Amor Além da Fama escrita por TG Marques
Acordei com os raios de sol invadindo a janela do meu quarto e um cheiro delicioso de café. Em dias normais eu evitaria a bebida para manter meus dentes brancos, mas hoje abrirei uma exceção. Levantei e troquei de roupa para descer até o local onde seria servido o desjejum. O dia estava ameno, então coloquei uma blusa leve com calça jeans e sapatilhas, e para completar peguei um casaquinho caso começasse a esfriar.
Desci as escadas e notei que o salão estava cheio de hóspedes, todos felizes e conversando animados sobre o festival. Fui em direção à mesa e me servi, uma xícara pequena de café e algumas torradas com queijo e geleia de goiaba. Procurei uma mesa vazia, mas não encontrei. Uma senhora acenou para mim e disse que eu podia sentar na cadeira vaga ao seu lado, sorri agradecendo e ocupei o lugar. Ela não pareceu se importar com minha presença, na verdade, ninguém ligou para mim, o que era estranho. Eu nunca pude sentar e comer à vontade sem ser interrompida por repórteres e fãs. Aproveitei a calmaria, ingerindo a bebida quente com calma.
Estou começando a crer que ninguém aqui me conhecia. Seria possível? Muito improvável, o meu rosto estava estampado em diversas revistas e websites pela internet. Essa indiferença deve ser apenas uma coincidência, certo? Terminei de me alimentar com calma, e no final da refeição eu fechei meus olhos, respirando fundo, e mentalizei apenas uma frase: preciso encontrar a Alice.
Fui em direção à praça da vila, e tudo era muito diferente de Toledo. Eu já havia visitado vários países, mas nenhum lugar tinha o charme de Vila Aurora. O espaço central era redondo, com vários bancos em sua volta, e atrás dos bancos havia algumas árvores e flores típicas de outono. O chão estava coberto de paralelepípedos, bem pitoresco de interior, e algumas barracas estavam sendo montadas, creio que para o festival que aconteceria logo mais à tarde. Ao redor, atrás das árvores, era possível ver alguns estabelecimentos, como uma farmácia, um mercado e lojas de roupas.
Analisei todo o cenário à procura de algum sinal da Alice, mas em vão. Sei que Alice e sua família vieram para cuidar de uma fazenda, então pensei que poderia visitar algumas, mas não havia nenhuma à vista, então encontrá-la poderia ser mais difícil do que eu havia imaginado. Suspirei, sabendo que a tarefa não seria fácil, e quando comecei a caminhar para o mercado para começar minhas investigações, avistei de relance no outro lado da praça uma mulher baixinha de cabelos pretos na altura dos ombros. Imediatamente pensei na Alice, ela costumava usar o cabelo dessa forma. Virei minha cabeça em sua direção, mas meus pés continuaram caminhando ao destino inicial. Péssima ideia. Senti meu corpo trombando em algo, e eu tive a certeza de que iria cair com o traseiro no chão, mas senti duas mãos fortes me segurando. Olhei para cima, sem fôlego com o susto, e me deparei com um par de olhos verdes-esmeralda me encarando, cabelos cor de bronze bagunçados ao vento.
― Está tudo bem, senhorita? ― Edward pronunciou enquanto ainda me amparava. Fiquei desnorteada, pela primeira vez reconhecendo sua beleza. Ele seria um ótimo modelo. Notei preocupação em seus olhos, então balancei a cabeça para espantar os pensamentos e respondi:
― Está, sim, obrigada por me ajudar ― ao falar, me desvencilhei de seus braços delicadamente. ― Desculpe ter esbarrado em você, eu estava meio distraída.
― Percebi ― ele disse, dando uma risadinha. Senti minhas bochechas corando, fazia muito tempo que isso não acontecia! Notando meu desconforto, Edward falou ― Você precisa de alguma ajuda?
― Preciso ― respondi aliviada pela mudança de assunto. ― Eu estou procurando por uma amiga de infância, o nome dela é Alice.
Edward pensou um pouco antes de responder.
― Alice Hale?
― Não, Alice Brandon ― emiti as palavras desanimada. Poxa, será que ela não mora mais aqui?
― Desculpe, não conheço nenhuma Alice Brandon ― ele proferiu as palavras parecendo estar profundamente chateado por não poder me ajudar. ― Mas quem sabe ela apareça hoje a tarde na competição. ― Suas palavras trouxeram um pouco de ânimo para mim.
― É… Tomara! ― respondi e dei um sorriso. Olhei para o chão e percebi o objeto que me levou a tropeçar, era uma placa que dizia “Pousada Cullen”. Só então notei que ele estava montando uma barraca, parecia que ele havia acabado de começar. ― Você gostaria de uma assistente para terminar a montagem? Posso contribuir com os detalhes da decoração, se você quiser.
― Claro, vai ser ótimo! ― Ele me deu um sorriso torto, e no mesmo momento passou uma corrente de vento que deixou seus cabelos ainda mais bagunçados. Senti um arrepio, como se tivessem borboletas na minha barriga e os pelos dos meus braços se ouriçaram, e conclui ser devido ao frio que estava começando a fazer.
Comecei a separar os itens de decoração que encontrei dentro de uma caixa, havia uma toalha e alguns vasinhos com flores coloridas, além de fitas e faixas nas cores azul e branco. Levamos quase a manhã inteira para montar a barraca, pois Edward que fez o trabalho mais pesado de pregar as madeiras. Ficamos conversando sobre a competição que terá mais tarde, e a história por trás dela. Eu já estava colocando cada coisa em seu lugar quando ele me perguntou.
― Então, Isabella ― pronunciou meu nome e me deu uma olhadela ―, com o que você trabalha?
Olhei em sua direção enquanto ele pegava a placa no chão para pregar no topo da barraca.
― Você realmente não sabe, né? ― Murmurei mais para mim do que para ele. Edward desviou seu olhar da sua tarefa por uns segundos e me deu um olhar confuso. Parei o que estava fazendo e pensei o que diria a seguir. Não quero que ele comece a me tratar diferente, mas também não quero mentir. ― Eu trabalho numa agência de modelos ― declarei simplesmente, e voltei para a minha atividade, evitando olhar para ele.
― Ah, que legal! E você já conheceu alguma pessoa famosa trabalhando lá?
Eu segurei uma risada e falei:
― Sim, algumas.
Terminamos de organizar a barraca em silêncio, e quando eu ia me despedir, Edward indagou:
― Gostaria de almoçar comigo? Eu pago! ― complementou rapidamente. ― Como forma de agradecimento. O prato do dia ali no restaurante do senhor Black é feijoada. ― Nossa, fazia muito tempo que eu não comia isso! O Tyler vai me matar se descobrir. Só de cogitar que iria irritá-lo, me deu ainda mais vontade de fazer.
― Claro, seria um prazer. ― Sorri e nos encaminhamos para o local.
O restaurante era bem aconchegante, as paredes estavam cobertas de pinturas de lobos e fotos de praias, não entendi muito bem a relação entre as duas, mas achei muito bonito. Fizemos o pedido e nos sentamos em uma das mesas mais ao fundo. Enquanto aguardávamos, Edward me explicou que os antepassados do senhor Black moravam em uma praia chamada La Push, e eles sempre contavam que possuíam uma relação muito forte com os lobos. Também contou a história de como a sua família chegou à Vila Aurora, que seu bisavô era médico e foi transferido para cá, para ajudar no hospital regional, acabou se apaixonando pela dona da pensão em que ficou hospedado e começaram uma família. Estava adorando conhecer um pouco mais sobre a história do povo daqui.
Nossos pratos chegaram, a aparência estava ótima, o cheiro melhor ainda! Peguei a colher e experimentei o caldo do feijão com calma, estava uma delícia mesmo. Terminei a refeição antes do Edward, e estava tão gostoso que eu acabei pedindo mais um prato. Ele olhou para mim como se estivesse assustado, mas logo riu e então percebi que estava brincando.
― Está delicioso, não é?
― Muito! Fazia muito tempo que não comia algo assim.
― O tempero é segredo de família ― Edward explicou, mas eu não estava me referindo ao sabor. Eu quis dizer que eu não era acostumada a comer refeições assim. As minhas geralmente se resumiam a torradas, saladas e sucos naturais.
― É difícil encontrar uma comida assim lá em Toledo ― comentei para continuar o assunto e não dar ênfase na minha proibição por certos alimentos.
Quando chegou a hora de ir embora, eu não queria deixá-lo pagar, afinal eu pedi dois pratos, mas ele insistiu e eu acabei cedendo. Nunca ninguém havia teimado tanto para pagar algo por mim. Me senti estranha e feliz ao mesmo tempo, uma sensação boa. Caminhamos devagar até a pousada, nos despedimos rapidamente na recepção e eu me encaminhei ao meu quarto para descansar um pouco. Meu estômago estava bem pesado após tudo o que comi. Decidi dormir um pouco até o momento do festival, que estava marcado para às cinco da tarde.
Eu sabia que, de um jeito ou de outro, hoje seria o dia em que eu reencontraria a Alice. Edward sugeriu que ela poderia aparecer no evento, então pensei que não custaria nada perguntar para cada pessoa presente se eles a conheciam. Se ainda estivesse pela cidade, certamente iria para o festival, certo?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oii!!
O que acharam do capítulo de hoje? Vocês acham que a Bella finalmente vai encontrar a Alice? E o que tão achando de Beward até agora? rsrs
Prometo que logo posto o capítulo 4 ♥
Me digam nos comentários o que acharam!!
beijoss