As Crônicas de Aethel (II): O Livro das Bruxas escrita por Aldemir94


Capítulo 28
O Sonho de Nealie




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807901/chapter/28

Na clareira da grande floresta, onde Merlin e seus amigos se reuniam, todos alegravam-se ante a ressurreição de Aethel.

Levantando o dorso com cuidado, o garoto retirou do pescoço a faixa de lã (fragmento da camisa de Mabel) e olhou para todos, com curiosidade: o ferimento havia desaparecido, restando apenas o tecido embebido em sangue.

Do meio de algumas árvores, Beatriz e Miriam surgiram, trazendo mais algumas flores, mas assim que viram o jovem rei com vida, derrubaram os buquês coloridos.

Mabel, que até o momento havia permanecido quieta, abraçou Aethel, como se esse fosse um urso de pelúcia fofo.

Sem soltar o rapaz, a gêmea perguntou:

— Você ao menos pensa antes de fazer essas coisas?

Retribuindo o abraço, Aethel respondeu:

— Mabel, não chore mais. Algumas coisas precisam ser feitas, só isso.

Com um sorriso sereno, o garoto tocou o ombro direito da moça e lhe beijou, carinhosamente, na testa, deixando-a ruborizada.

Levantando-se de seu “túmulo” florido, o rei perguntou o que deveria fazer a seguir:

— Talibah disse que eu deveria derrotar Juba antes de pegar a armadura.

Aproximando-se de um grupo de carvalhos, o gato, agora com olhos verdes, arranhou a madeira antiga e falou:

— Aethel, quando passar por essas árvores, chegará a terra dos dragões. O anel de Talibah mostrará a localização da caverna do grande dragão do norte. O pomo das hespérides se revelou para mostrar aquele que é digno de sentar no grande trono de cristal; lembre disso e vencerás.

Seguindo o comando do felino, Merlin usou sua mágica para trazer um pouco de pão e ofereceu-o ao discípulo, que o dividiu com Mabel.

Com a Excalibur na bainha e o coracor na camisa, Aethel caminhou até o grupo de árvores e convidou Rosa, Dipper e Mabel para o acompanharem, considerando a possível necessidade de ajuda.

Após seguirem pelo caminho indicado pelo gato, o rei e seus três amigos se depararam com uma planície montanhosa, com rochas brancas, pouca vegetação e uma série de cavernas próximas, onde os dragões habitavam.

Seus rugidos eram ouvidos a quilômetros, o cheiro de enxofre empestava o ambiente e a sensação de ameaça era clara, mas Aethel não se intimidou: sua face não abandonava a serenidade em momento algum.

Em outros tempos, o jovem rei teria gostado de passear em meio aos rochedos, paisagem montanhosa e sons das grandes feras aladas que, desde eras remotas, estavam presentes nas melhores lendas. Infelizmente, não era a diversão que o trazia até ali com os amigos, mas um dever maior, que transcendia o próprio Aethel, independente de sua vontade.

Após alguns poucos minutos de caminhada, o grupo foi cercado por dezenas de dragões, dos mais variados tamanhos e cores, tendo a sua frente um grande lagarto negro, do tamanho de um edifício com trinta andares, com olhos vermelhos, cauda pontuda, corpo escamado e asas negras que se fechavam ao redor dos adolescentes, como uma grande lona de circo: aquele era o rei dos dragões, Mael.

Suas garras eram como as espadas de um gigante, as presas assemelhavam-se a grandes espigões de marfim e a expressão da monstruosa criatura não era das mais convidativas.

Dipper recuou dois passo, Rosa cerrou os punhos e Mabel segurou a mão esquerda de Aethel que, apesar de tudo, não esboçou qualquer reação:

— Grande Mael, rei dos dragões de Eden-Ghalary, viemos em busca da caverna da fera do norte, cujo coração foi roubado pela deusa da guerra.

— Quem é você, pequenino? – perguntou a descomunal criatura, com sua voz grave – É um cavaleiro em busca da carne dos meus súditos?

— Sou Aethel, o último imperador Ryu – respondeu o rapaz, em tom altivo – Abra passagem, irmão das montanhas, para que meus amigos e eu possamos reaver a herança da rainha guerreira e vencer meus inimigos.

O dragão não pareceu se aborrecer com a ousadia; seu riso estremeceu as montanhas e atraiu mais dragões, sedentos por algum alimento fácil.

Com curiosidade, Mael aproximou os olhos do pequeno humano, como se entretido com as palavras do menino:

— Você é um Ryu – disse o dragão – Ainda que negasse, seu cheiro o denuncia. Todavia, sei que o sangue Ryu foi exterminado, muito tempo atrás, quando os humanos mataram-se uns aos outros. Nunca imaginei que veria outro da descendência de Atlas.

Após uma pausa, a fera ordenou que seus súditos se afastassem e permitiu que o garoto seguisse com seus amigos para as cavernas, porém, avisando:

— Conheço meus domínios, mas não sei onde está a armadura da deusa guerreira. Procure o quanto quiser, criança Ryu… eu lhe dou até a eternidade, hahahaha.

— Irmão das montanhas, encontrarei a armadura dentro de poucos minutos, mas agradeço o passe livre por seus nobres domínios.

Mael fitou o rapaz, mais uma vez, de forma intimidadora, divertindo-se a valer com as expressões de pânico de Dipper, Rosa e Mabel.

Além de tudo, não pôde deixar de rir ante as palavras do último descendente de Atlas:

— Você me diverte, filhote Ryu… Se o que diz é verdade, prometo ajudá-lo a combater seus inimigos; porém, se estiver enganado, meus súditos irão devorá-lo junto de seus amigos. Você compreende?

Aethel fez que sim e, colocando no dedo apontador esquerdo o anel de Talibah, ordenou que a localização da caverna correta fosse revelada.

Em meio a um poderoso brilho vermelho, o anel projetou um raio de luz que dançou no ar e seguiu até uma caverna escondida com rochas e vegetação morta: ali era onde o grande dragão do norte havia guardado, séculos antes, a armadura de Maeve.

Mael abriu sua mão direita e convidou os humanos a subirem, logo levando-os até onde ficava a abertura na rocha.

Agradecendo, Aethel e seus amigos entraram e seguiram para o fundo, deparando-se com uma estátua de ouro representando um dragão com asas erguidas, bocarra aberta, garras dianteiras em posição de ataque e cauda eriçada.

“Prepara-se para a batalha” pensou Aethel, enquanto adentrava mais ainda o interior frio da caverna, onde um cheiro de queimado pairava no ar.

Após alguns instantes, o quarteto se deparou com uma sala coberta de ouro, jóias de todas as espécies, armas decoradas com esmero (obras dos maiores artífices) e baús recheados de riquezas, muito além da imaginação do homem.

Ao contrário da maioria das pessoas, Mabel e Aethel haviam dedicado tempo ao consumo de literatura útil, como contos de fadas, fábulas antigas e mitos advindos da primavera do mundo, de modo que não se surpreenderam com os tesouros do dragão do norte.

Dipper também havia dedicado tempo ao precioso estudo dos dragões, cavaleiros encantados e toda sorte de temas que alguém poderia precisar em momentos de aflição (mérito de Mabel, que sempre obrigava o irmão a estudar a matéria dos contos infantis).

Quanto a Rosa, se lhe carecia material de qualidade sobre tais temas, ela bem compensava com sua extensa experiência; ainda se lembrava de estudar sobre o mundo invisível e a natureza dos dragões.

Os gêmeos de entreolharam, abismados, e Mabel disse:

— Dipper, acho que você acaba de garantir a sua faculdade.

— E eu acho que você vai ter o seu castelo… – respondeu o irmão, com os olhos arregalados.

Ante os risso alegres de Aethel, Rosa questionou-o, ao que ele respondeu:

— Uma lembrança, só isso. fico feliz que o senhor Stanley não esteja aqui. O que acham disso? – perguntou o rei aos gêmeos, que começaram a rir e concordaram com suas palavras. 

De qualquer maneira, foram os olhos de Mabel que primeiro notaram uma grande arca de madeira, coberta de runas, onde a armadura estava escondida.

A pobreza na decoração surpreendeu Aethel, mas o essencial não era sua aparência, mas o que se escondia em seu interior.

Considerando isso, o grupo se aproximou da arca, mas foram incapazes de abri-la: em cima da tampa, havia um baixo relevo retratando uma maçã que, sem dúvidas, se tratava do pomo de ouro.

Dipper desanimou:

— Sem o pomo de ouro, não vamos abrir a arca tão cedo, a menos que…

— A menos que eu use o coracor, não é? – Perguntou Aethel – Fora de questão, irmão Dipper; uma amiga me contou o que vai acontecer, se eu insistir em usar a joia dos magos. E acredite: o preço não compensa… Fora isso, nem adianta tentar usar força bruta, já que a arca inteira deve ser mágica. Não, nós precisamos do pomo das hespérides.

— Mas isso não é problema – falou uma voz feminina.

Virando-se depressa, Aethel e seus amigos se depararam com a rainha das bruxas, Nealie, que não se fez de rogada e mostrou o pomo de ouro:

— Eu lhe agradeço muito, meu querido Aethel – disse a mulher – Sem você, eu não teria encontrado a caverna do grande dragão do norte… e minha armadura preciosa.

Olhando Mabel, a feiticeira perguntou o que faziam ali ao invés de estarem no palácio, logo tendo a resposta vinda de Dipper:

— Quase mataram a gente! Merlin nos salvou!

O rei questionou quem havia ameaçado seus amigos, ao que a própria rainha das bruxas respondeu:

— James Salazar, é claro… Pensando bem, isso justifica um pouco suas últimas ações…

— Salazar?!... Me esclareça, Nealie – pediu Aethel.

— Ele prendeu metade dos senadores, fez o patriarca Ambrósius de refém e assumiu o controle das tropas na sua cidade dourada, meu principezinho. Mas a melhor parte foi o decreto mais recente do 2° cônsul, quer dizer, “ditador perpétuo”, “imperador em ascensão" e “pontífice máximo”: exterminar todas as bruxas do império em tribunais inquisitoriais.

Em silêncio, Aethel aproximou-se da feiticeira e pediu a maçã de ouro, recebendo-a de Nealie, juntamente com um aviso de que traições acabariam mal para o rapaz e seus amigos.

Em outros tempos, tal ameaça levantaria a fúria do imperador, porém, para surpresa geral, o fez rir gostosamente:

— Hahahah, Nealie e seu orgulho. Ainda tenho o coracor, minha amiga. Já se esqueceu da última vez? Mas não se preocupe, prometo não tentar nada, está bem?

Segurando o pomo dourado com a mão esquerda, Aethel o colocou, com cuidado, no baixo relevo da grande arca, fazendo-a brilhar como ouro fino de Ofir e iluminar toda a caverna de tesouros.

Após empurrar a tampa de madeira, o imperador deparou-se com um escudo de madeira e ferro, peitoral de couro com placas metálicas, capa de pele de urso, uma lança com ponto metálica, uma espada também de ferro e um colar com amuletos de ouro retratando cabeças com runas em suas testas.

“É um pouco diferente do que eu esperava”, sussurrou Aethel, mas, sem perder tempo, estendeu o braço esquerdo para a armadura e convidou Nealie a se aproximar:

— Venha, amiga Nealie. Venha agarrar seus sonhos.

— Não tente nenhuma gracinha, criança – advertiu a rainha – Não serei piedosa com traições!

— Não tentarei – disse o rei, fazendo pouco caso – Pode usar a armadura hoje, tem minha permissão. Venha, venha realizar seu objetivo de vida.

Dipper não gostou e se colocou na frente da arca, tentando impedir que a feiticeira conseguisse sem intento, porém, Mabel pediu que o irmão se retirasse:

— O Aethel sabe das coisas, Dipper – disse a garota – Eu confio nele.

Rosa apoiou o rei e sua amiga, mas não por concordar em “entregar o ouro ao bandido”, mas por entender que, sem o apoio de Aethel, impedir Nealie seria impossível.

“O que você vê, que eu não vejo?”, pensou a loira, enquanto segurava Dipper pela mão direita e o afastava da arca.

Sem esperar mais, a feiticeira correu até os espólios de Maeve e, após recolher as armas, vestiu a armadura em questão de segundos.

Tomada por uma aura vermelha, a mulher sentiu o poder fluir por suas veias: o coração batia veloz, os músculos perdiam o cansaço e a magia crescia.

Olhando com desdenho para Aethel, a mulher ajeitou os belos cabelos negros e perguntou, em tom soberano:

— Finalmente aceitou seu destino, meu “rei”? Na verdade, estou um pouco decepcionada. Pensei que, no fim, você e seus amigos morreriam tentando me impedir.

— Ao invés de perder tempo conosco, aspirante a rainha das bruxas, porque não sai logo daqui e vai combater os franco-armanianos, ao lado de Felipe e do Cavaleiro Verde?

Nealie riu, como não fazia a muito tempo, mas logo se recompôs e questionou seu adversário:

— Agora sou a feiticeira mais poderosa que já existiu; sou a sucessora de Maeve e seu poder! E meu primeiro ato como rainha divina deve ser proteger “o seu império”? Me pergunto o porquê…

— Não quer dominar o mundo? – perguntou o garoto – Se Juba conquistar Ghalary, não vai sobrar mundo nenhum. Uma rainha sem reino… Você vai ser motivo de chacota em toda parte.

Quase sufocada pelo orgulho, a feiticeira guardou a espada de Maeve, empunhou a lança com a mão direita e segurou o escudo com o braço esquerdo.

“Tenho mais o que fazer” resmungou Nealie, enquanto desaparecia em meio a um nevoeiro verde.

Dipper lamentou a vitória da feiticeira, que talvez estivesse agora mais poderosa que Merlin e Gael, mas o rei continuava tranquilo, como se tudo fizesse parte de um jogo agradável de uma tarde feliz:

— Como nós, ela também precisa aprender algo importante – suspirou Aethel – Vamos deixar essas coisas para lá e seguir até os Campos Alexandrinos. Felipe e o Cavaleiro Verde aguardam nossa chegada, além disso, Mael deve estar ansioso para se divertir em uma batalha.

Preparando-se para partir, Aethel pediu que os amigos o acompanhassem até a saída, sendo prontamente atendido.

Enquanto caminhavam, Dipper perguntou se não seria certo fechar a arca onde as armas de Maeve haviam sido guardadas:

— Sei que é bobagem pensar nessas coisas – disse o gêmeo – Mas se ela estava sepultada lá, não seria mais decente colocar a tampa na arca?

— Maeve não está lá, Dipper – respondeu Aethel – Acho que ela foi enterrada no seu antigo reino. No fim, o dragão do norte, realmente, só trouxe o que o lembrava de sua amada. Acho que ele queria trazer a rainha, mas como teria que travar guerra por ela, sentiu que não valia a pena; ela estava morta, apesar de tudo.

De repente, o grupo sentiu um vento gélido vindo do fundo da caverna, e Mabel estremeceu:

— Tem certeza de que ela não está lá no fundo, com o tesouro?

— Vamos embora, Mabel – disse Aethel – Depois cuidamos do tesouro. Ele é meu, apesar de tudo. Deixando isso de lado, seus cabelos estão bonitos e seus olhos brilham. É bom vê-la acordada.

A gêmea ficou vermelha com o comentário, mas o bater de asas do grande Mael aliviou o calor de sua face:

— Subam em minhas mãos, amigos – pediu o grande dragão – Como prometido, ajudarei em sua batalha. Basta dizer o caminho.

Aethel deu as indicações e a fera alada suspirou:

— É muito longe, levaremos pelo menos três dias para chegar. Vocês não aguentarão a viagem.

— Faça o possível – pediu o imperador – Voe alto e acelere o quanto puder, mas tente chegar pelo menos um dia antes.

Atendendo ao pedido, o poderoso Mael rugiu e falou com seus súditos alados:

— Irmãos! Vamos até os Campos Alexandrinos esmagar os inimigos do filhote Ryu. Lembrem-se das minhas palavras: não ataquem os amigos e aliados do filhote, ou serão devorados por mim!

Ao contrário de Mael, os outros dragões eram mais selvagens (muitos eram desprovidos do dom da fala), mas suas naturezas animalescas não os impedia de entender as ordens de seu soberano.

Por isso, ergueram as cabeças, cuspiram fogo animadamente e, sem esperar novos comandos, alçaram voo.

Com a ajuda de Mael, Aethel subiu em seu pescoço escamado, sendo seguido por Mabel, Rosa e Dipper.

Batendo suas poderosas asas, o rei dos dragões subiu alto, alcançando as nuvens brancas, que se espalhavam pelo céu como algodões de uma plantação.

Enquanto a viagem tinha início, Dipper perguntou a Aethel o que pretendia fazer, já que a rainha das bruxas estava no ápice de seu poder:

— Essa mulher já foi derrotada, irmão – respondeu o imperador –, apenas não se deu conta disso. Além do mais, ela não é a “rainha” das bruxas, pois elas não possuem mais governantas… Na verdade, Nealie está usando uma armadura que não lhe pertence .

— Então porque você não fez nada?! – perguntou o gêmeo.

Aethel sorriu, cheio de compaixão e, como se lembrasse de algo, respondeu:

— Dipper, acho que ela é menos desprezível do que imaginávamos, caso contrário, teria nos aniquilado na caverna. Nealie desperdiçou a vida em uma busca movida por muita mágoa e vaidade; isso é triste. Ela vê a armadura e as armas de Maeve como algum tipo de “muleta”, que lhe permitirá passar por cima dos seus problemas e “reverter” as coisas que já foram… De certa forma, não é muito diferente do que eu estava tentando fazer, usando o coracor de forma irresponsável.

Dipper tentava interpretar as palavras do amigo, mas o assunto parecia cada vez mais mergulhado em questões tão particulares do imperador, que até Rosa e Mabel estavam ficando aéreas às palavras de Aethel.

Após suspirar e sentir a brisa fria no rosto, o imperador concluiu seu discurso:

— Nealie pensa que nos passou para trás, mas seu aparente triunfo é, na verdade, nossa vitória. Apesar disso, penso que ela precisava, ao menos, ter a oportunidade de usar as armas e a armadura de Maeve. Além de todo o esforço, ela mereceu isso com um cinto de ouro.

Dipper, Rosa e Mabel estavam cheios de perguntas, mas Aethel já estava absorto demais em seus pensamentos para lhes dar qualquer atenção…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Crônicas de Aethel (II): O Livro das Bruxas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.