Dante decapitou um demônio com aparência reptiliana. Outros dois vieram em sua direção, mas Vergil saltou rapidamente e partiu as feras em pedaços que se espalharam pelo solo rochoso e repugnante. O caçador exclamou:

—Viemos pro ninho dessas coisas! Acho que sua bússola está quebrada e...

            Vergil alisou os cabelos e virou-se para Dante. A frieza em seus olhos azuis não se alterava, mas sua voz estava mudada, denunciando a angústia em sua alma:

—Estive aqui por tempo o suficiente para conhecer cada miserável canto, buraco e criatura... Só porque não quero matar você, não quer dizer que preciso ouvir suas besteiras.

            Dante sorriu:

—Uma boa notícia, afinal. Desculpe... Estou impaciente com a visão daquele espectro. Se era realmente meu sobrinho, precisamos voltar o quanto antes.

            Vergil avaliou sua espada Yamato e ergueu os olhos para uma horda de criaturas caindo pelos buracos do teto da caverna:

—Esses merdas não vão facilitar pra gente...

            Dante fez um clique com a língua e sorriu:

—Então vamos dar o troco!

            E por algum tempo, os gêmeos Sparda executaram sua dança mortal, retalhando dezenas de criaturas demoníacas que atacavam com ferocidade, mas sem perícia, formando um tapete de corpos desmembrados sobre o solo.           Avançando ainda mais para dentro da caverna, eles chegaram a um fosso e Vergil olhou ao redor, esperando mais inimigos, mas havia silêncio e o miasma que impregnava a caverna. Dante sacudiu sua espada Rebellion e também olhou ao redor:

—Avançamos bem. E agora?

            Vergil andou ao redor do fosso e ergueu a mão, como se tateasse uma barreira invisível. Segurou com força o cabo da espada e falou:

—Aqui.

            Ergueu a espada e cortou o ar, formando uma abertura no nada:

—Venha, Dante.

            Quando tencionaram entrar pela passagem mística, algo os repeliu, jogando os gêmeos contra uma parede da caverna. Vergil se levantou, furioso, e avançou com a espada em punho, brandindo a lâmina contra o nada da abertura:

—Que diabos...

            Novo golpe e novamente uma força empurrou Vergil de volta. Dante ergueu-se do chão e falou:

—O que está havendo?

—A passagem está aberta, mas algo está nos barrando. Um escudo ou algo assim...

—De onde vem?

—Do ponto onde senti a presença de Nero... Algo está nos impedindo de entrar...

            A forma demoníaca de Vergil assumiu o controle e ele avançou:

—Seja quem for, vai pagar caro por ficar no meu caminho!

            Rápido como um raio, ele saltou contra a abertura e passou por ela, mas foi rechaçado em seguida, caindo um pouco mais perto da passagem. Dante se aproximou e disse:

—Sua Devil trigger teve força para entrar... Talvez nossas forças combinadas possam romper essa barreira. Não custa tentar... Ou na pior das hipóteses, vamos tomar um trem na próxima estação.

            Irritado, Vergil se posicionou ao lado de Dante:

—No três?

            Eles avançaram com suas espadas em riste e assumindo suas formas demoníacas, rasgaram a barreira, entrando na passagem que logo se fechou atrás deles.

            Um estrondo ecoou pelo submundo como se sua estrutura tivesse sido abalada e as criaturas demoníacas sentiram a energia desprendida do evento, recuando para suas tocas e cavernas. 

Continua...