Lembranças de Você escrita por Eli DivaEscritora
Notas iniciais do capítulo
Oii, estou de volta!
Na segunda-feira, Rosalie apareceu no meio da tarde lá em casa.
― O que você está fazendo aqui?
― A Alice me ligou, pediu para que eu fosse junto com você na consulta.
― Desnecessário, o Edward irá me encontrar. E o seu estágio? ― perguntei quando a loira entrou na sala.
― Mas daqui até o hospital, ela achou melhor eu acompanhá-la. Não se preocupe quanto a isso, a minha chefe me liberou. Desde a minha ideia de coleção infantil, sou a nova queridinha. ― A Rosie fez aspas com a mão.
Assim que a loira se acomodou no sofá ao meu lado, um outro assunto veio à minha mente.
― Vocês duas finalmente se acertaram então.
― Não tivemos muita escolha já que você nos convocou para uma conversa.
― Estava mais do que na hora.
― É, só que a Lice ainda quer me matar, certeza. ― Escutei uma risada divertida sair de sua boca.
― Na próxima vez, pensa bem para não misturar todas as bebidas. ― Aconselhei com um sorriso de chacota para logo depois prestar atenção no filme que eu havia pausado.
Rosalie e eu assistíamos concentradas a uma comédia romântica quando uma dor não muito forte surgiu na parte inferior do meu abdômen que se espalhou pela minha lombar. Fechei os olhos, soltando o ar pela boca.
― O que foi, Bella? ― a loira questionou com a voz preocupada.
― Devem ser as contrações de treinamento. ― Tentei não alarmá-la, pois talvez o bebê desejasse nascer antes do previsto.
― Mas hoje você não completa as trinta e nove semanas? Não é cedo, isso? ― Eu apenas balancei a cabeça em negação.
― Já vai passar. ― Abri os olhos e reparei na cara assustada da Rosie. ― Está tudo bem.
Meia hora mais tarde as dores continuavam.
― Acho melhor a gente ir para o hospital ― a loira comentou alarmada.
― Rosie, calma. ― Avistei o meu relógio de pulso. ― A minha consulta já é no hospital, a médica irá avaliar meu estado e caso eu realmente esteja em trabalho de parto, ela me encaminha para a maternidade, certo?
― Certo ― respondeu mais tranquila, pude observar seu semblante relaxar. ― Então, cadê a bolsa do bebê? ― Olhou ao seu redor, à procura.
― No quarto dele, por quê?
― Eu busco, nunca se sabe. ― Rosalie não me deixou argumentar, pois sem demora subiu as escadas.
― Parece que a sua tia também está no modo mãezilla igual a sua madrinha ― falei baixinho para o meu filho ao acariciar a barriga.
Assim que a loira retornou, ela pegou seu telefone e discou alguns números. Sem entender nada, a encarei.
― Vou ligar para a Lice, avisar para ela nos encontrar na sua consulta ― a Rosie declarou ao notar a minha expressão.
― Mas não precisa... ― Não fui capaz de terminar a frase, já que uma contração me atingiu.
― Aham, tô vendo que não. ― Sua voz possuía uma certa ironia. ― Oh, droga! Alice não atende. ― Seus olhos azuis me inspecionaram. ― E as suas coisas? Onde você colocou?
Apontei para cima enquanto me concentrava na respiração, ao voltar para a sala ela chamou um carro de aplicativo. Alguns minutos depois, o veículo apareceu em frente de casa.
― Só caixa postal, por que comprou essa joça, então? ― Rosalie reclamou com o seu celular logo que chegamos ao hospital. ― Vem, Bella. ― Ela me ajudou a desembarcar, as dores cessaram nesses minutos e pude andar mais tranquilamente.
No instante seguinte, a loira quase xingou de todos os nomes um motoqueiro que acabava de estacionar na entrada do hospital. O cara deu uma acelerada antes de desligar o motor.
― Esse palhaço não sabe que tem gente doente, aqui não? ― A Rosie aumentou o tom de voz, para ele escutar.
Ela mal terminou de manifestar a sua bronca e a minha boca se entreabriu, avistei a Lice descer da garupa da moto preta, daquelas largas e bem barulhentas de passeio. Olhei para o lado e a loira arqueou a sobrancelha, chocada com a cena do mesmo jeito que eu.
― Até mais, gatinha. ― O Jasper piscou para ela.
Minha prima acenou para o rapaz assim que devolveu o capacete, ele nos cumprimentou ao ligar a motocicleta e sem demora partiu.
― Alice! Quem te viu, quem te vê ― anunciei surpresa. ― Desde quando estão saindo?
― É recente, ficamos trocando mensagens depois daquele episódio na minha casa. ― Ela encarou a Rosie por alguns segundos.
― Agora tá explicado o motivo de não atender o celular ― Rosalie disse ignorando o comentário da Lice.
― Não escuta ela. ― Balancei as mãos. ― Pode me contar todos os detalhes ― Olhei para a minha prima.
Caminhamos pelos corredores, devagar, e durante o trajeto até o consultório da médica a Lice me atualizava sobre seu "relacionamento". Parece que os dois acharam uma maneira de equilibrar o jeito de cada um, Jasper mostrava como se divertir e ela de levar a vida com mais responsabilidade. Entretanto, Alice estabeleceu uma regra, apenas encontros sem envolvimentos sexuais.
Perto das cinco da tarde, a doutora me chamou para me examinar, as meninas foram comigo, pois o Ed não havia chegado ainda. Pedi para a Rosie ligar para ele.
― Tão de sacanagem comigo, hoje ― a loira resmungou no canto da sala. ― Não atende. ― Bufou.
― Liga para o pai dele ― falei com dificuldade, as contrações se intensificaram em um intervalo menor. ― Ou para a secretária, tenho o contato deles no meu telefone.
― Isabella, irei encaminhá-la para a maternidade ― Flávia, a médica, comunicou ao terminar de avaliar o meu estado.
― Ai meu Deus, o bebê vai nascer! ― Rosalie comemorou alegremente.
― O bebê vai nascer. ― Repeti sem acreditar, emocionada.
― Estarei ao seu lado, se quiser. ― A Lice segurou a minha mão.
― E o seu plantão? Os pacientes precisam de você.
― Eu entro mais tarde hoje, posso ficar até o Edward aparecer.
Concordei ao balançar a cabeça e respirei fundo, sentindo outra contração. Instantes depois, a doutora nos acompanhou até a ala da maternidade, enquanto ela conversava com alguns funcionários sobre questões burocráticas, perguntei para a Rosie se ela tinha localizado o Ed.
― A secretária disse que ele e o senhor Carlisle estão em uma reunião de última hora. ― Ela tirou o telefone da orelha e olhou com a expressão de "o que eu faço, agora?".
Eu enruguei a testa, que reunião urgente era essa?
― Avisa para ela entrar nessa reunião e falar que o filho dele está nascendo ― Alice respondeu. ― E você, é melhor esperar aqui fora. ― Minha prima pronunciou para a loira. ― A Bella já tem muita coisa para se preocupar, só saia desse telefone quando ouvir a voz do Ed.
― Tá bom. ― Rosalie se afastou para voltar a sua atenção na ligação.
― Mas Lice...
― Ela vai acabar deixando você mais nervosa se for junto. ― Alice adivinhou meus pensamentos, só pode. ― Agora cadê seu plano de parto?
― Na minha bolsa. ― Apontei na direção da mala.
― Ótimo!
Minha prima pegou o documento e entregou para a médica. E, então, me levaram para um quarto.
Algum tempo depois
― E o Ed? ― Soltei o ar pela boca, uma nova onda de dor me atingiu como se abrissem a minha região pélvica. As minhas pernas ficaram enfraquecidas, ainda bem que eu sentei em uma daquelas bolas de pilates para aliviar a lombar.
― Não sei, deixa eu verificar com a Rosie ― a Lice mencionou antes de sair pela porta.
Uma enfermeira entrou no mesmo instante para conferir os batimentos cardíacos do bebê.
― Como estamos, Isabella? ― Ela disse ao posicionar o aparelho na minha barriga.
― Ansiosa, não vejo a hora de poder segurá-lo.
― Imagino, mas logo, logo isso será possível. ― Sorriu para mim enquanto escutávamos o coraçãozinho.
A enfermeira avisou que tudo se encontrava dentro da normalidade e se retirou. Alice retornou com uma expressão não muito boa e se aproximou de mim, segurou a minha mão e me encarou por alguns segundos.
― O que foi?
― Não sabemos quando ele irá chegar, parece que tem muito trânsito. Mas a Rosie já falou com ele.
― Ele precisa estar presente nesse momento ― comentei com a voz embargada.
― Não se preocupe, no final dá tudo certo. ― minha prima apertou a minha mão me confortando.
Senti outra contração e pedi com uma certa dificuldade, para ela me ajudar a sentar na cama, necessitava mudar de posição. Horas mais tarde, minha bolsa rompeu, atingindo cinco centímetros de dilatação e a sensação era de que havia passado muito tempo sem sair do lugar. Do mesmo modo que eu desejava tanto conhecer o meu filho, não queria que o pai dele perdesse o seu nascimento.
― Alice ― Choraminguei.
― Ele vai vir.
Quando evolui para a escala número seis, já estava quase conformada de que o Ed não teria essa memória para guardar. Suspirei, incomodada com tudo e identifiquei uma pressão no baixo ventre. Mais uma rodada de contração viria a seguir, fechei os olhos e inspirei o ar para tomar fôlego. E, então, uma mão segurou forte a minha.
― Eu estou aqui agora, Bella ― Edward declarou assim que abri meus olhos.
Sorri para ele, soltando os ombros e a tensão anterior desapareceu. Como se também aguardasse pelo pai, o bebê demonstrou que aproximava a hora. A minha dilatação logo progrediu e mais ou menos depois de uns trinta minutos e três empurrões, nosso filho chegou nesse mundo. Ele veio para os meus braços em meio a lágrimas escorridas, cabelos colados em meu rosto suado e muita, mais muita alegria. Observei as suas mãos pequenas e o seu semblante perfeitinho, um choro estridente ecoou no ambiente. Emocionada, encarei o Ed, ele também não conseguiu segurar sua comoção.
― Eu te amo ― Seus lábios tocaram os meus.
Retribui seu beijo casto, surpresa com as suas palavras, desabando em prantos com o momento de dupla felicidade. A espera para conhecer o novo integrante da família não poderia ter sido melhor, pois de alguma forma com o nascimento do garotinho constatei que nossos problemas ficariam para trás.
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Quase peguei o Ed de porrada aqui! Se ele perdesse o nascimento do filho, a Bella nunca mais perdoaria ele :o