Incidentes escrita por Bê s2


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo



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Três dias depois de ser internada, Sara recebeu alta.

—Esses são os remédios para dor. Qualquer problema venha direto para cá. –O doutor explicava. –Sua próxima consulta é daqui quinze dias, se tudo ocorrer bem.

Grissom guardou a receita e deu seu braço de apoio para Sara sentar em uma cadeira de rodas, mas ela se recusou.

—Não vou usar isso, consigo ir andando.

—Sara, eu realmente aprecio sua força de vontade, mas você está com um pé quebrado. –Gil tentava ser paciente. –Você vai andar nisso e vai ficar sem fazer esforço, nem que eu tenha que te amarrar.

Ela deu um sorriso malicioso, mas o médico não percebeu. Com um bico, e muito a contragosto, ela se acomodou na cadeira.

—É só por alguns dias. Você nem vai perceber. –Grissom disse carinhoso.

Sara não respondeu.

Os dois se despediram e agradeceram o médico. Quando chegaram em casa, ela se acomodou no sofá. Grissom fez algo para eles comerem.

—E então? – Ele perguntou.

—O quê?

—Você sabe... –Ela se fez de desentendida. –O bebê.

A morena abriu um sorriso.

—Eu estou tentando assimilar isso há duas semanas. Mas acho que a ficha só cai quando as roupas não servem mais.

Ele se aproximou dela, sentando-se no tapete. Pegou sua mão.

—Acha que vamos nos sair bem? –Ele sussurrou.

—Não é bem isso que está me preocupando. –Ela confessou. –Estou mais preocupada com a nossa situação. Não poderemos cuidar de um bebê por Skype.

—Eu sei. Estive pensando nisso também. –Ela o incentivou. –Acho que nossa casa em Paris é acolhedora o suficiente. É uma boa cidade, também.

Ela deu um sorriso meio forçado.

—Mas você quer ficar aqui nos Estados Unidos, não é? –Ele captou a mensagem.

—Gil, eu me sinto mais em casa aqui. Sua mãe também vai querer participar. Mas eu entendo que você tem seu trabalho, e se for preciso eu vou para Paris.

Grissom não respondeu, apenas a observou. 

—Acho que esses remédios dão sono... –Ela disse baixinho, bocejando.

E no segundo seguinte, se aninhava no sofá abraçando uma almofada.

Grissom sorriu para a cena; às vezes ela parecia uma menina. A menina que conhecera em São Francisco, com rabo de cavalo e dúvidas de antropologia.

OoOo

Sara dormia há mais de três horas. Ele já tomara banho, comera e atendera diversas ligações do pessoal do laboratório. Estava no outro sofá finalizando um e-mail para sua coordenadora na Universidade, quando seu Skype indicou uma nova ligação. 

—Oi mãe! –Ele gesticulou. –Como está?

—Bem. O que faz aqui há essa hora? Nunca o vejo durante o dia. –Ela olhou o ambiente em que ele estava. –Parece seu apartamento antigo.

—Estou em Vegas. –Grissom esclareceu.

—Aconteceu alguma coisa com a Sara? –Ela gesticulou rapidamente a pergunta.

Gil assentiu com a cabeça e respondeu:

—Um acidente no trabalho.

—Para você estar aí, os danos foram mais sérios! –Ela disse preocupada.

—Ela capotou com o carro, levou um tiro no ombro, uma fratura no pulso e um tornozelo quebrado. –Respondeu naturalmente.

Beth arregalou os olhos para ele, e perguntou afoita:

—E o bebê?

No segundo seguinte, ela ficou brava consigo mesma por ter perguntado. Foi a vez de Gil encará-la surpreso.

—Gil? –A voz de Sara atrás de si chamou sua atenção. –O que você está fazendo?

Ela tentava se levantar. Grissom pediu um momento para sua mãe e foi ajudá-la.

—Estou falando com a minha mãe. –Ele carregava o notebook, de forma que os dois apareciam no vídeo. –E aparentemente ela soube do bebê antes de mim.

Gil não estava bravo, mas curioso.

—Oi Beth. –Sara cumprimentou coma mão boa.

—Me desculpe por ter falado sobre o bebê. Fiquei preocupada. –Grissom interpretava os sinais da mãe para a esposa. –Eu sinto muito.

Sara pôde ver lágrimas se formando nos olhos da sogra, provavelmente essa fora sua única esperança de ter um neto.

—Eram gêmeos bivitelinos, mãe. –Grissom explicou. –Nós perdemos um. Sara continua grávida.

Beth abriu um sorriso e perguntou boba:

—Ainda terei um neto?

Gil e Sara se entreolharam.

—Sim, Beth. –Ela respondeu.

O rosto da mais velha clareou de felicidade

—Só que eu ainda não entendi por que a senhora soube antes de mim.

Beth sorriu para a nora e respondeu por ela:

—Sara estava receosa com a sua reação. Parece que não conversam muito sobre isso. –Gil repetia em voz alta o que ela dizia. –Eu contei sobre a reação de seu pai quando eu engravidei.

Grissom olhou de uma para a outra, feliz por estarem se entendendo.

—Eu não sei dessa história. –Grissom comentou.

—Arthur ficou radiante! Ele não dormiu por três noites, fazendo planos e escolhendo nomes. Eu lembro que ele me ergueu no ar. Nunca o tinha visto tão feliz. –Beth contava saudosa. –Vocês poderiam vir me visitar, seus tios também sentem sua falta, Gilbert.

Gil fez uma careta pelo nome inteiro e trocou um olhar com Sara.

—Podemos ir no fim de semana?

—Seria perfeito! –Beth exultou. –Vejo vocês depois, a campainha está vibrando. Cuidem-se, e do meu neto também.

Ela desligou seu computador, e Grissom se voltou para ? esposa:

—Anda confabulando com minha mãe às escondidas?

—Não é bem isso. –Ela respondeu sem graça. –Só achei que você fosse ter uma reação negativa.

—-Hm. –Ele murmurou. 

—Você está feliz?–Indagou receosa.

—Estou confuso, atordoado, eufórico e com medo. -A cada palavra que pronunciava, ele dava um passo em direção à esposa. -Mas estou feliz, muito feliz.

E selou sua felicidade nos lábios de Sara.


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