Dean estava indo pegar as compras que ele tinha feito online para o bunker. Eles não usavam tele entrega por ser um lugar muito protegido, mas ele nunca se queixava. Poder andar em sua Baby o fazia feliz e Sam e Jack sabiam que o Winchester mais velho adorava seu carro.

Estacionando na porta do supermercado, ele estranhou. O lugar não era muito grande, mas também não era pequeno. Geralmente naquela hora da manhã ele estava cheio de pessoas, mas hoje estava vazio.

Entrando, o sino da porta fez barulho, mas ninguém apareceu. Mal sinal. Ele olhou para todos os lados e sentiu o vento frio que se instalou.

— Dean, que prazer encontrar você por aqui. – Lúcifer deu um sorriso atrevido para o Winchester mais velho. – Gostaria de uma salada?

— O que você quer aqui? – Ele pegou a arma, mas ela logo voou de sua mão. – Pare com isso.

— Você honestamente não sabe? – O diabo estendeu a mão e jogou o homem contra a prateleira de revistas adultas. – Eu quero você.

— Desculpe, eu não estou fazendo pactos com demônios agora. – Dean não conseguia se levantar. – O que está fazendo?

— Algo que eu deveria ter feito antes. – O monstro acenou e Dean se sentiu sendo levantado como se não fosse nada. – Eu vou te levar comigo até que Samuel diga “sim”.

— Espere sentado. – Dean sentiu sua cabeça doer e ele fechou os olhos.

Lúcifer olhou para Dean e logo estalou os dedos, levando Dean para seu “reino”. Depois de colocar Dean em uma das celas, imobilizado, ele pegou o celular.

— Dean, você está voltando? – A voz de Castiel soou preocupada. – Ouvimos relatos de atividade...

— Demoníaca? – O homem que servia de casca para o demônio terminou. – Sim, eu ouvi isso. Bem legal a proposito.

— Lúcifer. – Cas disse e atraiu a atenção de Sam e Jack. – O que você está fazendo com o telefone de Dean?

— Bem, na verdade eu estou com seu namoradinho inteiro aqui. – O diabo disse, rindo no final. – Sério, Cassie. Não sei porque você escolheu esse humano ao invés dos milhões de anjos no céu.

— Eu... – Cas não conseguiu terminar de falar antes de ser rudemente interrompido.

— Você o salvou da perdição. – Ele chutou a porta da cela onde Dean ainda estava desacordado. – Você sabe que isso deixa você como um idiota.

— Cadê o meu irmão? – A voz cheia de raiva de Sam soou pelo telefone.

— Bem, como você decidiu que não seria minha casca, eu tive que ficar nesse corpo estranho. – Lúcifer sorriu. – E o que eu quero é uma casca deliciosa.

— Não ouse chegar perto de Dean. – Sam estava nervoso e observou Jack olhando para ele. – Jack?

O Nefilim chegou perto e pegou o celular da mão de seu pai adotivo e respirou fundo. Era injusto fazer com que Dean fosse a casca desse homem que deveria ser seu pai, mas por quem ele nunca sentiu vontade.

— Escute aqui. – Jack começou, sem querer saber de poupar palavras. – Deixe Dean em paz. Você já não fez o suficiente?

— Tente encontrar seu menino brinquedo. – Lúcifer desligou e jogou o celular de Dean no chão, o quebrando. – Pegue-o.

Os ajudantes do diabo pegaram Dean e o coloram sobre uma das mesas e depois de quase o deixarem sem roupa, amarraram tiras de couro ao redor dele, prendendo-o na mesa.

Pegando uma faca, ele se aproximou do homem e sorriu um sorriso afetado. Ele estava completamente fora de um juízo, mas considerando quem ele era, não era novidade nenhuma.

Dean olhou para ele, o desafio em seus olhos. Se esse diabo quisesse machucar ele, Dean aceitaria. Ele só não queria que Sammy fosse usado como a casca de lúcifer.

Segurando a bolsa cheia de apetrechos de exorcismo, Sam olhou para Jack. O garoto estava dividido. Embora, hoje em dia, ele pendesse para Dean.

— Ei, você vai ficar? – Sam olhou para o garoto. – Eu vou entender se você quiser ficar longe.

— Eu não vou. – Jack jogou mais armas dentro da bolsa. – Esse cara não significa nada para mim, Sam. Você e Dean, sim. E você, Cas. Vocês três são meus pais e esse aí, nada.

— Eu fico feliz. – Cas deu um abraço no garoto. – Escute, Sam, há algo...

— Já sei o que é, Castiel. – O Winchester mais jovem disse. – Eu só preciso de tempo, sabe?

— Bem, é algo que eu posso administrar. – Cas sorriu e então voltou a ficar sério. – Vamos. Dean não tem muito tempo.

Segurando o ombro de Sam e Jack simultaneamente, Cas os levou até a toca do demônio.

— Isso está diferente desde Crowley. – Sam segurava sua espada de demônios. – Muito desorganizado.

— Bem, o que esperar do inferno, huh? – Cas olhou e tentou sentir Dean. – Por lá.

Os três começaram a ir, mas uma pequena horda de demônios começou a avançar sobre eles.

Cravando a espada direto no coração, eles conseguiram derrotar todos, embora Jack tivesse um pequeno corte, que ele curou e Cas curou alguns arranhões em si e em Sam.

Um grito alto foi ouvido e Cas estava correndo para a voz, com raiva.

— Dean! – Castiel abriu uma sala e precisou parar.

A sua frente, quase rouco de tanto gritar, Dean estava preso a mesa, com um Lúcifer psicótico sobre ele, lambendo o sangue do homem da espada.

— Afaste-se dele! – Jack entrou, não sendo contido por Sam. – Afaste-se dele!

— Filho, você veio. – O demônio se moveu até o menino, que desviou. – O que...?

— Eu não vim por você. – Jack olhou com raiva. – Eu vim por Dean. Ele é um pai muito melhor.

— Que tratou você como uma escória no começo. – Lúcifer olhou para o homem quase inconsciente. – Que disse que te mataria.

— Eu o entendo, Lúcifer. – Os olhos de Jack se acenderam, claramente impondo seu poder. – Assim como acredito que eu não sou seu filho.

— Eu não vou ser derrotado por um pirralho. – Ele lançou um feitiço contra o filho, que nem se mexeu.

— Eu não sou um pirralho! – Jack começou a canalizar seu poder. – Eu não sou uma criança. Eu sou um caçador! EU SOU UM WINCHESTER!

Jack Gritou a última palavra, lançando um poder mil vezes maiores do que seu pai.

Cas correu, cobrindo os olhos de Dean com suas asas. Sam se abaixou, cobrindo os olhos e os fechando.

A sala ficou incrivelmente clara como se uma bomba de luz fosse jogada. Os gritos vindos de Lúcifer eram tudo e o lugar todo parecia começar a desmoronar.

Foi quando tudo foi para o inferno. Literalmente. A claridade fez com que Cas levasse Sam e Dean para longe.

Jack logo os seguiu, deixando o lugar em completa destruição.

Colocando Dean na cama, Cas não conseguiu usar sua graça para curar Dean. As feridas feitas por Lúcifer eram mais do que apenas na carne.

— Está tudo bem, Dean. – Cas fez com que Dean descansasse. – Ele não vai mais te machucar.

O Winchester mais velho apenas olhou para ele e então adormeceu, sabendo que Cas, Jack e seu pequeno Sammy estariam com ele.