- Economia? Murmurou meu pai enquanto conversava com Renesmee na sala – Vai ajudar o meu filho a gastar menos com as camisas, as roupas dele custam uma fortuna.

Baixei a cabeça constrangido e Renesmee disfarçou um riso – Você por acaso andou bebendo velho? O provoquei.

— Eu estou sóbrio, mas pretendo contar para ela mais coisas a seu respeito – Respondeu meu pai em provocação.

Os olhos de Nessie se dividiram entre mim e meu pai – Bom – Ela murmurou – Respondendo sua pergunta senhor Black...

— Ora deixe de cerimônias criança- Meu pai a interrompeu – Me chame de Billy, ou velho Billy como meu filho malcriado.

As bochechas dela coraram e ela deu aquele sorriso lindo que iluminava minha vida – Tudo bem – Ela concordou – Billy, um economista pode avaliar economicamente os empreendimentos, compreendendo a análise dos ativos e passivos, da rentabilidade, das perspectivas de lucros futuro.

O semblante de Billy Black foi dominado pela incompreensão e dessa vez fui eu quem sorri – Ela quis dizer se um investimento é bom ou não – Expliquei.

— Desculpe Billy eu podia ter explicado de uma forma mais clara – Disse Nessie.

— Não se preocupe filha- Meu pai falou se levantando da sua poltrona surrada – Eu não vou mais ocupar o tempo de vocês, tenho certeza de que o casal tem coisas mais interessantes para fazer do que papear com um velho – Completou ele indo para seu quarto e nos deixando a sós.

Fiz um som com a garganta e fuzilei meu pai com os olhos ao ouvir a palavra casal, Nessie sorriu apesar do corar em suas bochechas denunciar que ele havia a deixado envergonhada – Vou acomodá-la no meu quarto – Expliquei pegando as duas bolsas de viagem.

— O senhor – Ergui as sobrancelhas e ela sorriu se autocorrigindo- Você tem certeza? Eu posso ficar em um hotel.

— Eu jamais vou deixá-la sozinha em um hotel – respondi caminhando pelo estreito corredor e ela me seguiu – Teríamos mais cômodo se o velho teimoso me deixasse construir uma casa maior – Expliquei abrindo a porta do meu antigo quarto -  Seus aposentos! Falei ao abrir a porta

Renesmee me olhou de soslaio e entrou no quarto – É bem simples para o senhor Black – disse ela.

— Precisa me conhecer melhor – Murmurei deixando as bolsas no chão e abri as cortinhas – Foi para isso que eu a trouxe aqui.

Ela sorriu timidamente- Então quando vou começar a conhecer o misterioso senhor Black?

— Agora – Respondi a encarando – Vamos conhecer a reserva senhorita Cullen.

Ela concordou e saímos juntos do quarto.

Nessie e eu pegamos a trilha principal pela floresta e seguimos pelo norte da reserva – Então as crianças estudam na escola da reserva e depois são autorizadas a estudarem na faculdade dos caras branca? Ela perguntou enquanto caminhávamos.

— Os que desejarem – respondi

Ela me olhou de soslaio – E foi isso que você fez, saiu da escola da reserva e ganhou o mundo?

Neguei com a cabeça – Decidi seguir meus próprios passos e não do meu pai, minha mãe morreu quando eu tinha dezoito anos, ela tinha uma pequena fortuna deixava pelo meu avô, o pai dela, eu herdei e construí o que tenho hoje.

— Essa parte da história do milionário Senhor Black todo conhecem – Ela falou enquanto caminhávamos – Mas eu nunca poderia imaginar que você cresceu aqui, como eles – O olhar dela se direcionou para as crianças que brincavam a alguns metros de nós.

— Vem, quero que conheça uma pessoa.

Seguimos pelo bloco de casas da vila pegando a trilha da parte mais fechada da floresta mostrando a Nessie o nome da cada arvore da região, seu encantamento era notado pelas expressões em seu rosto de porcelana – Que casa linda – ela murmurou dando um sorriso largo ao nos aproximarmos da casa azul que ficava um pouco mais afastada das demais casas e era um pouco maior.

— É a casa dos Ulley – Respondi, enquanto nos aproximávamos Sam apareceu na porta da casa e como esperado por mim nos observou com uma expressão fechada, em seguida Leah passou ao lado dele e sorriu vindo ao nosso encontro.

— Oi! Disse Leah com um sorriso em seus lábios desviando seus olhos para Nessie – Eu imagino que você seja Renesmee, acertei?

Nessie me olhou um pouco confusa – Sim Leah essa é Renesmee – Respondi olhando para Sam.

O sorriso de Leah se alargou, ela olhou para o marido parado próximo a porta e para mim, esperta havia deduzido que Sam e eu precisávamos conversar – Renesmee você gosta de panquecas? Fiz algumas de frutas.

A ruiva olhou para mim e eu assenti – A panquecas da Leah são deliciosas, não irá se arrepender.

— Tenho certeza de que vou adorar – Nessie falou de forma gentil, animada Leah a puxou pela mão na direção da porta, os olhos de Sam se mantiveram nela até ela entrar na casa, então ele sorriu timidamente e deu alguns passos na minha direção.

— Veio mostrar a minha mulher que encontrou sua escolhida Black? Tentar deixá-la com ciúmes?

Cruzei meus braços e o encarei - Você deveria saber que tenho um carinho por Leah totalmente fraternal.

— Fraternal? Sam me encarou – O que aconteceu entre vocês não foi fraternal.

Sacudi a cabeça de forma negativa – Fazem dez anos Sam, vocês construíram uma família, você melhor que ninguém sabe o que eu sinto agora.

Sam sorriu ironicamente – Sei? Será que eu sei Black? Eu achei muito conveniente você sair de nossa última reunião em que Billy cobrou de você uma atitude e no dia seguinte sua escolhida aparecer – Ele caminhou a minha volta enquanto me encarava – Estou me perguntando quanto sua assistente está ganhando para participar dessa farsa?

Olhei para o chão e cerrei os punhos, todo tempo que havia passado não tinha sido o suficiente para ele esquecer as magoas passadas – Eu não sei o que mais incomoda você Sam, não ter sido o primeiro homem na vida de Leah ou saber que em breve terá que acatar as minhas ordens.

O semblante de Sam Ulley se transformou, observei em silêncio a fúria consumir seus olhos e antes que eu pudesse reagir o corpo dele se chocou contra o meu me arremessando contra as arvores, me levantei de forma rápida e revidei lhe dando um soco, Sam caiu com o rosto no chão e destilou um golpe, seu punho acertou meu rosto e rolamos no chão.

— O que está acontecendo? Reconheci a voz de Leah – Sam para! Ela Gritou tentando puxar o marido de cima de mim, aproveitei a distração dele e o chutei fazendo com que ele caísse com o corpo do lado do meu e me levantei pronto para dar mais um golpe, mas meu corpo paralisou ao ouvir a voz de Nessie.

— Jake para! Ela gritou em um tom de ordem enquanto parava a minha frente ficando entre Sam e eu, sua expressão era de surpresa e susto, respirei de forma descompassada e impulsivamente a segurei pela mão a tirando da frente de Sam e Leah – Jake espera! Ela reclamou enquanto era puxada por mim – Jake está me assustando!

Folguei minha mão na dela e fechei os olhos, definitivamente aquilo não estava nos planos, se Sam e eu tivéssemos perdido o controle total Nessie descobriria tudo sobre nós de uma forma totalmente errada, ainda era cedo para isso, eu precisava ganhar sua confiança ates de revelar esse segredo a ela – Me perdoe por isso! Murmurei dando um tímido sorriso e a encarei – Sam e eu temos um assunto mal resolvido.

As sobrancelhas dela se ergueram e ela me lançou um olhar de acusação – Desde quando Jacob Black sai brigando por aí?

Sorri timidamente e fiz uma careta ao sentir a dor em minha costela – Vamos para praia almoçaremos por lá.

— Espera – Ela falou se colocando a minha frente, sua mão destra tocou meu rosto – Não vamos a lugar algum com você todo arrebentado.

—Eu estou bem – Respondi, mas soltei um gemido quando a mão dela apertou minha costela.

— Tenho certeza de que sim – Ela respondeu – Vamos para casa, precisa cuidar disso.

Franzi o cenho – Quando começou a me dá ordens?

Ela virou o corpo e ficou a minha frente, seus olhos marrons encararam os meus – Você me trouxe para uma floresta onde eu não conheço ninguém, quase se matou com um homem me deixando totalmente desorientada, então o mínimo que você tem a fazer é aceitar o que eu estou pedindo.

Mantive meus olhos nos dela e ficamos em silêncio.

— Você fica linda brava – murmurei.

—Urgh – Ela reclamou rolando os olhos e caminhou de forma apressada na direção da trilha, dei um riso e corri atrás dela.