Terapia Compulsória escrita por Miss Siozo


Capítulo 4
A Pimenta


Notas iniciais do capítulo

[Echeveria] Bom dia, pessoal!

Bem cedinho pq eu n ia aguentar segurar por tanto tempo. Essa sexta-feira em específico vai ser bem complicadinha para mim, então to precisando descontrair, pegar uns bolinhos e ficar mais de boa

Boa leitura! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808516/chapter/4

— Não posso escutar vocês falando tais barbáries sobre mim! Que descaso! Esperava tudo de você, Saga de Gêmeos, mas isso é imperdoável!

— Se a carapuça serve…

— Ei, sem começar com essas discussões. Vamos manter o tom como estava há alguns minutos atrás, é pedir muito? — Agatha praticamente implorou. Os dois encerraram a discussão que nem mesmo havia começado — Senhor Saga, com isso quis dizer que o Milo é um pervertido?

— Pervertido é pouco, ele é um ninfomaníaco. Isso sim.

— Desculpe-me senhorita, eu não posso ficar ouvindo meu colega dizendo essas coisas de mim sem que eu possa me defender!

— Ninguém disse que você não pode se defender, senhor Milo. Só, por favor, não se exalte — suspirou— Bem, seu colega tem essa visão sobre você. O que tem a dizer a respeito?

— Eu não sou um pervertido, muito menos um ninfomaníaco. Minha libido é alta sim. Eu assumo sem problemas, mas não deixo que esse fator interfira na minha vida como cavaleiro.

— Deixa sim. — Shaka começou a se entreter fazendo trancinhas no cabelo de Aioria, que tinha o cabelo perfeito, alinhado e sem pontas-duplas. 

Escorpião colocou a mão no peito, ofendido.

— Quando? Eu nunca fiz isso!

— Você se lembra daquela vez que eu fui te ajudar na faxina na sua casa? Nós dois estávamos vestidos de branco, a pedido seu — enfatizou o “seu” — e quando fomos lavar o jardim você nos molhou de propósito e… você sabe o que aconteceu depois — ficou vermelho.

Milo sorriu bobo, mas logo balançou a cabeça e voltou à postura de defesa.

— E como isso interferiu nos nossos afazeres, Shaka? Não tínhamos nada melhor para fazer… e pelo o que me lembro bem, você gostou muito!

— Pera… você e o Shaka? — Máscara da Morte, que estava digitando tudo e conversando com a sua namorada, parou e até bloqueou o celular. — Quando?

— A última vez deles foi há uns três meses — Saga falou.

— Você está anotando sobre meus encontros? — Shaka parou e “olhou” para ele, preocupado.

— Lógico, eu tenho uma listinha onde escrevo local, dia e hora. É pra caso estoure um babado, você não entenderia.

— Eu também faço uma lista do tipo, mas caramba, isso está beirando a sociopatia! Saga, você é definitivamente assustador! — o virginiano estava olhando para o mais velho com um olhar de desespero.

— Por favor, não desvie o foco aqui — Agatha pediu — Só uma pergunta, alguém aqui nunca se deitou com o Milo?

Aiolos, Dohko e Shion ergueram a mão.

— ALDEBARAN, VOCÊ TAMBÉM?! — Aiolos que era o mais novo, que também seria “o mais velho”, perguntou assustado. 

— A vida tem dessas, né? — o taurino ergueu os ombros — Só não foi com você porque você estava morto, e os outros dois aí estavam longe pra dedéu. Daqui umas semanas chega a vez de vocês.

Milo deu uma piscadinha para os dois velhos, que não pareciam tão velhos assim. Shion mordeu o lábio, encantado pelo charme do rapaz.

— Na verdade não… — Aiolos até tinha caído no flerte, mas era meio complicado. Por mais que devesse ser o mais velho, estava preso no corpo de 16 anos, explodindo de hormônios e com vontade de experimentar aquilo que eles tanto falavam — Não sei, é estranho ver esse escorpião como um pedaço de mal caminho. Eu vi ele chorar porque perdeu os dentes-de-leite!

— Aiolos, você acha que eu sou doente por acaso? Você é um adolescente, lógico que eu não vou flertar com você!

— Eu sou muito mais velho do que você, seu rabo venenoso!

Milo arregalou os olhos, ofendidíssimo.

— Por favor, tentem flertar quando acabarmos aqui, pode ser? Tecnicamente, você é um menor, Aiolos. Se dê um tempo, ok? — Agatha continuava desesperada, evitando as distrações. — Houve alguma situação recente que essa sua condição tenha afetado outras pessoas, senhor Milo?

— Bem… uns dois meses atrás os cinco cavaleiros de bronze estavam fazendo o desafio das doze casas. Para uma breve contextualização, é como chamamos quando invasores, ou cavaleiros quaisquer, sobem pela escadaria passando pelas casas zodiacais. Lógico, o nosso objetivo, basicamente, é impedir que eles cheguem ao templo de Athena.

— Fiquei sabendo disso, a pessoa que denunciou fez um anúncio breve. Prossiga, por favor.

— Quando os cinco, ou melhor, os quatro que passaram pela minha casa, digamos que… eu dei uma solução alternativa para evitar brigas e mortes.

— Isso quer dizer que ele falou para os quatro se beijarem — disse Camus — Acho que ele teria participado de uma orgia caso não tivessem virgens no meio.

— Nossa, com certeza. Aquele Shiryu é um gostoso! Com todo o respeito, velho Dohko.

— Relaxa, eu até concordo, ele é bonito pra cacete — o velho fez um joinha com a mão.

— Milo, amigo, sabe que é meio velho demais para os cavaleiros de bronze, não é? — Máscara da Morte pontuou, preocupado com o rumo que aquela conversa estava tendo.

— Não sou não, Mascrinha! Não me chame de velho, eu sou jovem ainda. Além de que eles já são grandinhos para decidirem e eu não sou doido de forçar ninguém a nada.

— Na verdade, o “beijaço” que você ordenou me pareceu meio problemático. Sabe, o lado pedagogo de sempre, ainda mais por causa da palestra lá em Escorpião depois que a merda aconteceu.

— Todo mundo aqui é problemático em série, senão nem estaríamos reunidos hoje — Shaka fez necessário relembrar.

O falatório começou, com a maioria concordando e outros se doendo por serem ofendidos de forma tão infame — mas meio que era verdade, e coisa do tipo.

Agatha se levantou, brava, bateu as mãos na mesa com força:

— Eu juro que estou tentando, estou acostumada com terapias em grupo, porém se querem fazer isso funcionar direito, preciso da colaboração de todos! Então eu vou ir lá, tomar um copinho de água e voltar, e quando eu voltar quero todos quietos e ouvindo um ao outro. Entendido?

— Sim, senhorita.

A mulher caminhou massageando as próprias têmporas. Shion olhou para todos, bravo:

— Espero que estejam felizes, seus imprestáveis. Nem terapia conseguem fazer direito, vocês não foram disciplinados corretamente, eu tinha mais é que…

— Voltar pra porra do seu retiro! Que merda, ninguém tá te obrigando a ficar aqui, volta pro buraco que você nunca deveria ter saído, seu arrombado — Camus mostrou o dedo do meio — Todos sabem que seu método de ensino não funciona, por isso que agora tá todo mundo cheio de trauma e não sabendo o que fazer, e a culpa é única e exclusivamente sua, que tinha que cuidar da gente e nem isso conseguiu fazer! No final, você que é o velho incompetente do recinto. 

— Grande coisa, mas vocês…

— Cala a boca! Dezoito anos, onde estava você quando o Mu começou a ter as primeiras crises de raiva? Quando o Shaka estava tão ansioso que começou a ter essa compulsividade por limpeza? Quando o Aioria entrou na puberdade e começou a ser… o Aioria? — não achou adjetivo melhor. — As coisas poderiam ser melhores se você não fosse um fresquinho de merda e estivesse presente, se você não tivesse abandonado a gente — despejou com vontade suas emoções tão raras de serem vistas.

Ele respirou fundo. O clima voltou a ficar pesado, cada um revendo os traumas já existentes e que era a chance de mudar isso e impedir que a próxima geração fosse tão ruim quanto a atual.

— Sei que tudo isso já passou e não temos como voltar atrás, mas podemos ver como essas coisas nos afetam até hoje e achar um caminho para superar toda essa merda.

— Esse final foi interessante, senhor Camus. É bom expormos nossos sentimentos e o seu relato foi bastante honesto — sentou-se, com um leve sorriso no rosto. — Só para concluir o caso do senhor Milo, acho que o problema não é a libido alta ou o desejo carnal, mas sim que você leva coisas convencionais para o lado mais “apimentado”.  Você concorda?

— Não muito — ainda estava meio desnorteado. — Tenho uma crença de que os humanos devem viver aproveitando o máximo de prazer que conseguem consumir, não necessariamente no quesito sexual, e acredito que posso ajudar as outras pessoas a verem isso por outra perspectiva.

— Sim, eu acho que as pessoas deveriam pensar mais como o senhor, na verdade. O problema é que esse comportamento pode assustar e afetar pessoas ao seu redor, principalmente as que não são tão liberais quanto você.

— Se me permite dizer, senhorita… — Shaka ergueu a mão, acuado — Shun ainda está traumatizado daquele dia. Ele tem medo do Milo, e não faltam motivos.

— Desculpe-me, quem é Shun?

— Um dos cavaleiros de bronze que estavam cumprindo os desafios das doze casas. Ele é um rapaz muito tímido e gentil, é virgem não só no signo.

— Verdade, se não me engano ele até desmaiou quando estavam no caminho para Sagitário — Milo não evitou a risada. — O que eu posso fazer? Ele chora assistindo My Little Pony. 

— E mesmo sabendo que o rapaz ficava desconfortável você insistiu para que rolasse o tal beijo? — a terapeuta tentou não julgar, só que a situação era difícil.

— Olha, falando assim realmente, parece que eu sou um babaca. Porém posso assegurar que ele tomou a própria decisão, eu dei um leque de opções e eles decidiram a mais fácil, que não envolveria lutas, sangue ou algum problema maior.

— Senhor Milo, pela nossa conversa eu suponho que as opções eram o tal beijaço ou uma luta que poderia acabar em morte, certo? — o escorpiano concordou — Eu não sei como isso deve funcionar para vocês, pois são guerreiros, mas ainda assim sua atitude foi um tanto problemática, quase uma ameaça! Algo do tipo: ou beijem, ou morram.

Milo ficou em silêncio. Não sabia o que dizer.

— Sim, tem razão. Quando acabarmos aqui e eu me reencontrar com os bronzetes irei pedir desculpas.

— Tem mais algo que alguém gostaria de dizer ou posso fechar esse assunto?

Após a maioria concordar, ela riscou seu caderninho e sorriu aliviada.

— Ótimo! Estou vendo aqui que o próximo grupo envolve Shaka e Máscara. Esse é o seu nome mesmo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Camus surtado e para melhorar segunda-feira é o cap do meu dourado favorit! ♥

O que acharam? O que será que vem por aí?

Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Terapia Compulsória" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.