Quase um mês escrita por annaoneannatwo


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Ooooi, antes de começar o capítulo, queria mostrar uns mimos que ganhei.

O primeiro desenho é da Mileninha_Fics, inspirado no capítulo 13: https://twitter.com/miba_art/status/1657073569497481228

Não deixem de seguir a artista no tt e no ig:

https://twitter.com/miba_art
https://t.co/rtQCiUJz7S

O segundo eu vou deixar o link da att da fic no Wattpad porque não tenho um link pra arte em si, só tenho ela salva:
https://www.wattpad.com/1357949967-quase-um-m%C3%AAs-cap%C3%ADtulo-15

Quem me deu essa belezura inspirada no capítulo 11 foi a TatiKia, e ela também mostra todo o talento dela fazendo cosplay, vejam o Bakugou dela lá no ig: https://instagram.com/tmb_cosplay?igshid=MzNlNGNkZWQ4Mg==

Muito obrigada pelo carinho! Eu sempre fico muito feliz quando minhas ideias inspiram outras ideias de gente talentosa!



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Parece uma cena de mangá.

Ela e o céu acima deles explodindo em um monte de cores. O barulho dos fogos é alto, mas parecem distantes enquanto Katsuki a observa no topo da escada, ofegante e olhando para ele com aqueles enormes olhos brilhantes que o atormentam na mesma medida em que vêm instigando seus pensamentos nos últimos dias. 

Katsuki quer olhá-la mais, olhá-la até enjoar, embora acredite que isso é impossível. Ao mesmo tempo, ele não quer vê-la por mais nem um segundo essa noite. Aqueles momentos anteriores à ida na praia, e a ida à praia em si, seria bom pra caralho se nunca tivesse acontecido, porque agora não seria tão merda aceitar que não ia dar em nada. 

Ela pode fazer o que quiser, mas Katsuki preferiria que Uraraka tivesse sido fria e distante como foi na última semana desde o início, ela podia só ter aparecido em sua casa e cagado pra presença dele ali, mas não, ela foi gentil desde o primeiro dia, até levou café e biscoitos pra ele em seu quarto, preocupou-se em garantir que a velha contratando uma ajudante não era por incompetência dele. Desde o começo… não, desde que eles se conhecem, Uraraka nunca foi próxima, mas sempre fez questão de deixar uma impressão forte nele, de usar sua doçura e determinação para forçá-lo a prestar atenção nela, e só nela, isso quando não tava ocupada jogando uma chuva de meteoros em sua cabeça. É como se a individualidade dela tivesse evoluído, ativada o tempo todo para puxar tudo ao seu redor para si, e só para si, mas quando o efeito passa, essa força repele tudo com a mesma intensidade, e ele fica lá, sentindo-se um imbecil por ter se deixado puxar, sabendo que tá sendo patético num nível que só o Pikachu seria capaz de alcançar.

E tudo isso por quê? Porque ele realmente achou que tinha alguma chance de a Uraraka realmente querer alguma coisa desse tipo com ele, isso quando ela tem… o Izuku, outro que foi puxado pra órbita dele e segue ali desde sempre, mas ele… a puxou também, e o que eles têm é diferente, é especial, e todo mundo consegue ver. E…

E ele odeia isso tudo, não os dois se gostarem, isso é problema deles, mas Katsuki odeia como isso o faz se sentir, porque admitir que vê-la assim com o nerd significa admitir que ele… que ele…

Que ele gosta dela.

— Tá fazendo o quê aqui, Cara de Lua? — ele pergunta, mas ela, claro, não ouve com o barulho dos fogos, então desce as escadas em direção a ele, e Katsuki quase se move para descer também e se afastar, mas fica parado no lugar.

— Onde você tava indo, Bakugou-kun?

— Onde você acha? Embora.

— Mas por quê? Você nem comeu nada, comeu? E você… nem ficou pra ver os fogos.

— Eu vou porque eu que- como você sabe que eu não comi nada?

— A-ah, porque… — o rosto dela fica ainda mais vermelho, se isso é possível — Eu… eu só sei, e… eu fiquei preocupada. Você não tá se sentindo bem?

— Que te interessa? Volta lá pra ver essa merda dos fogos com o Deku e seus amiguinhos e me deixa em paz!

— Não se você começar a falar assim comigo! Qual o seu problema?

Ah, ela quer mesmo saber isso? Então tá.

— O meu problema, Uraraka? — ele ri em desdém — O meu problema é você!

— Mas o que… por quê? Tava tudo bem agora há pouco, você tava me enchendo pra jogar no tiro ao alvo, e do nada saiu correndo! 

— Não tava tudo bem!

— E por que você não me disse?

— Ah, você vai mesmo me cobrar pra te falar na sua cara quando você não faz isso? Se enxerga, Uraraka!

— O que… o que você quer dizer?

— Ficou a semana inteira sem nem me olhar na cara direito, isso depois daquele rolê na praia e todas as vezes antes que você ficou agindo como se a gente fosse próximo! Porra, se você tem um problema comigo, se acha que eu tô tomando uma liberdade que você não deu, então fala na minha cara! Não fica me tratando igual um paspalho! — essa parte sai mais alta porque os fogos de repente param, e só então ele percebe como essas escadarias são silenciosas e meio escuras.

Mesmo na penumbra, ele ainda consegue ver a silhueta dela, e percebe que ela está de cabeça baixa. Katsuki não queria berrar desde jeito e se prestar ainda mais a esse papel ridículo, mas porra, foi inevitável. Só que agora, vendo-a calada, ele começa a se sentir ainda mais merda, torcendo desesperadamente pra que ela erga a cabeça e comece a gritar com ele também, isso pelo menos vai fazer sentido, como sempre fez pra ele. Katsuki prefere uma briga, é mais fácil desse jeito.

— Você tem razão. — mas o que ela responde não passa nem perto disso — Eu tenho sido bem babaca com você.

— Ei, você-

— Eu não deveria ter parado de falar com você do nada, eu… eu devia ter sido honesta, não é justo que você fique assim por minha causa.

Tsk, por que mesmo que seja o que ele deveria ouvir, ainda não é o que ele quer, exatamente?

— E… e aí você fica… você e o Deku-

— Não tô falando do Deku, eu tô falando de mim e de você, me escuta direito.

— N-não me diz o que fazer-

— Me desculpa, Bakugou-kun, de verdade. Eu sei que você não gosta que eu fique me desculpando, mas… mas agora eu queria mesmo que você me perdoasse. Eu fui… eu fui infantil e boba. Eu achei que… que ficaria tudo bem se a gente tomasse um pouco de distância e voltasse ao normal, eu… eu achei mesmo que vir aqui hoje realmente não seria nada demais, mas eu… eu tava bem errada.

— É, pois é. 

— E eu sinto muito se te magoei. Eu não queria isso!

— Então o que você queria? — diante de uma falta de resposta, ele sobe um degrau pra se aproximar dela — O que você quer, Uraraka?

— Eu quero… eu quero ser uma profissional respeitável com seus pais, eu quero que tudo fique bem entre todo mundo quando eu estiver na sua casa. Eu sei que… eu sei que você disse que nem sua mãe nem seu pai se importam se nós nos aproximarmos, mas… isso é se fosse só pra gente ser amigo, não sei se é a mesma coisa pra eles se a gente… se… enfim… é isso. Eu não quero causar problemas.

Ugh, e ele achando que ia valer a pena ouvir o que ela tinha a dizer.

— Tsk, tarde d- — Katsuki dá as costas e se move para descer os degraus, mas ela o impede, segurando sua mão.

— Mas eu também quero… quero que você fique aqui… eu quero que você fique aqui comigo. — parece que a voz dela vai vacilar a qualquer segundo, mas Katsuki segue ouvindo-a com clareza —  Não, eu quero ficar com você, Bakugou-kun, nem que seja só um pouquinho. — ela aperta a mão dele, e seu rosto é iluminado novamente quando os fogos começam de novo.

Os olhos dela parecem cintilar enquanto o olham como se não fossem capazes de ver mais nada. Era isso que ele queria, não era? Que ela olhasse pra ele assim, que dissesse o que vem na cabeça como sempre faz, que o contrarie só porque ela pode. 

É isso que ele quer, e muito mais.

Katsuki olha para a mão dela segurando a dele, o dedinho em riste para evitar que ele saia levitando por entre as árvores ao redor da escadaria. Então ele tenta puxar a mão de volta, e ela cede, fazendo um barulhinho de surpresa quando ele retoma o contato um segundo depois, pegando na mão dela de um jeito que seus dedos se entrelacem.

— Percebeu que você não tá falando coisa com coisa? — ele leva as costas da mão dela a seus lábios, pairando-os suavemente sem encostar nela, de fato — Assim fica difícil, Cara de Lua.

— Bakugou-kun… eu… — ela tenta desviar o olhar, mas falha ao perceber que ele sobe mais um degrau, o mesmo em que ela está, o que faz com que ele volte a ser muito mais alto que ela, mas que também os coloca frente a frente.

— E que história é essa de "nem que seja um pouquinho"? Você tem que querer mais, bem mais! Querer tanto quanto eu quero.

Eles se encaram sem piscar, e os fogos podem ou não ter parado, ele nem percebe enquanto finalmente a tem onde quer.

 

***

 

Parece uma cena de mangá.

Os dois com as costas apoiadas no corrimão da escadaria, de costas um pro outro. Ochako não pode dizer exatamente que gostou quando ele soltou sua mão e se afastou depois de encará-la de um jeito que só poderia indicar que vinha um beijo aí, mas… tem uma pequena parte mais racional em sua cabeça gritando que foi melhor assim, e é a isso que ela tá tentando se apegar enquanto sente seu coração ainda um tanto acelerado depois daquilo tudo.

Porque ela pode até ter dito o que quer, o que quer de verdade em relação ao Bakugou. Não chegou a ser exatamente uma surpresa, mas dizer em voz alta pra ele pôs as coisas em perspectiva, como se ele tivesse materializado algo que até então só existia no ar, cercando-a e tentando alertá-la de que não seria possível ignorar por muito mais tempo.

E não foi.

Ochako já viu o Bakugou dar todo tipo de chilique, quase nenhum direcionado a ela em específico, mas todos despertando sentimentos confusos nela, em parte porque são hilários — que são os que ele costuma dar com o Kirishima e os outros —  em parte porque são meio preocupantes — os que ele dá com o Todoroki e, principalmente o Deku. Pode não parecer porque ele explode com bastante frequência, mas Bakugou também deixa acumular coisas dentro de si, e por mais que possa ser um pouco reconfortante ter isso em comum com ele já que Ochako também deixa alguns sentimentos engarrafarem dentro de si, foi de cortar o coração quando ele bradou que “não tava tudo bem”. 

E claro que não tava, né? Ela tava quase ignorando-o, uma atitude tão distante do que tava acontecendo nos últimos dias, tão abismal em relação ao dia que ela dormiu na casa dele ou na praia, quando afagou seus cabelos cor de areia, e mesmo nesses momentos, Ochako não acredita no quanto foi cega e estúpida.

Ela gosta dele. Gosta de como ele parece estar sempre esperando que ela dê uma resposta atravessada ou faça algo que ele não espera, e é empolgante saber que pode ter esse efeito em alguém. Ela está acostumada com seus amigos apontando sua gentileza, e claro que é uma qualidade da qual se orgulha, mas ter alguém que vê um lado diferente seu, um lado que talvez não seja tão gentil assim, que é um pouco mais honesto que deveria, e que não dá pra ser “perdoado” por falta de traquejo social como é o caso do Todoroki, expor esse lado, mesmo que quase sempre seja sem querer porque o Bakugou de algum jeito só tem esse talento natural de trazê-lo à tona e, não só isso, até prefere que ela aja assim, traz uma paz que Ochako não sabia que precisava. Eles estão para se formar e entrar em uma profissão na qual imagem pode não ser o fator essencial, mas é bem importante, e ela sabe que em breve vai ter que moldar sua personalidade um pouco mais, deixá-la em um formato mais atrativo, e esse lado que fala o que pensa vai ter que se esconder um pouco, pelo menos em público, mas é bom saber que tem alguém por aí que o aprecia, e que esse alguém é o Bakugou, um garoto que, mesmo aos trancos, sempre lhe impressionou. 

Ela adora a paixão e a intensidade dele, e ser alvo dessa paixão, nem que seja por meio de uma troca de olhares enquanto seus lábios tocam as costas da mão dela de um jeito tão suave que parece quase inexistente, é incrível.

Não tava tudo bem mesmo, mas agora os dois disseram o que tinham que dizer. Ela finalmente assumiu o que quer, e o Bakugou, sendo tão intenso quanto sempre, disse que Ochako pode querer muito mais dele. E talvez ele não tenha dito isso pra ser interpretado de maneira literal, mas o “mais” que ela queria, pelo menos ali naquele momento, era um beijo.

E que bom que não aconteceu, porque há paixão e intensidade, mas há também maturidade e a questão de que até o fim da semana que vem, Ochako é funcionária da mãe dele, e a senhora Mitsuki é ótima, o senhor Masaru também, mas… ela tem certeza que não tem como eles aprovarem seu filho ficando com a funcionária assim, não só eles, tem o escritório para o qual a senhora Mitsuki presta contas, ela pode até não pensar assim, mas o pessoal de lá não demoraria em concluir que Ochako não fez trabalho nenhum nessas semanas todas, ocupada demais em dar em cima do filho da chefe. Só o pensamento faz sua barriga contorcer em vergonha.

Ochako não disse exatamente isso pro Bakugou, mas conseguiu explicar o suficiente sobre seu distanciamento auto-imposto. Pra seu alívio, ele entendeu, rapidamente saindo de qualquer espiral esquisita em que estava entrando pra achar que isso tinha alguma coisa a ver com o Deku, e focou neles, no que querem um do outro, e porque não podem ter ainda.

Então não, ela não tá frustrada, mas seu estômago está cheia de borboletas enquanto os dois observam o lindíssimo céu acima deles, a fumaça dos fogos já tá se dissipando, permitindo que as estrelas possam ser vistas novamente.

— A-ah, eu… eu ganhei na barraquinha de tiro ao alvo. — ela se lembra.

— É? 

— Uhum, tenho quase certeza que as estantes mais de cima e as de baixo tão coladas, não dá pra derrubar as garrafas, mas as do meio são de verdade, até porque os prêmios nem são grande coisa. Eu ganhei um chaveirinho.

— Trapaceiro do caralho. — ele resmunga, mas sua voz não carrega a costumeira ferocidade, é mais como se ele tivesse xingado mais por hábito do que por estar com raiva da trapaça mesmo — É um chaveiro que presta, pelo menos?

— Ah, é bem bonitinho! Olha! — ela o saca do bolso e estende na direção dele.

— Que porra é essa? — ele franze o cenho.

— É um camaleão. — ela aponta o óbvio.

— Porra camaleão, Uraraka, nem parece!

— Claro que parece, olha os olhinhos estufados, ó! — ela mostra — E ele muda de cor também, então né? Camaleão.

— Tsk, que bosta.

— Bom, então… isso quer dizer que você não quer?

— Pra quê eu ia querer isso?

— Ué, você pagou pra eu jogar, então o prêmio teria que ser seu.

— Não, esquece. Dá pra Menina Sapo.

— Pra… Tsu? — ela ri — Você tá querendo dizer que eles são o mesmo bicho?

— QUÊ? Você acha que eu sou burro de não saber a diferença de sapo e camaleão?

— A individualidade dela tá mais pra rã…

— Dá pra ela pra retribuir a passagem de ônibus aquele dia na praia. — ele cruza os braços — Você queria retribuir, mas ela não fez questão, não foi?

— É-é. — ela sente seu rosto ferver ao se dar conta de que ele prestou atenção nisso — Eu meio que já retribuí porque comprei um crepe pra ela, mas… é, o chaveiro ela pode guardar, né? — ela devolve ao bolso — Ah, falando nisso… você ainda não comeu nada.

— E daí?

— Daí que eu tô te devendo um yakitori. — ele a olha em confusão — Eu… eu prometi… pra te agradecer por ter me levado pro quarto aquele dia na sua casa.

— Tsk, olha o jeito que você fala, idiota. — ele leva a mão ao rosto… oh, isso… isso o deixou com vergonha? — Deixa isso quieto, não quero comer nada daqui.

— Mas você não pode ficar sem comer nada.

— Já tá tarde, vai me fazer mal comer essas coisas de rua à essa hora.

— Você parece um idoso falando. — ela ri, e para quando ele desencosta do corrimão.

— Bora, então?

— Oh… é, eu falei pro Kirishima-kun não se preocupar que eu vinha te buscar, melhor a gente voltar — os dois começam a subir a escadaria em direção ao festival.

— Um milagre ele não ter aparecido aqui até agora.

— Antes de eu sair, o Monoma-kun tirou sarro falando que você não era uma criança perdida pra gente ficar se preocupando, aí o Kirishima-kun explodiu!

— Explodiu como?

— Ele mandou o Monoma-kun calar a boca! Eu nunca vi ele falar daquele jeito, juro.

— Tsk, o Kirishima é bem de boa, mas nem ele tem saco pra essa idiota da Turma B, nunca teve.

— Não sabia disso.

— É, pois é. Acho bom ele ter descido a porrada no merdinha, porque aí eu não preciso. Eu ia mostrar pra ele a “criança perdida”.

— Ah, vai… sem brigar. Só vamos voltar lá pra conversar com o pessoal e você comer alguma coisa.

— Não vou comer, já falei.

— Mas, Bakugou-kun…

— A U.A. fica a uns dez, quinze minutos daqui?

— Hum? É, mais ou menos.

— Então eu faço um rango lá.

— L-lá? Lá na U.A.?

— É, ué. Assim você não volta sozinha também.

— V-você… você vai me acompanhar? — ela para de subir a escadaria.

— Vou. Aí seus amiguinhos podem ir embora direto também sem se preocupar em ir com você.

— E-eu… eu falei pra eles que não precisava se preocupar, é aqui pertinho. Você… você também não precisa se preocupar, Bakugou-kun.

— Não tô preocupado.

— Mas então pra quê você vai me acompanhar?

— Porque eu tô com fome, caramba.

— Sim, mas… mas você…

— Qual o problema? — ele para de subir também, e se vira para olhá-la — Tá com medinho de ficar sozinha comigo?

— Pffft, medo de quê? — ela escarnece, mas seu sorriso de deboche some no mesmo segundo quando ele se aproxima, sua respiração contra o rosto dela.

— Então tá preocupada de não conseguir se segurar perto de mim? — ele abre um sorriso ferino. E ela sabe que é só outra provocação boba, que ele tá tentando deixá-la sem graça.

— Sinceramente? Tô sim. — Ochako confirma, e só não ri do jeito que a respiração dele se suspende por um segundo porque… bom, o que ela disse é a mais pura verdade — Tem mais uma coisa que eu preciso te falar.

— O quê? — ele estreita os olhos.

— Você ficou muito bem de yukata. — ela abaixa a cabeça, timidamente trazendo a mão para a gola da roupa dele e sentindo o tecido com as bolinhas das pontas de seus dedos.

— Tsk. —  ele responde levando a mão à bochecha dela, fazendo-a olhar pra ele quando coloca alguns fios de seu cabelo atrás de sua orelha, a palma da mão dele tão quentinha que Ochako quase se apoia nela — Só mais uma semana, não é?

— Hum?

— Você só trabalha pra velha por mais uma semana, não é isso?

— Ah… sim.

— Eu aguento até lá. — ele decide, afastando a mão — Mas só até lá, fica avisada.

E enquanto eles caminham juntos em direção ao festival numa distância não muito pequena, mas também não muito grande, Ochako só consegue pensar que quer muito ter essa resiliência também.

Ela também quer aguentar por mais uma semaninha, só não sabe se vai conseguir.


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Notas finais do capítulo

Enquanto eu tava escrevendo, fui sentindo que essa foi uma das coisas mais românticas que eu já escrevi, não tive coragem de reler porque tenho certeza que não ia sentir o mesmo tchan huahuahushsu, mas enfim... tá aí. Eu acho muito doido que enrolo demais pra começar a escrever sem motivo nenhum, mas depois que começo, eu não consigo parar, terminei esse cap e meu conje falou que eu tava parecendo um zumbi hasuhsuhdsusd

Ah, e sobre a cena deles dando as mãos nas escadarias, tenho certeza que alguém vai pegar a referência e vai pôr nos comentários, mas sim, eu também confirmo: é inspirada naquela cena do Yato e da Hiyori no capítulo/OVA de Noragami quando eles vão pra Capyper Land. Nunca superei aquela momento e jamais superarei esse ship, sdds.

Enfim, falei demais, né? Obrigada por ler, espero que esteja curtindo! Apesar do que o capítulo deixa a sugerir, a fic não tá chegando ao fim ainda, mas tá perto.



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