Don't Forget Us escrita por Bê s2


Capítulo 3
Capítulo 3




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Grissom chegou mais cedo no laboratório. Tinha um plano para descobrir o que acontecera com Sara. Para isso, guardou suas coisas no Locker e foi direto para a sala de David Hodges.

 

—A que devo a honra da sua visita? -Hodges perguntou animado.

 

Grissom, explorando seu melhor lado artístico, entrou na onda:

 

—Eu preciso de uma informação, David.

 

—Então você veio ao lugar certo. -Hodges respondeu faceiro, fechando a porta de sua sala. 

 

O entomologista olhou pelas paredes de vidro e quando percebeu que nenhum de seus CSIs estava por lá, perguntou:

 

—O que aconteceu com a Sara?

 

O sorriso do rato de laboratório murchou.

 

—Eu não sei se posso te falar sobre isso, por mais que sejamos amigos e..

 

Mas o entomologista o interrompeu:

 

—Nick e Greg estão estranhos comigo, mas eu não fiz nada à eles. Você é o único que me trata normalmente, Hodges. -Grissom apelou para a vaidade do homem à sua frente. -Sei que aconteceu alguma coisa, mas não sei  exatamente o que é. Pensei que você confiaria em me contar.

 

O rato de laboratório desviou o olhar daquele de quem tanto admirava e disse baixo:

 

—Sara passou por maus bocados, e só assim descobrimos sobre a separação de vocês. Foi há pouco mais de um mês. -Hodges parecia dividido. -Um cara, Ronald Basderic, fez de tudo para Sara ser incriminada de um homicídio no dia do aniversário dela. 

 

Grissom o olhava incrédulo. Aquilo não chegava perto do que imaginara.

 

—Não precisa dizer mais nada. Obrigado, David.

 

Grissom saiu antes de Hodges pudesse falar mais alguma coisa e foi direto para a sala de arquivos. Um caso recente como aquele com certeza ainda estaria no laboratório.  Ele precisava ver com seus próprios olhos o que tinha acontecido.

 

Mas no momento em que abriu aquela caixa de evidências, Grissom percebeu o quanto a ignorância, às vezes, é uma benção.

—________________________________________________________________________

 

Na sala de descanso, os CSIs esperavam por Russell, que estava em reunião com Philip Gerard. Sara estava com o olhar distante, mexendo seu café sem parar.

 

—Como você está? -Greg perguntou se aproximando dela.

 

Nick se juntou aos dois a tempo de ouvir a bronca de Sara:

 

—Grissom não se divorciou de vocês. Parem de evitá-lo.

 

—Ele te magoou. -Nick se defendeu.

 

—E isso não responde minha pergunta. -Greg emendou.

 

Sara parou de mexer seu café, que a esta altura já estava frio, e respondeu:

 

—Eu estou ótima. E parem de tratá-lo assim, pois ele gosta muito de vocês.

 

Os dois não deram bola. Finlay, que observava o trio, se aproximou:

 

—Eu passei por dois divórcios e é sempre complicado. -Ela se serviu de café e se sentou. -Ainda mais quando a “família” se mobiliza.

 

Sara sorveu um gole de café e assentiu com uma careta.

 

—Sempre ouvi tantas histórias sobre Grissom, mas o achei um tanto calado. -Finlay comentou.

 

—Ele é calado. Mas sempre nos ensinou muito. -Greg se rendeu.

 

—Mais um motivo para vocês dois serem mais gentis com ele. -Sara o alfinetou. -Além disso…

 

Mas a morena foi interrompida. Grissom adentrou rapidamente na sala de descanso, chamando atenção dos presentes e sem se importar com os olhares sobre ele. Trazia uma caixa grande de evidências na mãos, a qual abriu e começou a espalhar seu conteúdo sobre a mesa.

 

Sara estacou quando reconheceu o caso daquelas evidências. Grissom espalhou fotos dela com a roupa laranja, de seu colar na cena do crime, do jovem rapaz esfaqueado várias e várias vezes… fotos dela beijando o rapaz ainda vivo. As lembranças daqueles dias terríveis a sufocaram.

 

O olhar do entomologista estava turvo. Sara não sabia dizer o que ele estava sentindo.

 

—Gil, o que você…? -Mas ela não conseguiu formular uma pergunta.

 

—O que aconteceu com você? Como você não me ligou, não me pediu ajuda? -Sua voz era baixa e nervosa, quase desesperada. -O que foi que eu fiz com você?

 

Ela engoliu em seco e desviou o olhar.

 

—Olhe esses exames de sangue! Álcool, Zolpidem… 

 

Grissom a olhava chocado. Ela não bebia ou tomava remédios daquele jeito desde que os dois ficaram juntos. A culpa o dominava, mas a raiva de si mesmo era ainda mais forte:

 

—Como que vocês dois não me ligaram? Se preocupam tanto com ela que nem sequer me telefonaram. -Ele olhava para Greg e Nick. -Eu tinha o direito de saber disso. Como passou por tudo isso sozinha?

 

—Não fui eu quem tomou a decisão de se separar. -Sara tentava ser firme, mas sua voz saía embargada. 

 

Ele a olhou incrédulo.

 

—Eu só queria que você fosse feliz. -Grissom estava quase perdendo sua postura. -Aquele casamento estava te prendendo a uma relação decadente. Você merecia mais do que aquilo. -Ele mal respirava. -Ainda assim, eu disse que seria seu amigo para tudo o que precisasse.

 

Sara se levantou e se aproximou dele. Seus olhos cheios de lágrimas e a voz embargada atingiram Grissom como um soco no estômago:

 

—Você nunca me perguntou se eu queria me separar, ou como eu me sentia no casamento. Você perdeu todo o direito de saber qualquer coisa sobre mim a partir do momento em que decidiu acabar com o que tínhamos. -As lágrimas escorriam pelo seu rosto. -Você tirou tudo de mim. Você foi a única família que eu tive e agora eu não tenho mais nada.

 

E sem olhar para trás, nem se preocupar com os olhares dos ratos de laboratório sobre ela, Sara saiu como um trovão em direção ao estacionamento do laboratório. Cantando pneu, saiu em disparada em direção à sua casa.

 

Enquanto isso, na sala de descanso, os peritos encaravam Gil Grissom curiosos e assustados. O entomologista guardou as evidências novamente na caixa, fechou, e saiu pisando duro. 

 

Greg fez menção de ir atrás,  mas Jules o impediu, dizendo:

 

—Greg,  chegou a hora dos dois resolverem isso. 

 

—Finn, Sara sofreu muito para esquecer ele. Talvez mais do que sofreu antes deles ficarem juntos. -Greg estava indignado. -Vocês viram tudo que ela passou. 

 

—É, ele não pode atormentá-la de novo. -Nick completou.

 

—Está bem óbvio que os dois ainda se gostam. -Finlay comentou.  -E eu retiro o que disse sobre ele ser caladão...

 

Nick e Greg estavam muito agitados quando Russell chegou à sala. Julie narrou o que acabaram de presenciar e o supervisor disse com firmeza na voz:

 

—Rapazes, eles foram um casal. O que acontece na vida de um casal ninguém jamais vai entender, somente eles mesmos. - Ele respirou fundo. -Vamos dar um tempo aos dois e terminar nossa investigação. 

 


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Notas finais do capítulo

E aí, galera! O que estão achando?
O que será que vem por aí? Reconciliação ou briga?
Aguardo os comentários.
Beijos!



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