostada na cabeceira. Estando surpreso, ele apenas sorriu sutilmente e se aproximou dela.

(Jake) - Minha linda… porque não respondeu às minhas mensagens? Todos estão muito preocupados com você. – Ele se sentou ao lado dela. 

Ela suspirou e ficou cabisbaixa.

(Adie) - Me perdoe. Eu juro que estou tentando, Jake… mas eu ainda não consigo dar respostas.

Ele levantou o rosto dela com carinho.

(Jake) - Você não precisa ter pressa. Todos apenas querem estar perto de você, assim como eu, e lhe dar a certeza de que você não está sozinha.

Os olhos dela marejaram.

(Adie) - Obrigada. – Ela acariciou o rosto dele. 

Em seguida, Jake a envolveu em um abraço acolhedor e eles permaneceram assim por alguns instantes. 

(Jake) - Eu tenho que te contar uma coisa.

Ela se soltou do abraço e voltou a olhá-lo nos olhos.

(Adie) - Pode falar. 

Ele desviou o olhar por um breve momento, até que voltou a olhá-la.

(Jake) - Eu contei a verdade sobre mim para a Lilly.

Adie ficou surpresa.

(Adie) - O que?! O que o levou a fazer isso? Você me disse que nunca revelaria a verdade, até que pudesse provar sua inocência.

(Jake) - É, eu sei. Acontece que… alguém contou para ela a suposta verdade que todos conhecem.

(Adie) - E quem foi?!

(Jake) - Ela não disse. Porém, ela voltou da busca na floresta já com essas informações e, devido à riqueza de detalhes, eu acredito ter sido o delegado Blommgate.

Adie desviou o olhar, levemente irritada.

(Adie) - E como ela reagiu? – Ela voltou a olhá-lo.

(Jake) - Ela foi dura com as palavras, mas quando eu contei toda a verdade, ela demonstrou acolhimento.

Adie suspirou aliviada.

(Adie) - Que bom.

(Jake) - Mas isso me deixou muito preocupado com a sua aliança com o delegado. Está claro que é uma estratégia para descobrir mais sobre mim e, a essa altura, se ele descobrisse algo, você sofreria uma condenação por me esconder. 

(Adie) - Eu já disse que sei lidar com o delegado. Quero que você se preocupe com a sua situação e, a propósito, já faz um tempo que você não fala nada sobre aquele hacker. Você desistiu de procurá-lo?

Jake desviou o olhar, indicando seu incômodo com aquele assunto.

(Jake) - Não. Mas o outro ainda o protege, como se ele fosse intocável. 

Ela suspirou.

(Adie) - Entendo. – Ela ficou cabisbaixa por alguns instantes. - Jake…

(Jake) - Sim? 

(Adie) - Já parou para se perguntar se há algo nesse caso que não seja como você acredita? 

Ele a olhou, intrigado.

(Adie) - Se o outro o protege, talvez, haja um bom motivo para isso. 

Jake desviou o olhar, pensativo.

(Adie) - Sabe… nesse dia em que eu estive desaparecida, eu aprendi algo muito interessante sobre a vida e sobre as pessoas… Eu aprendi que, nem tudo é o que parece. Porém, o que parecer ser, talvez não seja tudo. Talvez, haja muito mais por trás daquilo que acreditamos ter compreendido. 

Ele continuou com o olhar distante, enquanto pensava em várias coisas, até que sentiu Adie mais perto e ela pegou em uma de suas mãos.

(Adie) - Talvez, pensar nisso, seja algo muito difícil de fazer quando somos vítimas de algo. Porém, vale tentar. 

Ele a olhou e, nos olhos dela, se enxergava uma esperança, ou, talvez, uma súplica.

(Jake) - Porque está me dizendo essas coisas?

Adie suspirou e seu rosto se entristeceu. 

(Adie) - Acontece que... todos nós fomos enganados até hoje, Jake. Acreditamos que tudo tinha acabado e... não houve sinais nas entrelinhas, de que tudo estava apenas começando. Há uma verdade que nossa percepção não foi capaz de identificar e, essa verdade, vai mudar a realidade de todos desse grupo de amigos quando vier à tona. 

Os olhos dela marejaram e Jake se intrigou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.