Timothy McGee deu um olhar de espanto enquanto observava Abby e Eileen tomando suas bebidas e dois caras tentaram se aproximar.

Eileen era a namorada de seu melhor amigo de Stanford, Sam Winchester. Ele e sua noiva estavam visitando Tim e Abby pelo final de semana. Eileen era surda, mas sabia muito bem se virar, embora naquela noite ela tenha se soltado mais uma vez que estava com seu namorado e amigo.

Abby sorriu para a amiga e assinou com as mãos. As duas eram perfeitas juntas. Duas cabeças que pensavam muito mais que apenas em sapatos e bolsas. Elas conseguiram criar um belo dispositivo de escuta experimental, que ajudaria pessoas com problemas de audição.

— Eu acho que os homens ali do lado estão querendo falar com a gente. – Abby assinou para Eileen. – Mas eu não sei onde estão Sam e Tim.

— Talvez preparando uma surpresa. – A moça sorriu e bebeu sua bebida. – Mas a gente pode muito bem lidar sem eles.

Sam olhou para as garotas e logo em seguida para Tim, que estava vermelho de raiva ao ver os jovens se aproximarem.

Pegando sua bebida, Sam se levantou, tentando não surtar sobre aquele comportamento nada legal dos rapazes. Ele foi parado por Tim, que queria observar.

— Boa noite, garotas lindas. – O homem olhou para Abby e quase babou nela. – Que tal vocês virem para a nossa mesa?

— Desculpe, não estamos a fim. – Abby se levantou, segurando a mão de Eileen, mas se sentiu um pouco tonta.

Tim se levantou e foi até sua noiva. Ele olhou para os caras e ambos caíram fora antes que Tim ou até mesmo Sam fizessem algo.

— Desculpe, estou com um pouco de tortura. – Abby olhou para o drink. – E isso não é a bebida ou droga.

— Sim, acho melhor deixar isso longe. – Timothy sorriu, sabendo que Eileen olhava. – Oi, pode me trazer um copo grande de água?

— Com certeza. – Ele olhou para Abby, que sorria. – Fique aqui. As duas.

— Isso serve para você também. – Sam assinou para a garota e recebeu uma língua em troca. – Você realmente me adora.

— Se não adorasse, eu já teria terminado. – Eileen brincou e foi em direção ao bar pegar as bebidas.

— Eu sabia que eles iriam deixar as duas em paz. – O rapaz de antes se sentou, invadindo o espaço seguro. – Então, que tal aquele encontro?

— Vai funcionar se você conseguir uma máquina do tempo. – Abby bufou e o jovem deu uma risada. – O que é tão engraçado?

— Máquinas do tempo não podem mudar o passado, sabe? – Ele viu Abby entretida. – Quero dizer, já aconteceu.

— Você acha que eu não sei? – Abby finalmente viu a verdadeira face do rapaz. – Você não queria um encontro, certo?

— Está tão na cara assim? – Ele deu uma risada. – Meus amigos tentaram apostar em quem eu conquistaria, mas tudo o que eu quero é alguém para ser nerd.

— Abby Sciuto. Cientista, adoradora de todos os assuntos nerds e é claro, noiva. – Abby sorriu. – E versada em várias línguas, inclusive linguagem de sinais. E essa é minha amiga, Eileen.

— Prazer. – Ela falou do jeito que conseguia. – Eu tenho problemas auditivos, mas consigo ler os lábios.

— Eddie. – Ele sorriu, sabendo que era mais fácil falar de coisas nerds. – Como você sabia sobre máquina de tempo?

— Muito Dr. Who. – Abby sorriu. – Ah, Tim.

— Oi, querida. – Ele a beijou, se sentando no meio dela e de Eddie. – Quem é seu amigo?

— Eddie. – Abby sorriu. – Ele gosta de coisas nerds também.

— Legal. – Timothy olhou para Sam. – Eu sou o agente especial da NCIS Timothy McGee.

— Prazer. – Eddie olhou para Abby assustado e viu o revirar de olhos que ela deu. – Eu sou Edward, mas pode me chamar de Eddie.

— Eu sou o noivo de Eileen, Sam Winchester. – Ele disse sem cerimônia. – Entusiasta de armas.

— Eu não gosto delas. – Eddie suspirou. – Podem disparar, você sabe?

— Sei. – Sam sorriu para Eileen. – Então, sobre que coisas nerds estavam conversando?

— Máquinas do tempo. – Abby fez questão de puxar o assunto novamente. – E se elas podem mudar o passado sem mudar o presente.

— Está bem, mas se algo mudar o passado pode significar muita coisa. – Sam entrou na conversa. – Significa que mesmo uma peça de quebra cabeça pode causar uma grande desgraça.

— Eu acho que se forem coisas menores, é difícil mudar o presente. – Eddie se sentiu um pouco mais a vontade. – Mas se for uma coisa grande?  Com toda a certeza.

— Como se o Titanic não batesse no iceberg e por consequência não afundasse e pessoas que não deveriam existir existissem? – Sam ganhou olhares estranhos. – É apenas uma curiosidade.

— É mais ou menos por aí. – Abby aceitou e viu Eileen dando um tapa no braço dele. – Mas enfim, se você fizer algo grande assim, é improvável que tivéssemos um futuro igual a esse.

Tim e Sam estavam ficando com ciúmes. Quanto mais Eddie discutia os benefícios de viagens do tempo, super heróis que posariam para revistas masculinas, mais Tim e Sam ficavam com ciúmes.

— Querida, você está linda hoje. – Tim surpreendeu Abby e a beijou, sem ter vergonha de nada. – Perfeita até.

— Timmy, você está me deixando constrangida. – Ela corou.

— Bem, acho que eu deveria ir. – Eddie estava começando a se sentir uma quinta roda. – Abby, foi bom conversar com gente de verdade. Eileen, você foi boa também.

— Tenha uma noite boa. – Ela assinou e depois que o novo amigo se afastou, deu um tapa no peito de Sam. – O que foi aquilo?

— Eu não sei de nada. – Ele bebeu um gole de água, mas se engasgou levemente. – Droga.

— Timothy Farragut McGee, que caralhos foi aquilo? – Abby lançou um olhar aguçado para o noivo. – Ele é um boa rapaz. Fugindo dos colegas estupidos dele.

— Mas ele estava de olho em você. – Tim estava com uma cara de arrependido. – E ele estava tão envolvido.

— Ele gosta de meninos. – Abby pegou sua bolsa e foi para fora, chateada.

Tim olhou para Sam, que se levantou com Eileen e seguiram Timothy. Eles encontraram Abby encostada no carro, parecendo um pouco irritada pela falta de consideração dos dois.

— Eu espero que vocês entendam que Eddie não precisou me contar que ele gosta de meninos. – Ela começou dando bronca em Tim e Sam. – Ele apenas me disse com pequenos gestos. Os amigos dele eram idiotas que o obrigaram a falar com a gente.

— Desculpe, Abby. – Sam olhou para a noiva. – Desculpe, Eileen.

— Vocês vão ter que nos comprar muito café e biscoitos para que a gente perdoe os dois. – Ela brincou com Tim e Sam, mas sabia que eles fariam.

— E Timothy. – Abby viu o marido olhar para ela. – Quando a gente chegar em casa, você vai usar aquilo.

Tim apenas olhou para a esposa e aceitou seu destino. Afinal, aquilo, não era uma coisa nada ruim.