⚫REC

Oi

Eu nunca escrevi um diário nem nada assim, mas acho que seria uma boa deixar a experiência que eu e meus amigos passamos, então vamos lá...

Eu peguei esse gravador antigo do meu pai. Como ele não é digital, acho que vai ficar mais seguro assim, hehe... Eu sei, eu estou pagando mico...

Meu nome é Takato Matsuda, tenho 10 anos e eu moro em Shinjuku com meus pais. Ah sim... fica em Tokyo, sabe? Muita gente diz que tudo acontece por aqui e... Ah... Acho que estou fugindo do assunto...

Nos últimos meses Ruki, Lee e eu, fora outros amigos, passamos por uma aventura inesquecível, sabe? Nós conhecemos nossos parceiros digimons... Ruki tinha a Renamon como parceira. E cara, elas eram fortes juntas... e separadas também! Ah e o Lee... Ele era o mais maduro e o Terriermon era seu parceiro. E tinha eu e o Guilmon... o meu melhor amigo. Eu... — Dizia Takato, chorando – Eu sinto muito falta dele...

Todos nós salvamos a nossa cidade do D-Reaper, O Matador! Nós quase perdemos a Katou... mas o Belzebumon apareceu e a salvou... mesmo depois de tudo que ele fez. Sabe, tô falando isso porque descobri que não devemos julgar as pessoas... e dar chance para se redimirem é a melhor coisa a fazer... A coisa certa em fazer. Tudo isso foi muito recente e meus pais me explicaram bem o que é isso.

Na verdade, hehe, eu ainda não sei bem o que quer dizer, mas eu estou tentando entender. Mas de uma coisa eu sei: não existe gente malvada e sim “maldade nas pessoas”, como meu pai disse. Nascer mal não existe... e sim a pessoa ficar malvada porque seguiu um caminho errado. Por isso minha mãe disse que “julgar as pessoas é errado. Você tem que conhecer pra saber que caminho ela tomou”.

Ela está certa.

Porque estou gravando isso? Pra mandar uma mensagem pra mim mesmo no futuro... e eu sei que eu vou ouvir isso. Tenho que guardar o que eu vi hoje.

Semana passada eles foram embora... pra sempre.

Mas eu sempre tive esperança de que iríamos vê-los de novo.

Então... Todo dia eu voltava na pracinha e ia lá na cabana do parque jogar card game com o Kenta e o Kazu... Até a Katou ia. Mas todo dia a gente conversava sobre o que passamos...

Eu sabia que em breve uma coisa iria acontecer. Que nem da primeira vez que vi o Guilmon. Ele apareceu porque eu quis, eu o criei...

Então porque não acreditar que eles iriam voltar algum dia?

Por isso mesmo estou gravando...

EU VI! EU VI UMA ABERTURA LÁ NA CABANA!

Era... Era um portal para o mundo digital...

ERA UMA PASSAGEM PARA O DIGIMUNDO! Ou uma entrada... ou saída... Sei lá. Mas de uma coisa eu tinha certeza: aquilo era coisa de Digimon... uma coisa que dizia pra mim que em breve nossos amigos estariam de volta!

Mas... Assim que eu encostei naquela energia, ela sumiu... como se tivesse se escondido de mim. Foi aí então que eu lembrei que o Guilmon vivia cavando naquele lugar desde o início... e eu fiz o mesmo. Peguei uma pazinha e comecei a cavar, cavar, cavar... Mas...

Eu acabei arrebentando um cano, hehehe...

Que mico...

Hehe... Tá bom de gravação por hoje...

◼️STOP

Uma semana depois...

⚫REC

A cabana ficou um tempo fechada porque o pessoal do parque precisou consertar o vazamento. Eu hoje voltei lá... mas não tinha nada. Cobriram o buraco onde o Guilmon cavava... e eu não vou mexer lá pra não me dar mal.

Nessa semana que passou, eu conversei com a Ruki e o Lee. A gente se reuniu na pracinha como fazíamos quando éramos... domadores.

A gente entrou num acordo: investigar. Não só na cabana e sim em todo lugar. A HYPNOS já vinha investigando sobre os Digimons a muito tempo e com certeza eles iriam fazer algo pra... Ah, sei lá... Impedir ou bloquear algum portal, talvez.

A Ruki disse que era certo de que o digimundo ainda existia. Lee concordou, ainda mais porque seu pai disse que a reiniciação fazia regredir tudo e... Ele, o Lee, disse que eles poderiam ter sumido pra sempre ou... Ou voltado a serem digiovos como se sabia do início de vida dos digimons.

Eu só tinha certeza do que eu vi. Era algo do digimundo, foi uma coisa real. Mas e agora... O que faríamos na investigação? Teria a HYPNOS descoberto tudo e impedido alguma comunicação entre nosso mundo e o digimundo?

Eu não sei como vai ser daqui pra frente.

Mas eu não vou desistir.

Aquilo era um portal, uma passagem para o digimundo.

Então, em breve, seja quanto tempo levar, nós vamos ver nossos amigos outra vez...

Renamon, Terriermon... e Guilmon...

NÓS VAMOS NOS VER OUTRA VEZ!

Algum dia... com certeza estaremos juntos outra vez...

Mas até lá...

Eu vou ser forte... e evoluir mais e mais...

Junto com meus amigos, iremos ficar mais fortes.

É uma promessa.

Então... Até logo!

◼️STOP

Takato não tinha a minina ideia do que aconteceu após ver aquele lapso digital que encontrou na cabana onde abrigava Guilmon.

E isso definitivamente teria efeitos futuros...

Enquanto isso...

デジワールド (Digimundo) | Atual Era

O digimundo. Uma região digital onde abrigava várias informações de nosso mundo. Ao vasto horizonte e ao breve estado, as criaturas que por lá viviam estavam em grande número. Um lugar hostil e perigoso, onde a única coisa que unia aos Digimons era a luta pela sobrevivência.

Logo após a aniquilação de D-Reaper no mundo humano, todos os digimons que habitaram ao mundo real retornaram aos poucos as suas formas iniciais, ao mesmo tempo que foram induzidas a voltarem ao digimundo. Por todas as camadas que construíam o digimundo era possível ver a instalação dos monstros digitais após seu retorno.

Entretanto, essa solução não foi tão simples: D-Reaper havia sido derrotado e "banido", longe de qualquer ser digital, mas o retorno em massa das criaturas ao Digimundo fez com que a quantidade de dados aumentasse exponencialmente, sem que se pudesse ter noção exata de seu tamanho.

Digimons mais poderosos sentiram o poder dos dados, o que deixou claro que o desnivelamento entre as classes era iminente e impossível de evitar. Por muito tempo desde o retorno abismal de dados recebidos pelo digimundo, muitos diziam rumores de que em breve o fim chegaria. E o que mais diziam era:

“Tudo que recebemos do mundo humano se resume a lendas... Aqueles ditos domadores escolheram alguns de nós e lutaram, digivolveram, mas... Essa gama enorme de digimons... Se isso não tiver um controle, então...

... é o infinito que se tornará finito”

O aumento de dados só crescia, e os problemas iam no mesmo ritmo. O espaço era mais disputado entre as novas espécies e as antigas, com lutas diárias pela sobrevivência. E conforme o tempo passava, o fato de confirmou: o digimundo tomou sua totalidade de armazenamento.

O colapso estava por vir...

Mas um fenômeno fora do comum apareceu conforme os dias se passavam; algo ocorreu e mudou o digimundo como nós conhecíamos.

Aos poucos a luta pela sobrevivência não era de Digimons versus Digimons...

... e sim contra um inimigo invisível.

Dados e mais dados eram eliminados, com os digimons praticamente se desintegrando em manadas, sem motivo algum para isso. Muitos migraram para as partes altas do digimundo, num tolo pensamento de que poderiam se salvar.

Sem dó nem piedade, de digiovos a digimons adultos e até do nível extremo, reduzidos a lembranças dos que ainda se mantinham vivos. As planícies do digimundo ficavam mais vazias... mais do que eram no passado.

Nesse dia a escuridão tocou o digimundo... e com isso trouxe a iminência do fim. E os digimons que ainda resistiram, diziam:

"É o fim de tudo... O presságio do código... Zero Zero."

Haveria esperança?

Aquele fim teria chegado?

As respostas nunca vieram até então...

E, com isso, um imenso terror foi instaurado no digimundo.

“O que está acontecendo?”

“Porque muitos de nós estão morrendo?”

“Seria esse o fim de tudo e de todos?”

O mundo real estava a salvo, mas o preço foi alto para os digimons. Uma sensação de imenso rancor fomentou o existir de cada criatura que soube das histórias dos domadores lendários...

... e de seus parceiros digimons.

つづく