DEVIL MAY CRY 5-Devil Never give Up escrita por Daniela Lopes


Capítulo 15
Descida ao Tártaro


Notas iniciais do capítulo

O pedido de Rheia é atendido por Dante e ambos partem para o submundo à procura de Vergil. O tempo corre contra Inanna, que mergulha cada vez mais numa estranha inconsciência.
Apesar de ser uma entidade poderosa, o corpo da medicastra sofre por estar num lugar regido por forças negativas e isso preocupa os irmãos Sparda.
Porém os miasmas e o calor escaldante daquele lugar não serão as únicas coisas ameaçadoras que terão de enfrentar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807779/chapter/15

Nero e Kyrie estavam sentados nas escadas que ladeavam o jardim. Desde a partida de Vergil e a estranha inconsciência de Inanna, o santuário estava quieto. Nico permaneceu na van, trabalhando em suas armas e tomando conta das criaturas, enquanto Maud ficou ao lado da filha.

            Dante saiu da nascente oculta e apareceu no jardim. Ele acenou para casal:

—Alguma novidade?

            Nero balançou a cabeça:

—Não. Eu... Estou sentindo o ar pesado... Pode sentir isso também, tio Dante?

            O caçador ergueu o olhar para o farol e concordou:

—Sim. Uma pressão no ar parecida quando um furacão está se formando. É mais estranho pelo fato de não ter nuvens no céu.

            Kyrie apertou a mão do namorado entre as suas:

—O que vamos fazer por Inanna? Ela não acorda mais! O que será que a deixou daquele jeito?

            Dante suspirou e baixou o olhar:

—Vou ter que deixar vocês. Preciso ir atrás de Vergil no submundo e resolver isso.

            Nero encarou o caçador:

—Como sabe que meu pai voltou mesmo pra lá?

            Dante indicou com o polegar uma figura se aproximando atrás dele:

—Ela sabe.

            A medicastra olhou os jovens e Kyrie exclamou:

—Inanna? Você está aqui!

            A criatura sorriu e balança a cabeça. Os olhos dourados miraram o rosto da moça. A voz dela é macia e profunda:

—Não, criança. Inanna dorme agora. Ela escolheu o esquecimento. Eu tento me aproximar, mas ela ignora meu chamado. Somente Vergil Sparda pode alcançá-la.

            Nero ergueu uma sobrancelha:

—Meu pai?

            Dante sorriu ao ver a surpresa tomar conta do rosto do sobrinho:

—Nosso poeta favorito está bem encrencado.

            A medicastra caminhou para o farol:

—Siga-me, Dante...

            O homem acenou para o casal e entrou logo depois da criatura. Ela subiu as escadas e passou pelo quarto, lançando um olhar para Maud que concordou em silêncio. Dante observou aquela comunicação sem palavras e pensou como aquelas três estavam tão intimamente ligadas.

            No pavimento onde a medicastra uma vez repousou num casulo, Dante a viu parar e tocar o tronco da árvore. Ele começou a se desmanchar sob suas mãos e formou uma espécie de superfície gelatinosa. Ela virou-se para o caçador:

—Daqui em diante, você estará à minha frente, Dante Sparda. Eu permito que Meu reino e o submundo se entrelacem. O risco é imenso e não há garantia de que o caminho será estável.

            Dante respirou fundo e caminhou até o estranho portal:

—Já vi o suficiente para uma vida, dona! Só me fale em qual andar vamos parar.

            A medicastra sorriu e Dante avançou, mergulhando na substância fria e fluída. Ele sente as mãos da criatura em seus ombros e de repente ambos são sugados para um redemoinho que parecia deformar o tempo e espaço.

O caçador de demônios sentiu o corpo se esticar e repuxar em diversas direções ao mesmo tempo e gritou. A agonia parecia durar uma eternidade e acabou num piscar de olhos, quando eles pousaram numa superfície dura e coberta de limo escuro e repulsivo.

Dante caiu de joelhos e arfou, sentindo uma forte náusea, enquanto a criatura a seu lado olhou ao redor com insuspeita curiosidade. Ele ergueu os olhos para ela:

—Wow! Podia ter me avisado que ia ser emocionante! Caramba!

            Ela falou, tranquila:

—Não costumo fazer essa transição. Menos ainda com alguma companhia. Vamos seguir.

            Dante olhou para o chão ao redor dos pés da medicastra. O limo negro se afastou deixando a pedra nua, enquanto minúsculas raízes ocupavam seu lugar. Dante percebia que a pele da medicastra mudava de cor e textura, como se a matéria do que era feita estivesse em constante mutação. Ele caminhou ao lado dela e aponta:

—Isso aí... É normal?

            Ela olhou para os braços e mãos:

—Esse corpo está lutando. Se obriga a renovar sua estrutura a cada segundo por estar nesse ambiente hostil.

            Dante entendeu. A medicastra estava sendo combatida pela energia do lugar. O miasma quente e fétido era como veneno para a criatura, mas ela avançava sem hesitar. O caçador aproximou-se da borda de um desfiladeiro e falou:

—Eu posso encontrar meu irmão, mas vou ter que apelar para um truque não muito agradável. Minha Devil Trigger pode perceber a presença dele, além de ganharmos tempo na busca.

            A criatura concordou em silêncio e esperou. Dante respirou fundo e ativou seu poder demoníaco, tornando-se a criatura alada e incandescente. A entidade olhou-o e se aproximou, tocando em sua pele quente e coberta de escamas brilhantes:

—Esse poder é impressionante, Dante Sparda.

            Os dedos finos e pálidos da medicastra se tornaram secos e escuros, como se tivessem sido queimados. Dante recuou:

—Ei! Ei! Isso não é um bom sinal! Se eu tiver que... Você nessa forma, seu corpo todo pode virar carvão?

            Ela fechou os olhos dourados e falou:

—Não se preocupe comigo. Vamos até seu irmão. 

            Sem jeito, Dante se aproximou e ergueu a medicastra nos braços, alçando voo e rompendo o ar sobre o abismo o mais rápido que podia. A medicastra estava quieta e silenciosa, mas os efeitos do toque do caçador já eram visíveis em seus braços e pernas.

            Uma mancha escura começou a se espalhar até os ombros da criatura e Dante exclamou:

—Vamos descer! Isso aí não está com boa aparência!

            A voz da entidade soou firme:

—Não se incomode com a superfície, Dante...

            Ele acenou com a cabeça e focou sua mente nos sinais de energia deixados por Vergil. Sem perceberem, uma forma escura envolta em miasma negro, ergueu-se entre as pedras e seguiu atrás deles, saltando de um monte a outro.

            Desde que retornou para o submundo, Vergil Sparda fixou-se num dos muitos montes que compunham aquela paisagem árida e escaldante. Diversos demônios e outros seres vieram atrás dele para combatê-lo, mas foram destruídos com ferocidade pelo poderoso guerreiro.

            Em suas mãos, a Yamato cortou impiedosamente matéria e espírito. O poder da devil trigger de Vergil pulverizou uma dezena de seres bestiais e dessa forma, as hordas infernais se afastaram por algum tempo, deixando Vergil à sós com seus pensamentos. Era uma questão de tempo, ele sabia, até que outros demônios mais fortes e ainda fiéis aos ideais de Mundus viessem lutar com ele.

Apesar de Urizen ter conseguido o poder do fruto da Qliphoth, o trono do submundo não foi reivindicado por ele, abrindo espaço para uma luta sem trégua entre as forças demoníacas sedentas pelo poder. Poder que Vergil almejou por um tempo considerável, privando-se de viver uma vida plena.

            Vergil estava sentado numa rocha à beira do abismo. Seus olhos focavam o nada e sua mente estava em Enuma. Na lembrança de Inanna deitada na terra, rodeada por criaturas que ele não se recordava mais como os pesadelos de seu tempo como Nero Angelo, mas como os familiares que o salvaram enquanto era o fraco e vulnerável humano V. Como ela podia saber o que estava em sua mente? Como ela pode tirar isso de lá e trazer à realidade, materializando-os?

            Então ele sentiu uma presença conhecida e se levantou:

—Dante?

            A figura alada do caçador surgiu no horizonte e voou em direção ao monte onde estava o irmão. Pousou rapidamente e Vergil viu uma figura escura e encolhida nos braços de Dante, ainda em sua forma demoníaca:

—O que é isso?

            Dante voltou à sua forma humana e pousou a medicastra no chão:

— A medicastra!

            Vergil ajoelhou-se ao lado dela rapidamente. O olhar preocupado dele surpreendeu Dante:

—É a...

—Não, Verge. Quem está ocupando esse corpo é... Minha nossa! É uma deusa! Eu trouxe uma divindade para o inferno!

            A medicastra abriu os olhos. A íris antes dourada, agora apresentava uma coloração alaranjada e mesclada com pontos negros. Seu corpo e vestimentas estavam escurecidos e a pele de seus braços, mãos e rosto estava ressequida, como se estivesse descamando. Ela voltou seu olhar para o guerreiro ao seu lado:

—Vergil.

            Ele olhou para Dante:

—Precisa levar ela de volta ao santuário! Aqui não é lugar para...

            A mão da criatura tocou o braço do guerreiro e ele sentiu uma estranha energia ser transferida para ele:

—Minha criança precisa de sua presença. Seu irmão me guiou até você para que possa me ajudar...

            Vergil se levantou:

—Minha presença? O que aconteceu? Inanna não se recuperou?

—Eu não consigo alcançá-la. Minha comunhão com ela. Tudo está se esvaindo num sono sem sonhos.        

            O guerreiro balançou a cabeça:

—Improvável! Se foi justamente minha presença lá que a deixou mal, como quer que eu volte e...

            Dante respirou fundo:

—Você é o gêmeo mais inteligente, irmão... Mas é uma toupeira quando se trata de sentimentos!

            A medicastra permaneceu deitada. Sua pele escura soltava pequenas crostas secas, mas isso não parecia incomodá-la. Sua voz ainda era firme e profunda:

—Minhas crianças sempre foram espíritos livres. Sempre tiveram escolha de cuidar ou partir para o mundo. Aquelas que partiram, viveram como seres humanos comuns até o dia de sua morte. Poucas delas permaneceram comigo, crescendo em sabedoria e poder, oferecendo cura para um mundo cada vez mais cheio de dor, ódio e ganância.

            Dante fechou os olhos:

—Inanna foi uma delas...

—Sim. Através dela eu posso trazer vida, cura e esperança... Mas algo aconteceu... Que a confundiu e assustou. Que fez duvidar e a mudou.

            Dante encarou o irmão e Vergil fechou o semblante:

—Eu conheço esse seu olhar, Dante!

—Então já sabe o que deve fazer.

—Isso não é um conto de fadas. Não sou um cavaleiro de armadura branca que salva a princesa no fim da história...

            A medicastra se levantou devagar. A pele escurecida começava a ganhar uma superfície mais lisa e clara, a vestimenta parecia se regenerar tal como aquele corpo. Ela olhou Vergil e falou:

­_Meu único pedido é que a permita vê-lo. Meu poder tudo pode alcançar, mas não está na minha natureza obrigar nada e ninguém a fazer algo contra sua vontade...

            A conversa foi interrompida. Vergil foi o primeiro a desembainhar sua espada. Ele e Dante ouviram o som de muitas asas se aproximando e o ataque veio em seguida. Criaturas aladas semelhantes a gigantescos morcegos eram cavalgadas por demônios de toda a sorte, armados com machados e porretes feitos de ossos.

As criaturas urravam e gargalhavam, voando em direção aos irmãos e à medicastra. Contavam em torno de vinte oponentes e Dante aproximou-se da entidade:

—Rheia! Se tiver algum poder de luta, sugiro que o use agora! Esses malditos não vão facilitar pra nós!

A entidade afastou o capuz da túnica que lhe cobria a cabeça e para a surpresa dos gêmeos, cabelos cor de trigo seco caíram-lhe até os pés para, em seguida, se agitarem como serpentes ao redor dela. Os olhos dourados tinham um brilho estranho e a medicastra falou:

—Inanna precisa de mim. Não podemos perder mais tempo!

            Cercados pela horda demoníaca, Dante e Vergil desferiam golpes certeiros com suas espadas Rebellion e Yamato, enquanto a medicastra rechaçava as criaturas que avançavam pela retaguarda. Os cabelos longos e finos funcionavam como chicotes e cortavam como lâminas. Os irmãos perceberam que os pés da entidade se enraizaram no solo pedregoso, dando estabilidade ao corpo esguio dela e mais firmeza durante os ataques.

            Alguns demônios se deram conta que estavam em desvantagem de poder e se afastaram, mas Dante alçou voo em sua forma devil trigger e partiu atrás deles, mutilando suas montarias aladas e os matando rapidamente. Rheia estava inclinada para frente, os cabelos serpenteando ao redor dela e seus olhos aguçados esperando algum inimigo. Vergil estava de costas para ela, igualmente atento:

—Creio que combatemos a todos.       

            Ela voltou seu rosto na direção do guerreiro:

—Ainda não me deu uma resposta, filho de Sparda...

            Ele suspirou:

—Eu não sei o que quer de mim. O que posso oferecer à Inanna que vá...

            A medicastra se virou para ele, os cabelos caindo pelos ombros em cascata. Os olhos dela estão mais tristes do que ele poderia conceber para um ser tão excepcional:

—Igualmente ela.

            Dante pousou naquele instante e percebeu a tensão entre Vergil e Rheia:

—Ei! Tudo bem por aqui?

            Vergil se virou para o irmão:

—Vamos para Enuma...

            Dante sorriu e viu o alívio no rosto pálido da entidade. Vergil se posicionou e olhou ao redor:

—Vou abrir um portal... Talvez fique um pouco afastado da ilha, mas isso pode ser resolvido depois e...

            A frase morreu nos lábios do guerreiro quando seus olhos pousaram numa forma negra e gigantesca que surgiu atrás deles, subindo das paredes do abismo. Os tentáculos negros cravados de ventosas e minúsculos dentes afiados circundavam uma cabeça pequena e deformada, de olhos vermelhos injetados e boca repugnante, enquanto uma massa grotesca e irregular se movia rapidamente para cima, empurrando aqueles apêndices malignos.

A voz arrastada e retumbante da criatura fez tremer o chão ao redor do trio:

—Sssspaaarda! Eu provei o gosto da sua carne e sangue... Ele escapou de mim naquele pedaço de terra maldito, mas eu posso encontrá-lo e vou ter o que quero! E você não vai me impedir!

            Rheia soube no instante que ele falava de Nero e da criatura que Inanna tirou do corpo dele. O mesmo demônio que havia atacado a equipe Devil May Cry numa igreja em White Hound, tentando invadir o mundo dos homens, parasitando o jovem caçador para dominá-lo e se alimentar de sua força vital.

            Dante apontou sua espada na direção do demônio:

—Ótimo! E de onde esse aí veio?

            Rheia recuou devagar e o ser demoníaco olhou para ela:

—Aaahh! Eu reconheço você. Está muito longe de seus domínios. Meu banquete será farto...

            Vergil ergueu a Yamato, impaciente:

—Não se meta em nosso caminho, criatura imunda!

            Dante invocou Rebellion e Rheia o alertou:

—O parasita de Nero. Foi essa criatura que o atacou!

            Dante emitiu um rosnado furioso e avançou contra o ser. Sua espada cortou alguns tentáculos que tentaram atacá-lo e Vergil revidou o golpe de outros que investiram contra ele. A medicastra olhou ao redor, tentando descobrir uma forma de ajudar os irmãos. Ela percebeu que as pedras estavam cobertas de um estranho limo, então abaixou-se sobre ele:

Mi proponas manĝaĵon. Akceptu min kaj permesu al mi uzi vian forton. (“Eu ofereço alimento. Aceite-me e permita que eu use sua força.”)

            O limo agitou-se quando Rheia colocou sua mão esquerda sobre ele. A estrutura avançou contra os dedos e a palma da medicastra e começou a corroê-la. A entidade fechou os olhos e esperou. Quando mais da metade de sua mão desapareceu sob a colônia negra, Rheia retirou a mão e o limo moveu-se para cima, buscando mais daquela matéria fresca. Os olhos da medicastra tornaram-se negros e ela levantou-se:

Via volo nun apartenas al mi. Batali sub mia! (“Sua vontade agora me pertence. Lute sob a minha!”)

            Rheia virou-se para a cena de luta que acontecia ali. O ser abjeto se revolvia e seus tentáculos se agitavam ferozmente contra os gêmeos. Para cada tentáculo destruído, outro nascia para continuar o ataque, tal como uma hidra. A medicastra apontou na direção da criatura e o chão ao redor dela moveu-se. Todo o limo acumulado sobre as rochas transformou-se numa coisa amorfa e avançou, alcançando o demônio e cobrindo a lateral de seu dorso monstruoso.

            No começo, a criatura não sentiu a invasão, porém mais daquele limo negro subiu em suas costas e começou a devorar sua carne. Vergil percebeu aquilo e saltou para o lado do demônio, cortando sua pele, abrindo uma ferida por onde o limo começou a entrar. O guerreiro gritou:

—Dante! Ataque o dorso! Temos algo a nosso favor!

            Dante viu a massa escura se esticando das pedras na direção do monstro e riu:

—Hora do lanche!

            Os ataques combinados de Vergil e Dante permitiram que o limo negro tomasse toda a parte inferior do demônio. Apesar daquela invasão, o ser continuava atacando, mas os tentáculos se voltavam contra a carne ferida na tentativa de destruir o seu invasor. Para desespero do monstro, o limo tomou alguns tentáculos e seguiu devorando a pele negra e asquerosa.

            Rheia estava concentrada na manipulação daquelas criaturas e sua mão esquerda tentava se regenerar. O esforço em manter-se inteira naquele ambiente somado ao de comandar a vontade do limo parecia demais e ela caiu de joelhos.

            Dante avançou para ela e segurou-a:

—Rheia!

            Ela voltou os olhos negros para o caçador:

—Este corpo tem limites aqui. Minha essência resiste, mas esta matéria luta para permanecer.

            Dante ergueu os olhos para ver seu irmão desferir mais golpes contra o demônio e o mais efetivo atingiu o centro da cabeça, fazendo a criatura cair no chão. O limo ganhou mais volume e continuou cobrindo o demônio, o distraindo enquanto o trio se afastava da ação.

            Vergil abriu o portal e Dante avançou seguido de Rheia, porém o guerreiro parou no limiar e a medicastra voltou-se para ele.       O caçador também voltou sua atenção para o irmão e percebeu que algo estava errado. Antes que pudesse interferir, Vergil empalou-se com a Yamato e a figura de V surgiu, sendo puxado por Rheia para dentro do portal. A entidade ainda se inclinou na direção de Vergil e segurou sua mão rapidamente, para em seguida sumir com os outros pela fenda.

            O guerreiro caiu de joelhos e percebeu que a Yamato estava no chão, ao seu lado. Vergil sentiu algo em sua mão. Era uma semente. Ele ergueu os olhos na direção onde o portal havia se fechado e acenou com a cabeça em entendimento.

            Caminhou de volta onde o demônio se contorcia sob o ataque do limo vivo e com alguns golpes rápidos da Yamato, cortou a criatura em pedaços que caíram para o abismo. Limpou sua espada daquele sangue fétido e guardou-a na bainha. Ativou sua devil trigger e alçou voo para o firmamento do submundo. Havia um pacto a selar.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quando decidi trazer V de volta à cena, pensei muito sobre a questão de Vergil preferir o submundo ao mundo dos homens. Isso ficou claro no Devil May Cry 3, quando Vergil decide permanecer no lugar onde seu pai habitou. Depois ele buscou o fruto da Qliphoth para obter poder e se tornar o novo senhor do submundo, algo que não aconteceu.
Dividido entre aceitar sua humanidade ou abraçar totalmente sua natureza demoníaca, senti que poderia dar uma chance às duas partes. Quando se tornou V, ele vivenciou as dúvidas, fraquezas e limitações de seu lado humano, mas também experimentou a piedade, arrependimento, o valor da família e das pessoas ao redor dele. É justamente nesse tempo como um homem, que Vergil descobriu que poderia ser humano e demônio, usufruindo das qualidades de ambas as naturezas e se perdoando pelo passado. Nessa brecha da trama, eu encaixo minha fic.
A escolha de Vergil é por si, por Nero e por Inanna.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "DEVIL MAY CRY 5-Devil Never give Up" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.