Harumi Hiden - A Ressurreição das Sombras escrita por Akira Senju


Capítulo 10
De Volta ao Lar


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Me perdoem pela demora, estava muito sobrecarregada de tarefas nos últimos dias e não consegui um tempinho para atualizar a história. Espero que gostem do capítulo ♥

Tenham todos uma ótima leitura ♥



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Era fim de tarde na Vila da Folha, e o Hokage continuava em seu árduo trabalho, porém, em ótima companhia. 

 

— E então, como está sendo viver na Vila? – Kakashi perguntou estando com os olhos em uma folha que segurava.

— Hum… – Ela estava escorada na mesa enquanto saboreava os dangos que levou para os dois. - Ainda é cedo para dizer.

 

Kakashi escorou o rosto com uma das mãos e suspirou de exaustão. Harumi o olhou de canto.

 

— Que interessante… Acabo de me dar conta que pela primeira vez estou vendo a exaustão de um Hokage e não posso auxiliar em nada. – Ela comeu mais um Dango.

 

Kakashi a olhou de canto.

 

— Hum, eu sabia. – Ele fechou os olhos.

 

Harumi o olhou intrigada.

 

— Hum?

— Eu sei bem quando você está entediada. Vamos, me diga logo o que você está pensando. – Ele voltou sua atenção para a folha que agora estava sobre a mesa.

 

Harumi desviou o olhar e sorriu sutilmente.

 

— Dessa vez você está enganado, senhor Hatake. Porém, eu sei que vou mesmo me sentir entediada daqui uns dias com essa mesma rotina e já pensei no que vou fazer quando esse dia chegar.

 

Kakashi parou seu trabalho por alguns segundos e pegou um palito com dangos. Em seguida, ele abaixou sua máscara e comeu um bolinho.

 

— Então… no que pensou? – Ele perguntou enquanto mastigava.

— Bem, você soube que o livro que foi escrito por mim e lançado por Tsunade foi um sucesso aqui na Vila.

 

Kakashi a olhou levemente surpreso

 

— Isso quer dizer que você autorizou o lançamento?

 

Harumi sorriu sutilmente.

 

— Não apenas isso. Foi eu quem alterou os nomes.

 

Kakashi se surpreendeu um pouco mais.

 

— Tsunade me disse que seria necessário fazer isso para que eu pudesse viver tranquilamente, afinal, no passado, dominei um modo Sennin jamais dominado por outro ninja, e isso já seria o suficiente para me tornar alvo de alguém. Além disso, precisei tirar a parte em que relatei meu desenvolvimento do Byakugou no in. É um desenvolvimento muito arriscado e seria irresponsabilidade ensiná-lo a outras pessoas.

— Hum, entendo. – Ele desviou o olhar e comeu mais um bolinho.

— Bom, devido ao sucesso do meu livro, estive pensando em seguir sendo uma escritora, assim como meu mestre era.

 

Kakashi arregalou os olhos e ficou levemente entusiasmado, mas Harumi logo percebeu que poderia ter dado a impressão errada para ele e se assustou.

 

— Ah! Não pense que vou escrever aquelas porcarias que ele escrevia! – Ela disse alterada. 

 

Kakashi suspirou desapontado.

 

— Eu quero dizer que, assim como ele, me tornarei uma viajante em busca de inspiração e vou escrever histórias voltadas para as realidades distintas que eu encontrar por aí.

 

Ele ficou pensativo por alguns segundos.

 

— Hum, você mal voltou e já está pensando em partir. Parece que nem tudo em você é igual a antes.

 

Harumi o olhou intrigada.

 

— Hum? O que quer dizer?

 

Kakashi comeu o último bolinho do palito.

 

— Bem, você soube que saiu de Konoha ainda sendo uma criança. Mas o que você ainda não sabe, é que depois que retornou já sendo uma adolescente, você nunca mais quis partir daqui e foi assim até seu último dia de vida.

 

Harumi desviou o olhar e suspirou com um sorriso orgulhoso.

 

— Mas agora você quer ser uma viajante assim como Jiraya… Bem… – Kakashi colocou os cotovelos sobre a mesa e cruzou as mãos. - Eu não irei impedi-la de seguir seu caminho, mas quero que me prometa uma coisa.

 

Harumi pegou mais um palito de Dangos e comeu um bolinho.

 

— O que quiser. – Ela disse com a boca cheia.

— Que sempre terá Konoha como seu lar.

 

Ela pensou por alguns segundos enquanto saboreava seus dangos, até que deixou o palito, que tinha dois bolinhos, sobre a bandeja e se colocou à frente da mesa do Hokage, olhando em seus olhos.

 

— Hum… certo, eu prometo que sempre voltarei para vê-lo, senhor Hatake. – Ela sorriu e piscou para ele.

 

Kakashi tomou um leve susto e desviou o olhar com as bochechas coradas e Harumi se virou, saindo do escritório em seguida. Após ela sair, Kakashi suspirou e sorriu sutilmente por ela ter entendido tão bem o que ele quis dizer.

 

Enquanto isso, Shizune estava a caminho do escritório do Hokage. Ela caminhava tranquilamente pelo corredor extenso enquanto segurava uma pilha de papéis, mas em certo momento, ela parou ao ver alguém vindo em sua direção. O que a fez parar foi apenas o leve susto de ver alguém, afinal, ela estava distraída. Depois de alguns segundos, ela sorriu sutilmente e voltou a caminhar, passando ao lado daquele alguém que era um Jounin. Porém, quando ela estava já um pouco distante, aquele Jounin a olhou por cima do ombro e suspirou com um leve sorriso, pois era Harumi disfarçada e aquela era a primeira vez que ela via Shizune depois de tanto tempo. 

 

LABORATÓRIO DE TESTES

 

Quando já era noite, Hikaru e Ichiro receberam a visita de Eiji no laboratório. Antes que Eiji contasse o real motivo de sua inesperada visita, ele foi até a cela onde Nanao estava preso, agora com correntes ainda mais reforçadas para caso ele se transformasse novamente. Eiji o observava do lado de fora com um sorriso malicioso enquanto Hikaru e Ichiro estavam um pouco atrás, esperando para ouvir o quer que ele tivesse ido lhes dizer.

 

(Eiji) - Está chegando o momento de ter o que tanto esperávamos.

 

Hikaru e Ichiro se surpreenderam.

 

(Eiji) - Eu descobri tudo sobre a invocadora desse gato e ainda descobri um possível segredo da Vila da Folha.

(Ichiro) - Do que está falando, senhor?

 

Eiji se virou de frente para eles.

 

(Eiji) - Nos registros que encontrei na Vila da Folha, Harumi foi uma Nukenin que se matou após receber sua sentença, é provável que tenha sido para se livrar da mesma. Mas sua morte foi apenas uma farsa e o motivo eu ainda não pude compreender.

 

Ichiro e Hikaru ficaram intrigados.

 

(Hikaru) - Uma farsa?

(Eiji) - Sim. Essa farsa permitiu que sua existência fosse esquecida dentro da Vila e hoje ela caminha tranquilamente por lá, sem que ninguém desconfie que ela é uma Nukenin.

 

Ichiro e Hikaru se assustaram.

 

(Hikaru) - E-Está dizendo que…

(Eiji) - Sim, Harumi está viva. Eu a vi com meus próprios olhos. 

 

Ao ouvir essas palavras, Nanao se assustou e abriu os olhos. Eiji se virou de costas para Ichiro e Hikaru e voltou a olhá-lo.

 

(Eiji) - Isso nos dá uma segunda possibilidade. 

(Hikaru) - E qual será o plano a partir de agora?

(Eiji) - Ao invés de ter que matar esse adorável gatinho para obter suas células, precisamos capturar Harumi e fazê-la falar qual é o segredo para obter o Modo Sennin do Gato. Ao descobrirmos o tão valioso segredo, minha filha poderá adquirir a capacidade de usar esse Chakra Sennin. 

(Ichiro) - Mas… sabemos que não será fácil fazê-la falar, senhor.

(Eiji) - Não pense como um covarde! Ela pode ser uma Sennin, mas somos três contra uma. Além do mais, contamos com substâncias que podem paralisar o fluxo de Chakra no corpo dela, tornando-a uma pessoa comum e fácil de eliminar.

 

Hikaru e Ichiro se assustaram.

 

(Hikaru) - Eliminar?

(Eiji) - Sim, é isso mesmo. Quero que esse gato seja a principal invocação de Miwa e por conta disso, sua invocadora atual, Harumi, terá que morrer. – Ele sorriu com malícia.

 

Nanao continuava com os olhos abertos e ao ouvir essas palavras, ele levantou a cabeça e o olhou com raiva. Em seguida, o adorável felino começou a tremer, mas apesar de toda raiva que ele estava sentindo, ele não poderia se tornar um Bakeneko enquanto estivesse preso por aquelas correntes especiais, pois elas paralisaram seu fluxo de Chakra.

 

No dia seguinte, Harumi estava em um ponto alto da Vila e observava de longe o Hospital de Konoha. Dali ela só tinha as lembranças que estavam escritas no seu livro, era como se mesmo tendo estado lá disfarçada e atuado como médica ninja, suas memórias estivessem totalmente bloqueadas. Ela nem sequer havia se dado conta de que a máscara que o filho de Yuna usava era inspirada no seu próprio disfarce do passado. Estando distraída enquanto observava o hospital, ela se assustou com uma voz familiar que soou atrás dela.

 

— Sente saudades do trabalho? – Tsunade perguntou.

— Bom… – Ela se virou para olhá-la. - É inevitável. 

— Hum… – Tsunade cruzou os braços. - Pensei que voltar a viver aqui e trabalhar no hospital seria o suficiente para você, mas pelo visto algumas coisas mudaram.

— Sinta-se feliz, eu estou apenas tentando viver uma nova vida. – Harumi caminhou em direção oposta, se afastando de Tsunade.

 

Tsunade suspirou e tentou conter seu sentimento de insatisfação com a decisão de Harumi de partir em alguns dias, mas enganá-la era impossível. Depois de alguns passos, Harumi parou de caminhar. 

 

— Que tal um tempo juntas por aí? – Ela olhou Tsunade por cima do ombro, estando com um sorriso sutil. - Afinal, ainda não chegou a hora de partir.

 

Tsunade se virou e pensou por alguns segundos, até que começou a caminhar até ela.

 

— Hum, não fique convencida achando que me importo com sua partida. – Ela se aproximou de Harumi e as duas começaram a caminhar lado a lado.

— Você está se entregando pois eu não disse nada sobre isso. – Harumi disse com deboche.

— Argh! Não começa, Harumi! – Tsunade se irritou.

 

As duas se afastaram da Vila e passaram boa parte do dia se divertindo como estavam acostumadas.

 

Mais tarde, Harumi retornou e decidiu caminhar pelas florestas de Konoha. Ela andava sem muita pressa e apreciava o vento em seus cabelos castanhos, o canto dos pássaros e o sol que já não estava tão quente. Algo que não havia mudado nela, era seu fascínio pela natureza e o prazer de caminhar pela floresta. Todas aquelas sensações incríveis de paz e liberdade ardiam em seu coração ao andar por longas distâncias em meio ao verde. 

 

Depois de caminhar por um bom tempo, ela parou ao notar algo diferente. Sua percepção incrível fez com que ela notasse algo escondido em meio a longos galhos. Ao olhar para o lado direito, ela notou que aqueles galhos escondiam uma pequena casa e curiosa, ela caminhou para mais perto. Ao se certificar de que realmente era uma casa muito bem camuflada por aqueles galhos, ela se intrigou pensando sobre quem viveria ali. Ela decidiu se aproximar mais e tentar tirar os galhos que tapavam a entrada. Ela pegou uma Kunai de sua bolsa de armas e com um golpe vertical preciso, ela partiu os galhos ao meio e liberou a entrada da casa. Por alguns segundos ela permaneceu observando a casa, agora podendo enxergar melhor alguns detalhes, até que se aproximou da porta e decidiu entrar, mas ao aproximar sua mão da maçaneta, ela pareceu se assustar e arregalou os olhos. Naquele momento, ela se deu conta de quem foi o dono, ou melhor dizendo, a dona daquela casa.

 

Sua mente foi invadida por várias lembranças ao mesmo tempo e essas lembranças vieram de forma brusca, o que a fez fechar os olhos e colocar as mãos na cabeça, como se sentisse uma certa dor, e se afastasse da porta. Eram várias imagens antecedidas por flashes repetidos. Ela encontrando aquela casa pela primeira vez em estado de ruína… Ela trabalhando na reforma do lugar… Ela sorrindo ao vê-la pronta para morar… Ela entrando na casa e todos os detalhes do lugar…

 

 Após o surgimento das lembranças, em seu coração surgiram sentimentos e ela ficou mais assustada. Por mais que se tratasse de seus próprios sentimentos do passado, tudo ainda estava confuso. Depois de alguns segundos daquele bombardeio de imagens e emoções, Harumi pareceu se acalmar. Ela estava um pouco ofegante, mas agora conseguiu levantar o olhar em direção a casa novamente e tudo começou a fazer sentido.

 

— M-Minha casa! – Ela sussurrou surpresa.

 

O sentimento que até então era confuso, agora se tornou mais leve e naquele momento ela sentiu a incrível sensação de retornar ao seu lar. Tendo seu coração invadido por aquele sentimento prazeroso, ela se aproximou da porta sem nenhum receio, abriu e entrou.

 

A casa continuava intacta. Era como se tivesse sido cuidada por alguém durante esse tempo, mas estranhamente, não parecia estar sendo habitada. Harumi olhou tudo com atenção, ainda estando parada na porta e, mesmo que vagamente, se lembrou do primeiro dia que entrou ali para morar. Apesar do sentimento de retorno ao lar, ela ainda se sentia confusa do porque morava em uma casa na floresta e não dentro da Vila da Folha. Ela entrou e fechou a porta atrás de si. Após tirar seus calçados na entrada, ela caminhou até a cozinha e observou tudo cuidadosamente. Em alguns segundos, foram surgindo lembranças, mas dessa vez, não tão invasivas. Ela ali cozinhando… limpando… ou apenas tomando um copo de água depois de um dia cansativo de trabalho… Um sorriso sutil surgiu em seus lábios ao se lembrar de como era essa sensação. Em seguida, ela caminhou até a mesa de jantar. Ao chegar perto, ela se sentou em uma das cadeiras e também pôde se lembrar de breves momentos ali. Em alguns, ela sentada e saboreando sua comida, em outros, ela escrevendo em um caderno. Aquelas sensações a deixaram distraída por alguns instantes. Aquele era o seu lar e parece que ali ela descobriu o prazer de momentos simples, pois em seu coração ficou claro que aquele era o melhor lugar do mundo para ela. Depois de alguns minutos, ela se levantou e caminhou em direção ao quarto. Ao chegar lá, ela também observou tudo, mas ao contrário dos outros cômodos, o lugar não lhe trouxe lembranças e nem sentimentos. Ela começou a olhar tudo como se fosse um lugar completamente desconhecido e sentiu como se houvesse um bloqueio de lembranças e sentimentos. Ela foi até a cama e se sentou, mas era estranho, ela não sentia nenhuma sensação remetente ao passado. Após suspirar com frustração, ela se levantou para ir embora, mas algo chamou sua atenção e a fez olhar em direção a mesa de cabeceira. Havia um pedaço de papel e parecia ter algo escrito. 

 

Ela se aproximou e pegou o papel para ler… 

 

“Obrigado pela companhia e pelos Dangos!” 

 

Após ler aquele recado, ela ficou intrigada pois tudo continuava igual, sem nenhuma lembrança. Ela apertou o papel, amassando-o com raiva, mas de repente, ela arregalou os olhos... finalmente uma lembrança surgiu.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui ♥



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