Lembranças de Você escrita por Eli DivaEscritora


Capítulo 14
Uma Nova Etapa


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui encerramos a parte 1 da fanfic, vamos nos encaminhando para a metade agora.



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Edward dirigia com um sorriso bobo nos lábios, era um pouco estranho pensar que em breve nos casaríamos. E, de repente, aquele frio na barriga me afetou, aquele tipo de êxtase por começar algo novo, animada por essa nova etapa da minha vida! Entretanto, gostaria de esclarecer um assunto que ainda me intrigava.

― A aprovação do seu pai é muito importante para você, não é?

― Não sei se seria bem isso, mas a opinião dele é sim. Eu sempre o enxerguei como um modelo a ser seguido. Não queria decepcioná-lo.

Eu concordei com a cabeça e refleti por um momento, será que mais para frente isso seria um problema? Retornei a observar pela janela do carro a paisagem e após alguns segundos o Ed voltou se pronunciar:

― O meu pai está com a saúde fraca ― ele disse sem desviar sua atenção da estrada. ― E não é de hoje. Um tempo atrás ele teve outro início de um ataque cardíaco e eu fiquei muito preocupado com o bem-estar dele. ― O Ed me espiou com o canto dos olhos e percebeu o meu espanto. ― Você não soube?

― Não ― respondi surpresa. ― Como que aconteceu isso?

― Ah, em uma de nossas férias em família. ― Eu pude notar que o tom de sua voz se alterou, percebi um aborrecimento. ― Você lembra do meu irmão, não é?

Eu afirmei com um gesto.

― Lembro dele criança ― declarei logo depois.

Assim que ele começou a falar, suas mãos apertaram o volante com força.

― O meu irmão é um irresponsável, passou todos os limites dessa vez. Arranjou umas péssimas influências para serem seus amigos ― Edward comentou a última palavra em um tom sarcástico. ― Um dia, quando meu pai, eu e a minha mãe estávamos curtindo a praia, os amigos dele roubaram dinheiro e outras coisas do nosso quarto. ― O Ed suspirou cansado. ― Assim que o papai descobriu que o meu irmão estava envolvido, foi preciso levá-lo para um hospital. Por um triz que... ― Ele não continuou, mas entendi onde chegaria com isso.

― Nossa, eu sinto muito. ― Edward apenas balançou a cabeça, mexido por reviver esse episódio. ― Agora compreendo o motivo de você não querer aborrecê-lo. ― Fazia muito sentido.

Deixei que a conversa se encerrasse desse jeito, pois o Ed não parecia muito confortável com esse tópico. Permanecemos em silêncio até o veículo estacionar, olhei para os lados procurando por uma imobiliária, estranhei quando não encontrei nenhuma. Estávamos parados em frente a um pórtico de um condomínio fechado. Edward me convidou para sair do carro ao notar que permaneci estática no banco. Como se tivesse lido meus pensamentos, ele comunicou:

― Eu vi um anúncio de algumas casas pelo celular e achei que valia a pena dar uma passada aqui. O lugar parece incrível. ― Ele me ajudou a desembarcar assim que contornou o veículo. ― Já até entrei em contato com a imobiliária responsável pela venda e pedi para liberarem nosso acesso.

― Caramba! Você está realmente animado. ― Enlacei meu braço no dele e caminhamos até a portaria. ― Pelo visto, não vamos a nenhum outro local depois daqui. ― Recebi como uma forma de afirmação um sorriso faceiro de Edward.

O condomínio era enorme, possuía seguranças vinte e quatro horas, quadra de tênis e de futebol, áreas de lazer para as crianças, piscinas, sala de ginástica e espaço para festas. Olhei chocada para o Ed após ler essas informações em um mural. Será que não era um pouco demais?

― Você tem certeza que quer morar aqui? ― Cochichei para ele enquanto um funcionário confirmava nossas identidades.

― Absoluta. É perfeito para começarmos a construir nossa vida juntos ― ao terminar de falar beijou o topo da minha cabeça.

Apesar de considerar um pouco exagerado, pois não precisávamos de tudo isso, uma casa de três quartos já era o suficiente, consenti com seu argumento. Edward estava muito empolgado com essa ideia, então por que não? Logo que o porteiro autorizou a nossa entrada, ele apontou na direção das casas e nós nos conduzimos para lá. Depois de um tempo batendo pernas entre aquelas casas enormes, nós nos deparamos com uma mais "simples". Com um tamanho razoável, ela possuía dois andares. O jardim tinha um gramado curtinho e um caminho de flores coloridas que levava até a porta de madeira gigantesca, essa passagem para as pessoas era de pedra. Havia uma garagem que poderia acomodar mais de dois carros, fácil. Um muro de vidro separava a calçada do quintal. E a cor da casa correspondia a um amarelinho, bem fraquinho. Ao virar para o lado e notar a expressão do Ed, eu me emocionei, seria aqui que criaríamos nossos filhos. Ele me puxou para mais perto de si, meu rosto encostou em seu peito e nos abraçamos encantados ao observar o nosso lar. Mais um momento em que guardaria em minha memória.

Antes dele me deixar em casa, passamos em uma padaria para comermos algo, já que o relógio marcava quatro horas e meu estômago roncou, denunciando o quanto eu já estava com fome. No instante em que serviram nossos lanches, dei um gole no meu suco de caju e espiei o Edward com atenção.

― Está tudo bem? Ou já pensa em desistir do casamento? ― comentei com uma risadinha, pois seu semblante havia mudado completamente. Ele parecia distante, pensativo. Coloquei o meu copo de volta na mesa ao mesmo tempo em que o examinava.

― Não, nada disso. Só acabei de lembrar de uma coisa ― o Ed respondeu de um jeito aborrecido.

― E o que é? ― perguntei curiosa.

― Preciso entregar as chaves do apartamento que aluguei ainda hoje para o dono. ― Ele coçou a nuca. ― Eu esqueci completamente disso.

― Então, você não tem para onde ir? ― Edward balançou a cabeça, afirmando que não.

― Bem, eu poderia pedir para o meu pai um quarto até o casamento, mas analisando aqui, por que não moramos juntos já?

Eu refleti por um segundo.

― Sabe que a ideia não é ruim, assim posso ganhar tempo para reconsiderar o seu pedido. ― Não consegui segurar uma gargalhada ao notar o seu espanto.

― Olha quem está cheia de gracinha agora. Ainda bem que não comprei nenhum anel ― ele disse em um tom de brincadeira e eu levei as mãos ao peito, arqueando as sobrancelhas como se suas palavras tivessem me chocado.

― Eu não preciso de nenhum anel. ― Levantei os ombros. ― Eu quero apenas que você me prometa uma coisa. ― Nossos olhares se cruzaram e as chacotas se encerraram. ― Sem desaparecer dessa vez, por favor. ― Edward segurou a minha mão por cima da mesa e um sorriso torto surgiu em seus lábios.

― Prometo.

Nos encaramos por alguns segundos, felizes. A sensação de estar vivendo um sonho retornou, inspirei o ar, mais uma vez deslumbrada pelo futuro.

― Ótimo! Então, mais tarde pode trazer as suas coisas lá para casa. ― Peguei o meu suco, bebendo-o. ― Hoje as meninas vão jantar comigo e nós descobriremos o sexo do bebê ― mencionei contente.

― Como assim? Já?

― Aquelas duas não aguentaram de ansiedade e me encheram o saco para fazer um exame antes da hora. Mas confesso que também estou muito curiosa ― falei rindo.

― Nossa, agora até eu fiquei. Mal posso esperar. ― Ele deu uma mordida no seu lanche e mastigou apressadamente. ― Não vai comer? ― o Ed perguntou ao perceber que eu não toquei na comida.

― Eu estou meio enjoada, por enquanto o que me resta é beber o suco. ― Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e ingeri o líquido.

― Você precisa de algo? Tem algum remédio para tomar? ― Neguei com a cabeça.

― Só o suco gelado já ajuda. Vou pedir para embalarem o lanche e aproveito para pegar um pedaço daquela torta de chocolate. ― Apontei para o balcão. ― Do nada me veio essa vontade.

Edward me olhou com uma cara de assustado.

― É para mais tarde ― respondi e nós dois rimos.

Depois que ele terminou de comer, fomos embora. Em frente ao meu prédio, nos despedimos com um beijo apaixonado. Assim que entrei no apartamento, comecei a esvaziar algumas gavetas e abri espaço nos armários para que o Ed colocasse suas coisas. Em seguida, resolvi tomar um banho, eu realmente necessitava de um. Ao sair do banheiro mais limpinha e relaxada caminhei até a cozinha. Decidi preparar o jantar para as meninas e para o Edward, separei os ingredientes: macarrão, bacon, ovos e sal. Em uma frigideira fritei o bacon em pedaços pequenos e esperei eles ficaram crocantes para logo após esquentar a água do macarrão. Peguei o recipiente que serviria a comida e bati três ovos com um garfo.

― Ai, esqueci do queijo ralado ― disse em voz alta quando desliguei o fogo e olhei para o macarrão que já estava pronto.

Busquei o pacote de queijo na dispensa e retornei para acrescentar no pote, adicionei um pouco de sal também. E, então, escorri o macarrão sobre a mistura dos ovos, para que o calor da massa o cozinhasse. Ao finalizar, inclui o bacon para ter um gostinho.

No momento em que eu arrumava a mesa, a campainha tocou. Atendi a porta meio desajeitada com alguns pratos na mão.

― Oi, meninas, podem entrar. ― Deixei elas passarem.

― Que cheiro é esse? ― Alice perguntou. ― Parece tão gostoso, o que você fez?

― O macarrão a carbonara da sua mãe.

― Vou morrer comendo então ― Ela revirou os olhos ao lamber os beiços.

― Quer ajuda, Bella? ― A Rose me olhou divertida por causa da reação da minha prima.

― Faltam os copos, pega no armário para mim? ― Ela concordou e eu posicionei os pratos na mesa.

― Ué, mais alguém vem para jantar? ― A Lice apontou para o móvel e enrugou a testa.

― Sim, convidei o Edward. Ele deve chegar daqui a pouco com as coisas dele ― comentei me dirigindo para a cozinha. ― Nós vamos morar juntos.

― É o que? ― Alice falou com um tom de espanto.

― Morar juntos? ― a Rose pronunciou quase ao mesmo tempo que a minha prima.

Ao voltar com o recipiente do macarrão nas mãos, eu acenei para elas e contei sobre a nossa última conversa. Enquanto aguardávamos pelo Ed, as duas me escutaram atentas e para a minha surpresa, Alice não contestou nada. Minutos depois, como o Edward me enviou uma mensagem dizendo que se atrasaria, nós começamos a comer.

― Quem vai querer sobremesa ― eu questionei após nossos pratos estarem vazios.

― Eu! ― Rosalie declarou empolgada, mas logo seu sorriso murchou. ― Bella, será que podemos descobrir o sexo do bebê agora? Antes da sobremesa?

― E o Edward? Não é melhor esperar por ele? ― a Lice mencionou e a loira suspirou desanimada.

― Bem, eu falo para ele depois ― respondi pensativa. ― Vamos abrir o envelope!

Fui atrás da minha bolsa e quando a encontrei, trouxe para a sala. Olhei para as duas com o papel em minhas mãos e iniciei a leitura impaciente.

― Anda, Isabella! ― a Rose comentou desesperada.

― É um menino. ― Levei as mãos ao rosto, emocionada. ― A Lice vai ser a madrinha.

― Não acredito! ― minha prima afirmou ao balançar a cabeça.

― Nem eu ― a loira comunicou chateada e um beicinho se formou em seus lábios. Em seguida, animou-se ao pensar em algo. ― Mas o próximo bebê é meu afilhado, hein.

― Ok, combinado ― eu disse rindo, já que eu nem sabia se teríamos outro.

Elas vieram me abraçar pelo resultado e pulamos por alguns instantes comemorando as novidades. Assim que nos separamos, perguntei se elas gostariam de comer a sobremesa, aquela torta de chocolate que fiquei de olho na padaria.

― Vou buscar então ― pronunciei logo depois que elas concordaram.

Enquanto eu me encaminhava para a cozinha, a campainha tocou e retornei para atender a porta. O Ed apareceu todo molhado, empurrando duas malas.

― O que aconteceu? ― questionei-o.

― Começou a chover bem na hora que fui estacionar o carro e como tem um jogo rolando aqui perto, foi difícil achar uma vaga próxima daqui. ― Ele passou a mão pelos cabelos encharcados de água. ― Oi meninas. ― Edward cumprimentou as duas e elas acenaram.

― Acabei de lembrar que estou cheia de coisa para fazer ― Rosalie falou apressadamente. ― Vamos indo, Alice?

― Mais e a sobremesa? ― minha prima resmungou.

― Alice, querida. ― A loira se aproximou dela e cochichou algo em seu ouvido.

Eu escutei só a palavra "sozinhos" e balancei a cabeça. As meninas rapidamente pegaram suas coisas, beijaram o meu rosto e do Ed e se mandaram.

― Não liga para elas, às vezes essas duas não batem bem ― expliquei para o coitado que me encarava confuso. ― Então, melhor eu pegar uma toalha.

Quando voltei, Edward abria os botões de sua camisa e imediatamente senti meu sangue efervescer pelo corpo. Acendeu uma chama em mim que até então havia adormecido. Será que eram os hormônios aflorando? Eu me contestei. Entretanto, não tive muito tempo para esclarecer isso, já que notei seus dedos terminarem de desabotoar a peça preta. Uma parte do seu peito se expôs e com a minha respiração alterada observei em câmera lenta seu movimento. Seus lábios se mexeram na mesma hora em que apertei os meus, reprimindo a vontade de unir sua pele à minha.

― Isabella? ― ele me chamou e deparei com sua sobrancelha arqueada. ― Eu preciso de um banho quente. ― Suas palavras saíram com um pouco de dúvida.

― Ah, claro. Pode ir. ― Apontei na direção do banheiro. Edward se aproximou de mim e engoli em seco, seu perfume amadeirado se espalhou no ambiente.

― A toalha. ― Olhou para a minha mão e assim que percebi que a segurava, entreguei para ele.

Apesar de desejar me jogar em seus braços fortes, eu não sabia se o Ed estaria interessado. Talvez ele quisesse descansar agora, depois desse longo dia, pelo menos foi o que imaginei, já que pelo seu jeito de falar parecia que o Edward não queria permanecer no mesmo cômodo do que eu.

― Edward. ― Impedi que ele continuasse a andar ao pegar em seu antebraço. ― Você gostaria de jantar?

O contato com sua pele fria, arrepiou o meu braço e isso foi suficiente para que eu esquecesse de qualquer coisa. Só fui me dar conta da frase que usei quando seus lábios tocaram os meus e sorri entre o beijo. Aquele choque de quente e frio entre nossas bocas, provocou uma onda de volúpia pelo meu corpo inteiro. Minhas mãos subiram até a gola de sua camisa, puxando-o para mais perto e em seguida encostei meus dedos no seu peito nu, ouvindo seu murmúrio rouco em reação ao meu gesto. Enquanto aprofundávamos a carícia, nossas línguas se movimentaram em um ritmo apressado e conduzi o Ed até o sofá, empurrando-o para que ele ficasse sentado. Sem desgrudar de seus lábios, coloquei uma perna em cada lado do seu tronco e meu vestido de algodão subiu um pouco, notei prontamente o estado de sua animação. Como se fosse uma resposta para os meus questionamentos anteriores.

― Bella... ― ele disse quase sem fôlego. ― O bebê?

― Não se preocupe, a médica liberou ― declarei após perceber do que o Edward se referia, ele estava pensando que poderia ser perigoso.


Suas mãos se deslocaram para o meu ventre, cobrindo toda a extensão da minha barriga, alisou por alguns segundos e então veio ao meu encontro, beijando-me. Dessa vez, o contato era mais prolongado, desfrutando de cada momento. Meus dedos pegaram na sua camisa retirando-a e o Ed se afastou, como se tivesse acabado de lembrar de algo.

― Qualquer coisa você me avisa e eu paro ― ele falou alarmado.

― Aviso ― respondi ao mesmo tempo que grudava nossas bocas, sem deixar de sorrir com o seu gesto.

Nos entregamos à paixão reprimida pelo tempo em que estávamos separados, fascinados por essa nova etapa de nossas vidas.


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Notas finais do capítulo

É um menino gente, quem sabe daqui a pouco nossa Renesmee venha.
E a Bella que preparou o jantar com tanto carinho e acabou sendo o jantar!? mas em contrapartida o Ed foi a sobremesa dela hehe



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