Lembranças de Você escrita por Eli DivaEscritora


Capítulo 13
Explosão de Sentimentos




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I have died every day waiting for you
                            Darling don't be afraid
     I have loved you for a thousand years
            I'll love you for a thousand more

Sua sombra tampou a minha visão assim que parou na minha frente e por um momento voltei ao passado, recordando do dia em que nos vimos pela primeira vez. Mas, com uma distinção, Edward ajoelhou-se e o topo da sua cabeça quase se alinhou com a minha.

 

― Não senti a necessidade de pôr em palavras, pois foi como se o destino escrevesse eu e você desde que nos conhecemos. ― Sua mão segurou a minha e um sorriso bobo surgiu em seus lábios. ― Era você que eu desejava nos planos que um dia fiz para mim.

Meu coração com toda certeza errou as batidas em algum momento, o que estava acontecendo aqui? Eu não fui capaz de expressar nada, não encontrava as sentenças, esqueci até de que maneira se comunicava. Totalmente surpresa com a sua declaração.

― Bella? ― o Ed me chamou e meus olhos se depararam com o dele, havia um brilho especial em sua íris dourada. ― Você quer casar comigo?

 

― Casar? ― Repeti boquiaberta.

Não vou mentir que sonhei em construir um futuro ao lado dele, porém não era muito rápido? Além de que eu possuía algumas dúvidas a respeito da sua pergunta.

 

― Assim de repente? A gente praticamente não sabe muita coisa um do outro. ― Gesticulei com as mãos, nervosa. ― Nós mudamos, não somos mais aquelas crianças.

 

― É, parece loucura. ― Ele deixou escapar uma risada. ― Mas podemos dar um jeito nisso. ― Olhei confusa para o Ed, como? ― Que tal, todos os dias aprendermos mais sobre nós dois?

Escutei seu argumento e permaneci em silêncio, refletindo no assunto.

 

― Bella, para que perder mais tempo? Nós já passamos alguns anos separados. Não quero mais ficar um minuto longe de você. Ainda mais agora. ― Ele tocou na minha barriga e eu fechei os olhos.

 

― Edward ― eu disse sem enxergá-lo, continuando com a minha visão cerrada. ― Antes de eu responder qualquer coisa, eu preciso que você seja sincero comigo. ― Abri os olhos e ele acenou com a cabeça.

Por um momento, uma outra incerteza atravessou a minha mente.

 

― Você vai se casar comigo só por causa do bebê? Porque se for por isso...

 

― Não é ― o Ed me interrompeu. ― Bem, sim e não. ― Mais uma vez o encarei desnorteada. ― Eu iria contar ao papai do nosso envolvimento e pretendia fazer o pedido logo em seguida, mas a Bianca anunciou a gravidez. Então, com a vinda dessa criança, decidi me encorajar de novo. ― Acariciou o meu ventre. ― Já que eu gostaria de poder acompanhar o crescimento dela junto de você.

Eu sorri com o seu gesto e movi minhas mãos, colocando-as em cima das dele. Nossos olhares se cruzaram e ao mesmo tempo uma lágrima escorreu pela minha bochecha. Emocionada por suas palavras e atitude, contornei meus braços ao redor do pescoço dele. Edward imediatamente me abraçou de volta e no processo nos levantamos.

 

― Isabella... ― o Ed murmurou perto do meu ouvido e eu imaginei que ele desejava um retorno para a sua pergunta.

 

― Sim, sim! Eu aceito.

Após me apertar um pouco contra seu corpo, meus pés saíram do chão por um instante e assim que o Edward se afastou, segurou o meu rosto entre suas mãos e uniu nossos lábios em um beijo cheio de sentimentos guardados. Tanta felicidade e saudade que a impressão era de que voaríamos pelos ares a qualquer segundo.

Quando nos separamos, com um sorriso eufórico estampado em nossos semblantes, eu quis correr para contar a novidade para as meninas.

 

― Vamos. ― O Ed entrelaçou seus dedos nos meus e me puxou em direção ao carro estacionado no restaurante.

Sem saber para onde ele me levava, eu observei as ruas com atenção. Mesmo questionando-o algumas vezes, o meu futuro marido não revelou o lugar que estávamos indo. Futuro marido!? Eu mal conseguia acreditar nisso.

Logo que entramos no hospital, senti um frio na barriga e congelei. O Edward caminhava liderando o percurso.

 

― O que aconteceu? ― Parou de andar ao notar que eu havia empacado no meio do corredor.

 

― Não acho que seja uma boa ideia, o seu pai já teve muitas emoções esses dias. ― Eu me preocupei com a reação do senhor Carlisle ao escutar a notícia.

 

― Assim é melhor ainda, ele já está aqui no hospital.

 

― Edward! ― Eu ri do seu jeito de falar.

 

― Mas é verdade, caso o papai passe mal, chamamos alguém. ― Ele encostou sua testa na minha. ― E se ele discordar, nós fugimos juntos.

 

― Tá bom ― pronunciei com um pouco de receio e contornei meus braços em volta do seu corpo. Um último abraço para reunir forças.

Após alguns segundos, o Ed bateu na porta do quarto do homem e sem demora adentrou no cômodo. Com passos tímidos, eu o segui.

 

― Oi, pai ― ele declarou ao ver o senhor Carlisle deitado na cama. ― Olha quem eu trouxe aqui. ― Edward se virou para trás e pegou na minha mão, conduzindo-me para perto de si.

O meu sócio, quer dizer meu futuro sogro, aparentava estar melhor, seu rosto agora possuía um tom menos vermelho e ele não respirava com dificuldade. Aliás, não identifiquei nenhum sinal de fraqueza e o homem até assemelhava uns vinte anos mais novo.

 

― Olá, Bella. ― Ele cumprimentou e eu apenas acenei acanhada. ― Muito obrigado por me socorrer ontem.

 

― Imagina ― respondi sem graça. ― Não poderia deixá-lo daquela maneira.

 

― O meu filho me disse que você também necessitou ser internada. Está tudo bem?

Olhei para o lado, buscando pela ajuda do Ed, minha sobrancelha se arqueou.

 

― É exatamente por isso que viemos aqui ― ele comentou rapidamente. ― Temos duas novidades para o senhor. ― O homem de cabelos grisalhos observou o Ed com atenção. ― Nós vamos nos casar.

 

― Casar? ― Sua expressão de espanto não me passou despercebida.

 

― Edward! ― Reclamei com ele. ― Por que não explica do começo? ― falei apreensiva já que os monitores que o conectavam a uma máquina apitaram mais forte.

 

― Bem, acho que o senhor nunca soube da nossa história, mas a Bella e eu nos conhecemos crianças também, e com a viagem que fizemos para o Canadá, nos aproximamos. ― Minhas bochechas coraram ao relembrar o Ed saindo só de toalha do banheiro. Sorte minha que o seu pai não notou meu embaraço.

 

― Crianças? Não sabia mesmo ― ele mencionou surpreso. ― E a Bianca?

 

― Naquela semana ela havia terminado comigo e, para ser sincero, eu só estava a aturando por causa do senhor, pois já não gostava dela há muito tempo.

 

― Sinto muito por me intrometer na sua vida, Edward. ― O senhor Carlisle buscou pelo olhar dele. ― Prometo que isso não irá mais se repetir.

 

― A culpa não é totalmente sua, pai, eu errei do mesmo jeito em querer agradá-lo. ― O homem de cabelos grisalhos negou com a cabeça.

Nunca presenciei meu futuro sogro dessa forma, vulnerável, seu rosto se comprimiu de um modo que parecia remoer suas atitudes.

 

― Já que as minhas ações influenciaram diretamente na vida de vocês, desejaria muito presenteá-los. Como uma maneira de me desculpar com os dois, quero que escolham uma casa. ― Entreabri a boca, perplexa. ― Antes que haja alguma objeção, eu faço questão. Não poderiam me alegrar mais com essa notícia. Principalmente agora, por saber da história toda e também porque será uma satisfação ter você como nora, eu possuía um carinho enorme pelos seus pais. ― A minha visão se embaçou e quase deixei escapar algumas lágrimas.

 

― Pai... ― Edward se aproximou dele, comovido e logo depois abraçou o homem. ― Não precisava.

Após o Ed e eu agradecermos pelo presente, contamos para ele sobre o pedido.

 

― Eu achei que ela me deixaria de joelhos lá pelo resto do ano ― o Edward caçoou de mim ao finalizar o seu esclarecimento.

 

― É mesmo, Isabella? ― o senhor Carlisle riu do comentário do filho.

 

― Sim, mas em minha defesa ele estava merecendo. ― Nós três demos uma gargalhada.

 

― E a outra novidade? ― O homem de cabelos grisalhos perguntou após nos recuperarmos.

 


O Ed segurou a minha mão e me encarou divertido.

 

― Pai, o senhor vai ser vovô e dessa vez é de verdade ― ele declarou brincalhão e eu tapei os olhos, balançando a cabeça envergonhada.

 

― Um neto? ― Um sorriso de felicidade se ampliou em seu rosto. ― Vou explodir de alegria hoje.

O homem saiu de sua cama sob protestos do filho e eu pensei que a qualquer momento sua pressão iria subir, entretanto, ele não apresentou nenhum sinal de mal-estar. Pelo contrário, mostrava-se radiante. O senhor Carlisle nos cumprimentou com um abraço apertado e em seguida uma enfermeira apareceu no quarto.

 

― O médico irá ficar muito contente em ver o senhor assim alegre ― ela pronunciou ao chegar perto da cama dele. ― Dessa maneira irá receber alta antes da hora. ― A mulher sorriu e entregou para o homem alguns comprimidos.

 

― Melhor a gente ir, o papai tem que descansar ― o Ed disse ao me olhar e eu concordei.

 

― Mas já? ― Ele tomou os remédios enquanto voltava para a cama. ― Então quando eu me restabelecer, vamos combinar um jantar lá em casa. Para comemorar as novidades, sua mãe também irá adorar a novidade.

 

― Pode deixar pai nós marcamos um dia. ― Edward sorriu.

 

― Ah, antes de vocês irem, eu lembrei de uma coisa. Bella, você não queria falar comigo? ― O senhor Carlisle me encarou. ― Com aquela confusão toda acabou que não conversamos.

 

― Eu queria uma autorização do senhor no departamento pessoal para assinar o estágio do meu novo assistente, pois em breve pegarei licença. Mas resolvemos isso na empresa.

Ele afirmou com um gesto e no instante seguinte nós fomos embora.

 

― Edward, será que a gente pode se encontrar mais tarde? Já que estamos aqui, gostaria de falar com a Lice.

 

― E se eu te esperar no carro? Enquanto isso vou procurar algumas casas à venda e nos vemos assim que você terminar de fofocar. ― Ele se aproximou de mim, tocando seus lábios nos meus.

 

― Tá cheio de graça hoje, né ― falei entre os selinhos.

 

― Deve ser porque agora me livrei das complicações. ― Antes de partir pelo corredor, o Ed depositou mais um beijo na minha boca.

Acenei com a mão para ele ao mesmo tempo em que o observei se afastar e então caminhei no sentido da sala de descanso dos internos. Logo que localizei o lugar, a Lice estava sentada em uma cadeira escrevendo algo em uma prancheta. Concentrada, não notou a minha presença.

 

― Oi, doutora, atrapalho? ― pronunciei após alguns segundos.

 

― Bella? Claro que não. ― Ela sorriu animada para mim e depois olhou o seu relógio de pulso. ― Não foi para casa ainda?

 

― Não, queria contar algo primeiro. ― Alice se endireitou no assento, aguardando a notícia.

 

― Fala de uma vez, quem vai ser a madrinha ― declarou com uma certa ansiedade.

Eu deixei escapar uma risada.

 

― Calma apressada, vou fazer uma chamada de vídeo. A Rose precisa saber também. ― Eu peguei o celular e disquei o número dela.

 

― Oi, Bella, finalmente! Não aguentava mais. ― A loira disparou sem me dar a chance de explicar. ― Quem vai ser a madrinha? ― ela disse entusiasmada.

 

― Não foi por isso que liguei. É outra novidade.

 

― Outra novidade? ― As duas repetiram juntas.

 

― Eu vou me casar! ― mencionei sem fazer rodeios.

 

― Como assim, sua doida. Quem é o noivo? ― a Rose falou confusa.

 

― O que eu perdi? ― Alice comentou com a testa franzida.

 

― É o Ed! Quem mais poderia ser? Nós conversamos e decidimos que não tinha por que esperar.

As duas ficaram sem reação por um instante e eu precisei relatar todos os detalhes para elas, desde que ele saiu do meu quarto até o pedido.

 

― Tem certeza que é a decisão certa, Bella? ― Alice me questionou.

 

― Nós só vamos saber se tentarmos.

 

― Deixa as perguntas de mãe para outra hora, Lice. ― A Rose revirou os olhos.

 

― Ah, garota, que abusada ― Alice respondeu ao abrir a boca, fingindo estar chocada com o atrevimento da loira.

As duas mostraram a língua uma para a outra e eu balancei a cabeça, duas crianças. Em breve, o bebê teria companhia.

 

― Vamos comemorar hoje, a Bella vai casar! ― Rosalie falou empolgada e nós três gritamos animadas.

Quando a euforia cessou, eu convidei elas para jantarem lá em casa e já aproveitávamos para descobrir quem seria a madrinha. Logo que saí da sala, uma ansiedade tomou conta de mim. Sem conseguir acreditar nos últimos acontecimentos, a ficha ainda não caiu. Meu sonho de criança seria realizado e uma parte de mim, achava que eu poderia acordar a qualquer hora, mas a outra estava andando nas nuvens agora. Muito surreal! Suspirei deslumbrada e me encaminhei para fora do hospital.


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Notas finais do capítulo

RoCullen, seu palpite estava certo, eles vão se casar. Acho que agora o Ed tomou jeito, né? Vejo vocês no próximo capítulo ;*



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