Nada será como Antes escrita por MelanieStryder


Capítulo 12
Capítulo 12 - Ainda amo você




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/80834/chapter/12

_ Aquela manhã do dia 23 de Novembro amanhecera extremamente fria e chuvosa. Chris acordou cedo, tomou um banho, se arrumou e saiu em disparada sem ao menos tomar o café da manhã. Na estreita rua onde morava, apenas 3 carros estacionados: o de Chris, seguido pelo carro das primas e no fim da rua, na esquina, mais um carro desconhecido.

Assim que Chris deu a partida, Isaac ligou o carro também. Era ele quem estava espionando na esquina.

_ Nossa, essa garota madrugou hoje, hein! Vamos lá belezinha, vamos ver que caminho vc costuma pegar pra ir pra escola. _Isaac falava sozinho num tom meio sarcástico.

Com a meia luz do carro ligada; pois ainda mal havia amanhecido, Isaac seguia Chris de longe.

_ Certo, agora vamos até a rodovia, não é?

Como Isaac previa, Chris entrou realmente na rodovia.

_ Bingo!!_ Ele vibrava. _ Que tal uma musiquinha bacana? _ Ele tentava sintonizar uma rádio até que achou Creed._ Can you take me higher! _ Ele cantou alto. Depois deixou num volume meio baixo e continuou a seguí-la. _ Ho Ho!! Estou ficando pra trás! Que pezinho leve hein dona Christinne Harwood! Óóóóhhh, olha que chik! Harwood, Harrrrrwooooood, putz, como eu queria Ter um sobrenome desses! Hahaha, Ai Isaac, não acredito que eu estou fazendo isso cara! Mas é por uma boa causa. Mil dólares... hummmm... dá até pra sentir o cheiro dessa grana..._ Ele riu.

Mas de repente, fora dos planos de Isaac, Chris entrou numa outra pista de um trevo da rodovia.

_ Mas que merda!_ Ele teve que freiar bruscamente, e encostou no primeiro acostamento que viu pra se esconder. Ela havia virado bruscamente e Isaac teve que fazer a manora às pressas para continuar seguindo-a.

Christinne escutou o barulho da derrapagem, e olhou pelo retrovisor. Não viu nada.

_ Ok, ok! Entre mortos e feridos salvaram-se todos. Hahahaha! Vamos continuar._ Ele saiu do acostamento e continuou atrás dela. Estava mais sério e preocupado a medida que Chris distanciava-se da cidade.

"Droga, onde será que essa garota está indo? Estamos quase fora da cidade!". Ele olhou preocupado a gasolina do carro.

Uma hora e meia se passaram e ele continuava seguindo-a. O dia havia amanhecido completamente, porém, a escuridão das nuvens carregadas e a garoa ainda continuavam.

Finalmente, resquícios de civilização começavam a surgir. Placas de restaurantes e anúncio de "Welcome", mostravam que estavam chegando a uma pequena cidadezinha. Era Noth Ville.

_ Caramba! Estamos em outra cidade! Nossa, deixa só a hora que o Tim souber de toda essa história! Vai ficar alucinado, hahaha!

Novamente, Isaac olhou pros ponteiros que indicavam a quantidade de combustível no tanque.

_ Não vai dar. _ Logo a frente, havia um posto. Ele encostou o carro rapidamente.

_ Hey, completa pra mim_ Jogou as chaves pro atendente e foi pra rua ver que caminho Chris seguia. Umas 6 ou 7 quadras à frente, ela dobrou à esquerda.

_ Filha da mãe!_ Ele falou bravo e saiu chutando um saco de salgadinho que estava caído no pátio do posto.

_ Prontinho moço. _ Ele pagou o frentista e correu ver se alcançava o carro dela. Entrou na mesma rua que ela havia entrado, e muito longe, avistou o carro de Chris estacionado.

"Caraca, que rua medonha..."

Realmente aquela estreita ruazinha dava medo. Do lado direito, um muro com mais ou menos 4 ou 5 metros de altura seguia reto, até muito além de onde o carro de Chris estava estacionado. O muro estava em concreto bruto; que devido à chuva e à umidade, ficara um pouco verde e preto por causa da formação de musgos. Em algumas partes haviam plantas trepadeiras que tomavam conta da construção. Do lado esquerdo, havia uma casinha muito simples, bem em frente ao carro de Chris, e mais nada, o terreno estava vazio, apenas com algumas árvores e algumas flores de inverno plantadas. Prevalecia a grama. Ao fundo desse terreno, uma mata fechada que mais parecia uma floresta.

Devagar, pra não levantar suspeitas, Isaac estacionou atrás do carro de Chris e ficou esperando pra ver se tinha alguém dentro do carro. 10 minutos depois, ele decidiu sair. Foi até o carro dela e desembaçou o vidro.

_ Ninguém. Mas onde será que..._ Antes q terminasse de falar, Isaac avistou um enorme portão de ferro e nele estava escrito: "Cemitério Municipal".

_ Eu não acredito!_ Sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo todo. Ele estava pasmo com a possibilidade de Chris estar lá dentro.

Devagar, foi chegando perto e constatou que o portão não estava trancado. Antes de entrar, olhou pra todos os lados e não viu ninguém. Entrou.

A primeira coisa que viu, foram pequenos tijolinhos de concreto no chão. Eram inúmeros tijolos que se espalhavam pelo imenso gramado, que mais parecia ser interminável. Issac foi andando devagar. Cada tijolinho simbolizava uma cova onde alguém havia sido enterrado, e neles, haviam nomes e fotos de pessoas. Ele olhou a sua volta e viu que de nada aquele lugar se parecia com aquela rua medonha que havia do lado de fora. Parou por um instante e sentiu o vendo bater em seu ouvindo; o barulho que ele fazia ao carregar as folhas marrons em forma de estrela que as árvores perdiam. Aliás, eram muitas as árvores naquele lugar; árvores enormes e bonitas; árvores que estavam praticamente “carecas”, perdendo suas folhas marrons e secas. Isaac fechou os olhos e sentiu uma imensa paz e tranquilidade naquele lugar. Nenhum ruído, nenhuma voz. Chegava a ser triste. Sentia o pulsar de seu coração. Ao abrir os olhos, bem mais à frente, avistou uma pequena colina.

_ Talvez ela esteja lá atras.

Seguiu caminhando em direção à colina e quando ainda estava no topo, viu que imensidão de tijolinhos ainda haviam naquele gramado. Perto de uma árvore, viu que alguém estava aparentemente sentado no chão, de costas pra ele.

_ É ela._ Ele ficou observando ainda por algum tempo, mas estava muito longe. Resolveu ir até lá.

A medida que chegava perto, Isaac começava a juntar todas as peças e a entender o porque dela estar alí. Parou atrás de Chris. Ela estava sentada, estática. Ele se abaixou, e começou a pensar. "O que é que eu to fazendo aqui?" "E agora, o que eu faço?". Sentiu remorso de tudo que fizera até alí. Da sua aposta com Tim, do modo que pensava sobre ela. Sentiu-se a pior pessoa da face da terra!

Num gesto de carinho ele tocou o ombro de Chris, ficando com a mão apoiada sobre ele. Ao contrário do que ele imaginava, ela sequer se mexeu, apenas chorou um pouco. Alguns minutos de tensão, até Chris tocou a mão que repousava sobre seu ombro:

_ Jonan..._ Murmurou.

Isaac sentou no chão, ao lado dela e a abraçou, colando seu rosto junto ao dela.

_ Que saudades, que saudades..._ Ela chorava a cada gesto dele, e Isaac permanecia calado; tinha um nó na garganta, como se lhe impedisse de dizer qualquer coisa. Ele só não queria vê-la sofrer. Os dois ficaram abraçados até que Chris se acalmou e parou de chorar. Olhou pra Isaac e voltou-se novamente para a placa de granito no chão.

Issac observou a placa. Viu uma foto antiga de Jonan e pelas idades de falecimento e nascimento, calculou quantos anos ele tinha quando morreu. "17 anos.. eu não acredito.. puxa, 17 anos!"

O tempo começou a fechar mais ainda e novas nuvens negras anunciavam novas pancadas de chuva. O vento começava aumentar a e garoa fina voltara. Ele olhou pro céu esperando q algo acontecesse.

_ Já faz muito tempo?

_ Hoje, fazem seis anos... seis anos q tudo aconteceu.

_ Você o amava muito?

_ Muito, muito _ Ela disse baixinho. _ Não sei porque tudo isso aconteceu; eu acho q foi castigo. Foi isso, Ele castigou a gente, com certeza._ Ela disse pondo raiva nas palavras.

_ Olha Chris, eu sei q isso é difícil, já pesei por isso antes; mas vc tem que ver que tudo passa, e o tempo não vai voltar atrás, ou pra que você mexa nele e desfaça as coisas erradas q vc acha q fez pra que tudo acontecesse dessa forma. E outra, por mais q suas vias tenham tomado caminho incertos, Deus nunca castigaria vc por isso, e nem ninguém, nem o Jonan. As coisas apenas acontecem.

_ Mas.._ Isaac não permitiu que ela continuasse. Segurou-a ainda mais forte e continuou falando.

_ Me escuta um pouco. A uns 4 ou 5 anos atrás, eu tinha uma amiga que morava do lado da minha casa. Ela não era minha amiga; ela era "a amiga"; não tinha ninguém como ela, ninguém em que eu confiasse mais do que nela. Nem com meus irmãos eu sentia tanta liberdade assim como quando eu ia conversar com ela. A gente não se desgrudava um minuto sequer Chris; você tinha que ver, era o dia inteiro! _ Ele sorria enquanto contava. _ Lembro até hoje q numa noite quente de Maio, a gente estava nos fundos do quintal da minha casa, estatelados na grama, cansados de tanta coisa que tínhamos feito naquele dia. O céu estava negro, muito muito negro e cheio de estrelas. A gente conversava enquanto olhava as estrelas até q a mãe dela apareceu na janela e chamou-a pra dormir. Ela gritou: "Já vou!" e a gente riu não sei de que! Nem tinha graça ela Ter gritado, mas a gente riu; aliás; aquele dia foi um dos dias em que a gente mais falou abobrinha e riu na vida. _ Os dois riram. Enfim, Isaac conseguiu fazer Chris sorrir_ Aí ela virou pra mim, e me deu um beijo no rosto como a gente sempre costumava dar e a gente se abraçou e ficamos lá deitados abraçados um tempo; até q ela me disse: "Acho que hoje foi o dia mais feliz da minha vida!". Eu estranhei, e perguntei o por que; afinal a gente não tinha feito nada de extraordinário naquele dia; na verdade, a gente tinha ido pescar aquele dia_ Risos_ Pois é, que podre, né? Mas acredite, a gente foi pescar e ela me diz q foi o melhor dia? Que estranho! Ai ela me respondeu que tinha sido o melhor dia pq ela estava com quem ela gostava, porque ela sabia que tinha muita gente q gostava dela, q ela se sentia bem comigo e eu lembro até hoje quando ela disse bem assim, com todas as letras: "...e porque eu tenho você, e acredite, nunca, nunca, esteja eu onde estiver eu vou me esquecer de nós". Eu fiquei meio sem graça e apenas sorri; mas só depois de um tempo, me dei conta q eu queria muito Ter falado o mesmo pra ela naquele dia.

_ Mas você teve outras oportunidades.

_ Pois é.. pena que não tive. Se eu soubesse que aquele dia seria o último que nos veríamos, eu teria dito. _ Isaac parou de falar um pouco. Ficou sério, como se sentisse tudo de novo.

_ Ela foi pra casa dormir, e no outro dia, bem cedo, eu acordei com mto barulho de gente falando e carros andando. Olhei pra janela e a vizinhança toda estava do lado da minha casa; bem na porta da casa dessa minha amiga. Minha mãe me viu pela janela e veio conversar comigo. Foi a última vez q nos vimos Chris; ela morreu dormindo.

_ Puxa, q chato.. sinto muito.

_ Tudo bem.

Eles ficaram sem saber o que dizer. Cada um pensava na sua própria dor.

_ A partir daquele dia, eu tive q reaprender a viver sem ela. Chris, foi tão difícil no início, vc não imagina como foi ruim!

_ Eu imagino.

_ Eu fiquei um pouco revoltado com tudo isso, como vc, fiquei achando q foi algum tipo de castigo, ou sei lá; mas depois de um tempo, eu vi que apesar de ela não estar mais comigo, nossa cumplicidade nunca ia acabar, eu sempre iria gostar dela, ela sempre seria a minha amiga e eu dela; assim como ela disse: "esteja onde estiver"; entende? Parece até que ela me disse de propósito._ Ele ameaçou a chorar, mas se conteve_ Hoje, guardo sempre nossas boas lembranças. A saudade aperta muito, mas eu aprendi a conviver com isso; aprendi a dizer tudo que eu penso imediatamente, ates que seja tarde demais.

Isaac se levantou e estendeu a mão pra Chris:

_ Vamos?

Ela ficou olhando pra ele fixamente, os olhos vermelhos e cheios d'água. Voltou-se uma última vez e viu também pela última vez a foto de Jonan. Chorou um pouco. Tirou do bolso do casaco uma rosa seca, dos inúmeros buquês que havia ganho de Jonan junto com o espelho de borboletas, cujo a mãe tinha quebrado por acidente. Christinne beijou a flor que estava seca. "Também te amei inexplicavelmente". Colocou-a sobre a foto. Deslizou seus dedos pela última vez sobre a placa de granito já úmida pela garoa, parando ao lado da foto.

_ Adeus.._ Disse tão baixinho que soou como um pensamento. Por um minuto, fechou os olhos e sentiu a mesma paz que Isaac sentira quando estava entrando no cemitério. Sentiu o vento rolar no nada, o barulhinho das gotas da garoa caírem pela grama.

_ Chris, Vamos?_ Isaac insistiu.

Ela olhou pra ele, que permanecia com a mão estendida e aceitou-a.

Seguiram silenciosamente até o portão de ferro da entrada do cemitério. Agora, chovia mais intensamente; eram gotas grandes de água que caíam do céu. Novamente, chegaram àquela ruazinha triste e silenciosa.

Chris soltou-se delicadamente dos braços de Issac e foi em direção ao seu carro. Procurou as chaves do carro no bolso da jaqueta, mas não as encontrou. Olhou pro lado e viu Isaac com as chaves dela na mão.

_ Me dá as chave, vamos! Rápido, a chuva está aumentando, rápido!!

_ Não senhora!

Ela correu até ele e tentou pegar as chaves. Ele ergueu as mãos pra impedi-la; já que era um pouco mais alto que ela.

_ Para de brincadeira, estamos nos molhando! _ Ela disse meio brava.

_ Já estamos molhados. Vamos, vc vem no meu carro; não está em condições pra sair dirigindo sozinha_ Disse sério, puxando-a pela mão.

_ NÃO, EU NÃO VOU!_ gritou ao mesmo tempo que se soltou da mão de Isaac.

_ Entra logo!_ Ele não deu ouvidos. Já estava abrindo a porta do seu carro, quando olhou pra Chris ainda parada no mesmo lugar. Sentiu uma tremenda raiva dela, por ela ser daquele jeito. Olhou pra ela com muito ódio, medo, angústia, amor, raiva. Tinha tudo dentro dele. Ele caminhou rápido até ela, segurou seus braços e a chacoalhou gritando:

_ POR QUE TEM QUE SER TÃO TEIMOSA DESSE JEITO?? AHMMM?? POR QUE NÃO DEIXA QUE EU TE AJUDE?? POR QUE?

Um raio riscou o céu e o barulho do trovão, somado à expressão no rosto de Isaac assustaram Christinne. Ela olhou pra ele apavorada, estática, sem mexer nenhum músculo. Apenas os lábios vez ou outra tremiam de frio.

Arrependido, ele a abraçou forte e ela chorou.

_ Me desculpa, desculpa! Mas você me faz perder a cabeça as vezes, sabia?? _ Ficaram lá, abraçados na chuva por algum tempo.

_ Vamos, entre no carro. _ Ele a conduziu até a porta do passageiro; abriu-a e ela entrou.

Christinne obedecia a cada palavra de Isaac, como se estivesse em transe. Se ele dissesse: "Saia do carro e fique na chuva, ela o faria". Estava abalada, confusa. Sentia como se fosse ótimo seguir ordens de alguém, deixar a vida nas mãos de outra pessoa. Durante o caminho de volta, passaram numa lanchonete. Ele desceu e comprou chocolate quente. A fez tirar a blusa molhada e vestir uma jaqueta de Zac q estava no carro. Ela fez tudo sem dizer uma só palavra.

...

Susan matou as últimas aulas pois havia combinado um encontro com Willian em sua casa. Entrou correndo; certificou-se que não havia ninguém em casa e ficou na sala. Estava nervosa; não parava quieta. A campainha tocou. Ela procurou as chaves da porta com os olhos pela casa e constatou que estavam em cima da mesa. Foi até lá, pegou as chaves, porém, antes que abrisse a porta, achou bom ligar a TV pra quebrar o clima de tensão.

Assim que a porta foi aberta, um enorme buquê de rosas vermelhas foi tudo que Susan viu em sua frente. Ficou engasgada, sem saber o que dizer.

_ Será que a dama não vai me convidar pra entrar? _ Will falou atrás do buquê.

_ Que? Ahh.. claro, entra!_ Ela saiu da frente pra q ele entrasse. Willian praticamente jogou o buquê na mesa de jantar e voltou-se pra Susan. Sem que ela esperasse, pegou-a no colo e beijou-a como nunca; ao mesmo tempo que andava até o sofá. Chegando lá, caíram os dois deitados. Ele estava sorridente; Susan, confusa e com dó.

_ Amor, você não faz idéia de como senti sua falta! Ainda bem que suas provas já acabaram; não agüentava mais! _ Beijou-a mais uma vez; intensamente e apaixonadamente. Susan correspondia em partes.

_ O que você tem hoje que está tão sorridente, e tão afobado?

_ Sei lá! Era saudades!! _ Ele riu.

Ele abraçou-a forte e ficaram assim, deitados no sofá. Susan não estava agüentando mais aquela angústia e começou a chorar.

_ O que foi Su???? Aconteceu alguma coisa, amor?_ Will desesperou-se ao ver que ela chorava.

_ Aconteceu...

_ Me fala!! Me fala então!

Ela olhou fundo nos olhos de Willian que estavam praticamente colados com os dela, enquanto ele enxugava o rosto molhado da namorada.

_ Tá, primeiro eu quero que a gente sente pra conversar.

Ele saiu de cima dela e sentou-se ao seu lado, enlaçando-a com o braço; mas ela desvencilhou-se dele.

_ Que isso amor? Por que tá agindo assim?

_ Will, eu quero te dizer que...

_ Não, não, para que eu não quero nem ouvir isso!_ Ele começou a suspeitar sobre o que se tratava.

_ Willian, não dá mais, me desculpa, me perdoa, sei lá, mas não da mais!_ Ela dizia parada no meio da sala.

_ Mas Susan, uma crise não é o fim de tudo! Você está fazendo tempestade num copo d’água. Vem aqui_ Ele foi pra abraça-la mas ela saiu de perto.

_ SUSAN EU TE AMO!

_ Isso mesmo que eu quero te dizer!

_ Então diz! É simples, é só você dizer o que sente!_ Ele sorria.

Ela ficou calada olhando pra ele. Imediatamente Willian entendeu q ela não o amava mais.

_ Por que Su?_ Perguntou baixinho meio ao choro ressentido.

_ Não sei, não sei te explicar; apenas não te am...

_ PARA, PARA! NÃO QUERO OUVIR ISSO!_ Ele a interrompeu. Sentou-se no sofá chorando, tapando os ouvidos com as mãos.

Susan sentia-se muito mal. Correu até ele. Ela tentava se justificar, mas ele parecia não ouvir nada.

_ Quem é ele?

_ Ele quem? Não tem ninguém Willian!

_ Quem é?

_ Não há!

_ME FALA! EU PRECISO SABER!_ Ele chacoalhou-a por um instante, mas soltou-a logo e voltou-se ao seu estado depressivo.

_ Willian, é só por isso que eu não quero mais namorar com vc; por que não há nada mais que nos une. Não é outra pessoa, e não há amor também.

_ Mas eu te amo Su, eu juro que te amo! Você é a coisa mais importante pra mim...

_ Mas num relacionamento, precisam os dois se amar. _ Ela disse enquanto deslizava os dedos pelos cabelos dele.

Willian ficou calado, refletindo toda aquela situação. Susan permanecera agachada frente à ele durante aquele silêncio.

_ Tudo bem. Eu vou embora, vou sair da sua vida; nunca mais te procurar.

_ Também não é assim!

_ VOCÊ QUER ME TORTURAR? Vai ser assim sim! _ Ele parecia revoltado.

Willian voltou a chorar sem medida.

_ Calma, calma... como você quiser. _ Ao dizer isso, ele levantou-se e trouxe Susan consigo. Segurou o rosto dela com as mãos e pediu:

_ Então me beija pela última vez.

_ Não Willian, eu não vou fazer isso_ Disse desviando o olhar.

_ Susan, eu não sou um estranho qualquer; passamos anos juntos e até à pouco vc ainda me beijava!

Susan não teve como escapar, afina, Willian tinha razão.

_ Está bem, está bem._ Ela cedeu. Eles se beijaram pela última vez e ao fim daquele beijo, Wiilian a abraçou forte, sentindo-a pela última vez.

_ Ainda te amo, te amo, te amo, te amo tanto! _ Ele olhou-a também pela última vez. Susan estava com o coração partido.

_ Se você desistir algum dia, não importa se daqui a algumas horas, alguns meses, uns 30 anos! Você sabe onde me encontrar. Não esquece que eu vou sempre amar você_ E saiu pela porta.

Aquele dia estava perdido! Susan não fez mais nada. Uma sensação de alívio a invadia, mas a de remorso era maior. Os olhos de Willian não saíam de sua mente e traziam um terrível arrependimento de trocar o certo pelo duvidoso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nada será como Antes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.