Don't Forget Us escrita por Bê s2


Capítulo 9
Capítulo 9




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Mais tarde, naquele mesmo dia, Grissom e Sara estavam na soleira da bela casa de Catherine, aguardando serem recepcionados.

—Essa casa é fantástica. -Grissom murmurou à sua acompanhante.

—Ser filha de Sam Braun tem suas vantagens. -Sara disse no mesmo tom e deu de ombros.

Eles foram recebidos por uma Catherine animada. O som ambiente estava gostoso, o perfume de carne assada preenchia o ar e Grissom pôde espiar uma bela mesa com bebidas ao fundo. Seus amigos também já estavam por lá.

 

Nick, Greg, Morgan e Jules estavam tomando drinks com os pés na piscina e trajando roupas de banho. Brass estava com Russell dando atenção à churrasqueira, enquanto Catherine guiava os recem chegados para a enorme área de lazer.

Após todos os cumprimentos serem feitos, Catherine empurrou um whisky com gelo e limão para Grissom e um drink com frutas para Sara. Esta fez uma careta quando bebeu.

 

—Uou, Cath! Está forte!

A loira riu e comentou com malícia:

—Sim, minha querida… Nada de juízo e compostura hoje. Não é sempre que conseguimos nos reunir assim! Ainda bem que vocês continuam trabalhando tanto que conseguimos uma folguinha coletiva para vocês.. -Ela piscou para DB, que retribuiu o gesto.

—Sara, minha querida, preparei uma diversidade de legumes assados para você! -Brass chamou sua atenção. 

A morena o olhou feliz e agradecida, mas precisou segurar o riso ao ver os trajes que o detetive usava: bermuda leve, camisa florida e um ar casual que não combinava com ele.  Russel não estava diferente, com bermuda cáqui e camiseta lisa. Qual foi sua surpresa quando viu Catherine com o mesmo semblante olhando pra Grissom, que estava de bermuda escura e uma camiseta no mesmo tom. Não era comum para os CSIs que o entomologista usasse tais trajes, mas ela estava tão acostumada após a temporada na Costa Rica, que nem pensou nisso.

 

Sara se acomodou com Nick, Greg e as meninas, enquanto Grissom foi para a churrasqueira com DB e Brass. Catherine transitava entre um grupo e outro, mas resolveu parar para conversar com os homens quando percebeu que seu melhor amigo não tirava os olhos da ex esposa.

 

—Gil, se não fechar a boca vai babar. -Ela tirou sarro.

Ele desviou o olhar e lhe deu um sorriso sarcástico.

—Estou apenas observando a bela área de lazer que construiu, Cath.

Ela não se convenceu.

—Achei que estivesse olhando uma certa morena de maiô roxo que está no seu terceiro drink, imaginando que se não tivesse sido tão idiota, poderia levá-la para a cama hoje…

 

—Catherine! -Grissom a censurou visivelmente corado.

Russell e Brass riram discretamente e o detetive não o poupou:

 

—Estão vivendo sob o mesmo teto, hã? -Gil desviou seu olhar e fixou em Sara mais uma vez. -Deve estar sendo uma tortura, bugman

—Não mais do que essa conversa. -Gil retrucou. -Vocês não tem outras preocupações além da minha vida amorosa?

 

—Mas é claro, nos preocupamos com a sua vida sexual também. -Catherine disparou. -Uma vez a Sara me confidenciou que vocês dois têm um ótimo sexo!

Grissom engasgou com seu whisky e Brass não se conteve:

—Me parece menos tenso do que quando chegou, aposto que já se deu bem… Mas não dura pra sempre.

Grissom abriu a boca para argumentar, mas a loira o cortou:

—Eles transaram! -Ela sussurrou, como se fosse proibido. -Ele não conseguiu negar…

O entomologista revirou os olhos e ergueu seus braços em rendição. Não podia contra eles, então lhe restava juntar-se a eles.

—Hm, isso torna as coisas mais interessantes, Gilbert! Está querendo reatar? -O detetive o questionou.

—Jim, jamais imaginei que me arrependeria do divórcio. Estava pensando exclusivamente nela quando tomei a decisão. -Ele suspirou e voltou a observar a morena. -Mas vê-la de novo, saber tudo o que ela passou por conta das minhas escolhas… Se arrependimento matasse…

—Todos nós já estaríamos mortos. -Foi Russell quem o interrompeu. -Todos nós cometemos atitudes das quais não nos orgulhamos e nos arrependemos. O que eu aprendi nos meus vários anos de vida, é que quando se tem um bom argumento e um propósito firme, as coisas podem ser remediadas. Basta ter força de vontade.

 

Do outro lado do recinto, na beira da piscina, um quinteto animado conversava como se fossem adolescentes.

—...E então eu disse que ele poderia me olhar, que eu estava coberta de espuma. -Sara confidenciava aos amigos. -Nunca pensei que torturá-lo seria ótimo!

As meninas riram abertamente, enquanto Greg e Nick se entreolharam com caretas, imaginando a cena.

—Ele não tira os olhos de você, Sara… -Morgan disse baixinho.

Sara arqueou uma sobrancelha e guiou seu olhar até o azul profundo dos olhos de Grissom. Ele parou de conversar e se perdeu nos castanhos dela. Sorriu de lado e bebeu um longo gole do conteúdo de seu copo. Seu olhar era tão intenso que fez a morena se arrepiar. 

—Até quando vai continuar a provocá-lo? -Jules perguntou.

Sara, sem interromper o contato visual, respondeu:

—Até que ele se arrependa e pare de tomar decisões por mim. 

Finalmente olhou para os amigos. Finn a olhava orgulhosa e os meninos amedrontados. Morgan ergueu as sobrancelhas e disse:

—Vocês formam um belo casal. Eu não o conhecia e achava estranho você com um cara mais velho…

—Mas ele não parece mais velho. -Finn interrompeu. -E vocês tem…

 

Ela procurava a palavra correta e Greg veio em seu auxílio:

 

—Química. E vocês são cientistas.

 

Eles caíram na risada.

De volta à churrasqueira, Catherine resolveu agitar um pouco as coisas:

 

—Hey, crianças, vamos movimentar um pouco? -Ela pegou uma bola de vôlei. -Meninas contra meninos?

Os mais jovens, que estavam na beira da piscina, se jogaram espirrando água para todos os lados. Catherine despiu o vestido leve que usava, ficando apenas com um biquini discreto, mas de bom gosto. Jim, Grissom e Russell se entreolharam.

—Eu vou pilotar a churrasqueira. Alguém precisa manter vocês alimentados.  - Jim tirou seu time de campo. -Russell e Grissom, sobrou para vocês.

—Precisamos de dois cavalheiros aqui no time dos meninos… -Finn chamou. -Vem, DB! Você adora jogar uma bola…

Ele estava sem jeito e o entomologista estava corado. Ficar com roupas de banho na frente de seus amigos não era sua ideia de diversão. Russell, mais desinibido, tirou a camisa e entrou na água com um calção, sob os aplausos dos amigos. 

 

—Hey, Gil… Pare de ser tímido. Venha se divertir um pouco! -Cath o chamou.

Grissom trocou um olhar profundo com Sara. Ela pediu que ele entrasse sem dizer ao menos uma palavra e ele não teve como recusar. Virou o restante do whisky que tinha em seu copo para tomar coragem e despiu-se, ficando apenas com uma  sunga boxer preta.

Catherine arqueou a sobrancelha, não para Grissom, mas para Sara. A morena, por outro lado, nem percebeu… Após vários drinks, já não tinha discrição nenhuma para olhar aquele corpo que tão bem conhecia e que tanto desejava.

 

—Pronto, Catherine! -Gil pulou na piscina e ficou ao lado dos meninos. 

A água morna escorrendo de seus cabelos molhados definitivamente o deixava delicioso. Sara sentiu seu corpo afoguear e se a observassem bem, perceberiam que estava corada. Grissom não era jovem, não era um atleta, mas todo o trabalho pesado em campo e no mar o faziam manter um belo corpo.

—Vamos lá, crianças! -Russell chamou a atenção deles. -Quem deixar a bola cair sai do jogo. Quem permanecer até o final ganha um ponto pro time. Certo?

Os demais assentiram e se posicionaram em roda. Um a um, eles foram saíndo do jogo e se ajeitando na beira da piscina até restarem Nick e Julie na disputa pelo time. Os dois eram bons e estavam firmes na disputa. 

 

—Preparada, Jules? -o texano a provocou.

—Você vai se arrepender de me chamar assim, Stokes! -ela ameaçou.

E foi tudo muito rápido. 

Nick sacou com força e ao pular para ter impulso, escorregou e pegou errado na bola. Esta, por sua vez, voou diretamente na direção de quem estava assistindo e acertou em cheio o rosto de Sara.

 

—Sara! -O coro ecoou pelo local.

 

Stokes voou da piscina até sua amiga, que já estava rodeada. Ela tinha as mãos no rosto e sangue escorria entre seus dedos. Grissom a olhava pálido, e o texano arrependido. 

A morena, que caiu deitada ao lado da piscina, recebeu ajuda de Grissom e de Catherine, que a guiaram até a cozinha. A loira pegou um saco com gelo entregou ao entomologista.

—Coloque isso nela, Gil. Incline a cabeça para trás, Sara. Vou pegar algo para cuidar disso…

Grissom obedeceu a amiga e apoiou a cabeça de Sara. 

—Como está, querida?

—Doendo bastante. -Admitiu. -Isso que eu chamo de quebrar a cara.

Grissom sorriu de lado para ela. Catherine chegou com seu kit de primeiros socorros. O entomologista limpou o sangue que havia escorrido e aproveitou para checar a situação.

—Seu nariz não está quebrado, honey. Mas vai sentir dor de cabeça por alguns dias.

Catherine suspirou aliviada.

—Vou lá avisar o Nick, ele está bem nervoso. 

Grissom assentiu com a cabeça e continuou com seus cuidados. Logo o sangue estancou, o rosto de Sara estava limpo, mas avermelhado, e sua expressão era de dor.

—Você precisa de alguma coisa, Sara?

—Acho que uma aspirina vai me fazer bem. Mas o álcool precisa sair do organismo primeiro…

 

Ele a olhou e admirou sua força. Uma pancada como aquela era muito dolorida, mas ela estava ali… sorrindo. Ele não se aguentou e lhe deu um beijo terno na testa. Em seguida, lhe beijou a ponta do nariz com delicadeza. Após o gesto, os dois se encararam. Castanho no azul.

E foi Sara quem tomou a inciativa dessa vez, fechou os olhos e deixou seu corpo entregue. Percebendo isso, Grissom a sentou no balcão de mármore e ela entrelaçou as pernas na cintura dele. Este, por sua vez, colou seus lábios no dela e se entregou a um beijo apaixonado. O calor usou a bebida como combustível para fazer o casal pegar fogo naquela cozinha. Os corpos estavam colados, quase fundidos, as mãos se perdiam nos cabelos um do outro e as respirações estavam ofegantes. Ela conseguia sentir o quanto ele ansiava por tê-la ali imediatamente. 

—Hm, hm. -Catherine pigarreou, interrompendo-os.

Grissom e Sara se separaram como se tivessem levado um choque. Como se fossem adolescentes pegos no pulo, eles encaravam o chão, embaraçados e constrangidos. Catherine mal conseguia segurar o riso ao dizer:

—Bem, eu vim ver se Sara estava bem… Mas pelo visto está ótima. -Engoliu uma risada e completou. -Se vocês quiserem, o quarto de hóspedes está vazio…

 

Os dois encararam a loira tão constrangidos, que ela quase teve pena.

—Hey, vocês são adultos e desimpedidos. Além disso… -Ela tomou coragem e suspirou. -Está na cara que ainda se amam! Precisam parar de serem tão idiotas e ficarem juntos de uma vez! Vocês são muito melhores juntos!

Ela fez um brinde no ar com o copo que estava em sua mão, piscou de lado e saiu. 

—Honey… -Grissom começou, mas parou.

Sara o olhou no fundo dos olhos e disse calmamente:

—Eu sei que nós precisamos conversar, mas é melhor fazermos isso em casa.

Ele assentiu e os dois voltaram para a área de lazer como se nada tivesse acontecido.

 

Grissom e Sara chegaram cansados em casa. Apesar de trabalharem no turno da noite, aquela havia sido tão agitada, que às três da manhã eles só ansiavam por banho e cama. A morena levou a sacola com as roupas de banho até a lavanderia e já foi organizando tudo na lavadora. Quando virou-se para ir ao quarto, deu de cara com Grissom.

—Gil! -Ela assustou-se. -Há quanto tempo está aí?

 

—Nós precisamos conversar. -Disse simplesmente.


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