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Que duro! Eu estou deitada...no chão?  E acho que não estou numa posição bem confortável.

Tenho a sensação de que estou deitada a muito tempo...Mas espera um pouco, acho que estava chovendo tenho quase certeza que esse era o som que eu estava escutando agora há pouco...

Consigo sentir o cheiro de algo que havia sido queimado acho que é madeira, uma fogueira foi acesa então? Mas porque estou me questionando...

Abrir os olhos é algo complicado nesse momento, sinto como se tivessem passado cola neles...Meu corpo também não está se ajudando nesse momento...Vamos lá você só precisa fazer uma coisa que é...

Chuá~~

— Ouch! *Cof* *Cof*.

Mas o que?!

A garota é despertada após uma boa quantidade de água ser jogada em seu rosto.

— Oh? Então ainda está viva?

Uma voz masculina e suave em um tom surpreso falou com a garota.

— Mas que ideia foi essa? 

Não podia ter me acordado como uma pessoa normal? Bom ao menos isso me ajudou a despertar mas não da maneira que eu esperava.

Por causa do susto a garota havia se levantado rápido de mais, as suas costas já não estava em nas melhores condições por causa de sua posição.

Quem jogou essa água em mim foi esse homem. Embora minha visão esteja um pouco turva nesse momento consigo observar um pouco seu rosto. Sua pele tem um leve tom pardo e seus cabelos são azuis suas roupas até que são elegantes eu diria.

Agora confirmo que estava dentro de uma caverna esse tempo todo, pode ser estranho mas há poucos eu podia escutar um som de água caindo e até mesmo o estalar de uma fogueira...

Quer dizer que eu estava o tempo todo dormindo nesse lugar? Não eu acho que não, quer dizer então que ele me trouxe para cá.

— Acredite eu não esperava que você ainda estivesse viva.

Eu deveria falar com ele? Essa é uma situação da qual eu não sei o que fazer, acho que o melhor que posso fazer é entrar na onda até eu descobrir o que está acontecendo.

— O que quer dizer com isso? 

— Seu estado não estava dos melhores antes de vir para cá. Não se lembra de como veio parar nesse lugar? Está perdida por acaso?

— Bom isso é...complicado de se dizer no momento mas pode se dizer que é um pouco de cada coisa.

— Enfim, seja lá o que aconteceu com você foi um baita de um azar.

Ele começou a me contar o que aconteceu antes de eu acordar. Ele disse que estava a caminho de uma vila próxima, mas acabou se perdendo no caminho e bom, para a sorte dele, ou no caso para a minha sorte ele acabou me encontrando inconsciente a alguns Quilômetros daqui.

Por ele ter se perdido descartou a ideia de me levar para uma vila próxima e naquele momento uma chuva bem forte segundo ele estava caindo. Então ele não teve muita escolha e teve de se abrigar nesse lugar.

isso não me revelou muita coisa pelo contrário acabou me gerando mais uma dúvida. Uma breve recapitulação, na real a mais breve de todas basicamente a única certeza que eu tenho é que eu morri, isso é fato, mas agora eu estou...aqui e viva? Como é que isso é possível? 

— Hey? *estala os dedos* Está ai ainda?

— Ah, desculpa.

Acabei me perdendo em meus pensamentos mas acho que qualquer um acabaria fazendo isso em meu lugar.

— Acho que abandonada você não foi, essa parte da floresta é bem isolada e acho meio difícil alguém vir para cá.

Bom, você está aqui não é mesmo? E eu também estou de certa forma.

— Acho que você está certo. 

— E para a sua sorte, fui em quem acabou de encontrando, se fosse uma pessoa de caráter duvidoso eu não sei o que teria acontecido com você.

— Como assim?

— Para começar você estava inconsciente...perdida no meio de uma floresta e bom estava sem roupas.

....

....

...!

Eu estava p-p-pelada? 

Agora que me toquei que aquela sensação de manto me envolvendo...era ele me cobrindo

— Então você fez algo comigo enquanto eu estava apagada! Pervertido!  - disse ela enquanto se cobria. -

Então esse manto é dele?

— Palavras machucam sabia? Isso é jeito de falar com quem te ajudou? Mas não se preocupe eu não fiz nada com você, para sua sorte eu prefiro as mais velhas. 

Ele falou em um tom orgulhoso, como se isso fosse um ponto positivo, de qualquer jeito não sinto uma "alteração" no meu corpo então ele está inocente nessa...por enquanto.

Morri e acabei vindo para esse lugar isolado totalmente inconsciente e sem roupas...Estou no inferno e não sabia? Não, creio que aqui não é o inferno ou muito menos o céu então onde é que eu estou? Literalmente ninguém sabe ao certo o que acontece após a morte, a sensação claro que é única mas e agora? São tantas perguntas e...

— Hey você está indo aonde?! - perguntou a garota se questionando. -

— Você parece perdida em seus pensamentos e bom, o dia chegou a chuva passou então eu vou nessa.

— Hey espera ae!

Mesmo sentindo o peso em seu corpo ela rapidamente se levanta e vai em direção ao homem que já estava na saída daquela caverna.

— Hey quem disse que você deveria me seguir?

— Bom você me salvou então meio que sou uma responsabilidade sua não é? 

— Que tipo de pensamento é esse? 

Eu não tenho muitas opções nesse momento, talvez eu devesse segui-lo. Sei que não é a coisa mais sensata a se fazer mas não tenho escolha e outra, duvido que ele fará alguma coisa comigo se quisesse já teria o feito.

— *Suspira* Certo, pode me acompanhar até a vila mais próxima depois disso nos separamos ok?

— Tudo bem para mim.

Os dois estavam se preparando para seguir seu caminho.

— Espera um pouco.

— Urgh o que foi agora? - Murmurou o homem. -

A garota então observa um córrego de água cristalina, ela chega perto para observar o seu rosto.

Uaah! Esta sou eu?  Estou bem diferente de como me lembrava e bem mais...jovem? Devo ter uns 14...não 15 anos? Minha pele sempre foi desse tom pelo o que me lembro mas o meu cabelo e até mesmo meus olhos mudaram por completo.

Eu não havia percebido mas agora eu me toquei o meu corpo também mudou, agora entendo porque esse manto meio que parece um vestido para mim, ele não cobre totalmente o meu corpo, os meus pés ficam a mostra, mas ainda assim é um espanto para mim.

— Eu vou te deixar por aqui mesmo então.

— Já estou indo! - Gritou a garota correndo em direção ao homem. - 

Não falamos um com o outro desde então, seguimos por um longo caminho depois daquela caverna confirmei que estávamos de fato em uma floresta mas não totalmente dentro dela, a presença de várias árvores deixaria isso óbvio e alguns animais selvagens podiam ser vistos além do lago que olhei meu rosto.

Mesmo descalça meus pés não se machucam andando nesse chão por sorte não há pedras afiadas ou galhos pontiagudos no caminho mas ainda assim há um certo desconforto. Agora entendo o porque ele se abrigou naquela caverna comigo, essa vila da qual ele mencionou parece ser bem longe do que o esperado.

Um tempo depois...

Já não aguentava mais andar mesmo que pareçam ser alguns minutos sinto como se fosse uma eternidade.

Sinto um pouco de tensão em seu olhar em alguns lados ele parece sempre estar alerta com alguma coisa, desde que viemos para cá ele sempre está atento ao seu redor como se algo fosse nos atacar de qualquer lado.

Fiquei quieta pois acho que qualquer pergunta que fizesse para ele não teria resposta alguma não me incomodo com isso apenas acho estranho que não haja o mínimo de interação daquele caminho todo até aqui.

Finalmente chegamos na estrada! Um caminho de pedras lisas pode ser visto em uma única direção temo que daqui a alguns metros chegaremos onde realmente queremos estar.

De certa forma mesmo saindo da floresta ainda há algumas árvores bem altas ao nosso lado não sei porque mas estou com um péssimo pressentimento, não sei porque talvez seja esse clima meio ameno no momento mas algo ainda me incomoda conforme nos aproximamos aos poucos...

— Hm? - A garota para por um momento. -

Tem algo se aproximando de nós!

— Algum problema?  - falou o homem enquanto andava . -

— Cuidado! Embaixo! 

O homem então mesmo cauteloso com as coisas ao seu redor não esperava um ataque vindo por debaixo de seus pés, mas graças ao aviso prévio ele pode se preparar enquanto estava no ar pode arrumar a sua pose e cair com cuidado no chão.

— Essa foi por pouco, valeu garota.

Não me agradeça agora! O que é essa coisa? Como é que eu pude saber quando ele iria o emboscar? Isso é estranho mas eu consigo sentir a sua presença mesmo que esteja um pouco fraca.

Essa criatura que o atacou parece ser uma toupeira, mas geralmente elas não são tão grandes como essa! Suas garras e dentes afiados e olhos vermelhos não sugerem que ela é uma criatura inofensiva.

A criatura então se prepara mais uma vez, rapidamente ela se enterra novamente.

— Nada mal, mas dessa vez você não vai me pegar desprevenido.

Após um intervalo de tempo a toupeira ataca o homem por outra direção, mas de certa forma ele já esperava por . Após brandir uma de suas espadas com maestria consegue desviar de seu outro ataque e ainda consegue desferir um golpe fatal na toupeira.

Esse foi um golpe certeiro! De uma vez só ele conseguiu ferir o peito da criatura enquanto ela saia da terra como se fosse um profissional.

— Mas o que é essa coisa? -- perguntou a garota. -

— O começo de um problema eu diria. Temos que ir.

Agora estamos correndo em direção ao vilarejo, ainda me pergunto o que é esse monstro mas o mais óbvio é que se trata de uma criatura hostil. O mais sensato a se fazer nessa situação inesperada seria se afastar o mais rápido possível para um lugar seguro, mas cá estou eu seguindo de maneira imprudente esse homem até a vila na mesma direção em que esse monstro apareceu, eu sei que o senso comum seria esse mas algo em mim me diz que eu devo ir até lá isso é bem estranho...

Continua...