Christmas at the lakes escrita por Mari Pattinson


Capítulo 3
Capítulo 3 - TPM


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Tudo bem?
Finalmente consegui voltar com a continuação de Christmas at the Lakes! Se vocês leram alguma história minha recentemente, sabem que estou sem meu notebook, então tudo está sendo escrito pelo meu celular, o que geralmente acaba me atrasando...
Obrigada pela paciência e obrigada à Zezinha pelos comentários nos últimos dois capítulos ❤

Sem mais delongas, aqui está o penúltimo capítulo! O próximo será postado no sábado, por volta desse mesmo horário, e depois ainda terá um capítulo bônus/extra!

Boa leitura, espero que gostem!



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15 de dezembro de 2016, Chalé de Hawkshead, 10:00h – Narração: Bella.

Ergui Bree em meus braços para que ela alcançasse o topo da árvore de Natal e  colocar a Estrela Dourada, a decoração final, no topo da árvore de Natal que nossa pequena família de três montava na sala de estar. Estávamos aproveitando a manhã para decorarmos o chalé inteirinho para o Natal, visto que Leah e Garrett haviam nos deixado aquela tarefa.

Beijei o rosto de minha filha assim que a coloquei de volta ao chão e ela me abraçou. Bree estava bem manhosa desde nossa chegada e Edward e eu não havíamos mais dormido à sós, então, sem mais práticas para um novo bebê até o momento... Pelo menos, nós estávamos aproveitando bem o nosso tempo em família, que era o objetivo de nossa viagem.

─ Ficou linda! ─ Bree exclamou ao dar alguns passinhos para trás, admirando nossa obra de arte.

Concordei com ela, feliz pela chance de passar mais um Natal ao lado dela e de Edward, meus maiores amores. Os dois também demonstraram sua felicidade e logo em seguida partiram para a colocação de outras decorações, incluindo as luzes natalinas pelo chalé. Eu estava igualmente animada, mas apenas alguns minutos depois de ajudar Edward a pendurar uma guirlanda na porta de entrada, comecei a sentir algumas pontadas em meu baixo ventre, como se fossem cólicas.

Estranhei um pouco, pois ainda estava um pouco longe da data da minha menstruação, mas não era raro ela se adiantar em alguns meses.

─ O que foi, meu amor? ─ Edward me perguntou assim que se virou para mim (ele nem ao menos precisava de uma escada, ou de uma cadeira para pendurar a guirlanda). Ele estava preocupado, tendo detectado algo em minhas feições, mesmo eu tentado disfarçar a dor.

─ Estou com um pouco de cólica, mas logo deve passar ─ falei, aceitando de bom grado os carinhos que ele fez em meu rosto.

─ Bree, filha, por que não fica com a mamãe um pouquinho enquanto eu vou lá na farmácia? ─ Edward chamou nossa pequena, que estava montando o presépio no móvel da televisão. Eu tentei contestá-lo, dizendo que não era necessário, mas fui ignorada.

Eu nem estava com tanta dor assim!

─ Você vai na farmácia, papai? tudo bem? ─ Bree perguntou com uma expressão igualmente preocupada, parecia até mesmo uma cópia de Edward, algo incrível por não serem biologicamente ligados.

O meu lado ciumento não gostava de admitir, mas haviam coisas que Bree havia puxado muito mais de Edward do que de mim! Então, quem ligava para a Biologia, não é mesmo? Não quando se existia tanto amor entre os dois!

─ A mamãe com um pouco de dor, eu vou comprar um remedinho pra ela ─ Edward respondeu e se abaixou na altura de Bree quando ela se aproximou de nós ─ Vai ser rápido. Você cuida dela pra mim?

bom, eu cuido ─ Bree concordou e estreitou os olhinhos para mim ─ Não vou deixar ela subir na cadeira, não!

─ Essa é minha menina, é isso mesmo. ─ Edward sorriu de Bree para mim, em provocação, e suspirei ─ Volto logo.

Ele deu um beijo na testa de nossa filha e um selinho em meus lábios antes de calçar suas botas de neve e sair caminhando pela vizinhança em direção ao centro do vilarejo. A vantagem era que embora não fosse tão abastado comercialmente, tudo era muito perto a ponto de não precisarmos de um carro.

─ Vem cá, mamãe ─ Bree pegou minha mão, puxou-me para dentro de casa e fechou a porta. Ela me guiou até a sala de estar, fez eu me deitar no sofá e ligou a televisão.

Ela ainda pegou um dos cobertores que estava sobre a mesinha de centro e me cobriu com ele, antes de se juntar a mim debaixo das cobertas, ambas de frente para a TV, que apresentava um desenho infantil.

─ Obrigada, meu amor ─ murmurei e abracei seu corpinho, tão pequeno, mas tão carinhoso!

─ De nada, mamãe! ─ Bree falou, virando-se para mim e tocando meu rosto delicadamente ─ Fica boa logo, ?

─ Com você cuidando de mim tão bem, tenho certeza de que vou melhorar logo. ─ Sorri e puxei Bree para mais pertinho de mim. Ela soltou um gritinho, me abraçou pelo pescoço e deitou a cabeça em meu peito.

─ Você é a melhor mamãe do mundo, sabia? ─ Bree disse baixinho, como se me confessasse um segredo e não pude deixar de me emocionar com a sensação de pertencimento que preencheu meu peito (e mais amor).

Ser mãe de Bree era o maior presente que eu já tinha ganhado em minha vida, era a minha função preferida no mundo; nenhum show, ou álbum lançado, poderiam me fazer sentir tão realizada.

─ Você que é a melhor filha desse mundo! De todas as galáxias, na verdade! ─ Eu a abracei bem apertado e fiz um cafuné em seus cabelinhos. Ouvi-a suspirar e corresponder ao meu abraço em seguida.

─ O que é galáxias, mamãe?

E eu tentei explicá-la, do jeito mais leigo possível, sobre o que era uma galáxia, dado que eu não era especialista em física, ou astronomia ─ sequer era boa nesses assuntos.

─ Hum, então, a gente mora na Via Láctea que tem muiiiitas Estrelinhas que formam ela? ─ perguntou-me.

─ É mais ou menos isso, sim ─ afirmei, esperando tê-la explicado decentemente ─ Mas quando você voltar pra escola, você pode perguntar pra sua professora, acho que ela vai saber explicar melhor.

─ Mas você é tão inteligente, mamãe! A mais inteligente de todas!

Novamente, me emocionei com tanto carinho e não pude deixar de pensar que, de fato, estava passando pela TPM.

─ Obrigada meu amor! ─ Toquei seu rostinho com a ponta dos dedos e beijei seus cabelinhos ─ Mas você sabe que a mamãe não sabe de tudo, né? Aprendo as coisas tanto quanto você.

─ Mesmo assim, você é a mais inteligente ─ disse ela.

E, então, surpreendendo-me, Bree colocou a mãozinha esquerda sobre minha barriga e a acariciou. Um arrepio percorreu minha coluna quando pensei no quanto queria dar a ela um irmãozinho, mas dadas as circunstâncias, sabia ser impossível naquele mês.

Bree ergueu o rostinho para me olhar e deu um sorriso largo e brilhante. Sorri de volta, sentindo meu coração se apertando no peito, sabendo que teria amor suficiente para ela e mais um bebê, se tivesse a chance de tê-lo.

Nós ficamos nos encarando por alguns minutos enquanto eu voltava a fazê-la um cafuné, sentindo a textura macia e sedosa de seus cabelos tão mais claros que os meus; fomos interrompidas, no entanto, pelo meu celular que começou a tocar.

Bree me impediu de me levantar, foi até a cozinha, onde meu aparelho estava e o levou até mim. Pensava na possibilidade de ser Edward a me ligar, mas fui surpreendida ao ver o nome de Victoria, uma de minhas melhores amigas, piscando na tela junto a indicação de uma “chamada de vídeo”.

Puxei Bree de volta para o sofá e atendi a ligação.

─ Oie! ─ Acenei para minha amiga que sorria para mim.

─ Oi, Bella! Oi, Bree! ─ Victoria acenou de volta ─ Como vocês estão?

─ Estamos bem ─ respondi ─ E vocês, o Eli? O James?

James era o marido de Victoria – e um dos melhores amigos de Edward – e Elijah – mais conhecido como “Eli” era o filho de quase dois aninhos de idade deles (e meu afilhado).

─ Estamos todos bem ─ minha amiga respondeu e me deu um sorriso discretamente malicioso ─ Cadê o bonitão?

Eu ri da forma como ela se referiu a Edward; Victoria, por um bom tempo, tentou me fazer admitir não só os meus sentimentos pelo meu atual namorido, mas também toda a atração física que os acompanhava. Ela tinha conseguido atingir seu objetivo, mas não sem alguma luta.

─ Ele foi na farmácia, precisei de umas comprinhas.

─ Ah, bonitão e eficiente, por isso gosto dele ─ Victoria me provocou.

Ri mais uma vez e Bree me acompanhou.

─ Meu papai é bonito mesmo, o mais bonito de todos! ─ Aquele era um ponto que eu jamais poderia discordar de minha filha.

─ E você, bonequinha, aproveitando a viagem? ─ Victoria perguntou a ela em tom curioso.

sim, tia. Eu fui ver o Papai Noel, já entreguei minha cartinha pra ele.

─ Ah, que legal! Ainda vou levar o Eli essa semana para vê-lo. E você pediu o que de presente?

Fiquei na expectativa de que Bree finalmente revelasse o que queria, só para ser frustrada novamente.

─ É segredo, tia Vic. Só eu e o Papai Noel sabe.

─ Hum... ─ Victoria me encarou de maneira preocupada quando percebeu que Bree falava sério, solidária ao meu medo de arruinar o Natal de minha filha, caso ela não ganhasse o seu presente tão secreto ─ Que tal se você me contar? Eu não vou dizer pra sua mamãe, prometo!

─ Mas ela aqui, ela vai ouvir!

─ Ela fecha os ouvidos, vai Bella ─ Victoria tentou, mas Bree não caiu em sua proposta e negou com a cabeça.

─ Eu vou te contar só depoooois, tia ─ Bree murmurou e então disparou a rir e apontar para um cantinho da tela, em que era possível ver Eli se esticando todo e fazendo uma dancinha toda alegre e aleatória.

Victoria olhou para trás e também riu antes de chamar o filho para mais perto. Eli logo a obedeceu e subiu em seu colo, nos presenteando com um sorriso não muito cheio de dentes e sua cabeleira ruiva cacheada, a cópia de sua mãe.

─ Oi, Eli! ─ Bree acenou para ele, contente. Elijah era o único bebê a quem ela tivera a chance de ter um contato maior e me encantava poder presenciar todo o cuidado com que ela o tratava.

Beebee! ─ Ele acenou de volta, quase soando como uma buzina ao dizer o nome dela, e depois olhou para mim.

Eu cumprimentei aquela fofurinha e recebi algumas gargalhadas como resposta. Teria continuado naquele tatibitate, mas uma ligação de Edward entrou no meu celular.

─ Só um momento, amiga, o Edward está me ligando.

Victoria fez uma pequena careta e mutei a ligação dela antes de atender a de Edward.

─ Oi, meu amor ─ falei ao aproximar o celular de minha orelha esquerda.

─ Oi, meu amor ─ ele respondeu.

─ Oi, papai! ─ Bree gritou ao meu lado e ouvi Edward rindo. Coloquei o celular entre nós duas para que ela também pudesse ouvi-lo.

─ Oi, meu amor filhinha ─ Edward a cumprimentou e ela riu.

─ O que foi, amor, está tudo bem? ─ perguntei-o.

─ Está sim, eu só estava pensando em me adiantar e já comprar alguns absorventes, mas não consigo me lembrar qual tipo você usa.

Ele era muito fofo e atencioso!

E eu passei os cinco minutos seguintes falando sobre absorventes com o meu namorado, porque do jeito como ele era minucioso, foi lendo para mim praticamente todos os detalhes das embalagens para garantir que me trouxesse o certo.

─ Bonitão e demorado! ─ Victoria resmungou quando eu desliguei a ligação de Edward e retornei a dela.

─ Maravilhoso ─ brinquei e ela me mostrou a língua.

─ Eu queria seguir com a nossa conversa, mas ainda tenho que ligar pra um montão de gente ─ continuou Victoria ─ Só liguei mesmo pra passar os nomes do sorteio do amigo secreto. É até bom que o Edward não esteja aí agora.

Victoria estava se referindo ao amigo secreto que faríamos no Natal. Por não estar participando, ela quem havia feito o sorteio e ficara encarregada de passar-nos o resultado...

11:30h

Despertei aos poucos conforme fui sentindo um cheirinho gostoso de comida. Ainda estava deitada no sofá, mas Bree não se encontrava em lugar algum na sala. Um pouco preocupada, sentei-me devagar quando uma pequena vertigem me atingiu em cheio.

Respirei fundo uma, duas, três vezes até me sentir melhor e caminhei até a cozinha, onde me deparei com uma cena que aqueceu meu coração: Edward e Bree cozinhando juntos. Ele havia acabado de desligar uma das bocas do fogão e se voltou para ajudar Bree, que estava, literalmente, com as mãos numa massa sobre a mesa.

Estava encantada em ver a evolução  dos dois, pois Edward, quando o conheci, mal sabia fritar um ovo. Eles haviam passado de fazerem uma decoração meio bagunçada no meu bolo de aniversário (o primeiro passado juntos, em 2014), para construírem artes muito mais belas e organizadas, ainda que eu não soubesse exatamente o que estavam fazendo.

─ Oi, mamãe, olha só que grudento! ─ Animada, Bree levantou a palma da mãozinha direita, fazendo um tipo de “liga” com o restante da massa que continuava sobre a mesa.

─ É mesmo. E parece gostoso! ─ O meu estômago roncou e os dois riram quando me sentei de frente para eles. A massa parecia gostosa, embora não cheirasse a nada. O que estava na panela, no entanto, fez minha boca salivar com um odor suave (apostava ser alguma carne) e eu mal podia esperar para almoçar.

─ Como você está? ─ Edward me perguntou e inclinou a cabeça para o lado, parecendo ansioso pela minha resposta.

─ Estou com fome ─ brinquei e só então me dei conta de que ele havia saído, ainda naquela manhã, para me comprar remédio para cólica. Havia tirado um soninho tão bom que praticamente tinha me esquecido! ─ Sem dor.

Ele sorriu, parecendo mais aliviado. A fome mascarava a minha dor, eu nem sabia mais o que era cólica.

─ Que bom, mamãe ─ Bree sorriu para mim e ficou de pé sobre a cadeira sobre a qual anteriormente estava ajoelhada. Ela se inclinou na minha direção e Edward manteve os braços a uma distância segura de seu corpinho enquanto ela beijava o meu rosto.

E eu passei o restinho da manhã morrendo de amores ao assistir aos dois prepararem um escondidinho de carne moída e legumes para nós.

18 de dezembro de 2016, Seção Masculina da Loja de Departamentos, Carlisle, Cúmbria, 09:30h – Narração: Bella.

Estava à procura de uma peça de roupa para ambos os amigos secretos meu e de Bree enquanto Edward estava na seção feminina. Além dos gêneros dos amigos um do outro, nós não sabíamos de mais nenhum detalhe – embora eu soubesse exatamente quem era o de Bree, porque eu a ajudaria a escolher o presente perfeito para ele. Nós havíamos viajado para a cidade vizinha, Carlisle, a maior do condado, para termos mais opções para nossas compras.

─ O que você acha dessa, mamãe? ─ Bree apontou para uma camisa branca, de mangas compridas pendurada numa das araras de roupa.

─ Hum, o que você acha? Seu amigo secreto costuma usar esse tipo de roupa? ─ Queria que Bree se sentisse livre para fazer sua escolha, mas, ao mesmo tempo, que refletisse sobre como era legal dar um presente que a pessoa fosse usar e aproveitar de verdade.

─ Não, eu acho que não ─ ela respondeu alguns instantes depois ─ Eu acho que ele gosta mais de tênis, e se a gente levar um pra ele?

─ Você o conhece como ninguém, vem, vamos ver um modelo bem legal para ele! ─ Peguei sua mãozinha e ela saltitou comigo até a seção de calçados e observei-a olhar atentamente os pares de tênis, através da vitrine, até se dar por satisfeita e apontar para um deles.

─ Esse aqui, mamãe!

Ela estava animada e eu também. Era o primeiro amigo secreto que Bree participava em seus 5 aninhos de vida e era nítido o quanto estava se esforçando para guardar o seu segredo – não podia dizer o mesmo sobre a cartinha dada ao Papai Noel. A uma semana do Natal, Edward e eu ainda não havíamos descoberto o que ela queria de presente!

─ Vamos ver se tem o número do pé dele! ─ Chamei a atenção de Bree e ela assentiu, voltando a me dar a mão enquanto eu procurava por uma vendedora que pudesse nos ajudar.

...

Energi Trampoline Park, Carlisle, Cúmbria, 10:30h – Narração: Bella.

Tentava controlar o meu coração de mãe ao assistir Bree escalando aquela parede enorme, de mais de 3 metros e meio de altura, e apertei o braço de Edward, ao meu lado, quando meu estômago embrulhou.

─ Calma, amor, ela está quase terminando! ─ Edward me abraçou de lado, tentando me ajudar ─ Isso mesmo, filha, você está indo muito bem! ─ ele gritou e pude ver o sorriso de Bree, ainda que de perfil.

─ Por que a gente tinha que vir num lugar de brincadeiras radicais, pelo amor de Deus? ─ Estava praticamente hiperventilando em pleno inverno no interior da Inglaterra!

─ Fecha os olhos e respira fundo ─ Edward disse baixinho e beijou minha têmpora esquerda assim que o obedeci ─ Bree está se divertindo tanto, não é isso o que importa?

─ Meu coraçãozinho de mãe preocupado também importa.

Edward deu uma risadinha e continuou beijando meu rosto enquanto afagava meus braços; já me sentia mais calma, ou menos nervosa, com os seus carinhos.

─ Ela está coberta dos pés à cabeça com equipamentos de segurança ─ murmurou ele após mais um beijinho ─ E olha só... Abre os olhos que nossa menina terminou!

Abri meus olhos para constatar que Edward dizia a verdade e Bree havia chegado ao topo da parede. Ela sorria, animada e alegre, e acenava para nós, já de pé sobre o topo da parede. Eu até poderia ainda estar meio nervosa, mas ver a felicidade dela, aquele sorriso lindo e gigante em seu rosto, era incrível; sentia orgulho daquela pequena garotinha que crescia cada vez mais rápido e pedi para o tempo passar mais devagar, para poder aproveitar cada segundo ao lado dela.

─ Parabéns, meu amor, você foi maravilhosa! ─ Peguei-a no colo e a abracei assim que ela estava de volta ao chão, já sem os equipamentos de segurança.

─ Obrigada, mamãe! ─ Ela deu um beijo estalado em meu rosto e depois olhou para Edward, como se estivesse esperando algum elogio por parte dele também.

─ Essa minha filha é tão corajosa! ─ disse ele, babão, enquanto fazia um carinho no lado direito do rosto de Bree, que inclinou a cabeça na direção da mão dele enquanto sorria.

─ Posso ir naquele outro lá? ─ Bree apontou, para o bem do meu coração, para um brinquedo grande de obstáculos, mas, ao menos, ele ficava no chão!

─ Pode, vai indo com o seu pai que eu vou comprar alguma coisa pra comer! ─ Coloquei Bree de volta ao chão e meneei com a cabeça na direção da área do Café.

─ Comer? Não tem nem tanto tempo assim que tomamos café! ─ Edward franziu o cenho e me olhou com um misto de surpresa e preocupação.

Não era culpa minha se meu estômago já tinha se esvaziado!

─ Eu só estou com fome. ─ Dei de ombros e ele apenas assentiu. Com um selinho suave em meus lábios, Edward voltou sua atenção totalmente para nossa filha, que o puxava na direção do brinquedo.

Eu me dirigi até o Café e quase ia pedir por aquela bebida, mas o meu estômago embrulhou ao sentir o cheiro forte. Estranhando um pouco (por amar café), optei por um chá de erva doce e um croissant sem recheio, para ver se meu estômago se aquietava. Talvez, ele ainda estivesse meio pesado por ter presenciado as aventuras de Bree escalando aquela parede!

Fiz a refeição, parando de vez em quando para dar uma olhada em minha pequena família. Edward não tirava os olhos de nossa filha – ele era muito responsável – e esperava por ela ao final do escorregador (que ficava no fim de todos os obstáculos). Eu os amava tanto que chegava a doer e só percebi ter começado a chorar (de emoção), ao ver uma das garçonetes se aproximando da minha mesa com um bolinho de guardanapos e me dando um sorriso amigável.

─ Eles crescem rápido mesmo ─ disse ela, olhando rapidamente o mesmo lugar em que eu, segundos antes, admirava o amor entre meu namorado e minha menina.

─ Muito mesmo ─ concordei. Eu a agradeci pelos guardanapos e os utilizei para secar o meu rosto. A TPM havia me chegado com força aquele mês.

─ Não há de quê! ─ Ela sorriu mais uma vez e apontou para o balcão em que as guloseimas eram expostas ─ Gostaria de mais alguma coisa?

─ Acho que vou esperá-los para o almoço, aí pedimos todos juntos ─ falei e me levantei para ir até o caixa pagar pela minha refeição.

A garçonete sorriu e concordou com a cabeça. Depois de realizar o pagamento, saí da área do café e me sentei num dos bancos próximos ao brinquedo em que Bree estava se divertindo. Eu estava me sentindo mais cansada do que o comum, mas só consegui ao fato de estar de TPM.

Recostei-me ao banco e voltei a observar Edward e nossa filha; acabei tirando algumas – muitas – fotos dos dois que valeriam demais como belas recordações visuais. Eu amava registrá-los juntos, especialmente porque os dois não haviam tido a chance de conviverem nos primeiros anos de vida dela, então cada oportunidade era muito bem aproveitada.

Quase ao meio-dia, os dois começaram a me procurar, percebi, quando Edward pegou Bree no colo e ambos olhavam ao redor do ambiente. Levantei-me e acenei na direção deles para ajudar na localização e eles sorriram assim que nossos olhares se cruzaram. Eles caminharam até mim e não resisti em abraçá-los bem forte; minhas bochechas receberam seus beijos doces e sorri por estar tão bem e tão feliz com a minha família.

─ Você se divertiu? ─ perguntei à Bree, que assentiu com veemência enquanto sorria ainda mais largo ─ Imagino que estejam com fome, que tal a gente almoçar?

Edward me encarou com o cenho ligeiramente franzido e já previ que faria um comentário sobre a minha fome, mas ele precisava se lembrar de que a vida era assim mesmo quando se tratava do meu período pré-menstrual.

─ Eu quero uma comida desse tamanho! ─ Bree abriu os bracinhos e nós três rimos enquanto eu ficava um pouco aliviada de minha filha também estar com fome; pelo menos eu não estava sozinha.

22:00h, Chalé de Hawkshead – Narração: Bella

─ Está tudo bem? ─ Edward me perguntou enquanto colocava a pasta de dentes na escova dele e na minha, e eu... Fazia minhas necessidades.

─ Sim ─ respondi ─ Só um pouquinho de dor, mas não a ponto de precisar tomar remédio.

Eu estava completamente exausta, sem energias era a definição mais precisa para como me sentia. Havíamos passado o dia inteiro na rua e, embora tivesse sido muito proveitoso, o cansaço tinha tomado conta do meu corpo. Para somar àquilo, meus seios estavam incrivelmente inchados e doloridos – mais um sinal de TPM.

─ Precisa de um analgésico? ─ Edward me perguntou após cuspir a pasta de dentes na pia.

─ Não. A dor é nos meus seios ─ expliquei e ele suspirou ao olhar para aquela área de meu corpo.

─ Eu... ─ ele pareceu hesitar e suspirou de novo antes de lavar a boca e voltar a me encarar ─ Tem certeza de que isso é TPM? Não pode ser... Sei lá, um sinal de gravidez?

Os sinais eram sim, até parecidos com os das minhas gravidezes anteriores, mas nós não tínhamos tido chances suficientes de tentarmos fazer um novo bebê.

─ Acho bem improvável. ─ Eu me limpei e a prova estava no papel higiênico: sangue no tom de borra de café, ou seja, minha menstruação estava chegando. Peguei um protetor diário da minha necessaire e o colei em minha calcinha.

─ Veio bem adiantada esse mês ─ Edward constatou e concordei com a cabeça. Talvez, eu já devesse ter me acostumado com tantos cuidados dele; ele sabia até a data prevista para a minha menstruação, mas, a verdade, era que cada gesto dele fazia eu me sentir verdadeiramente amada e querida, como se fosse a primeira vez.

Levantei-me do vaso, dei a descarga e lavei minhas mãos antes de realizar minha higiene bucal.

Meu namorado ficou ali, como se estivesse fazendo papel de meu guarda particular, se certificando de que eu estava bem. Assim que terminei de escovar meus dentes, o abracei com delicadeza – devido à sensibilidade dos meus seios – e sorri ao receber beijinhos carinhosos em minha têmpora direita.

Voltando para o quarto, nós nos acomodamos na cama e foi um pouco estranho lidar com a falta de Bree depois de tantos dias tendo-a dormindo conosco. Aquela seria a primeira noite, desde nossa chegada à Hawkshead, que ela tentaria dormir sozinha – ou melhor, na companhia de Bobby-John.

─ Boa noite, meu amor ─ Edward murmurou e beijou meus lábios suavemente.

─ Boa noite, amor. ─ Retribui com mais um selinho, deitei a cabeça em seu peito e fui abraçada por seus braços fortes e acolhedores.

Um sorriso me escapou os lábios quando as batidas do coração de Edward se aceleraram para, em seguida, voltarem ao seu ritmo normal. Ele podia até não saber, mas meu coração ficava igualmente animado sempre que estávamos juntos. Nós murmuramos “te amo” um para o outro e não demorei a cair na inconsciência.

Naquela noite, tive um sonho intrigante: eu estava com minha família numa espécie de campina. Bree estava saltitante e alegre; corria pela grama verdinha e aparada do local bem ensolarado, e depois se sentava de frente para mim e Edward, ao meu lado. Por conseguir observar tudo de fora, como uma espectadora, notei como estava inchada, muito inchada. Meu rosto, meus seios... A minha barriga estava enorme e eu estava muito sensível, mas muito feliz. Assim como minha barriga, minha família também estava crescendo.

20 de dezembro de 2016, Bowness Beach, 12:00h – Narração: Bella.

Ainda custava a acreditar que tinha deixado Bree e Edward me convencerem a andar de barco naquele frio! Mas a duplinha dinâmica sabia como aquecer o meu coração como ninguém – e, por consequência, eu estava na palma da mão deles! Por uma bagatela de 40 libras, Edward estava recebendo instruções de como pilotar o barco enquanto eu e Bree vestíamos nossos coletes salva-vidas.

Após uns 15 minutos, mais ou menos, eu tive de aceitar que aquela mini-aula tinha sido o suficiente para entregar não só a minha vida, mas também a de nossa filha, nas mãos de meu namorado – eu ainda estava meio sem acreditar que não teria um condutor profissional naquela aventura, mas, pelo menos, confiava em Edward e sabia: ele não pilotaria o barco se não estivesse se sentindo seguro para tal atividade.

Também em seu colete salva-vidas, Edward ajudou a mim e a Bree a entrarmos no barco e se posicionou no assento do condutor. Ele parecia animado e levemente preocupado, mas colocou sua pose confiante e ligou o motor do barco. E, logo, nós três estávamos passeando sobre o lago Windermere, aproveitando e nos encantando com a natureza ao redor, mesmo com todo aquele frio!

Usei meu celular para tirar fotos não só da paisagem, mas de Edward-condutor e Bree-super-atenta-ao-seu-redor. Era quase mágico assisti-la observando as montanhas e as árvores cobertas por neve. Ela estava particularmente muito fofa com a touquinha rosa em formato de ursinho e, claro, na companhia de Bobby-John.

Após cerca de meia hora percorrendo o lago, Edward achou que seria uma boa ideia pará-lo para algumas fotos em família. Com a segurança de que o barco não voltaria a funcionar sozinho, voltei a pegar o meu celular e muito mais fotos foram tiradas: selfies, fotos em dupla, sozinhos, com a paisagem de fundo... Nós tínhamos mais meia hora, mas ainda precisávamos voltar ao ponto inicial do perímetro, e foi isso o que fizemos, considerando o tempo gasto para o percurso.

Foi um dos dias mais felizes e eu mal podia esperar por mais momentos como aquele, junto de meus dois maiores amores.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado desse capítulo! Não se esqueçam de deixar um comentário!

Até sábado,
Mari!



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