Digimon Tamers 00 escrita por Hunterx


Capítulo 2
Os lendários sonhadores


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores. Como estão?

Hoje trago a vocês o primeiro capítulo.

Aviso: todo capítulo postado terá duas partes. Ou seja, o final do plot estará quanto os ideogramas "つづく" aparecerem.

Para manter a qualidade de escrita, os capítulos terão um intervalo de até um mês entre eles. Então peço paciência e, se quiserem, deixem comentários. Eu vou precisar de ajuda.

Sendo assim, boa leitura e divirtam-se.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808927/chapter/2

5年後 (Cinco anos depois)...

新宿市 – Shinjuku | 年: 2006

Pertencente a capital do Japão Tokyo, a cidade de Shinjuku passou pra momentos difíceis no passado. Mas a metrópole foi reconstruída, revitalizada e suas instalações se modernizaram conforme os anos se passaram após o ataque monstruoso do D-Reaper.

As ruas sempre bem movimentadas davam a entender que a vida havia voltado ao normal, com as pessoas passeando contentes e confiantes nas praças e transitando pelas calçadas. O comércio da região progrediu, havendo mais empreendedores, sejam pequenos ou grandes comerciantes.

Como esperado, até pelo fato do Japão ser referência no mundo todo, a tecnologia floresceu a passos largos, contribuindo para a expansão de infraestrutura da cidade. As mídias se aperfeiçoaram e se tornaram mais presentes e acessíveis a toda a população, fazendo com que as “facilidades do mundo moderno e tecnológico” idealizadas nas décadas passadas enfim tomassem forma.

Computadores se tornaram peça fundamental e básica nas residências, a área de informatização se mostrou mais exigente e foco de fascínio por parte dos jovens, principalmente estudantes. Os jogos de vídeo game estavam em um nível de realismo maior e de fidelidade gráfica ímpar. E, como esperado, a comunicação se transformou, onde seu acesso era em qualquer lugar via um dispositivo até então em desenvolvimento nos anos passados: os smartphones tiveram seu início, ainda que para uma fração da sociedade japonesa. Todas essas tecnologias proporcionaram a população japonesa uma revolução para com o trato social e profissional, a ponto de se aproximarem das experiências apresentadas dos filmes de ficção antigos.

Enfim, o boom tecnológico no ano de 2006 fez com que o mundo se tornasse mais conectado e as distâncias entre os povos diminuindo com o avanço da ciência computadorizada como um todo. As mídias digitais eram febre.

 

Shinjuku bebia dessa fonte de Tokyo.

 

Era uma cidade que borbulhava vivacidade e animação.

 

Ela cresceu e fortaleceu seus alicerces.

 

Assim como todos os cidadãos.

 

第1章

(Capítulo 1)

伝説の夢想家

(Os lendários sonhadores)

 

Tomemos agora como cenário uma área mais residencial da cidade, mais precisamente:

新宿高校(Colégio de Ensino Médio de Shinjuku)

時間: 08:00 AM

O tradicional colégio privado de Shinjuku.

A instituição de ensino era inteiramente como esperado no estilo japonês de ser. Salas cheias de alunos, um grau de pressão sem igual por parte dos professores, exigência por pontualidade e de desempenho colegial, prática de esportes e de tradições japonesas.

E com lugar cativo na Turma A-3 do colégio, lá estava Takato Matsuda, que atualmente tinha 15 anos. Vestindo tênis verdes, uma calça preta e blazer cinza, este era o uniforme padrão da instituição. Seu olhar e postura eram bem diferentes do garoto de cinco anos atrás, parecendo mais concentrado e confiante.

Mas só parecia.

E pelo visto a aula de matemática não ia bem, já que ele mesmo pensou:

 *Hm... Esse problema está sendo mesmo um problema... Vejamos pela décima vez: A idade de um pai é o quádruplo da idade de seu filho. Daqui a cinco anos, a idade do pai será o triplo da idade do filho. Qual é a idade atual de cada um? Ah... Mas que... Mas... Mas que...*

Logo vimos um show de impaciência:

— AH MAS QUE PROBLEMA! – Gritou Takato, coçando a cabeça.

Ele chamou a atenção a classe inteira... e do professor:

— Senhor Matsuda, qual o problema?

— Ah... Desculpe, professor. Eu acabei pensando alto. Foi mal aí, hehe...

— Entendo... Se você está pensando alto, então não teria “problema” algum de mostrar a solução do problema, não é?

— Hã?! Mas...

— Poderia vir aqui na frente, senhor Matsuda?

Não tinha pra onde fugir. Mas mesmo com essa pressão e ter explodido de estresse, Takato foi a frente e, mais calmo, resolveu o problema:

4x 5 = 3 (x 5)

4x 5 = 3x 15

4x – 3x = 15 – 5

X = 10

— O filho tem 10 anos e o pai tem 40. Pronto.

O professor e a classe até se surpreenderam. Mas:

— A resposta está correta, mas como chegou a essas conclusões, senhor Matsuda?

— Ah... Bem... o valor do filho era X e o do pai era 4X. Então basta pegar o número de anos pra frente, ou seja, o futuro, e multiplicar por 3 depois. Aí vem a equação que eu fiz e deu que o filho tinha 10 anos e o pai o quádruplo dessa idade: 40!

— Muito bem, senhor Matsuda... Me impressionou positivamente. Continue assim, mas pode me fazer um grande favor?

— Hã?! Ah... Claro!

— Não grite na minha sala de aula!

— Ah... Tu-tudo bem!

A turma ficou no misto de aplaudir e de rir da situação inusitada de Takato. A aula prosseguiu, mas sem nenhum “problema” maior.

そして休憩中に (E durante o intervalo)...

時間: 11:30 AM

No pátio central do colégio, os alunos tiravam para relaxarem um pouco depois das aulas da manhã e para se alimentarem. Era sempre destinado uma hora para que os alunos dedicassem a isso.

Entretanto, como sua turma do fundamental, Takato tinha como companheiros de turma:

— E então, sabichão? Pronto pra outro problema? Haha!

Esse era Hirokazu Shiota, ou Kazu. O jovem de 15 anos vestia o mesmo uniforme de Takato, sem sua tradicional viseira de quando era mais novo.

— Não teve jeito, não é? Mais uma vez o Takato, o lendário pai do mico!

Desta vez provocando era Kenta Kitagawa, ou somente Kenta. Também de uniforme, ele mantinha seus óculos no visual.

— Hm... Vocês garotos são tão dramáticos... Era só um problema bobo...

E agora era Juri Katou, a Katou. A garota usava um uniforme feminino, como saia preta e blazer cinza. Desde o fundamental ela deixou seus cabelos crescerem, estando além do seu ombro.

— Vocês precisavam mesmo ficar me lembrando disso? – Takato estava mesmo sem graça.

As risadas amistosas vieram, deixando o clima bem descontraído. Kazu, que gostava de tomar a iniciativa das coisas que faziam juntos, propôs:

— E então... Partiu jogar card game mais tarde na lanchonete? O deck novo de Digimon saiu e eu consegui comprar um deles...

Mas Takato, ainda sem graça, precisou desmarcar:

— Ah... Eu gostei da ideia, mas...

— Mas? Mas o que?

— É que... Bem, eu tenho compromisso pra mais tarde...

O silêncio veio seguido de mais provocações de Kazu:

— Olha só o Takato escondendo o jogo... Então, quem é a felizarda?

— Felizarda?!

— Ih qual é a sua? Tá pensando que a gente é inocente? Vai, diz... Qual o nome da garota que você vai se encontrar?

Isso fez com que o semblante de Katou mudasse, mas nada muito brusco. Mas Takato ficou muito mais sem jeito:

— Hã?! Mas... Não! Não é um encontro!

— Tá... Compromisso que os amigos não podem ir, você não querendo jogar card game...

— Não é isso... Eu queria mesmo jogar com vocês, mas eu realmente tenho que ir nesse compromisso. Marquei faz um mês, entendem? Desculpa aí...

Katou foi empática, segurando nas mãos de Takato de forma gentil em seguida.

— Takato... Não se preocupe. Pode ficar tranquilo que a gente te entende, tá?

— Ah... Hã?! O-obrigado, Kato... – Disse, ficando corado – *Rapaz, ela tá segurando na minha mão...*

Como todos os dias, eles se reuniam para conversarem no pátio. Tudo estava normal e calmo.

そして別の学校で (E em um outro colégio)...

新宿国際高校(Colégio de E. M. Int. de Shinjuku)

時間: 01:00 PM

O melhor colégio para estrangeiros

Situada no centro da cidade de Shinjuku, o colégio internacional abrigava em sua maioria imigrantes, principalmente da China e Coreia do Sul. O prédio era diferente das demais instituições de ensino, onde era possível ver um grande pavilhão destinado a vários eventos destinados a mostrar a cultura estrangeira.

Como o conteúdo letivo das instituições de ensino do Japão tinham um currículo mais criterioso e exigente, os estudantes estrangeiros que tinham dificuldades de se adaptar passavam por um período de nivelamento para que pudessem cursar sem maiores problemas.

O interior das salas eram mais arejados e era permitido utilizar roupas normais, sem a exigência de uniformes. Mas mesmo assim, para manter a disciplina, maioria os adorava.

Voltando após o intervalo, os alunos entraram na sala da Turma A-3, com um deles sendo conhecido. Era Jianliang Lee, de 15 anos que calçava sapatos marrom, calça social caqui, blazer verde e, por baixo, colete azul com camisa social branca e gravata. Lee agora usava óculos durante as aulas. Ele não tinha praticamente nenhum problema com nivelamento, mas preferiu esse colégio para conhecer alunos de outras nacionalidades.

E nesse meio tempo que antecedia o início das aulas, ele costumava pensar no que iria fazer no restante do dia. Mas desta vez era diferente.

— *Tem tanta coisa vindo nas minha cabeça agora... Hoje de manhã eu consegui fazer todos os exercícios. O meu almoço foi equilibrado e estava ótimo... Mas agora de tarde tenho que ler aquele livro e... Bem, não vou poder treinar Kung Fu com o Mestre... Tem aquele compromisso que não posso faltar...*

E quebrando seus pensamentos, eis que uma jovem se sentou ao lado de Lee. Ela usava uniforme como os de Lee. Seus cabelos eram loiros e olhos de cor azul... Ela era americana.

— Hey, Lee... What’s up?

— Ah... Jannet!?

— Ih... Já sei: estava pensando profundamente outra vez... Você precisa ficar mais nesse mundo, sabia?

— Hehe... Você está certa.

— E então... O que estava pensando nessa vez?

— Nada demais... Só me programando.

— What?! Você não é um computador pra ficar se programando, Lee!

— Não é isso... É que...

— Hahaha! Take easy! Eu só estava te provocando! Mas diz... O que tem planejado pra hoje de tarde? A gente bem que poderia ir no Namco Arcade pra jogar e comer besteira...

— Eu gostaria muito de ir, mas não vai dar dessa vez, Jannet.

— Ué... Porque?

— Tenho compromisso mais tarde... Fora que tenho que ir pegar minha irmã na escola, a Shaochung.

— Compromisso? Hum... Você disse isso pra eu ficar com ciúmes, não é?

— O que?! Não! Não é por causa disso!

— HAHAHAHA! Man, você tem que relaxar mais! Estou te zoando!

— Você adora me pregar peças, não é?

— Hahaha... Sorry! Mas é que você sempre fica muito centrado... Relaxa um pouco, Lee. Mas conta... Que compromisso é esse?

— Coisa de amigos, sabe? Algo bem pontual...

O assunto se seguiu até antes das aulas começarem. Jannet era a melhor amiga de classe de Lee, que ficou conhecido pelo colégio por ter vencido torneios de Kung Fu do grêmio esportivo do Colégio de Ensino Médio Internacional de Shinjuku. Jannet gostou tanto de artes marciais que ela pediu encarecidamente para que Lee a ensinasse Kung Fu, fazendo uma nova amizade.

E o dia de aula seguiu normalmente.

そして続けて、別の大学で ...

(E continuando, em um outro colégio...)

新宿高校アトリエ・芸術大学  

(Colégio Atelier e Artístico de E. M. de Shinjuku)

時間: 05:30 PM

O colégio da arte em geral

Encontrado no berço da área teatral de Shinjuku, o Atelier estudantil era referência entre os jovens formandos em artes da cidade. Os principais representantes da moda e estilismo do Japão passaram por lá e alguns até lecionam no colégio.

O ar artístico do prédio era visível em seus corredores, com quadros e pinturas nas paredes. Não era raro ver nossas artes sendo feitas ao vivo ao longo de todo o ano letivo.

Mas já era o fim das aulas, onde os alunos saiam em grupos a fim de irem ao teatro. Claro, qualquer atividade extra curricular que tivesse envolvimento no mundo das artes validava notas para o trimestre.

Entretanto, havia uma aluna bem aplicada mas que fugia um pouco dos padrões das demais garotas. E embora ela apreciasse a peças teatrais japonesas, principalmente aquelas que tinham como personagens principais do folclore japonês, vide as kitsunes, ela nunca negaria um desafio.

Essa jovem, não arredando ao desafio, seguiu após as aulas para a:

野海恵子小学校 (Escola de E. F. Keiko Nokai)

学校の駐車場 (Estacionamento da escola)

Justamente no fim da tarde Ruki Makino, estudante do ensino médio de 15 anos do colégio Atelier e Artístico de Shinjuku havia recebido um recado via SMS do lugar onde deveria estar para o duelo.

Diferente de seu passado, ela assumiu de vez um look mais feminino ao usar seu uniforme: sapatos marrons, saia azul e um blazer fechado da cor cinza. Ela também manteve seus cabelos ruivos soltos, que estavam maiores que a cinco anos atrás.

O lugar escondido escurecia conforme a tarde terminava e a noite começava, dando um tom dramático ao desafio.

Ela então se sentou ao chão, como se estivesse reverenciando seu oponente. Pegou seu deck de cards, escolhendo minuciosamente quais usar para aquela batalha de Digimon, ainda que fosse um card game.

Sob a penumbra, Ruki via seu adversário ajeitar seus óculos, talvez o único jeito de saber que havia alguém alí.

Os minutos se passaram, com trocas de ataque e defesa. A batalha seguia feroz e emocionante...

E após um longo e exaustivo duelo, eis que o último movimento é dado, com o anúncio do vencedor:

— Os pontos de vida do domador se esgotaram! A vitória é da então invicta rainha Digimon... Ruuuki!

Sim, tinha-se um árbitro e também platéia. As luzes se acenderam de lanternas pelos próprios espectadores. Não eram muitos, mas barulhentos de qualquer forma. A algazarra pelo resultado foi grande.

Ruki, vitoriosa, guardou seu deck e, estendendo sua mão, a levou a seu oponente em sinal de espírito esportivo.

— Parabéns pela partida. Você é muito talentosa...

A “rainha Digimon” tinha como adversário uma garota que usava óculos, longos cabelos da cor preta e que usava o uniforme tradicional japonês feminino do fundamental... e que não parecia ter gostado de ter perdido:

— Ah tá legal... Tá legal... ISSO NÃO ERA PRA TER ACONTECIDO! NÃO NÃO!

— Ei... Qual o seu problema? Eu estou reconhecendo que você duelou bem... O que você queria? Que eu pegasse leve só porque você é do fundamental?

— JAMAIS! – Disse, gesticulando como uma louca – EU NÃO DEVERIA TER PERDIDO PRA UMA MAIS VELHA COMO VOCÊ!

— Ei ei... Calma aí! O que deu no sua cabeça, garota? Que atitude irresponsável...

— Quero uma revanche agora!

— Agora?! Eu gostaria, mas não vai dar...

— O QUE?! VOCÊ NÃO ME OUVIU?! EU QUERO MINHA REVANCHE AGORA! JÁ!

A jovem gritava tão alto que Ruki teve que cobrir seus ouvidos. Histérica, a garota precisou ser impedida por suas amigas de classe:

— Meikume... Para de dar chilique porque perdeu! – Disse, segurando a jovem.

— Me solta, Makoto! Eu tenho direito a revanche contra a velha da rainha Digimon!

A Ruki ouviu isso, então:

— QUEM VOCÊ ESTÁ CHAMANDO DE VELHA, SUA PIRRALHA REMELENTA?

— VOCÊ, VELHOTA DE CABELO BRANCO!

— CALA SUA BOCA E VAI BRINCAR COM SUAS BONECAS!

— E VOCÊ VAI FAZER TRICÔ!

As duas se olhavam irritadas, mas tudo era por causa do calor da batalha. Com as amigas da garota de 12 anos chamada Meikume Gajimaru a soltando e Ruki preparando para sair, a jovem, já mais calma, disse:

— Olha... Desculpa. Você não é velha nem nada... Só que eu tenho um certo probleminha em perder.

— Probleminha? Precisa de terapia, garota...

— Ei, eu pedi desculpas, tá?

— Ah... Tá. Eu também te devo desculpas. Você não é uma pirralha... Aliás, você duela muito bem nas cartas...

— Sério mesmo? Mesmo?!

— Sim... E eu vou te dar uma revanche por causa disso.

— SUGOI! AI SIM!

— Só que não hoje... Porque... Tenho um compromisso...

— Ah eu entendi... Mas eu também tenho um daqui a pouco, então teria de ser pra outro dia mesmo...

— Beleza... Um dia desses a gente se esbarra outra vez pra duelar, está bem?

— Tudo bem, rainha Digimon! Ruki-Sama!

— Ah... Não me chama disso... Só Ruki está bom. E o seu nome é Meikume, não?

— Sim. Meikume Gajimaru! Hehe... Aliás, você tinha um Digimon real, não?

— Sim... – Disse, meio sem graça – Bem, preciso me apressar...

Para terminar com o embate, as duas tocaram punho com punho em sinal de respeito. Logo todos se dispersaram, com as duas seguindo seus caminhos opostos.

時間後 (horas depois)...

新宿スクエア(Praça de Shinjuku Fast Food)

時間: 07:20 PM

A famosa lanchonete de Shinjuku onde maioria dos jovens procurava para conversar e comer sanduíches estava bem movimentada. O lugar tinha arcades dos mais variados tipos e até mesmo karaokê.

Mas havia um grupo de adolescentes um pouco afastados dos demais. Um trio que se reuniu como sempre fizeram nos últimos cinco anos. Sim, lá estavam Takato, Lee e Ruki, reunidos novamente.

— Se lembram quando estávamos no digimundo e aquela moto maluca apareceu do nada? Gente, naquele dia eu fiquei com medo... O Guilmon ficou possuído por ela... – Disse Takato.

— E daquela vez que a Renamon partiu pela noite com o Vajramon... Eu fiquei muito preocupada com a Renamon. Mas... Ela ficou linda sob a luz do luar aquele dia... – Disse Ruki.

— Teve a vez que o Terriermon lutou pela primeira vez... Eu nunca pensaria que naquele dia quando ele estava lutando contra Pajramon que ele ficaria tão forte e rápido... – Disse Lee.

Era um encontro para relembrar dos velhos tempos. Uma noite para colocar em dia a conversa e para saberem como estavam. O trio de ex-domadores de Digimon se afastaram desde então porque passaram a estudar em colégios distantes uns dos outros. Como de praxe, a vida seguiu, com cada um tomando sua direção.

E por muitos minutos a conversa continuou...

— Fazem cinco anos que eles partiram... – Disse Takato, tomando um refrigerante.

— Parece que foi ontem que estávamos lutando juntos... – Desta vez era Lee.

— Eles sumiram de uma hora pra outra e desde então não tivemos mais notícias de nada... – Ruki estava cabisbaixa.

Takato percebeu que sua amiga estava assim e logo disse:

— Ah deixa disso, rukinha...

— Primeiro: eu já superei isso. Acha mesmo que eu não conseguiria? E segundo: me chama disso de novo se você não tem amor a vida... Aí você vai ver quem vai ficar triste!

— Opa, desculpa!

— Não importa... Deixa pra lá.

Lee percebeu que Takato faz aquilo de propósito, porque estava preocupado com Ruki. Mas mesmo após a conversa sobre tudo que aconteceu a cinco anos, ele foi bem honesto:

— Acabou, pessoal... Acho que já temos idade suficiente pra saber que realmente tudo tem mesmo um fim.

— Lee... – Takato tomou a palavra – Aquilo que eu vi a cinco anos atrás não me faz acreditar que tudo acabou de vez.

Ruki entrou na conversa e não estava com paciência.

— De novo com isso, Takato? Vê se cresce... 15 anos na cara e ainda acredita que vai acontecer exatamente como você sonha?

— Claro que não, Ruki! É só que... – Disse, desconversando – Olha, todo ano desde que eles sumiram eu ouço a fita que eu gravei com o gravador de fita cassete do meu pai pra ter certeza de que eu vi aquilo mesmo...

— Não importa! Não fica nessa de revisitar o passado pra validar seu presente. O Lee está certo, acabou. Todos nós passamos por aquilo juntos e é o que temos. Isso vai ficar com a gente pra sempre, é fato. Mas não fique tentando se enganar...

— Me enganar?! Eu estou dizendo que eu vi o portal do digimundo naquele dia e nada disso vai mudar o que eu vi!

Mas Lee novamente jogou na razão:

— E daí?

— Daí o quê? – Perguntou Takato.

— E daí se você viu? O que muda? Se passou cinco anos, Takato... É muito tempo.

— Pode passar até cinquenta anos que minha amizade pelo Guilmon vai continuar!

— Ah eu entendi... Agora eu entendi... – Disse Lee, fechando seus olhos.

— O que tem?

— É pela amizade. Escute, eu penso o mesmo que você. Sempre terei a amizade do Terriermon no meu coração pelo resto da minha vida. E acredito que a Ruki tem o mesmo sentimento pela Renamon...

O tom de voz maduro de Lee meio que bateu na mente de Ruki, que se lembrou dos bons momentos que passou com Renamon. A jovem ficou até mais aberta a interações sociais desse que sua amiga Digimon tinha retornado ao digimundo, mas ela não queria demostrar seus sentimentos na frente dos dois. Ela se levantou, dizendo:

— Foi uma boa reunião... Bem, estou indo nessa.

— Ué, já vai? – Perguntou Takato.

— Tenho coisas a fazer lá em casa antes de ir dormir. Foi bom ver vocês de novo... Até outro dia.

Repentinamente, a jovem optou por ir embora, deixando os dois na lanchonete. Mas não sem antes Lee a olhar se retirando, tentando entender o porquê de sua saída.

A conversa entre os dois prosseguiu por mais alguns minutos.

Mas, não muito longe dali, Ruki caminhava sozinha, adentrando pelo parque onde se reuniam. E durante seu caminho, ela percebeu algo estranho, como se um vulto estivesse entre a vegetação do lugar.

— Quem está aí? Apareça!

Sua descrença pelo improvável por alguns minutos deu licença ao possível, ainda que fosse cética. Ela então observou mais internamente, para ter mesmo certeza. O lugar estava muito escuro e movimento da folhagem poderia estar lhe pregando uma peça.

Mas assim que voltaria a caminhar, notou novamente o tal vulto, que passou a se movimentar. Ruki sem pensar e totalmente surpresa tornou a correr em sua direção.

Isso durou alguns metros...

Chegando até uma clareira no meio do parque, Ruki, decidida, gritou:

— RENAMON!

Todavia, da folhagem surgiram gatos, que andavam juntos, emulando um vulto maior, enganando a intuição que Ruki tivera. E ela, sorridente, ficou aliviada, ainda que frustrada.

— A quem eu quero enganar? O Takato não é o único com saudades... Hehe, sinto sua falta, Renamon... É difícil admitir isso na frente deles, mas de você... Queria que estivesse aqui...

Era assim que ela conseguia expressar sua saudade.

Ruki continuou seu caminho até o centro...

私たちはすぐ帰るからね...

デジモンテイマーズ00ゼロゼロ!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Em breve voltaremos com...

DIGIMON TAMERS 00 ZERO ZERO!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Digimon Tamers 00" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.