Nada será como Antes escrita por MelanieStryder


Capítulo 1
Capítulo 1 - Encontro Marcado


Notas iniciais do capítulo

O que eu li quando estava escrevendo?
U2 - With or Without You

Neste primeiro capítulo; primeiro e SUPER importante, as garotas ainda são pequenas.
Parece tonto agora, mas faz todo sentido escrever sobre ele. Você verá no futuro.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/80834/chapter/1

_ Susan, Susan! Vamos meninas! Sam... _ Da cozinha vinha o eco do grito de Carol.

_ Vamos, vamos! _ Megan havia ficado apavorada quando escutou Carol se aproximando.

_ Vai Sam, esconde isso! _ No quarto, elas cochichavam sentindo a presença da mãe cada vez mais perto. Estavam com o coração na mão, parece até que pressentiam que a qualquer momento a mãe entraria pela porta e veria tudo. Por sorte, o relógio começou a bater. Novamente o mesmo problema: o sino badalou 9 vezes, porém continuou. Carol parou na escada, bem em frente à porta do quarto das meninas e reclamou:

_ James, de novo essa porcaria! Não adianta mesmo levar isso pra arrumar! Vamos ter que dar um jeito, é uma quinquilharia, não serve pra mais nada!_ James, o marido, levantou-se do sofá sem muita vontade, mas ainda sim foi acudir o relógio que não parava mais de badalar. Carol voltou-se finalmente para a porta do quarto das meninas.

_ Megan, liga a TV... _ Susan sussurrou sentando-se rapidamente no chão ao lado de Sam. Megan correu ligar a TV e pulou no meio das duas. A maçaneta já estava sendo rodada.

_ O volume! _ Sam percebeu que o quarto estava silencioso, mas teve tempo de pegar o controle remoto e rapidamente apertar o mute.

Carol entrou no quarto, olhou para as filhas e estranhou o silêncio. Ficou um minuto parada, observando as duas irmãs, que naquele momento, pareciam-lhe meio pálidas.

_ Tudo bem por aqui?_ desfez-se rapidamente a impressão, quando um sorriso maroto brotou no rosto das meninas, inclusive de Megan.

_ Tudo bem mãe. Estamos assistindo TV._ Susan respondeu já bem mais calma.

_ Que bom! Mas agora é hora de irem para a cama!! Vamos, vamos, caminha!!

Elas fizeram uma tromba, souberam disfarçar bem, afinal, tinha que parecer que realmente não estavam a fim de dormir.

_ Ah Mãe! _ Samantha até pestanejou.

_ Não, não e não! Meg, já ligou pra sua mãe?

_ Já tia, eu já avisei pra ela que ía dormir aqui hoje.

_ Bom, então vamos todas dormir que amanhã iremos depois da escola, para a casa da sua tia.

_ O que? a tia Marrie??? Ah mãe!! Por que a gente tem que ir lá? A Chris é uma chata!

_ Susan!

_ É verdade mãe! A gente vai lá e ela nem brinca com a gente! _ Samantha também protestou enquanto buscava um urso de pelúcia na estante.

_ Meninas, meninas..._ Carol sentou-se na cama de Sam. _ Christinne já tem 14 anos, ela não gosta mais de brincar de bonecas...

_ Claro! Ela só quer saber daquele namorado dela. "Oh... Jonan, Jonan!". _ Samantha imitou o jeito de Chris falar.

_ Sam, Sam... Não fala assim filha, ela já é uma mocinha, logo vocês também vão crescer e as coisas vão mudar.

_ O que? Vc acha que eu vou gostar de algum menino?? Nunquinha! Imagina só Su, eu gostando de algum besta da minha sala! _ Ela suspirou como se fosse a coisa mais triste do mundo_ Mãe, vc não sabe como é duro ter 10 anos e ter que agüentar aqueles chatos da minha sala... _ Samantha suspirou fundo, como se aquilo realmente fosse um sacrifício.

Carol riu do comentário da filha.

_ Eu hein! _ Susan também protestou, mas muito mais timidamente que Sam. Com ela as coisas já eram mais diferentes. Apesar de ter apenas 11 anos, ela já estava mais sensível aos sentimentos. Não que gostasse de alguém, mas ela já não tinha aquela repulsão por meninos como têm algumas meninas mais novas. Às vezes brincava como uma criança, porém; em outros momentos; preferia ficar quieta pensando na vida, nas pessoas...

Carol as colocou em suas respectivas camas (Meg estava em um colchão no chão; ao lado da cama de Susan; já que eram amigas de classe ).

_ Boa noite, sonhem com os anjinhos!

As meninas deram boa-noite à Carol e fecharam seus olhos. Algum tempo se passou, até que um silêncio total tomou conta da casa. Todos já haviam ido dormir. Susan abriu os olhos e olhou pra cara de assustada da irmã. "Medrosa". Teve vontade de falar, mas ficou quieta. Olhou pra Megan e as duas sorriram discretamente. Mais alguns minutos para se certificarem que todos na casa estavam dormindo e pularam de suas camas. Susan foi pé ante pé até a cama de Sam e puxou de lá de baixo um tabuleiro antigo, um copo d'água e uma caneta sem tampa. Arrumou tudo no centro do chão do quarto e sentou-se ao lado do tabuleiro. Megan logo juntou-se à ela. Uma fina chuva começou a cair lá fora, quebrando o silêncio da espera por Samantha.

_ Ah... eu não vou... _ Sam encolheu-se debaixo da coberta e cobriu a cabeça. A chuva parecia-lhe assustar ainda mais. Não estava gostando nadinha da idéia das duas meninas.

_ Vem logo! Deixa de ser criança Sam! _ Susan sussurrou meio que berrando.

_ Mas eu sou criança ué! E eu acho que vcs não deviam chamar espírito nenhum aqui!!

_ Shhhhhhh!!! Não quer vir tudo bem, mas também não vai estragar. Fica quieta aí então.

Susan olhou pra Megan. Estavam com tanto medo quanto Sam, mas mesmo assim sorriram pra tentar se enganar. Ela virou o tabuleiro pra elas. Era uma peça antiga, já toda manchada pelo tempo; tinha todas as letras do alfabeto e números de 0 a 10. Ela posicionou o copo d'água à frente ao tabuleiro e pegou a caneta. Na cama, Sam estava olhando tudo boquiaberta. Tamanha era sua curiosidade que não agüentou e foi descendo da cama devagarinho, agarrada às cobertas, para que ninguém percebesse.

_ Quer ver, então vem logo!!_ Susan percebeu que a irmã estava inquieta e quase gritou com ela. Sam, mais que rapidamente correu sentar-se ao lado dela.

_ Su, acho que vc está levando isso sério demais.

_ Megan, a Mônica me disse que fez isso lá no banheiro da escola e eu quero ver como funciona. Só que pra dar certo nós temos que estar bem concentradas.

Megan não disse mais nada, apenas concordou com a cabeça.

Colocaram então a caneta com a ponta no local indicado no centro do tabuleiro. Depois, cada uma colocou o dedo indicador na parte de cima da caneta, fazendo com que ela ficasse de pé.

_ Agora a gente tem que rezar alguma coisa. Pode ser cada um em silêncio.

" Ah Meu Deus! Tomara que dê certo". Era só o que Megan conseguia pensar naquele momento. "O que é que eu tô fazendo aqui!! Ich! Eu esqueci a Beca lá na cama (Beca era o nome da boneca de Sam). Ai meu Jesuisinho, eu tô com muito medo de algum espírito pegar a gente!! Ai ai ai...". Isso era tudo que Sam conseguia pensar naquele momento. " Ai Meu Deus! Tomara que seja o Justin". Susan pensou depois de rezar. Orações terminadas (se é que aquilas eram orações...), enfim, Susan abriu os olhos e disse:

_ Agora a gente começa perguntando. Quem quer fazer a primeira pergunta? _ As 3 se entreolharam e Megan se propôs a fazê-la:

_ Eu quero saber, com quantos anos eu vou terminar meus estudos.

_ Tá, concentrem-se. _ Susan disse_ Elas ficaram algum tempo paradas até que a caneta começou a andar, apoiada pelos seus dedos.

_ Oh Meu Deus..._ Sam suspirou baixinho enquanto assistia aquela cena deslumbrante.

_ Shhh_ Susan sussurrou mais baixo ainda. Lá fora, a chuva começou a aumentar sem que nenhuma delas percebesse.

A caneta seguiu até o número 2, depois foi até o 4. Enfim, voltou ao centro do tabuleiro.

_ 24, 24... 24! _ Megan repetia estarrecida.

_ Tá, certo, agora a próxima pergunta.

_ Eu, eu, eu!!! Eu quero saber com quantos anos eu vou casar!!_ Samantha quase gritou, toda empolgada. Susan riu da pergunta da irmã. Novamente a caneta percorreu o número 2, seguido do 2 novamente. Samantha ficou perplexa, sorria, sorria pois estava certa e confiante que agora tinha certeza absoluta que iria se casar com 22 anos.

_ Bom, agora é a minha vez. _ Susan sentia o coração bater cada vez mais descompassado. Sabia que a sua pergunta lhe serviria como uma espécie de guia por toda vida._ Eu... eu quero saber, o nome da pessoa que eu mais vou amar em toda minha vida._ Susan se aliviou ao terminar de formular sua pergunta. As meninas também sabiam o quão importante aquela pergunta era. Ficaram paralisadas esperando algum sinal, até que a caneta começou a andar. Susan sentia-se completamente fora de si, ficava querendo adivinhar a resposta e sussurrava baixinho pelo nome que torcia.

_ Justin, Justin, que seja Justin, por favor..._ Vagarosamente, a caneta foi andando em direção à letra "J". Susan, à essa altura estava em êxtase, completamente paralisada.

_ É o Justin, é o Justin Su!!_ Megan repetia entre sorrisos nervosos das três._ Mas parece que por uma força superior, a caneta após percorrer o "J", foi em direção ao "O ".

_ Não, não pode ser!_ Desfez-se então qualquer esperança da face de Susan. A chuva começou a cair mais forte e relâmpagos agora riscavam o céu. A caneta ia se movimentando mais rapidamente pelas letras do tabuleiro. Percorreu o "R", o "D", o "A" e finalmente o "N". Parou. Foi então para o "H".

_Jordan...H...???_ As três falaram boquiabertas. Nisso, a janela se abriu, deixando que o vento entrasse juntamente com a forte chuva, derrubando assim o copo com água no carpete e fazendo o tabuleiro voar pra debaixo da cama.

_ A janela, fecha a janela!!!_ Samantha gritou amedrontada. Uma ambulância acabara de passar correndo pela rua, deixando que o eco do megafone amedrontasse ainda mais cada uma delas. Parecia que de repente, as coisas estavam acontecendo todas ao mesmo tempo, pois nessa mesma hora, o telefone tocou. Susan correu fechar a janela, que escancarada, fazia com que o vento soprasse alguns papéis de desenhos escolares que estavam sobre a escrivaninha. Mas antes que pudesse alcançar a janela, Susan tropeçou na cama e caiu no chão com uma das mãos bem em cima do copo que estava caído no carpete. O copo quebrou-se em vários pedaços, deixando um corte raso, porém grande, numa das mãos de Susan.

_ Aiiii, aiiii, cortei minha mão!!_ Ela gritava ainda sentada no chão. Megan correu fechar a janela. Tudo foi se aquietando. Ficaram por um momento caladas e puderam ouvir murmúrios vindo da sala. Alguém estava vindo, perceberam que algumas luzes da casa foram se acendendo. Pelos passos fortes, concluíram ser James. Ele abriu a porta rapidamente, preocupado com o alvoroço que estava acontecendo no quarto das meninas.

_ Pai, Pai... eu cortei a mão..._ Susan se entregou ao choro. Sam fez menção de chorar também, mas Meg sentou perto dela e a protegeu num abraço.

_ Calma, calma, deixe o pai ver...humm... foi só um cortezinho... vou fazer um curativo.. Mas o que foi toda a gritaria que estava aqui?_ Essa era a pergunta fatal.

_ Foi a janela pai, a janela abriu com o vento e a gente se assustou._ Susan respondeu com o coração na boca. Seu pai a pôs no colo e ela ficou com o rosto virado pras duas meninas que estavam sentadas na cama de trás. Não havia mais jeito; já não havia mais volta. Agora, cada uma era cúmplice do segredo da outra, nenhuma delas precisou fazer qualquer tipo de jura, mas ali, naquele olhar de três inocentes crianças, foi criado um elo entre elas e mais um tal desconhecido Jordan, que mesmo sem querer, também já era cúmplice de algo que ainda estava por vir.

Finalmente, quebrando todo aquele clima de cumplicidade, culpa, e erro; murmúrios mais altos puderam ser ouvidos vindo da sala. James percebeu então que algo havia acontecido. Arramou um lenço na mão de Susan, colocou as meninas em suas respectivas camas, depois de advertir para que não pisassem no chão, que agora estava forrado de cacos de vidro; certificou-se de que a janela estava trancada e desceu.

_ Não, não pode ser... o senhor tem certeza?? Tem certeza???_ Carol estava bastante nervosa ao telefone. _ Oh meu Deus!! Meu Deus! Isso não pode ser verdade..._ Carol apoiou-se na pia e chorou descompassadamente._ Sim, sim, nós iremos... nós iremos... oh Marrie... Tudo bem... ok._ Carol finalmente desligou o telefone.

_ O que foi Carol, o que aconteceu???_ James abraçou forte a esposa, pois via em seus olhos que era isso que ela mais precisava naquele momento.

_ Espera, espera, eu vou ligar pra babá._ Carol agarrou-se mais uma vez ao telefone e pediu que uma moça, conhecida dela; Betsy, viesse tomar conta das crianças. Desligou o telefone, olhou aflita pra James, sentou-se numa cadeira ao seu lado e começou a contar-lhe o sucedido.

...

_ Sam... tem algum Jordan na sua sala?

_ Não, não conheço nenhum....

_ E nas outras quartas série?

_ Eu também não conheço... Nem fora da escola... não conheço mesmo Su.

_ Nem eu._ Megan se manifestou.

_ Droga._ Susan ficou emburrada e virou-se de lado para tentar dormir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixe um review!
:p



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nada será como Antes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.