Um dia para recomeçar escrita por xdrome


Capítulo 8
Naturalizado




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França- Biblioteca do departamento de História da Paris VIII, 2008.

Simone se esticava o máximo possível para pegar um volume de História da vida privada na Europa, volume II, organizado por George Duby que estava inacessível.

— Você quer ajuda? Pergunta ele se aproximando dela.

— Sim, obrigada. Diz ela com um leve sorriso.

— Você paga História Moderna na minha sala? Pergunta ele.

— Sim. Ela responde corada.

— Meu nome é Ethienne. Diz ele sendo gentil.

— Eu me chamo Simone. Diz ela indo embora.

Arredores de Paris, 2009.

Simone havia ido ao baile de recriação histórica com temática do Segundo Império Francês, ela estava com um vestido no estilo 1860, cor rosa claro e ornamentado de rendas de Bruxelas e com um conjunto completo de perolas que pertenceram a cinco gerações da família Baxter.

Ela dança uma Polonaise com Ethienne que estava vestindo um traje militar do século XIX da região da Saxônia, os dois estavam imensamente corados durante a dança que era observada por Cecil.

Paris- Campo de marte, natal de 2011.

Apesar do frio que fazia aquela noite, Simone e Ethienne estavam sentados diante da Torre Eiffel.

— Um presente de natal. Diz ela entregando uma caixinha a ele.

Ele abre a caixa e vê um relicário com uma mecha de cabelo dela.

— Não sei se mereço. Diz ele corado.

— Pra você me ter sempre junto. Diz ela sorrindo.

— Quando tudo isso acabar, eu vou estar lhe esperando. 

— Eu não posso lhe prometer nada, mas eu vou pensar em você com carinho. Diz ela indo embora.

Brasil- Recife, Casa Forte- dias atuais.

Simone lembra dos momentos com Ethienne, quando se depara com a seguinte mensagem na tela do celular:

Minha querida Simone, 

Estarei em vossa casa ás 20:00 horas, sua mãe deu o endereço.

Ela fica parada na mesa.

— Tá tudo bem? Pergunta Roger.

— Sim, hoje vou receber uma visita. Diz ela se levantando da mesa.

— Simone, eu errei em tentar te agarrar.

— Você já que não é pra chegar perto de mim. Diz ela em tom firme.

— Mas...

— Eu tô atrasada.

— O que eu posso fazer para romper esse muro que existe entre nós?

— Nada Roger, quando esse muro foi construído, você não fez nada para impedir. Diz ela tentando sair dali.

 E não teve um dia em que não me arrependesse. 

— Agora não adianta mais.

Rio Doce profundo.

Teresa e Fernanda dançam juntas na sala do apartamento de Cleverton, ambas vestindo uma blusa preta e uma bermuda xadrez.

— Tu vai sair do convento? Pergunta Teresa.

— Teresa, eu não posso e não quero enfrentar...

— Tu não quer me assumir e se assumir.

— Eu te amo, mas...

— Vou ser paciente, eu te amo desde que te vi.

— Péssima imagem, as freiras me depenando. Diz Fernanda sorrindo.

Rosarinho.

Simone e Elizabeth visitam a loja, ela vestida com um terno vermelho sóbrio e a amiga com um vestido floral.

— Perfeito Ella! Diz Simone com um ar alegre.

— Amiga, tem certeza que tu vai usar o Juninho pra isso?

— Claro, eu quero proporcionar a ele uma melhor profissão, tu acredita que Kevelyn nem pra minha cara. Desabafa Simone.

— Talvez você seja a única pessoa disposta a fazer algo por ele, aquela pirralha é insuportável.

Olinda- Igreja da sé.

Han Solo se senta ao lado de Antônia a parte direita da igreja.

— Eu me lembro vagamente de você. Diz ele a ela.

— Eu sou tia do Roger, o ex esposo de Lucylenne.

— Tu é tia de Kevelyn?

— Sim.

— O que você quer? Pergunta ele nervoso.

— Lucylenne voltou para Recife.

— Senhora, eu não acredito que ela matou a minha mãe, não foram encontradas as digitais dela na arma do crime.

— Isso não prova nada.

— Eu preciso falar com ela.

— Liga pra esse número. Diz ela entregando um pedaço de papel a ele.

— Baxter? Se surpreende ele.

— Afinal, ela não é um anjo?! Diz ela sendo venenosa.

Casa Forte- Noite.

Ethienne vai visitar Simone que está na sala com Roger e suas tias.

— Oi Simone. Diz ele sorrindo.

— Oi, esse é o Roger e suas tias Antônia e Cleonice. Diz Simone a ele;

— Olá.

— Olá. As duas respondem.

— Você é Francês? Pergunta Antônia curiosa.

— Não, sou de família Alemã, eles eram originalmente de uma cidade próxima a Dresden, mas fugiram do nazismo e foram para Inglaterra, meus pais se mudaram para a França quando eu era criança, sou naturalizado Francês, mas me identifico com a França e seus costumes. Responde ele.

Eles tomam chá servido em um aparelho de chá vindo de Macau.

— Roger Chartier?! Brinca Ethienne.

— Ele não vai entender. Responde Simone dando risada.

— Ele faz o quê? Pergunta Cleo curiosa com a visita.

— Eu sou pós doutor em História Contemporânea pela Paris VII, mas estou em Recife a convite da UFPE para ser professor visitante por alguns meses, eu e Simone estudamos juntos na França. Responde ele enquanto olhava para Simone.

— Se conheceram lá? Pergunta Roger levemente desconfortável com a visita.

— Somos amigos há 10 anos, Roger. Responde Simone.

— Além de te entregar a encomenda que sua mãe te mandou, eu vim te chamar para colaborar comigo em uma publicação sobre História das mulheres na cidade do Recife, faz tempo que tu não publica. 

— Ethienne obrigada, é maravilhoso, vou adorar colaborar com você e tem tempo que eu não produzo nada. Diz ela sorrindo.

— Te ver sorrir me faz bem. Diz ele a ela.

Simone fica vermelha e Antônia observa a cena com olhos brilhantes, ele se despede e Roger se recolhe com a esposa, ao lado da cama ele vê um exemplar de Vigiar e Punir de Michel Foucault, ela desembrulha a encomenda da mãe adotiva e encontra um bilhete da mãe:

“Fique bem jeune fille, mamãe te ama”.

— Você nunca me falou dos seus pais adotivos. Lamenta ele.

— Não tem nada pra falar.

— Simone, o que você sente por Ethienne? Pergunta ele.

— Eu gostaria de dizer a você que sinto algo, porém não. Responde ela friamente.

— Então tenho uma chance? Pergunta Roger esperançoso.

— Vai dormir. Diz ela com irritação.

— Você não disse que não.

— Mas, eu não disse que sim.


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