Terapia Compulsória escrita por Miss Siozo


Capítulo 3
Trio problemático


Notas iniciais do capítulo

[Echeveria] Olha só quem veio nessa segunda-feira para tentar animar o começo da semana?

To no meio do serviço, peguei o computador, loguei na minha conta e to postando aqui mesmo. Não ia aguentar esperar KKKK

[Miss Siozo] O pobi do Echeveria atualizou no spirit ontem e eu faria por aqui só que mais tarde. Infelizmente eu passei mal e só pude atualizar agora. Já estou melhor e desejo bons risos!

Boa leitura :)



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Após uma pausa, um climão pesado e muitos bolinhos, todos se reuniram novamente. O clima ainda estava estranho, porque enquanto Aiolos e Saga pareciam tentar colocar o assunto em dia, Mu e Aioria se encaravam quase sem piscar.

O leonino pensava que estava sendo admirado por seu corpo tão belo, por isso fazia questão de flexionar os músculos enquanto se movia lentamente. A verdade é que o ariano mais novo estava imaginando… coisas brutais. Sabia que o próximo tema envolveria ele e seu pupilo, e esse traste que precisava chamar de “colega de trabalho”.

Uma merda.

— Pronto, todos estão aqui? — a terapeuta se sentou, contando as cabeças.

— Para a tristeza de uns e infelicidade de outros, sim — Shaka suspirou. Estava com um paninho na testa, limpando as gotinhas de suor que surgiram nas discussões anteriores.

— Ótimo! Aioria de Leão, Mu de Áries, Milo de Escorpião… — leu os nomes no seu caderninho. Respectivamente, os rapazes levantavam as mãos conforme eram chamados — O segundo grupo traz questões distintas e que merecem atenção. Quem gostaria de começar?

— Eu quero ser o primeiro — levantou a mão o leonino.

— Pois bem, Aioria — voltou os seus olhos para suas anotações — O que eu tenho sobre você aqui é que possui um comportamento bastante narcisista. O que pensa a respeito?

— As pessoas dizem por aí que eu me acho muito, senhorita. Porém tenho uma teoria de que eu não me acho, eu sou — piscou para a moça, esbanjando seu charme natural — E não vejo problemas nisso, afinal, minha autoestima boa não machuca ninguém. Quer dizer… causa raiva em quem não me aguenta, mas aí não é problema meu.

— E você não mudou nada mesmo, né, maninho? — Aiolos sorria — Você parece um moleque mesmo. Desde pequenininho ficava se gabando da sua aparência, que era o melhor nos treinamentos físicos, mas corria depois chorando pra mim que tinha que limpar seus machucados e fazer os curativos. Tá faltando um pouco de humildade aí, gatinho — ironizou.

— Você era o tipo de exemplo a ser seguido, mas hoje em dia tá magrinho igual garnizé. Depois, quando acabarmos aqui, posso te levar para uma academia e começamos a dar um trato em você.  — Apontou para o irmão, galanteador como sempre.

— Tenho genética boa, não preciso ir para a academia se quiser ter um shape. Olha só, uma semana que revivi e olha o tamanho do muque! — flexionou o bíceps. Não tinha nada para mostrar, mas ele mostrava como se fosse a coisa mais linda do mundo, um verdadeiro fisiculturista.

— Genética boa? Não puxou de mim, to vendo.

— Claro, com esse tanto de bomba que você toma, já tô sabendo!

Aioria rosnou, seu shape era totalmente natural e não admitia que ele o humilhasse de tal forma na frente de seus colegas cavaleiros.

— Por favor, menos. Sim, Aioria, ter uma autoestima elevada não é realmente um problema até que isso afete o seu relacionamento com as demais pessoas. Me falaram sobre um banner enorme seu na porta da sua casa, isso é um tanto…

— Cafona — Saga disse sem esboçar expressão.

— Você tem inveja porque mesmo se colocasse um banner seu na porta no templo de Gêmeos ele jamais ficaria tão belo quanto o meu — jogou o rosto para o lado, sorrindo, seus dentes eram perfeitamente brancos e alinhados, de propaganda de pasta-de-dente mesmo.

Agatha colocou a mão na testa, respirando fundo.

— Entendi, senhor Aioria. E isso afeta o seu relacionamento com seus companheiros, em especial com Milo e Mu, pelo o que pude notar.

— Na verdade, senhorita, Aioria e eu nos damos muito bem — Milo começou — Temos assuntos em comum, as ideias batem e de vez em quando podem surgir assuntos bons entre nós. O problema de verdade é com o outro ariano ali — apontou para Mu com o polegar.

O tibetano, que estava quieto, apenas repetindo seu mantra dentro de sua mente, abriu os olhos e, com um sorriso forçado, falou:

— Eu tenho uma personalidade forte. E com a personalidade forte, vieram os problemas de raiva… — debaixo da mesa, estava apertando os punhos com força — Enfim, eu tento me acalmar e atualmente estou bem mais controlado. E não é graças a você — olhou para Shura, que ergueu uma sobrancelha, sem entender. 

— Qual seria o problema, portanto?

— Sou mestre de um menino, o nome dele é Kiki. É um ruivinho, tem o cabelinho meio espetado, talvez você tenha visto ele brincando lá embaixo.

A moça lembrou da criança que corria, subia em pilastras, e atrás dele vinha pelo menos uma dezena de crianças. O menino estava formando um exército! Mas ele não precisava ficar sabendo… pelo menos, não agora.

— Acha que seu pupilo é a fonte de todo seu estresse?

— Não necessariamente. Ele apronta muito, é uma criança, e como qualquer outra precisa de espaço para crescer, brincar e essa balela toda. Acabo me exaltando com ele às vezes, mas fora isso é tudo normal.

— Mentiroso, você grita com aquele menino vinte quatro barra sete! — Aioria interrompeu. Mu socou a mesa.

— CALA A BOCA, ME ESCUTA! Digo — limpou a garganta — O problema na verdade, senhorita, é que esse energúmeno do Aioria quer estragar meu pupilo! Meu menino não passa um, um MÍSERO dia sem falar o quanto eu sou chato e como o Aioria é “o tio mais legal do mundo, mimimimi” — fez uma voz fina e irritante no final.

Alguns riram, tentando ser discretos. Sabiam que Mu se aborreceria ainda mais caso visse que alguns acham graça de sua lamentável situação.

— Mas eu sou, ué. O que posso fazer? As crianças adoram o cavaleiro de Leão!

— Se alguém tirar essa frase de contexto… — Aiolos estava segurando o riso, e falhando miseravelmente.

— Senhor Mu, poderia, por favor, relatar que tipo de coisas o Aioria faz para “estragar” o seu pupilo?

— Ok, doutora — respirou fundo — O Aioria basicamente paparica o Kiki com doces, horas no videogame e vários presentinhos. Tudo isso para ter o próprio ego mais inflado por meu pupilo. No entanto, ele não se atenta que está prejudicando a saúde de uma criança e o próprio crescimento e treinamento dela.

— Foi uma boa reflexão — comentou Agatha — Vamos continuar nesse tom, está bem?

 — Sim, senhorita. Para mim não será um problema, mas para outrem… enfim. Eu confesso que posso passar dos limites às vezes, sim, porém vejo o menino apenas algumas vezes por mês. Não entendo como minhas atitudes casuais podem afetar o cotidiano do Kiki.

— Vou mandar a realidade para a senhorita, com todo o respeito — se pronunciou Saga — O Kiki aparece por lá todo o final de semana.

— Futriqueiro! 

— Se acalma, leãozinho… Pode expor mais os podres, não?

— O garoto teve que fazer seis obturações no dentista na semana retrasada e o Aioria voltou a dar doce.

— Doces diets e whey protein! Eu sou o que as pessoas chamam de rato de academia, não posso sair da dieta. Mesmo que seja para dar doces pra crianças…

Mu estava se segurando em Aldebaran para não jogar a cadeira na cabeça do maldito leonino. A terapeuta sentiu que da próxima vez será melhor deixá-los sentados no chão, ou em almofadas bem levinhas e inofensivas…

— Você não sai da dieta, mas meu garotinho sai da sua casa com cáries e com os dentes todos amarelos!

— Não é por mal, como eu vou dizer não para ele? Os olhinhos tão brilhantes, ele é irresistível!

— É, eu vou botar ele pra morar na sua casa a próxima vez que ele estiver com dor de barriga depois de tanto doce hidrogenado, quero ver tu ir limpar a bunda daquele…

— Não fala algo que vai se arrepender depois — Milo interveio. Mu mordeu a língua.

— … daquele moleque ingrato. — Falou depois da pausa dramática para reformular.

— Acho que podemos tirar algo de positivo desse diálogo um tanto…energético — disse a última palavra com um tanto de dúvida — É importante que saibamos expressar o que sentimos. No entanto, o tom que usamos é importante — voltou seu olhar para Mu — Senhor Mu, sei que trouxe questões válidas e suas preocupações são genuínas, mas não acha que dizer tudo no calor do momento, sem uma reflexão, não prejudica a sua comunicação para com os outros? — suspirou — Precisamos sim dizer o que nos incomoda, é ótimo quando o fazemos na hora, outras pessoas precisam de um tempo para processar o ocorrido e dizer como se sentiu. Só que quando deixamos algo se tornar insuportável, vem as explosões, as palavras saem de uma forma impensada e o discurso pouco organizado. Não digo que ninguém aqui carrega culpa alguma e que todos são perfeitos, mas as relações para serem saudáveis precisam de uma boa comunicação. Tem momentos que gritar é uma necessidade, mas o pedido de desculpas precisa vir em seguida. 

— É… comunicação… — Shura anotou mentalmente, para reproduzir em seu novo curso.

— Sei disso, e a senhorita não é a primeira pessoa que me diz. Estou ciente que sempre que grito eu desestabilizo não só a mim mesmo, como os outros também. Estou buscando melhorar, tomando uns chás naturais do Afrodite e fazendo meditação, e com outras pessoas posso notar o avanço — Olhou para Milo, que fez um joinha e sorriu orgulhoso. — O problema em específico é o dito cujo fisiculturista.

— Obrigado pelo elogio, meu caro amigo surtado — Aioria fazia outra pose, provocando sem perder a essência de signo de fogo — Eu confesso que já estava ciente dos problemas com o Kiki, continuei apenas porque genuinamente gosto muito do ruivinho. Não esperava que as coisas sairiam do controle.

— Então é isso, compreenderam o porquê de todo o problema ter começado e o que podemos fazer para impedir que continuem? — Agatha juntou as mãos e sorriu, pela primeira vez pela manhã alguma coisa parecia ter sido realmente eficiente.

— Sim, senhorita. — Ambos disseram ao mesmo tempo.

— E os dois estão cientes que precisarão ter uma comunicação mais limpa e sem xingamentos para melhor convivência entre vocês e com o rapazinho?

— Sim, senhorita.

— Ótimo! — bateu palmas, feliz — Estou satisfeita, espero que isso realmente prospere.

— É… reze muito, quem sabe não se torna realidade? — Camus resmungou baixo, quase deitando a cabeça no antebraço. Estava se sentindo como numa sala cheia de crianças e a professora mediando os dois encrenqueiros.

— Eu só não entendi por que meu nome estava ali no meio — Milo refletia, pensativo — Mas que bom que os dois se resolveram.

— Olha, sem querer falar nada… — Saga começou — mas eu suspeito o motivo do seu nome estar entre os dois. Ou melhor, com o único de nós aqui que cuida de uma criança.

— E qual seria, senhor Saga? — a mulher perguntou, curiosa.


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Notas finais do capítulo

Sexta vamos voltar com um capítulo todinho para nosso sexólogo favorito.

E ai? O que acharam? XD



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