Grissom e Sara chegaram cansados em casa. Apesar de trabalharem no turno da noite, aquela havia sido tão agitada, que às três da manhã eles só ansiavam por banho e cama. A morena levou a sacola com as roupas de banho até a lavanderia e já foi organizando tudo na lavadora. Quando virou-se para ir ao quarto, deu de cara com Grissom.

—Gil! -Ela assustou-se. -Há quanto tempo está aí?

—Nós precisamos conversar. -Disse simplesmente.

A morena não o encarou e desviou dele para ir em direção à sala. Não queria conversar, pois temia a conclusão, temia se magoar novamente… Temia perdê-lo de uma vez por todas. 

—Estou um pouco cansada…

Ele a pegou pelo braço e ela finalmente o encarou.

—Precisamos resolver nossa situação! -A voz dele saiu baixa. -Eu recebi uma proposta de emprego, e…

Ela colocou um dedo sobre os lábios dele, calando-o. Se aproximou e disse num sussurro:

—Eu não quero conversar agora. Eu quero você.

E o pedido que estava nas entrelinhas foi atendido imediatamente por Gil. Após o sinal verde, ele não conseguiu mais resistir: a pegou no colo, sem muita gentileza, e a pressionou contra a parede da sala. Ela, por sua vez, respondeu tirando sua camiseta e jogando-a longe. Peça por peça, eles traçaram uma trilha de roupas, pertences e sapatos em direção ao quarto. O único som que ecoava pela casa eram os suspiros e beijos molhados que eles trocavam com fervor. 

Gil não soube como ou quando chegaram ao quarto, mas assim que o fizeram, depositou Sara sobre a cama e se aproximou dela, tomando-a para si com um desejo que o arrepiava. E ali, pele sobre pele, eles se amaram e se saciaram como dois amantes vorazes e saudosos. 

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O barulho incessante e agudo do telefone acordou Sara. Ela jogou um robe sobre seu corpo, prendeu o cabelo desajeitadamente e saiu pela casa procurando o celular. Encontrou-o embaixo do sofá, largado no tapete, e sorriu abertamente com as lembranças da noite anterior. 

—Sidle. -Atendeu segurando um bocejo.

—Sara? - Uma voz conhecida ecoou no celular. -Achei que tivesse ligado para o Grissom…

A morena afastou o aparelho e só então percebeu que atendera o telefone errado. 

—O que precisa, Hodges?

—Nick e eu finalizamos a análise da “autópsia” dos insetos. Estamos com resultados bem interessantes para compartilhar com o Grissom.

—Só um minuto, Hodges.

Ela foi até o quarto e se sentou ao lado do entomologista.

—Hey, Gil! -Sara acariciou sua barba rala. -É do laboratório. Hodges tem alguns resultados para você.

Grissom acordou e coçou os olhos para despertar. Sentou-se na cama e trocou um sorriso com Sara, que correspondeu prontamente.

—Grissom. -Ele atendeu. -Ok, Hodges. Obrigado. Chego aí em meia hora. 

Ele desligou o celular e encarou a morena que o observava.

—Me desculpe, confundi o celular. Temos o mesmo toque…

Ele sorriu e pegou sua mão, beijando o dorso. Fez carinho no mesmo local e ela retribuiu acariciando sua bochecha.

—Você dormiu bem? -Perguntou com um sorriso.

—Sim… -Ela foi franca. -Dormi como há muito não conseguia.

Grissom sorriu satisfeito e se ajeitou. Levou a mão ao rosto dela e depositou um beijo em sua testa. 

—Vou preparar um café para nós dois, o que acha? 

Sara respondeu:

—Vou adorar!

Trocaram um beijo casto e ele se levantou para preparar o desjejum. Enquanto isso, ela tomou uma ducha forte e quente, que massageou cada músculo seu. Estava radiante quando se sentou para a refeição com ele.

—Obrigada, parece delicioso…

Grissom observou ela se servir e sentiu seu coração aquecer com a visão. Como sentia falta desses momentos singelos e significativos. Como sentia falta dela na sua vida!

—O que você queria me contar, Gil?

Ele tomou um longo gole de seu café com creme antes de responder:

—Recebi uma proposta de trabalho na UNLV. -Ela parou de comer e o encarou. -Posso escolher a disciplina, quantidade de aulas… O reitor ainda me ofereceu um ciclo de palestras e conferências antes de iniciar o ano letivo e tempo para finalizar as pendências com o governo do Peru.

Sara, que até então só observava, disse:

—Parece tentador. -Como ele não disse nada, ela perguntou. -O que te impede de aceitar?

—Nós dois. -Ele respondeu simplesmente. -Só vou aceitar se for para ficar com você, Sara. E se você não quiser, recusarei a proposta e irei embora de Vegas. Definitivamente.

—Eu não posso tomar essa decisão por você, Gil. Faça o que tiver que fazer.

E sem dizer mais nada, se levantou e foi terminar de organizar suas coisas. Grissom suspirou, não esperava que ela se sentisse pressionada. Ele queria tanto ficar, restaurar sua família e ser feliz ao lado dela novamente! E agora, será que ela também queria isso? Passaram uma noite de amor tão intensa… Sabia que ela o amava, assim como ele era louco por ela. Será que ainda existiam chances ? Será que ele ainda poderia recuperar o amor dela?

Cheio que questionamentos na cabeça, Grissom seguiu calado ao lado dela até chegarem ao laboratório. O casal checou os resultados da análise dos insetos e trocou um olhar cúmplice e foi Sara quem verbalizou o que pensavam:

—Está na hora de conversarmos com DB.