Incidentes escrita por Bê s2


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capítulo 2

O triplo homicídio ficava em uma cidade pequena, a quarenta minutos de Vegas.  A equipe virou a noite, e pouco depois de amanhecer, Russell resolveu encerrar o turno.

—Pessoal, Acho que podemos parar por aqui. –A equipe suspirou aliviada. –Levem as evidências para o laboratório, e nos vemos a noite.

A equipe encheu o Denali de evidências, e Sara as levaria para o laboratório.

—Não quer que eu vá com você?  –Greg se ofereceu.

—Valeu, Greg, mas não precisa. O Lab é perto de casa, fica mais confortável para todos. Pode ir sossegado. –Ela respondeu com a voz cansada.

Ele assentiu meio relutante, mas pegou a estrada com seu carro. Catherine e Morgan foram logo atrás, e Sara emparelhou com elas por um bom tempo, até pegar a dianteira em um trecho no deserto.

A morena ligou o rádio e acompanhava uma música animada enquanto seus dedos tamborilavam no volante. Como estava cansada, ela redobrava sua atenção a cada curva, mas nem assim pôde prever o que aconteceria na próxima.

Ela virava o volante para pegar um retorno quando ouviu tiros. De repente, ela perdeu o controle do carro, que capotou algumas vezes até parar no canteiro central. Não tinha movimento àquela hora, somente um carro preto parou para ver a CSI ensanguentada dentro do carro virado. Dois homens foram até o porta-malas do Denali e retiraram as evidências; mas Sara não viu nada, estava inconsciente no chão.

A poucos quilômetros de distância, Catherine e Morgan conversavam, enquanto a mais velha guiava o carro. 

—Tem ideia de onde o Greg vai nos levar? –Cath perguntou.

—Ele comentou comigo sobre uma boate nova na Strip na semana passada. Tinha um clima bem à cara dele. Parecia legal.

—Acho que sei qual... O que é isso?  –Catherine gritou.

A loira freou o carro bruscamente, enquanto Morgan tentava alcançar seu celular. As duas desceram do carro rapidamente, indo até o acidente na estrada.

—Ligue para a emergência! –Catherine ordenou se aproximando do carro. –Oh meu Deus, é a Sara!

A CSI voltou-se para o carro e pegou seu próprio celular. Morgan discava para a emergência, e Catherine para Brass.

—Jim, Preciso de você agora. –Ela praticamente gritava o endereço. –É o Denali do laboratório, Sara está ferida! Tem marcas de derrapagem aqui, e...

Calma, Catherine!—O policial pediu. –Vou comunicar os demais. Você já ligou para a emergência?

—Morgan está fazendo isso. –Ela respondeu. –Jim, tem muito sangue...

Não mexa nela, Cath! Espere a ambulância. Vai ficar tudo bem.  –Jim tentava acreditar nas próprias palavras.

—Temos que ligar para o Gil. –Cath disse. –Eu faço isso.

Você vai assustá-lo.

—Não vou, Jim. Eu faço. Agora mande os rapazes para cá!

Jim nem se despediu e desligou o telefone. Catherine se aproximou novamente de Sara e pegou em seu braço.

—Ela tem pulso. –Disse à Morgan. –Quanto tempo para a ambulância chegar?

—Estão há uns cinco minutos. Vão levá-la para o Desert Palms, provavelmente. É o hospital mais perto daqui.

Foram cinco minutos agoniantes para as três CSIs. Sara não respondia às tentativas de reanimação de Catherine, e perdia muito sangue. Quando os paramédicos chegaram, ela foi imobilizada e posta rapidamente na ambulância, onde seu sangue seria estancado no caminho para o hospital.

Catherine ficou na estrada guardando a cena do crime. Os outros CSIs não tardaram a chegar.

—O que aconteceu?  –Russell perguntou, olhando a cena aparvalhado.

—Não sei, DB. Morgan e eu estávamos bem atrás. Parecem tiros na lataria do carro.

Nick estava parado perto da porta do motorista, com o olhar fixo no sangue no chão.

—Ela perdeu muito sangue. –Ele murmurou. –Ela está... 

Ele não conseguiu completar sua frase, doía demais. Mas Cath entendeu:

—Sim, tinha pulso até os paramédicos chegarem.

A equipe ficou em silêncio, até que a loira o quebrou:

—Vou ligar para o Gil.

—Não quer que eu faça? É a minha função. –DB disse.

—Acho melhor eu mesma fazer isso. –Respondeu pegando seu celular.

OoOo

Gilbert Grissom estava dando uma de suas aulas na Sourbone. Explicava sobre os agentes de decomposição quando sentiu seu celular vibrar no bolso. Sem olhar, ele desligou; mas logo o aparelho tornou a se manifestar. Discretamente, o entomologista viu o nome “Catherine” no visor e franziu o cenho. A loira raramente ligava, e nunca em horário de trabalho.

—Hm. –Ele parou de falar. –Leiam o texto complementar na página 540. –Os alunos começaram a abrir seus livros. –Louise, volto num minuto. –Disse à sua assistente.

Gil foi até o corredor e atendeu o telefone.

—Grissom.

Gil, é a Cath.

—Eu li no visor. Estou no meio de uma aula, o que está havendo?

E foi com o silêncio momentâneo de Catherine, que Grissom percebeu que havia algo muito errado.

—Cath, o que houve¿

Um acidente com a Sara.

—COMO?  –Ele se alterou.

Gil, escute: ela está no Desert Palms. Estava no Denali, teve troteio. Não sabemos ao certo ainda.

—Quando foi isso?  –Sua voz estava angustiada.

Há menos de uma hora. Precisamos de você aqui, para tratar das questões médicas. Ela foi atendida rapidamente, mas mesmo assim...

—Certo, eu te vejo em algumas horas. Vou pegar o próximo voo. E me mantenha informado.

Ele nem esperou que amiga respondesse e desligou. Correu para sua sala e pegou seus pertences, chamando a atenção dos alunos. Dizia rapidamente para Louise:

—Vou para Vegas, tenho um assunto urgente. Prossiga com os tópicos, logo eu ligarei para você.

—O que aconteceu, Sr Grissom?

Mas ele não respondeu e saiu da sala que mergulhava em murmurinhos curiosos.

—Conseguiu falar com ele? –DB perguntou.

—Ele está vindo para Vegas, pega o próximo voo. Pelas minhas contas, chega aqui até o amanhecer.

—Isso é bom. –Ele disse. –Sei que todos estão cansados, mas temos que agir aqui. 

O quarteto de CSIs se mobilizou em procurar evidências e tirar fotos. Horas depois, Jim Brass chegou acompanhado da xerife e Ecklie. Alguns curiosos e repórteres se aglomeravam, o que dificultou um pouco a passagem do trio.

—Russell! –Ecklie chamou. 

—O que vocês já têm?  –A Xerife perguntou.

Jim apenas cumprimentou-o com a cabeça.

—O carro foi alvejado. Não temos testemunhas, mas foi bem recente. Ainda não sabemos nada da Sara, mas pela quantidade de sangue no carro, ela deve ter sido atingida. Morgan ligará assim que souber de novidades. –DB olhou para o carro. –Ah, e as evidências do triplo homicídio foram roubadas.

Ecklie passou a mão pela careca suada bufando.

—Eu vou para o hospital, e digo para a Morgan buscar novas evidências na outra cena. Mandarei notícias.

Conrad colocou seus óculos de sol e saiu por baixo da fita amarela.

OoOo

Grissom saiu da Universidade voando com seu carro, passou rapidamente em sua casa e rumou para o aeroporto, apenas com uma pequena maleta em mãos. Já passava das sete da noite, e o aeroporto não estava muito cheio. Ele se direcionou ao balcão da sua companhia aérea.

—Uma passagem para Las Vegas. 

—Só temos voo direto, mas parte em sete minutos, senhor. Creio que terá de esperar o próximo voo.

—Eu chegarei na pista em dois minutos se for o caso, moça. Mas eu preciso ir agora.

—Senhor, devo insistir que se o senhor se atrasar, não receberá reembolso pela passagem.

Grissom estava com a cabeça latejando. Ele pôs as duas mãos no balcão e disse áspero:

—Eu quero uma passagem, nem que seja no porão do avião. Minha mulher é policial, está ferida, e sabe-se lá se está viva ou não nesse momento; então, POR FAVOR, me dê uma passagem AGORA.

A mulher o encarou temerosa e agilizou os papéis.

—Obrigada. –Ele disse, entregando o cartão.

—Deseja reservar uma passagem de volta, senhor¿ Mas ele não respondeu, já corria para o Check-in. 

Já acomodado em uma poltrona da primeira classe, Gil ouvia as instruções da aeromoça:

—Em caso de turbulência apertem os cintos. É proibido o uso de aparelhos de rádio no avião. Ligações por telefones celulares são permitidos, e este modelo de avião conta com rede wi-fi. Qualquer problema, é só erguerem a mão nós iremos até você. O jantar será servido em algumas horas. Boa viagem!

Grissom sorriu ao ouvir a moça, e tratou de alcançar seu celular.

Willows.

—Cath, é o Gil.

Que horas você vai pegar o avião?

—Estou nele há quinze minutos.

Quem você precisou esganar?  —Cath riu.

Ele não respondeu.

—Como a Sara está ?

Ainda não tenho notícias, Gil. Morgan e Ecklie estão com ela no Hospital.

—Certo. E você sabe o motivo de ela ter sido atacada?

Ele nunca se preocupava com o motivo quando investigava um crime, mas dessa vez era mais do que necessário para ele saber.

Ela estava no Denali com as evidências, e roubaram todas. Cremos que tem ligação com outro caso.

Ele respirou aliviado, se é que se podia dizer isso. Mas saber que não tinha um serial killer atrás de sua esposa era bem melhor.

—Vou ligar para o Ecklie, então. Qualquer coisa, eu estarei com o celular ligado.

Certo Gil, boa vigem.  

—Ecklie.

Conrad, é o Grissom. Estou a caminho de Vegas, chego e em algumas horas. CTem notícias da Sara?

—Oi, Gil. Acabei de chegar no hospital.

—E…? -Sua voz saiu ansiosa.

Sara está estabilizada, por enquanto. Precisamos de alguém aqui para autorizar uma cirurgia, mas o médico só poderá dar mais detalhes a um familiar.

—A cirurgia pode esperar ou tem que ser feita imediatamente? –Gil perguntou preocupado.

Com eu disse, ela está estabilizada. Pode esperar para retirar bala, mas até lá ficará sedada. Parece que a bala ficou presa no osso do ombro.

Grissom ofegou.

Ah, Gil, queria conversar com você quando chegar. Depois que você ver a Sara, claro. –Ecklie disse.

Gil franziu o cenho, mas concordou.

Boa viagem.—Conrad finalizou.

Grissom guardou o celular calmamente e buscou sua maleta. Evitara pegar uma mala, isso daria mais burocracia. Uma maleta com documentos, seu laptop e algumas roupas que ele pegou sem nem mesmo olhar seria suficiente para ele se virar. Ele buscou num bolso da frente um vidrinho laranja com comprimidos para enxaqueca, tomando dois a seco. 

Acomodou-se direito no banco, mas não conseguiu dormir.


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