Um dia para recomeçar escrita por xdrome


Capítulo 9
Claude




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Domingo de manhã- Rio Doce profundo.

Simone estaciona o carro próximo ao prédio de Clerverton, ela estava vestida com vestido midi azul claro, ela chega ao churrasco, onde tocava Maria Betânia; Teresa e Fernanda estavam bebendo, Kaylanne olhava as carnes e Cleverton Fumava.

— Oi Cleverton.

— Oi.

— Eu preciso falar com você.

Eles entram no apartamento.

— Como você tá? Pergunta ele a ela.

— Ethienne apareceu e eu não estou bem.

— Amiga... Logo o crush fofinho; e o Roger?

— Aff, ele diz que ainda me ama, ele acha que eu sou idiota. Diz ela irritada.

Ele abraça ela.

— Amiga, você não é obrigada a ficar com ninguém, você não quiser, nem com o crush e nem com o outro lá, sobre o lance do Juninho; Simone não faça coisas para machucar seu filho.

— A Cleo ainda tá solteira. Diz ela mudando de assunto.

— Cleo tem renda própria, eu não posso oferecer nada a ela.

Recife- Shopping Recife, Boa Viagem.

George vai para o estacionamento, quando é surpreendido por Sara e Anderson.

— Oi fariseu! Diz Anderson.

— O que vocês querem?

— A gente sabe que você vazou o dossiê pra polícia a mando da Jezabel.

— Quê?

— É incrível como o demônio age. Diz Sara irônica.

Os dois espancam George e fogem.

Casa Forte.

Roger, Cleo, Antônia e Juninho estão almoçando quando Simone chega.

— Cadê Kevelyn? Pergunta Antônia.

— Tá na casa do boy. Responde Juninho.

— Kevelyn Rayssa tá muito solta. Diz Antônia olhando pra Roger.

Simone senta a mesa e come o arrumadinho, Antônia esboça um leve sorriso.

Horas depois, madrugada.

Simone está dormindo e sua respiração fica irregular, ela tem uma crise alérgica, Roger percebe e a socorre.

Emergência da Unimed.

Roger está na sala de espera, quando o médico chama.

— A senhora Couto é alérgica a alguma coisa?

— Sim, ela tem alergia a proteína do ovo, não come nem derivados, ou não comia.

— Vocês vieram em tempo, ela tá medicada e podem ir.

Ver Simone dormindo sob efeito de antialérgico, fez Roger entender que necessitava estar com ela naquele momento.

Casa Forte- manhã seguinte.

Cleo e Antônnia estão sozinhas na cozinha ainda de pijama.

— Eu sei que você botou ovo na farofa do feijão, Antônia. 

— E daí?

— Você sabe que Simone tem alergia, assim como Kevelyn.

— Justamente por isso.

— Você é um monstro! Diz ela com nojo.

— Um monstro que cuidou dessa casa por anos, enquanto ela fumava maconha na Paris VII.

— Você não diria isso se ela fosse engenheira. Diz Cleo com raiva.

— Não comece a me torrar a paciência.

1 mês depois, Baxter S.A, Boa Viagem.

Naquela terça-feira à tarde, Han Solo decidiu procurar Simone, no primeiro ônibus ele estava tranquilo, no segundo ele comprou duas garrafas de água ao boy que estava vendendo.

Simone estava com um vestido midi perolado, com os cabelos soltos e olhando para o PC, quando Luisa entra.

— Oi Simone, tem um boy aí fora que quer falar com tu?

— Boy?! Diz ela sem entender.

— Ele disse que era Han Solo de Holanda Calvacanti.

— O quê? Diz ela assustada.

— Se você quiser eu despacho ele.

— Pede pra ele entrar, por favor, Luisa.

Ele entra e vê Simone.

— Oi. Diz ele timidamente.

— Você cresceu. Diz ela com os olhos cheios de lagrimas.

— Por que não me procurou?

— Han...

— Você é inocente, sempre foi, Lucy.

— Meu nome agora é Simone Dosse. Diz ela friamente.

— O que aconteceu com você? Pergunta ele se aproximando dela.

— É tanta coisa...

— Me conta?! Pede ele.

Dia de visita na prisão feminina do Recife- 2000.

Lucylenne fica feliz ao ver Roger.

— Roger! Diz ela com olhos brilhantes.

— Eu não vim te ver, eu trouxe os papeis do divórcio pra você, a liminar da guarda das crianças saiu na última semana, eu não paguei as suas contas e há seis meses você tá no serasa. Diz ele friamente.

— Por quê? Pergunta ela perplexa.

— Porque você se tornou uma criminosa, meu bem. Diz ele irônico.

— Desgraçado! Diz ela com raiva.

— Assina logao que hoje é domngo e eu vim de ônibus e não quero ser assaltado. Diz ele com presa.

Ela assina os papeis e arremessa a caneta nele.

— Sai daqui seu canalha! Diz ela se levantando.

Biblioteca da prisão, 2005.

Lucylenne estava presa há quase dez anos, seu único passatempo? Ler, ela tinha terminado o ensino médio e como muitas pessoas de sua condição social foi trabalhar para ajudar em casa.

— Tem livro novo, sabia?

— O tempo e o vento?! 

— É de um cara do Rio Grande do Sul.

Ela pega o livro e saí, chega na cela e pega um cartão com o número de George, ela liga para ele.

— Oi.

— George, aqui é Lucylenne, fala pro Cecil que eu aceito casar com ele.

— Ótimo, daqui a dois dias eu vou te visitar.

Ela liga pra Cleverton.

— Oi bebê.

— Cleverton, eu aceitei a proposta do velho.

— Eu devia te aconselhar, porém desisto.

— O George vai falar com tu.

— O pinguim de geladeira do Cecil?

— O próprio. 

— Bicha, tu não precisa fazer isso. Diz ele com voz suave.

— Cleverton, tu me ajuda? Pede ela com carinho.

— Sim.

Cleverton vai para o convento onde Teresa estava.

— Oi padre. Diz ela.

— Tais como hein?

— Deprimida pra caralho, aqui.

— Colabora comigo que eu te tiro daqui.

— O que o senhor quer?

— Algumas coisas, um de seus hábitos, por exemplo.

— Tá, briguei com Fernanda e quero que ela exploda.

— Menos Teresa. Pede ele.

— Tá pacifica hoje?! Diz ela com ironia.

— Eu tenho que fazer um O. K. aqui...

A madre superiora entra no recinto.

— Padre Cleverton, a irmã Eduarda está esperando a extrema unção.

— Sim.

— A mãe de Teresa me comunicou sobre os “horrores” da filha...

— Deixa Teresa em paz.

França – Paris, Le Marais.

Françoise estava com conjunto de saia e blusa cinza e Jean Paul de azul céu, Luisa se aproxima deles.

— Oi. Diz ela.

— Oi, Você é assistente social? Tão novinha. Diz Jean Paul.

— Não, sou estagiaria da Baxter S.A. e preciso do meu emprego, então pelo amor de Deus, fiquem aqui.

— Você disse que não se trata de uma criança, especificamente. 

— Ela já é adulta, mas precisa muito de vocês.

— Nós concordamos em adota-la. Diz Jean Paul.

— Podemos chama-la de Simone. Diz Françoise.

— Bem revolucionaria, você. Brinca o marido.

Recife, prisão feminina.

George vai visitar Lucy.

— Oi. 

— O Cecil vai te tirar daqui, sexta que vem, vai ter uma rebelião, Elizabeth já cuidou de tudo.

— Ok.

Casa Forte- Sexta-feira no fim da tarde.

Cleverton encontra Roger na fila do pão.

— Oi padre.

— Oi, Roger liga pra Lucy...

— Oi?! Sua ovelhinha criminosa mata uma pessoa e quer o quê? Eu não vou falar com ela.

— Não vou usar a religião pra te repreender. Diz ele percebendo que a fila estava andando.

— Olha a fila, minha senhora! Grita Roger para a idosa que estava na frente dele.

Roger vai pra casa e encontra Cleo ao lado do telefone.

— Oi tia, o que houve?

— Lucy sofreu um acidente tentando fugir da cadeia, segunda a gente tem que ir reconhecer o corpo.

— O quê?! Diz ele perplexo.

Segunda-feira, IML do Recife.

         Cleo reconhece o “corpo” de Lucylenne.

— Então tia, era ela? Pergunta Roger.

— Sim. 

Aeroporto do Recife.

Lucylenne está indo para o balcão do check-in vestida de freira e com um par de óculos escuros.

— Oi Simone Dosse. Diz George se aproximando.

— George.

 - Os idosos que te adotaram vão estar no desembarque do Le Gaulle, bon Voyage! Diz ele entregando os documentos a ela.

— Merci.

França- Jardins de Luxemburgo, 2009.

Após a cerimônia na igreja do santo suplicio, Cecil e Simone tiveram uma festa digna da realeza que um dia habitou aquele lugar, a noiva usava um vestido clássico do século XIX, 1850, branco e ornamentado com rendas, ela tentava sorrir.

— Jeune fille, eu estou preocupada. Diz a mãe.

— Mamãe, tudo vai ficar bem.

— Eu te amo, filha.

Paris VII, departamento de História, 2015.

Simone veste um casaco na cor vermelho vivo, um par de óculos escuros e uma mochila de um cinza discreto, Ethienne a observava da janela de sua sala, como recém contratado professor da Sorbonne.

— Vim me despedir.

— Pra onde você vai?

— Vou voltar para Recife com o Cecil.

— Por quê? Pra quem? Aquelas pessoas não gostam de você.

— Ethienne, eu gosto de você, mas agora eu não posso.

— Eu vou te encontrar lá.

— Não, tu fica aqui na Sorbonne.

Ethienne dá um beijo de língua nela.

— Desculpe Simone, isso não deveria acontecer. Pede ele constrangido.

Ela sai da sala dele, corada.

Dias atuais.

Ela desvia o olhar de Han que escuta tudo chocado.

— Lucy... Simone... O que seja você, por quê?

— Porque eu ia morrer ali dentro.

Han abraça ela.

— Eu vou te ajudar.

— Ninguém pode me ajudar, Han, mas agora é a sua vez, o que te aconteceu?

1999, Munique, Alemanha.

Han Solo é deixado pelo pai em um colégio católico, ele desce do carro junto com a babá.

— Han, meu bem, você vai ter a melhor educação possível. Diz a babá docemente.

— Você vai embora?

— Vou pra Curitiba, morar com a minha filha, tome o endereço, me escreva.

— Anda Han Solo. Diz Holanda Cavalcanti.

Rio doce profundo.

Kaylanne vê alguma coisa estranha no aparamento de Cleverton, o assassino arromba a porta e o pinscher começa a latir.

— Cleverton?! O que tá acontecendo?

O assassino vê Kaylanne do lado de fora, elex atira na cabeça dela que cai morta na sala do apartamento, elx rouba o cachorro.

Cleverton e a mãe chegam em casa e se deparam com Kaylanne morta.

— Mainha, pelo amor de Deus! Arrombaram a casa. Diz ele nervoso.

— E cadê Claude? Claude! Mainha chegou.

— Kaylanne fala comigo! Meu Deus mainha! Diz ele chorando ao lado do corpo da amiga.

— Cleverton, roubaram o cachorro. Diz a mãe nervosa.

— O cachorro é microchipado. Diz ele.

— Pega o GPS ali pra mim.

O ILM vem e remove o corpo de Kaylanne, enquanto isso o assassino é mordido pelo cachorro na altura de Jardim Atlântico.

Ilha do leite.

Juninho encontra Luisa no restaurante.

— Oi Luisa. Diz ele animado.

— Eu acho que te falei via Whatsapp que eu não como produtos de origem animal.

— Talvez.

— Eu estou extremamente desconfortável com essas pessoas comendo cadáveres de bicho.

— Frango com catupiry? Pergunta o garçom.

— Eu tô sem fome, moço. Responde ele com vergonha.

— Meu Uber já chegou já chegou. Diz ela secamente.

Casa Forte.

Juninho chega em casa com um ar triste, Roger e as tias estão vendo o jornal.

— E aí Juninho como foi? Pergunta Roger.

— Não foi, a boyzinha era vegana e odiou o rodizio de Pizza.

— Que pena, Simone tá trabalhando lá em cima, tente não fazer barulho.

Simone vê Juninho chegar.

— Como foi?

— Não foi.

— Aonde vocês foram?

— Rodizio de Pizza, ela ficou furiosa.

— Luisa é militante da causa animal, ela fica brava com essas coisas, depois tu fala com ela, vai ficar tudo bem.

Manhã seguinte.

Simone perdeu a hora, se vestiu com uma blusa lisa verde claro e uma calça de alfaiataria creme e desceu, porém todos já haviam saído, o celular toca.

— Simone, invadiram a minha casa ontem.

— O quê?

— A Kaylanne morreu e roubaram o Claude, achamos ele, tinha um pedaço de tecido entre os dentres, Simone você tá me escutando? Simone...

 

 


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