Hogwarts: Uma História escrita por AuroraBoreal277


Capítulo 12
Natal




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         O Natal se aproximava rapidamente, o frio se intensificava, as aulas de poções nas masmorras eram torturantes, e os alunos quase se queimavam com o conteúdo de seus caldeirões, na tentativa de ficarem o mais próximos deles e do fogo que os esquentava possível.

            Vivienne e os outros três amigos estavam na biblioteca, procurando informações sobre Nicolau Flamel, agora que sabiam que ele era um alquimista, as coisas tinham ficado levemente mais fáceis, porém ainda não tinham achado nenhum livro que contivesse exatamente o que ele havia feito. Harry e Vivienne se aproximaram da seção reservada, e o garoto questionou:

            _ Será que a informação que precisamos está aí dentro?

            Ao que a menina respondeu:

            _ Não sei, mas não importa, nenhum professor permitiria a entrada de primeiranistas ali, afinal, não precisamos de nada tão avançado nas nossas aulas.

            Assim que a garota terminou a frase, a bibliotecária, Madame Pince, se aproximou, os expulsando dali. Eles se encontraram com Rony e Hermione do lado de fora da biblioteca, eles também não tinham achado nada. As crianças decidiram ir até o lado de fora da escola, o chão estava todo coberto de neve, e seus passos estavam deixando pegadas. Por um momento os quatro ficaram em silêncio, pensando no que fariam para desvendar aquele mistério, até que Harry fez uma bola de neve e a jogou em Vivienne, a Parker olhou indignada para o garoto, que ria descontroladamente, a garota falou:

            _ Você vai pagar por isso, Potter.

            _ Quero ver você tentar.

            Então os dois começaram uma guerra de bolas de neve, em que Rony e Hermione logo se envolveram, eles riam e gritavam, faziam bolas perseguirem uns aos outros com feitiços, e fizeram uma luta de meninos contra meninas. Vivienne nunca tinha se divertido tanto, nem ao menos notou Draco, do outro lado do pátio, olhando para ela e seus novos amigos com raiva.

            Harry e Rony estavam sentados no salão principal, tomando seu café da manhã, tudo ao redor estava decorado para o Natal, com doze enormes árvores espalhadas pelo local, com luzes brilhantes e velas em todas elas. Aquilo era a coisa mais mágica que Harry já havia visto, e Rony ria da expressão impressionada do amigo. Hermione, Vivienne e Olívia entraram no salão naquele momento, todas com suas malas prontas para a volta para casa e passar as férias de Natal com suas famílias. Elas se dirigiram até onde os dois garotos estavam, tanto Harry quanto Rony iam ficar em Hogwarts, o Potter não queria ficar com seus tios, e os pais dos Weasley estavam na Romênia, visitando o filho Carlinhos, então Rony e seus irmãos ficariam na escola.

            As três garotas se se sentaram à mesa e começaram a comer, conversando animadamente sobre como seria a celebração da data em suas respectivas casas. Quando acabaram, elas se despediram dos meninos, e Hermione disse:

            _ Vocês vão continuar a busca enquanto estivermos fora, não vão?

            _ Sim, você já nos fez prometer isso umas dez vezes, a gente vai procurar, fica tranquila. – Respondeu Rony. E então Hermione saiu, lhes desejando feliz Natal.

            Vivienne, preocupada com os amigos, falou:

            _ Tentem não se meter em confusão, não façam nada perigoso, e principalmente, não tentem se meter com o Snape para descobrir mais sobre isso. E não violem nenhuma regra da escola.

            _ Não se preocupe, a escola não será destruída, se é essa a sua preocupação, vamos nos comportar como anjinhos. – Declarou Harry.

            _ Vou fingir que acredito. Não andem por aí descuidados, e não exagerem nos doces. – Complementou a Parker.

            _ Tudo bem, vamos ter cuidado, mãe.

            Disse Rony, o que fez a garota o empurrar de leve. Antes que dissessem mais alguma coisa, Draco apareceu, chamando Vivienne, ela disse um feliz Natal para os garotos, e foi em direção ao melhor amigo. Malfoy olhou para o Potter e o Weasley e falou:

            _ Eu tenho tanta pena dos que não podem voltar para casa no Natal, nem as famílias os aguentam.

            _ Draco, fique quieto. Vamos embora logo, temos que pegar o trem.

            Vivienne foi puxando o garoto em direção à porta, enquanto o mesmo olhou para trás com uma expressão presunçosa, e recebia olhares raivosos dos grifinórios.

            No trem, a Parker tentou sentar com Olívia e Hermione, porém Draco implorou para que sentasse com ele, mandando Crabbe e Goyle procurarem outra cabine, e assim ele e Vivienne sentaram sozinhos. Eles comeram doces e riram, e por um momento, foi como se eles ainda fossem aquelas duas crianças de nove anos, que não se importavam com nada além de brincar e conversar, onde suas diferenças pareciam quase inexistentes. Até que Draco perguntou:

            _ Vivienne, você ainda é minha melhor amiga?

            _ Que pergunta idiota, é claro que sim. Eu vou sempre ser a sua melhor amiga, não importa o que aconteça.

            _ Então por que você não fica mais comigo? Nós mal nos vemos na escola, e quando acontece é por cerca de cinco minutos. Eu pensei que você não tinha tempo, que estava tentando se acostumar com o mundo bruxo, mas eu vi você se divertindo com o Potter e seus outros amiguinhos, e percebi que você apenas os escolheu, e não a mim.

            A garota estava com vontade de chorar, se sentia um lixo, odiava magoar Draco, e sabia que ele tinha razão, ela nunca tinha tempo para ele, era a pior amiga do mundo. Já o Malfoy fez sua melhor cara de vítima, para que a menina ficasse com pena dele, sabia que era errado fazer ela se sentir culpada, entretanto não via alternativa para manter a amizade. Vivienne começou a se explicar:

            _ Draco, eu juro que o problema não é você. Quer dizer, às vezes você age como um idiota, principalmente com os meus amigos, mas essa não é a questão principal. Acontece que eu estou envolvida em alguns problemas que eu não posso contar quais são e...

            _ Como assim você não pode me contar? Nós nunca tivemos segredos um com o outro, o que está acontecendo?

            _ Se eu pudesse contar eu contaria, só que não é um segredo apenas meu. A parte importante é que esse problema me faz ter que passar bastante tempo com os meus amigos da grifinória. Quando tudo for resolvido, vamos voltar ao normal, tudo bem?

            Draco suspirou, frustrado com ela, mas concordou:

            _ Tudo bem, não vamos deixar isso estragar nossa relação. Promete que a gente vai se ver mais?

            _ Prometo, quando voltarmos pra escola, vai ser como era antes de Hogwarts.

            _ Seria melhor se você tivesse ido para a sonserina.

            _ Eu gosto da grifinória, acho que me encaixo bem lá, na sonserina a maioria das pessoas ia me ver como inferior, já que são em sua maior parte sangue puros.

            _ Eu te defenderia, faria eles te respeitarem.

            Ela riu e disse:

            _ Eu sei que sim, porém não podemos mudar os acontecimentos. Eu sou da grifinória agora, e lidaremos com isso.

            O resto da viagem correu mais tranquilamente, e quando Vivienne desembarcou, na plataforma 9 ¾ seus pais estavam esperando por ela junto com sua irmãzinha, então foram para sua casa.

            Quando entrou em casa, Vivienne se sentiu estranha, era como se tudo estivesse igual, mas ao mesmo tempo diferente. Ela olhou ao redor e reconheceu o lugar em que cresceu, porém sentiu falta da magia, de ter alguém executando feitiços, viu as fotos estáticas e desejou que elas se mexessem, assim como as dos bruxos, viu os quadros nas paredes, e quis que eles interagissem com a mesma. Durante o jantar, estranhou o fato das comidas não surgirem sozinhas na mesa, e precisou se lembrar constantemente de que estava no mundo trouxa.

            Seus pais fizeram vários questionamentos sobre a escola, os feitiços e os novos colegas de Vivienne, eles ficaram radiantes ao descobrir que agora ela tinha amigos, e que não era desprezada na escola (pelo menos não por todos). Depois ela brincou com sua irmã, Genevieve, que estava com muita saudade da garota, e então foi para o quarto.

            Até esse lugar, que sempre fora tão íntimo para a Parker, parecia estranho. Ela olhou ao redor, com seus brinquedos de criança espalhados pelo cômodo, e lembrou que não fazia muito tempo que se divertia com eles, agora, depois de duas experiências de quase morte, se sentiu grande demais para isso. Viu seus livros na estante, e as aventuras que leu neles não pareciam se comparar com a realidade, que era muito mais fantasiosa que qualquer um deles. As paredes rosa estavam chamativas demais para seu gosto, e tudo ali parecia um pouco exagerado. A menina se jogou na cama com um suspiro cansado, e percebeu que falara a verdade para a Olívia um tempo atrás, ela realmente nunca pertencera ao mundo trouxa. Com lágrimas nos olhos, a garota se perguntou:

            _ Então, isso é crescer?

            Na manhã da véspera de Natal, Vivienne desceu as escadas de sua casa correndo, sabia que teria visitas esse ano. Quando chegou ao primeiro andar da casa, correu para a sala de estar, pronta para aguardar a chegada dos tão esperados convidados. Todavia, qual foi sua surpresa ao descobrir que eles já estavam lá, espalhados pelo recinto, conversando animadamente com seus pais. Exultante, ela gritou:

            _ Vocês chegaram! Nem acredito que vieram mesmo.

            E correu para abraçar sua vó, seu vô, seus tios e seus primos, eram a parte paterna da família, todos vindos do Brasil. Logo que os cumprimentos acabaram, começaram a conversar animadamente em português, o que fez a mãe da garota ficar um pouco perdida.

            A árvore genealógica da família Parker era uma bagunça. Tudo começou quando seu avô, Joseph Parker, que era inglês, foi para o Brasil a trabalho, onde conheceu a avó da menina, Rosa, eles se apaixonaram, e ele decidiu viver no Brasil para ficar com ela. Eles tiveram três filhos, Brian Parker, o tio mais velho de Vivienne, Karen Parker, a do meio, e por fim, John Parker, pai de Vivienne. Quando John cresceu, seu trabalho também o fez viajar pelo mundo, e ele foi para a Inglaterra, onde conheceu Emma, mãe de Vivienne. Os dois se apaixonaram e, repetindo a história dos pais, John se mudou para a Inglaterra para viver seu amor.

            Já faziam cinco anos que a família não se encontrava, por isso foi uma ocasião muito festiva, todos faziam perguntas sobre o colégio interno de Vivienne, já que era algo raro no Brasil. A família não sabia que ela era bruxa, era melhor assim, pois era bom que isso não se espalhasse, respeitando o estatuto de sigilo da magia, então a menina respondeu as perguntas evasivamente, sem se aprofundar muito. Aquele feriado foi uma confusão, as conversas aconteciam tanto em inglês quanto em português, e Vivienne mal percebia quando trocava de língua.

            No dia do Natal, o almoço foi farto, com iguarias incríveis, tanto brasileiras quanto inglesas, o tio de Vivienne fez a infame piada do “é pavê ou pacumê”, no maior estilo brasileiro, e apesar de não ter graça, todos riram como se fosse o acontecimento mais cômico do ano. Os brasileiros reclamaram da neve, dizendo que Natal de verdade era com calor, e todos trocaram presentes, Vivienne ganhou mais livros do que poderia contar, alguns em português, outros em inglês, e conversou sobre todo tipo de coisa com os primos, quase esqueceu de que ali era o mundo trouxa. Quase.

            Três dias depois, sua família voltou para o Brasil, depois de uma despedida dolorosa, com promessas de que se veriam novamente em breve. Apesar da partida deles, a menina não se entristeceu, pois voltaria para Hogwarts no dia seguinte. Só não sabia que Harry e Rony teriam novidades.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Espero que tenham gostado do capítulo e da família brasileira da Vivienne, bjs até o próximo capítulo.



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