Arisingtale- undertale au escrita por Mtheus Ludwig


Capítulo 7
Névoas da ilusão


Notas iniciais do capítulo

Tenho que me desculpar por duas coisas: Primeiro, desculpa a demora pois estava tendo uns problemas familiares e sociais de novo, lembrem que eu só tenho dezessete anos e é bem complicado. Segundo, me desculpem se a história ficou muito violenta ok, e digam se eu preciso mudar a faixa etária porque eu tenho dificuldade de mexer nessas coisas.
Dito isso, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807660/chapter/7

ARISINGTALE CAP.7

 

A escuridão tomou conta do bosque, obrigando o trio a finalizar a caminhada daquele dia, derão conta da noite a partir do relógio utilizado por Frisk para determinar o norte mais cedo. Bool acabará por montar a fogueira do acampamento improvisado do grupo, enquanto se preparavam para o dia seguinte:

— Então, como vai ser amanhã?

Depende do que encontrarmos em seguida...

— E o que vamos encontrar a seguir?

Ué, eu não sei.

— Como você não sabe?

Ah Bool, a gente já não falou sobre isso?

A discussão de Sans e Bool fazia o silêncio do bosque desaparecer por completo:

— Parem vocês dois, resolvemos isso amanhã, pode ser?

— Ah.. claro...

Ok.

Calaram-se, ambos respeitavam Frisk, claro que Sans o fazia muito mais que Bool, mas os dois ficaram quietos:

— Faremos uma longa caminhada amanhã, como o mundo é bem novo para nós, não sabemos o que poderá vir a seguir. Então essa é uma pergunta sem resposta á qual não é necessária uma discussão idiota.

— Certo, me desculpem, eu só estou nervoso mesmo.

Hmph... vai dormir então.

— Ótima ideia!

Bool se virou para o lado e não disse mais nada. Isso deixou Sans e Frisk sozinhos na solitária noite gelada, trazendo consigo um silêncio ensurdecedor:

Bem, acho que "vô" capotar; boa noite pirralha.

— Sans...

O que?

— ... Eu... eu nunca tive a chance de lhe agradecer por ter me ajudado naquele tempo, quando eu tentei voltar pra casa, eu queria poder te dizer obrigado.

Bem... de nada.

Ela queria abraça-lo, senti-lo, mas... se sentiu impedida, só sorriu:

— Se não fosse você, eu não estaria aqui, obrigada.

Foi um prazer, é só meu trabalho afinal de contas!Aquela frase, a mesma resposta de todos os agradecimentos que ele recebe... aquilo deixou Frisk satisfeita, fazendo com que ela virasse de lado:

— Boa noite Sans...

Boa noite pi... Boa noite Frisk.

Virou para o lado e fechou seus olhos, se prestasse atenção, veria que Frisk sorria para ele... assim o bosque realmente ficou silêncioso.

—-----------------------------------------------------------------------------

 

 

 

 

ANDAVA POR UM DESERTO GÉLIDO, ESTAVA CANSADA E SEUS OLHOS ARDIAM, DEVIA SER NOITE PARA ESTAR TÃO ESGOTADA. ATÉ QUE NOVAMENTE SE DEU COM PAPYRUS E SANS, NA FRENTE DO SEU CAMINHO:

NYAHAHAHAHHAHAAH!! HUMANO! EU TE PREGUEI MAIS UMA ARMADILHA, DESSA VOCÊ NÃO ME ESCAPA!

ELA NÃO ESTAVA NEM UM POUCO AFIM DA NOVA PEÇA DO ESQUELETO, NÃO ABRIU A MÍNIMA EXPRESSÃO:

EU NÃO LIGO SE VOCÊ GOSTA DELA OU NÃO, SE VOCÊ FICA SURPREENDIDA OU NÃO; VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR RESOLVER A MINHA ÚLTIMA PERÍCIA. VÊ TODO ESSE ESPAÇO DELIMITADO NO CHÃO?

SONOLENTA, A GAROTA OLHOU PARA O CHÃO E VIU UM RISCO FEITO A DEDO NA NEVE, NA FORMA DE UM RETÂNGULO:

O LADO INTERNO DESTE ESPAÇO É UM LABIRINTO ONDE VOCÊ NÃO PODERÁ ENCOSTAR NAS BORDAS SE VOCÊ PENSA EM SOBREVIVER! SE VOCÊ ERRAR O CAMINHO, LEVARÁ UMA DESCARGA ELÉTRICA DESTE APARELHO EM MINHAS MÃOS, ASSIM QUE EU APERTAR ESTE BOTÃO!!

MOSTROU COM POMPA O BOTÃ QUE SEGURAVA NA MÃO, E O APARELHO QUE SEGURAVA COM A OUTRA:

QUERO VER SE VOCÊ ESCAPA DESSA!!!

Eu tô achando isso muito fácil....

ISSO NUNCA! MINHAS ARMADILHAS SÃO SEMPRE PERFEITAS SANS!! NÃO HÁ COMO ESTAR FÁCIL!!

ELEVOU SEU TOM DE VOZ, ASSUSTANDO A GAROTA:

ESSA SERÁ SUA PROVAÇÃO HUMANO!! DETERMINARÁ SE VOCÊ É OU NÃO MERECEDOR DE SUA VIDA!!

AQUILO ERA SÉRIO? REALMENTE A QUERIA MORTA, JÁ ERA A SEGUNDA VEZ E NÃO TINHA DO PORQUE ELE SER TÃO INTENSIVO E AMEAÇADOR EM SUAS PALAVRAS E AÇÕES. COMO AS PESSOAS O ACHAVAM TÃO INÚTIL? ESSA ENGENHOSA MÁQUINA PODERIA MATÁ-LA SE ELA PISASSE EM FALSO! COM ESTE PENSAMENTO, FEZ SEU PRIMEIRO PASSO E IMEDIATAMENTE ELA OUVIU UMA DESCARGA ELÉTRICA, MAS NÃO EM SI E SIM EM PAPYRUS POR CONTA DO DESPOSITIVO EM SUAS MÃOS:

M-M-MAS O QUE F-FOI... O-O QUE ACONTECEU....?

Eh... Papyrus, acho que você esqueceu de dar a ela a.... a traquitana de choque.

— É O QUE? N-NOSSA, EU REALMENTE DEIXEI ESSA PASSAR. UM MOMENTO.

ELE ANDOU PELA PLATAFORMA EM UM CAMINHO COREOGRAFADO E CHEGOU ATÉ A OUTRA PONTA:

TOME, É TODO SEU.

LARGOU O APARELHO NA MÃO DELA E CORREU NOVAMENTE TODO O CAMINHO, VIRANDO AS MESMAS CURVAS; ESSA CAMINHADA DEIXOU UM CAMINHO DE NEVE ASSENTADO, TORNANDO UMA TRILHA:

AGORA, PASSE, HUMANO!!

ELE DEIXOU... PAPYRUS... O ESQUELETO REVELOU TODO O CAMINHO?! Ele É UmA AnTa!!!! MESMO ASSIM ELA ATRAVESSOU TODO O CAMINHO REVELADO SEM LEVAR NENHUM CHOQUE, SURPREENDENDO PAPYRUS:

UAU, VOCÊ CONSEGUIU!! SUA VIDA SE APEGA BASTANTE A VOCÊ...

— O que?

BEM, EU TENHO QUE PARABENIZÁ-LA PELO SEU FEITO, SÓ OS MAIS INTELIGENTES RESOLVEM MINHAS ARMADILHAS E QUEBRA-CABEÇAS!!

ASSIM QUE FRISK SE APROXIMOU DELES, PAPYRUS PEGOU O DISPOSITIVO ELÉTRICO E O ARREMESSOU LONGE:

MAS DE QUALQUER FORMA, VOCÊ NAO VAI SE SAFAR DA PRÓXIMA, DISSO TENHA CERTEZA!! NYHEHEHEHEHEHEH!!!!!!!!

SE VIROU E FOI-SE EMBORA O ESQUELETO, COM SANS EM SEU ENCALÇO; PARECE QUE A CIDADE NAO GOSTAVA MUITO DE PAPYRUS POIS SE PARECIA COM UM IDIOTA, E ELE ATE HAVIA DEMONSTRADO ISSO, OU ERA MUITO AFOBADO QUE NÃO PERCEBIA OS MAIS ÓBVIOS ERROS PRÓPRIOS, INDEPENDENTE DO QUE FOSSE. DEPOIS CAMINHOU NA MESMA DIREÇÃO EM QUE A DUPLA, SEGUINDO EM FRENTE.

"SEGUIR OS GRANDES PEGADAS DOS IRMÃOS ESQUELETOS FAZ VOCÊ SE SENTIR ANGUSTIADA, ISSO TE ENCHE DE DETERMINAÇÃO"

CAMINHANDO, ENCONTROU O QUE PARECIA UM CAMPO DE MINI-GOLFE AO QUAL USAVA UMA BOLA DE NEVE PARA JOGAR; O CAMPO ESTAVA ESCORREGADIO, ERA CONGELADO, FICAVA DIFÍCIL DE JOGAR MAS LOGO EMPURRAVA ESTRATEGICAMENTE A BOLA PARA GANHAR O BURACO.

DE REPENTE SE QUESTIONOU, PORQUE ESTAVA FAZENDO AQUILO, JOGANDO GOLFE? MAS ENCONTROU A RESPOSTA, HAVIA ESTADO TÃO ESTRESSADA E CORRENDO MUITOS RISCOS QUE FINALMENTE HAVIA ENCONTRADO ALGUMA COISA PARA RELAXAR SUA MENTE; ALÉM DE TUDO ELA ERA APENAS UMA CRIANÇA, SÓ 10 ANOS DE IDADE NÃO ERA NADA COMPARADO A OUTRAS PESSOAS. EM MEIO O BRANCO DA NEVE, SANS OBSERVAVA O JOGO DA GAROTA, SE APROXIMANDO AOS POUCOS:

— O que está fazendo aqui?

— Ah, eu enchi muito o papo do Papyrus, tanto que ele ficou extremamente irritado comigo e me mandou embora logo depois, ele vai ficar a noite toda trabalhando na próxima armadilha dele.

— Hum...

HAVIA FICADO SEM JEITO NA PRESENÇA DE SANS, PARANDO IMEDIATAMENTE DE BRINCAR NAQUELE JOGO:

— Parece que você se interessou pelo meu joguinho...

— Hein, é seu?

— Claro, mas não serve pra muita coisa já que não há um objetivo claro com ele, além de não te transmitir nenhuma ameaça.

A GAROTA FOI SE APROXIMANDO DELE:

— Porque seu irmão quer me machucar?

— Não sei bem, acho que você só arrebentada pra Undyne daria a ele alguma honra ou algo maior, sei lá.

— Isso não faz sentido nenhum.

— Pra ele faz...

FICOU MEIO INCRÉDULA, AQUELAS AÇÕES FAZIAM PAPYRUS PARECER UM MONSTRO, UM MONS... UMA PESSOA HORRÍVEL, COMO NÃO PODIA LIGAR PARA A VIDA DE ALGUÉM, QUE CRIATURA FARIA ISSO? E ESSA UNDYNE, PARA QUE PRECISAVA DE UM HUMANO, QUAL A NECESSIDADE? FAZER ESSAS PERGUNTAS ERA INÚTIL AGORA. ELA ESTAVA COM A EXPRESSÃO MEIO VAGA:

— Você tá bem?

—... Sim, só meio cansada mesmo...

— Ué, então dorme uai.

— Como, aqui no chão?

— Claro! Eu mesmo já fiz isso mais de uma vez.

— Tá, mas você não tava sendo alvo de todo mundo do subterrâneo certo? Até agora, só você, Toriel e aqueles do Grillby's foram legais comigo...

— A galera lá no Grillby's... Não foram legais com você...

— ... Hã?

— Eles não te mataram, unicamente, por você ser minha acompanhante, senão estaria em decomposição lá no chão do bar... Eles falaram com você, porque começaram a simpatizar com você.

A RESPIRAÇÃO DE FRISK ESTAVA PESADA, REALMENTE TODOS QUERIAM MATÁ-LA SEM EXCESSÃO? MAS ATÉ CERTO PONTO ELES FORAM LEGAIS, MAS... SEM FINGIMENTO? NÃO ESTAVA FRUSTRADA NEM DECEPCIONADA, ESTAVA CHATEADA:

— Então você está certa, todo mundo quer te matar... Menos eu e Toriel, somente.

DELA DESCEU UMA LÁGRIMA, MAS A ENXUGOU RAPIDAMENTE, NÃO QUERIA CHORAR NA FRENTE DELE:

— Isso é...

— Diga o que quiser, mas Toriel já me fez prometer te proteger, então pode me dar sua confiança e eu serei leal.

ELA OLHOU EM SUAS ÓRBITAS CLAREADAS, O SORRISO QU JAMAIS SAIA DO ROSTO A DAVA UM POUCO DE ESPERANÇA E CONFORTO, ELA SORRIU:

— Você não vai morrer tão cedo na minha mão.

SUSPIROU EM ALÍVIO, PENSANDO NAQUELA SUGESTÃO ANTERIOR, AGACHOU NA NEVE FOFA E DEITOU DE LADO:

— Mas o que você tá fazendo?

— Você tinha dito pra dormir aqui mesmo não foi? Além disso, eu já não aguento mais meus olhos abertos.

— Ah tá, fica a vontade.

DISSE O ESQUELETO, SE AFASTANDO DA GAROTA AOS POUCOS, ENQUANTO ELA DORMIA NA TERRA ESBRANQUIÇADA. E PELO RESTO DA "NOITE", SANS PROTEGEU DE QUALQUER AMEAÇA QUE RONDAVA POR ALI ENQUANTO ELA DESCANSAVA.

—-----------------------_----------------------_-------

A cidade de Snowdin ficava cheia muito rápido quando amanhecia, desde que Frisk passou por ali, o mundo tinha ficado diferente lá embaixo. Snowdin nunca teve tantos moradores assim; a população se mesclava entre monstros e humanos da mesma forma que acontecia na superfície, porém lá embaixo eram uma sociedade pacifista e harmoniosa.

Hyonno, uma auxiliar do bar de Grillby, estava agitando os panos que usavam para limpar os copos e utensílios do estabelecimento. Neste momento caminhava Creek, o pupilo de Napstablook, cumprimentando a garota:

— Opa, eai Hyonno!

— Ah, olá Naps...

Naps era uma maneira de como ela o chamava quando estava chateada ou de mal com ele, pois ele era tão piadista quanto Sans a ponto de preenche-la de raiva, assim que voltava a pronunciar "Creek" era quando ele estava perdoado. Daquela vez era porque tinha recebido piadas de mal gosto dele:

— Ah, qual é, ainda está nessa?

— Naps, eu só irei parar com esse nome quando eu achar que devo.

— Tá... O que eu vou te dizer pra contradizer?

— Humph...

Continuou abanando os panos em frente aos cabelos negros do garoto e seus dentes afiados que a assustavam de certa forma; porém aquilo não passava do seu poder do medo conquistado com Napstablook.

Sendo um pupilo de um fantasma, Creek certamente demonstraria angustia e pavor aos que o observava, não sabia ao certo o que ele poderia estar aprendendo, mas ele mostrava uma coisa ou outra para Hyonno quando podia. Mesmo que, de vez em quando, ela não demonstrasse nenhum interesse.

— Bem... Eu esqueci de lhe dizer bom dia!

— Bom dia...

— Você não vai render assunto?

— Eu não...

— Poxa, Hyonno, foi só uma piadinha inofensiva, nada mais que isso!

— Desculpa, pra mim foi sim...

— Ora, tem gente que faz coisa pior... Olha o Nick por exemplo...

— Não vem falar do Nickolas, sabe que isso é emotivo de mais pra ele.

— Mas ele nem aqui está pra ouvir.

Muitos pupilos se conheciam bem, Creek e Nick não eram próximos antes do intercâmbio; já Hyonno e Bool eram amigos queridos, e o garoto a apresentou o Nickolas fazendo uma boa amizade. Creek veio mais tarde, conhecendo Hyonno e Bool em uma conversa no bar a dois anos, Nick o conheceu lá também por convite de Bool mas não chegou a fortificar seus laços com ele, não tinha vontade. Então os dois nunca afirmaram uma amizade leal:

— Afinal, porque você tem esse problema de ficar falando com cuidado ao citar o nome do Nickolas?

— E que ele é legal e amável, e eu não quero falar mal dele só isso, aliás você deveria conhecê-lo melhor.

Ela disse integra, tentando convencer o garoto:

— Quem sabe na próxima?

Em seguida passou-se uma carruagem do palácio pela rua, com dificuldade por conta da neve; alguma coisa importante com certeza, se guiava a New Home:

— Ora Ora, parece que algo maior tá pra acontecer, já que tem algum tempo que uma carruagem levou Sans para o castelo, depois veio outra com Papyrus e agora essa vai de janelas fechadas... Mas é só teoria minha...

O garoto voltou para a amiga, com um de seus olhos em mão, era um de seus truques... Em que ela não teve o menor interesse:

— Te vejo por aí!

— Hummm...

—_____________________________________________

Na carruagem vinha Papyrus, ele queria ter uma conversa com Toriel. Além de um guarda, ele também coletava informações sobre qualquer situação para suas majestade, mas em questão sobre o que acontecia do outro lado da fronteira para ele era um mistério.

Mais tarde assim que saiu da carruagem, os dois caminhavam sobre o parapeito de uma das torres do castelo enquanto conversavam sobre o assunto:

— ENTÃO, O QUE EXATAMENTE TA ACONTECENDO LÁ DO OUTRO LADO MAJESTADE?

— Tudo o que eu sei, foi contado por você Papyrus.

— MAS NÃO PODE SER, VOCE DEVE SABER ALGO A MAIS! OU DUAS...

— Não, é você que me contou tudo, lembra?

— ...EH... AH, NEM O QUE CAUSOU ISSO VOCÊ TEM UMA TEORIA?

— Eu nunca fui ao outro lado pra saber...

Ela encostou ao parapeito, olhando a divisa sombreada la embaixo:

— ...Eu já tive a oportunidade mas... Jamais entrei na fronteira, Agora entrou em meu lugar...

— O que quer dizer com isso majestade?

— É uma longa história Papyrus...

Nesse momento, uma sombra passou por eles, quase avistado por Toriel caso Papyrus não tivesse atraído a atenção dela:

— NÃO, QUE É ISSO, EU NAO ME IMPORTO DE ESCUTAR.

— Mas você não tem ronda agora?

— TEM GENTE QUE PODE FAZER POR MIM, ALÉM DISSO, VOCÊ QUE É A GOVERNADORA E VEM EM PRIMEIRO LUGAR.

Toriel sorriu um pouco, Agora ficava tão ocupado quanto ela e nesses tempos vagos ela ficava muito sozinha, então começou a contar sua História.

Papyrus tinha sido esperto, se não tivesse virado chamado a atenção de sua governanta a visão dela teria pego um vulto, uma garota pequena e esguia se jogando do telhado e se impulsionando ao ar com um osso invocado do chão que desapareceu assim que voou atravessando a divisa.

Papyrus auxiliou uma humana burlar a segurança do castelo.

—----------------------------------_--------------_------

No dia anterior, quando Frisk disse que queria ajudar com o problema no qual enfrentavam, a intenção era de que cumprisse com o pedido de Asriel; mas naquele momento em que refletia, relacionou o que ele tinha dito "Cuide de mamãe e papai" com o que havia interpretado "Ajude mamãe e papai", não tinha muito sentido agora.

De qualquer modo, naquela manhã, acordaram e sem pensar duas vezes reiniciaram a caminhada ao destino, seja lá qual fosse. Bool comeu o que trouxe da bagagem que montou, Frisk pegou uma marmita em que sua mãe... Que ela havia feito e que estava em sua mochila que montou em casa, já Sans bebia um frasco de Ketchup, enfim, em um tempo mais tarde sobre a caminhada, a menina teve um pensamento ao qual compartilhou com Sans:

— Sans, quanto a Nick?

— Sei lá, tomara que morra de fome...

— Eh... você não tá falando sério né?

— É claro que não, sou piadista poxa. Eu não sei do Nickolas, ele entrou pelo mato e não o vi mais, tomara que dê um jeito de sobreviver aí, pelo menos ele aprende a improvisar no meio do mato.

Isso a deixou um pouco preocupada; então quando Bool a deixou para trás, ela abriu a mochila e despejou uma pêra no chão e se aprontou novamente:

— Frisk, você vem ou não?

— Já vou!

Correu em disparada para ficar junto a eles, mas antes escutou alguém aterrissando nas folhas secas, olhou para trás procurando quem fosse mas não havia ninguém, nem mesmo a fruta que tinha acabado de deixar.

Depois continuou a correr junto deles, com um enorme sorriso.

Pelo caminho eles passavam por inclives e declives, riachos secos, árvores mortas, sempre com uma boa conversa na ponta da língua:

— Mas como você conheceu Nick, Bool?

— Ah, eu e ele já se via todo dia, nós passávamos pelo mesmo caminho e um dia a gente quis conversar mais pra fortalecer a amizade, por que a gente só se conhecia de olho. Quando nossos treinos se amenizaram, a gente não se desgrudou mais e nos tornamos um trio; eu, ele e uma amiga minha, sabemos quase tudo um do outro.

— Bem interessante! Eu tinha dois amigos que eram muito próximos de mim, Cyter e Angelina; só que eles não estão falando muito comigo, até porque minha mãe me fez parecer besticísta...

— Ora, não se preocupe com isso, caso eles realmente sejam seus amigos, não vão ligar para o que você parece e sim para o que você é!

Isso a confortou um pouco:

— Tem razão.

O garoto se sentiu satisfeito pela resposta, enquanto Frisk estava mais leve por deixar ir embora alguns sentimentos reprimidos. Sans sentia o sorriso da garota, fazendo ele um pouquinho alegre. Sem que percebessem, o bosque se encheu de névoa preenchendo o espaço envolta deles, isso causou certa preocupação, principalmente em Bool:

— M-mas, o que...

— AH PRONTO! TAVA BOM DEMAIS PARA SER VERDADE!!!

— Opa que isso, calma aí Bool, relaxa tá. Não começa com o seu chilique por favor, se não sou eu quem vai ficar doido.

— AH, PERDÃO SEU ESQUELETO DE CONTROLE TOTAL SOBRE EMOÇÃO, EU NÃO SOU DO MESMO JEITO OK?

— Eu também tô estranhando, E-S-T-R-A-N-H-A-N-D-O, a névoa só abaixou, que mal tem isso?

— MAS ASSIM?

— QUER PARA DE GRITAR FI DE RAPARIGA!!

— DEIXE O NOME DA MINHA MÃE FORA DA SUA BOCA, ESQUELETO DO INFERNO!

— PoRrA, QueRem PaRaR dE BriGaR FilHos Da PutA, É só PrA isSO QuE SerVeM???

Os garotos pararam de gritar no exato momento, observando ela espantados com o que ouviram; aconteceu de novo, a personalidade dela ia de pacifista pra uma pessoa grosseira e ignorante num estalar de dedos, estava começando a ficar com medo disso:

— De-desculpa..., eu não queria... Não foi intenção...

— Tá certo, as vezes a gente desliza de vez em quando, não se deixe sentir culpada por palavras.

Sans dizia enquanto se aproximava de Frisk:

— A única coisa que precisamos fazer é ficar juntos pra ninguém se perder, certo Bool?

O garoto já havia sumido afundo da névoa:

— Droga, o que eu tava falando? Você não escutou? NÃO SE SEPAREM, VAMOS FICAR JUNTOS! Será que eu tenho que gritar pra entender? Porcaria, Frisk fica perto...

Se virou para ela mas também não estava em sua vista:

— Então tá...

Estava sozinho em um silêncio angustiante; abriu um pequeno Blaster acima de si por conta de segurança:

— Certo, quem quer que seja nessa Bodega eu vou dar um cacete, pode vir pra cima que eu tô pronto desgrama!

Andava com o olhar em todos os lados, vendo todos os cantos e esperando por algum ataque. A neve em seus pés se acumulava enquanto procurava a possível ameaça, olhava querendo encontrar Bool ou Frisk com a esperança de acha-los... Mas... Neve?!

Olhou para seus pés, estavam cobertos de neve, como? Não havia nevado no bosque para estar tão cheio de neve, não era Snowdin com certeza, mas o que era isso?? Foi quando ouviu passos bem atrás dele, se virou bruscamente com o Blaster carregado, até que...

— Ôpa Sans! Que isso? Não gostei da brincadeira...Mas seu Blaster é legal!

Imediatamente desfez o Blaster e ficou besta com a situação em que se encontrava; a frente dele estava Alkey, a criança que tinha a alma da Perseverança...

—---------------------------------------------------------

Bool caminhava com ânsia e medo, odiava as situações onde tudo estava fora de controle, ainda mais agora que estava com Sans e no seguinte já não o via mais, nem ele nem Frisk. Começava a se descontrolar por conta do pavor:

— AH! PORQUE?????PORQUE COMIGO?? EU NÃO GOSTO NEM UM POUCO DISSO!!!

Tentava se encontrar em meio a cegueira da névoa, porém gelou ao ouvir um grito feminino:

— Não! NÃO! NÃÃÃÃO!

Ao escutar, ele sentiu aquela voz muito familiar:

— Mãe? MÃE?! MÃÃE!!

Correu na direção que acreditava ser de onde vinha o grito:

— Onde você está? MÃE!

Entrou em desespero procurando por ela:

— Não por favor!! Por favor!!!

Enquanto ela gritava em desespero; escutava um barulho estranho, uma espécie de chicote, BATENDO NELA! Apertou o passo com o extremo de pavor visto em seus olhos, tinha que encontrá-la:

— CADÊ VOCÊ??

Escutava as lágrimas sofridas em gemidos de dor, quem havia batido nela? Finalmente estava próximo, os resmungos de sua Mãe estavam mais altos, ia encontrá-la, virou uma copa de árvore que avistou em meio a densa névoa e chegou...

— Mãe como você....

Tinha a encontrado, estava tão fácil de enxergá-la que nem parecia ter névoa em volta, mas a frente dele estava um homenzarrão de paletó e calças finas com o que parecia um cinto em mãos. Viu sua mãe uma segunda vez; observou e notou que realmente havia sido machucada, desde os lábios até a orelha estava marcado com o cinto, sua boca sangrava e seu olho inchava aos poucos, acumulando lágrimas:

— Terence? O-o que? Filho... não é nada...

Sua fúria veio da mesma velocidade que se esvaiu; o homenzarrão era ninguém menos que seu próprio pai, um homem muito "Ocupado", um homem maldito ao qual nunca valeu a pena:

— Você?

— O que faz aqui? Não mandei ir para o seu quarto?

— ...

— NÃO FOI??

— Sim... mas até onde sei, eu já cresci, não sou mais um garotinho em que você manda e desmando na sua vontade, até porque você nos abandonou, se lembra? Hein... "PAI"?

— Vai me desafiar dessa maneira?

— Eu? Mas é claro, por que não né?

— Ora moleque...

— Donavan não!! Ele é só uma criança!

— Cala a boca mulher! Eu vou ensinar a ele, além dele ter falado que não era mais um "Garotinho", vou mostrar a ele o orgulho que tem de sentir por fazer parte da família Fergusson!

— APRENDA QUE ESSE NOME SÓ ME DA NOJO!! EU SOU TERENCE BOGARD!!

O pai dele, Donavan Fergusson, fez a pior careta de desaprovação de todas:

— Vai se arrepender... praga... hoje você se torna homem...

Por essas palavras se têm uma certa noção de como Donavan tratava sua família, ele nunca lidou como se fosse uma família de verdade, sempre batia em sua mulher e sem motivo algum fazendo com que o psicológico dela fosse quebrado por conta dessas sessões de dor; Bool, ou Terence, sempre tentou intervir sendo ele vítima de ataques físicos tentando aparar entrando bem afrente de sua mãe; já faz três anos de que se livraram dele, mas o maldito jurou o garoto de morte e isso sempre lhe trouxe medo:

— Essa eu pago pra ver, diabo!

Bool disse íntegro de si mesmo; Donavan acabou por fechar os olhos na tentativa de conter sua fúria, se contorcendo por todo o corpo de uma maneira grotesca, fazendo suas mãos e braços se tornarem garras em forma de foice, seu corpo se espichava e seus dentes afiavam-se como navalhas. Havia se tornado algum tipo de besta ou demônio, mas não um monstro, o garoto se estremeceu inteiro:

— Caramba, por incrível que pareça, já tive um pesadelo assim!

Depois desse comentário, a criatura rugiu para ele.

—-----------------------------------------------------------------------------

Frisk estava completamente perdida junto a névoa que atrapalhava sua vista, tinha se assustado com o fato de Sans simplesmente sumir de sua vista, tentava entender e se achar no bosque. Controlava com calma sua respiração e estresse para que não perdesse o controle até que ouviu uma voz baixa vindo do fundo do bosque:

— Ei... tá perdida... precisa de ajuda?

Mesmo com um pouco de relutância, se aproximou da figura com a voz amena, como era um mundo novo, tinha que ter cuidado com qualquer coisa:

— ...S-Sim...

A sombra se aproximava aos poucos, com ela também vindo pra perto dela se abrindo um pouco:

— Calma, eu tô aqui, eu te protejo...

Estendeu a mão á garota procurando, aparentemente, conforta-la. Frisk não sabia se confiava ou não nessa voz um pouco suspeita , como Sans uma vez tinha dito: "Se quer ser pacifista seja, mas não saí confiando em todo mundo por que nem todo mundo é confiável como eu"; ela estava desconfiada da fidelidade do ser:

— Não se preocupe, eu vou te ajudar...

Frisk estava sozinha, não sabia o que fazer e nem pra onde ir, então aceitou o conforto. Deu a mão para a figura, ela sentiu a outra mão suave e pesada, e assim que ela apertou a mão dela(e) este começou a apertar bem forte fazendo doer:

— ...afinal, somos semelhantes, certo Frisk?

Foi possível perceber o rosto dela quando a névoa se dissipou um pouco, a garota era igual a Frisk, a única diferença era as bochechas rosadas e os olhos vermelhos.

—----_-----------------------_-------_-----_--_-_-_--_--

Aquele que não devia estar por ali, Nickolas Aulin, observava tudo nas copas das árvores de folhas secas. Via o trio lá embaixo completamente perdidos, correndo para todos os lados e gritando feito loucos, havia algum problema:

— O que é que tá acontecendo ali hein?

Disse a si mesmo enquanto percebia uma oportunidade de ajudar seus amigos com o que quer que estivesse acontecendo. Ao saltar da árvore que estava, chegou ao chão sendo recebido por um ataque, uma flecha rosada que deixava um rastro perfurante, só virou o pescoço para não ser atingido:

— Mas hein...

Do mesmo lugar vieram mais dessas flechas, Nick teve de sacar a espada para bloquea-los e se movimentou para não ser atingido pelos que passavam. Com a mão livre segurou a última flecha, a qual estava flamejante e lhe queimava a mão, essa última flecha fez gelar seu peito.

Só uma pessoa tinha essa habilidade, mas...

— O que...

Ao seu lado se aproximava uma forma zumbificada de uma antiga amiga:

— OlÁ NiCk, Há QuAnTo tEmPo!

Killima era uma monstrinha numa pelugem branca com orelhas de gato e olhos de coelho, uma amiga que o atacava sem piedade; mas não podia ser ela, porque ela estava morta a três anos!

— O Que? Como? Porque...

— Acalme-se Nick, porque... IsSo vAi aCaBaR lOgO!

Nickolas estava angustiado com a situação, porque... tinha sido Nickolas que havia manchado suas mãos com o sangue dela.

—---------------------------------------------------------

Corria pelo bosque inteiro, tentando escapar da enorme criatura que seu pai havia se tornado , mas logo iria ser alcançado.

Uma das coisas que Booglie o tinha ensinado além de se comunicar por telepatia, ensinou um treinamento físico e intenso para as pernas, e depois de dias, semanas e meses desse treino, percebeu que seu salto havia se intensificado fazendo ele alcançar alturas incríveis e distâncias extraordinárias; com isso, usou seu salto para driblar o diabo:

— Sabe, essa sua forma atual, era de como eu realmente via você todos os dias!

O diabo grunhiu em desprezo enquanto o garoto pulava por cima dele, aterrissa bem atrás e fazia o caminho contrário tentando recobrar o equilíbrio com dificuldade, tentava bolar alguma estratégia para fazer ele se atrasar e não alcança-lo, para só assim ele conseguir salvar sua mãe.

É claro que era esquisito o fato de que sua mãe do diabo estavam pelo subterrâneo, mas se ela precisava de ajuda ele faria sem pensar duas vezes. Porém sofreu um ataque do diabo, sendo arremesado contra uma árvore , sentiu imediatamente uma dor no ombro com o impacto, por sorte as lâminas só rasgaram lateralmente sua camisa e logo em seguida outro ataque quase arrancou fora sua cabeça se ele não tivesse se abaixado.

Avançou para a direita com as mãos no chão, a árvore estava caída com aquele ataque e o coração do garoto foi a garganta ao se levantar rapidamente e voltar a corrida:

— Maldito sejam os Fergusson!!

Mas pensou o que havia dito, o resto da família não era tão ruim assim, eles ajudavam emocionalmente sua mãe, porque seu pai tinha problemas até com a família dele assim.

—---------------------------_-----------------------------

Frisk engolia em seco quando finalmente conseguiu tirar a mão do aperto esmagador de sua sósia:

— Q-quem é você?

— Eu? Praticamente, me declaro filha da determinação, Meu nome é Chara!

Chara? Naquele fatídico dia, Asriel havia falado sobre esse nome:

— Mas... Porque havia dito que nós somos a mesma pessoa?

— Poxa, já esqueceu? Eu te fiz dizer aquelas coisas, te manipulando fazer e dizer o que realmente deveria; quando chingou os meninos mais cedo, fui eu!

— Meu deslizes! São você?

— Sim bela dama! Eu coloquei as palavras em sua boca e você disse, facinho!

— Mas porque? Qual o motivo de você ter feito uma coisa dessas?

Ela sorriu, a boca alargada e amedrontado a garota:

— Porque... Só assim vou poder dominar o seu corpo, a única forma de fazer isso era aumentando seu LOVE, mas você mudou para o lado dos fracos e covardes virando uma pacifista e acabando com todas as minha chances!

— O que?

— Vamos Frisk, nao se faça de boba, você entendeu o que eu quis dizer.

Naquele mundo, LOVE era o medidor de maldade que você fez na sua vida, quanto mais você fazia alguém sofrer, mais LOVE você recebia. Frisk nunca havia feito alguém sofrer, portanto seu nível era de zero, o que frustrava Chara:

— Eu tento forçar você cometer atos cruéis, mas a única coisa que faz é falar palavrões e ofender os outros, desse jeito seu LOVE nunca vai aumentar.

Frisk sabia muito bem o que isso significava; arrasar, machucar, MATAR, não era isso que procurava. Sans havia dito que se ela quisesse ser amigo de alguém, deveria manter seu LOVE abaixado, para ser sincera, Sans havia ensinado quase tudo do subterrâneo para ela:

— Vejo que nem todo os cem por cento de sua mentalidade está focado em mim, está aonde? No Sans?

— hã...n-não.

— Toriel?

— Não...

— Então é Asgore? Ah não espera aí, não ficou com ele tempo o suficiente para simpatizar com ele né?

— Não! Não é porque não tenho simpatia por alguém que eu tenho que odiar essa pessoa.

— Eu penso bem diferente; a compaixão é necessária para decidir quem vive e quem morre, e eu não tenho compaixão por ninguém.

Ela dizia com prazer, fazendo Frisk se surpreender com o comentário:

— Você...é...um demônio!

— O que? A palavra "monstro" saiu da sua boca? Não pode né?

— P-Por que você quer meu corpo?

A garota tremia e engolia em seco enquanto Chara se aproximou bruscamente dela:

— Eu o quero pra poder acabar com esse mundo patético e doentio que me fez sofrer até o fim da minha vida de bosta!

— Mas o que fizeram pra você sentir tanto ódio?

— Acho que isso não é da sua conta Frisk.

Ela disse suavemente, naquela altura, Frisk estava com tanto medo e se esforçava tanto para não deixar suas lágrimas descerem, que começava a perder parte de seu fôlego:

— De uma forma ou de outra, eu voltarei viva neste mundo, e quando acontecer, tudo vai acabar!

Frisk recuperou o fôlego perdido:

— Mas...

— Oi? Disse algo?

— Mas... Vai voltar... Mas, não no meu corpo...

Está frase fez a psicopata arregalar os olhos em deboche:

— Veja só! Alguém ficou corajosa de repente. Bem fascinante.

Frisk a olhava com um ar valente, afinal havia determinação na sua alma. Mas num piscar de olhos, Chara segurou o pescoço de Frisk contra uma árvore, tão forte que Frisk achou que a qualquer minuto iria quebrar:

— NãO iMpOrTa o QuE vOCê DiGa, eU iRei TomAr sEu CoRpo cOm ou SeM a sUa perMiSSãO, e Se eU Não cOnSeGuIr, Eu VolTaRei nuM cORpo cOm dEtErMinAçÃo O SuFiCiEnTe, E aSsIm eU VoU mAtAr Com VONtaDe eSsE sEu eSqUeLeto QueRiDiNhO e VeR vOcê dEsTruiDa Em LáGrImas!!!

A dor subia a cabeça de Frisk, a deixando angustiada...

—---------------------------------------------------------

Sans estava frente a frente com Alkey, a criança que tinha a alma da Perseverança, seus óculos reluziam ao olhar para ele, segurava flores de cristal encandecente, encontrados somente em Snowdin:

— Eu juntei algumas delas, são realmente cheirosas e bonitas mesmo!

Sans não tinha palavras sobre a situação em que se encontra; Ele havia feito de tudo para conseguir levá-lo de volta pra casa, mas não havia conseguido pois... tinham o matado. Claro que não fazia sentido, mas estava soando, não entendia do porque ele estar bem na sua frente e vivo:

— Alkey... Você...

Sorriu e deu de costas para o esqueleto:

— Vamos, temos que ir para Waterfalls como tinha falado que íamos, lembra?

Ele foi andando até uma caverna que brilhava, aos poucos Sans o alcançava em meio a escuridão naquela lembrança tangível. Aprofundando na caverna, ele viu Alkey pulando sobre pedras em um riacho ao lado:

— Alkey... Como é que você...

— Você tá estranho Sans, tem algum problema?

Ele estava com um olhar preocupado e sua garganta bloqueou qualquer resposta imediata; é realmente estranho quando se diz "Estou sentindo meu peito" quando se é um esqueleto, mas por algum motivo desconhecido, realmente sentia:

— Eu? Não tô com problema nenhum.

O garoto saltou até ele com uma alegria intensa, estava curtindo o subterrâneo até agora, e disse baixinho só pra ele escutar:

— Ainda tenho perseverança de que você é um monstro legal diferente dos outros que aqui vivem, e que um dia eles vão ser tão legais quanto você!

Avançou o caminho, aprofundando dentro da caverna de Waterfalls:

— De todos os monstros que existem e esqueletos que co-existem, você é o melhor de todos, deixe isso sempre em mente!

Ele já tinha escutado aquilo, o que era? Já tinha tanto tempo:

— Sans, tá tudo bem mesmo?

Alkey percebeu como o amigo estava meio estranho, nervoso com o momento atual. Ele fazia de tudo para tentar se lembrar dessa memória, evitava muito isso nos últimos anos para deixar seu trauma de lado:

— Sans?

— Hã o que... Ah sim, eu tô legal sim, não se preocupa comigo...

— Aqui, a gente vai conseguir chegar em casa, eu sei que houve outros três que passaram por aqui e acabaram morrendo mas eu sei que nós vamos conseguir sim!

O esqueleto assentiu, parece que a alma da Perseverança era bem positiva, onde aparentava:

— Além disso, eu esqueci, Waterfalls é bem linda mas... Temos que prosseguir né? Qual o próximo lugar que a gente vai? Eu realmente esqueci qual o...

Antes que pudesse terminar sua fala, Papyrus demonstrou estar escondido entre as sombras, logo saltou sobre o menino fazendo ele cair no chão; nem Sans pôde dizer nada, porque a cena seguinte lhe fez perder todas as falas.

Papyrus esmurrou sem perdão a cabeça de Alkey, o golpe fez sua mão atravessar a cabeça dele, estourando seus miolos e manchando toda sua fantasia de sangue. Sans estava chocado, só agora se lembrava claramente do que tinha acontecido naquela época:

— SANS! EU CONSEGUI SANS! EU PEGUEI UM HUMAAANO!! ELE IA TR PEGAR, SÓ QUE EU FUI MAIS LIGEIRO!! NYAHAHAHAHAHAHA!!

Não havia perigo, o garoto não queria fazer nada, só ir para casa. Sans apenas estava o acompanhando. Mas... Agora não iria acontecer, por causa de Papyrus, a culpa era dele, mas ele queria era cumprir os olhos dele, infelizmente se baseava em caçar, encontrar e... Executar os humanos:

— IRMÃO! EU FINALMENTE CONSEGUI! ESTÁ FELIZ POR MIM? EU CONTINUO SENDO SEU EXEMPLO? CONTINUO IRMÃO? HEIN?

Queria poder estar feliz por ele, mas não conseguia sorrir, não conseguia dizer nada, pois naquele meio tempo tinha construído uma amizade com o garoto e estava empenhado a levá-lo para casa, estava em choque e na vontade de chorar. Mas o que fez foi correr para longe:

— SAAANS!!! AONDE VAI? O QUE ACONTECEU? O QUE EU FIZ??

Correndo pra longe, foi se aprofundando da caverna, tentava afastar estes pensamentos para não perder sua sanidade e seu conhecimento de que tudo aquilo era falso. Ficou escorado em uma parede depois de correr muito, quase se entregou a ilusão como se fosse uma primeira vez aquela situação. Sua respiração não acompanhava seus pensamentos, precisava de um tempo, mesmo sendo uma ilusão, parecia muito real.

—---------------------------------------------------_-----

Alguns metros após o portão da fronteira, uma garota corria a toda velocidade em meio ao bosque de árvores secas, tentando seguir o mesmo caminho do trio. Até que chegou, vendo quatro pessoas bem a frente, quase não os via por conta da névoa; reconheceu eles com os dados informados por Papyrus, Sans estava em desespero numa árvore, Frisk estava noutra sendo enforcada pelo vento enquanto Nick e Bool lutavam contra o ar:

— O que tá acontecendo aqui?

Observou Nick, enquanto lutava, sua boca sibilava algum nome ao qual demorou um pouco para reconhecer: Killima. Não era esse o nome da amiga que Nick perdeu? Viu então que Sans chorava e Bool suava, então montou sua teoria; Killima era um trauma que Nick tentava suportar, e Sans parecia estar passando pela mesma coisa no seu canto, poderiam estar em uma ilusão dos seus piores medos? Já que existia uma certa maldição em Snowdin que era parecida, mas havia sumido de repente, explicaria também o comportamento estranho do quarteto. Então todos estão vendo seus piores traumas!

— Então é isso? Significa que Sans está vendo as crianças... De qualquer forma, eu vou ter que intervir.

Antes de conseguir alcançar eles, uma voz chamou sua atenção:

— Oi princesa tudo bem? Vem aqui?

Um homem de meia idade se aproximava dela com um sorriso maligno em seu rosto, a garota sabia exatamente o que significava, sem enrolação, gesticulou seu pulso e dele saiu um osso que se estendeu até o pescoço do homem, atravessando:

— Aqui, eu já superei este medo, não vai rolar.

Fez um movimento e o osso retornou para seu lugar de origem, sangrando um pouco, ela retirou uma gaze de seu shorts e o enfaixou:

— Mas valeu a tentativa.

E saiu correndo, mordendo a faixa para terminar de se enfaixar, em direção ao quarteto.

—---------------------------------------------------------

— NaDa vAi fUgiR dE mIm, tUdO vAi SeR rUínAs aSsIm qUe Eu VolTaR. PrImeIraMeNtE vOu MaTaR sEu eSqUeLeto dE MeRda, DepOis ToRiEl, DEpoiS aSgORe, Um Por uM dE cAdA Ser eXiStenTe NeSte mUnDo InsiGnIfIcAntE aTÉ SoBraaR nÍnGueM e VOcê sEnTir a PioR doR nA qUal Você jAmaIs sEntIU nA VidA MisERávEL! MaS eU vOu dEiXar umA pEssoA pOr úLtImo, sUa mÃe, iSsO vaI sEr deLicIoSo, Vou TEr MuiTo PraZer nIsso, Vai mE eNcHeR dE TeSão!

Frisk já estava derrotada em lágrimas enquanto ela dizia aquelas atrocidades, sua sósia parecia satisfeita:

— E depois vai ser você... E nisso eu farei lentamente e com MUITA dor. Ou melhor! Eu farei você sofrer pra sempre! Posso fazer você reviver a morte de suas pessoas favoritas e em seguida a destruição do seu mundo! Vou pensar com carinho ao ter o Reset nas minhas mãos!

Quando ouviu aquela palavra, Frisk gelou completamente, não ouvia aquela palavra a muito tempo, Reset era um poder ao qual foi abençoada quando entrou no subterrâneo, sempre que acontecia algo com ela, imediatamente poderia retornar a vida a partir de uma luz que brilhava sempre no fim do túnel da vida. Ou em outros casos, poderia voltar desde o início dos tempos, para refazer tudo de novo se quisesse. Mas nunca teve um motivo para utilizar dessa maneira:

— M-mas... Como você... Conseguiria fazer isso? Como teria o Reset em mãos?

— Ah Frisk, você o deixou a cinco anos atrás, agora ele perambula por este mundo triste sem rumo algum. Quando eu retornar, vou encontrar e serei a Deusa da destruição e do caos, mais precisamente, uma demônia como você mesma disse!

Era assustador o modo de como ela falava tão concretamente os seus desejos, como se ela estivesse certa de que aconteceria, aquilo a assustava tanto. Mas naquele momento ela engoliu o choro, respirou fundo mesmo com falta de fôlego, fixando seu olhar nos olhos dela com dificuldade:

— N-não...

— Hã? De novo com essa descarga de coragem?

Prontou um ar mais íntegro antes de continuar a falar:

— É claro... Afinal, somos iguais não é? Tanto... Tanto eu quanto você temos determinação, certo? Então posso ser a única pessoa que pode te impedir certo?

— Peraí... Me impedir, ou seja, me deter?

Ela riu de Frisk, numa forma debochada:

— NÃO ME FACA RIR! VOCÊ DO JEITO QUE É, UMA PACIFISTA, ME DERROTAR?

Seu rosto estava derretendo e completamente deformado quando gritava aquelas palavras, estava cada vez mais assustadora:

— NÃO VENHA COM ESSAS IDEIAS ESTÚPIDAS PRA CIMA DE MIM SUA FRACA MALDITA!!

— ...Chara, se somos quase iguais... Você pode me matar. Quem garante que eu não posso fazer a mesma coisa?

— ESSA EU PAGO PRA VER, SUA INCRÉDULA!

— Então venha, tenha um novo corpo, e aí a gente vê quem vai ficar de pé por último.

Aquelas palavras sairam sem seu consentimento, assim de repente, essa sua adrenalina se foi rapidamente e logo estava insegura mas tentando fingir sua força:

— TUDO BEM, TÁ APOSTADO!

Chara afrouxou suas mãos no pescoço da garota, aos poucos seu rosto foi voltando ao normal. Passava a mãos por seus cabelos castanhos:

— Enfim, se é isso, eu te vejo por aí. Ah, eu esqueci né, estou dentro de você. Te recomendaria ficar com os olhos bem abertos!

Gesticulava com as mãos bem perto dos olhos de Frisk. Assim soltou seu pescoço e sumiu na nevoa, soltando uma risada pesada e psicopata.

Foi aí que Frisk desfaleceu sobre a árvore, finalmente recuperou o fôlego deixando suas lágrimas escorrerem livremente. Tremia com a cabeça entre as pernas, seu medo começava a domina-la, só controlava sua vontade de gritar.

—____________________________________________

Sans, encostado nas paredes de Waterfalls, respirando pesadamente querendo desver aquela visão terrível que acabou de presenciar novamente. Sem perceber, uma voz fina invadiu sua mente:

—Sans?

Olhou para frente rapidamente ao reconhecer aquela voz, lá estava mais uma criança , Callie a alma da justiça. Uma garotinha de nove anos que amava histórias de Caubói, lembrava do chapéu igual a de xerifes antigos ao qual ela tinha. Ela foi uma das que mais precisavam dele pela idade baixa, ele evitou Snowdin por ela. Não queria ver ela morrer de novo, de novo não!

— C-Calie? Você... Você tá bem?!

— Eu tô... Mas você tá?

— Eu? Estou melhor agora, já está pronta pra ir?

Decidiu que tentaria ajudá-la, enquanto levantava, queria saber se poderia mudar o futuro trágico de sua pequena amiga:

— Sim! Eu tô "ponta"!

Renovado, ele dá a mão para a menina, levando em segurança para HotLands:

— Mas pra onde vamos mesmo?

— Pra casa, tenho certeza.

—-------------------------------_--------------_---------

O garoto estava escondendo-se do diabo,ele andava cheirando com seus passos profundos que esmagava a neve, para Bool faltava muito o que aprender sobre técnicas de combate. Lhe veio a ideia, de que ao sobreviver aquilo, iria pedir a Sans para ensinar algumas coisinhas.

Sua mente ficou completamente vazia, assim que percebeu o diabo fintando seu corpo escondido.

—_____________________________________________

Nickolas defendia a maior parte dos golpes desferidos de sua amiga, fazia de tudo para não machucá-la mas cada minuto que se passava ela forçava mais os ataques e ficava difícil de bloquear cada um deles:

— VaMoS NicK, ReViDA!! FaçA dO mEsMo JeitO A trÊS Anos!!

— Não! Eu não...

Sua respiração estava abafada e pesada, Killima tentava matá-lo de qualquer jeito, isso o deixava muito desconfortável. Ela nunca foi desse jeito:

— NãO o Que nIcK? Diz PrA MiM!

Um ataque com sua mão direita, utilizando suas garras flamejantes, passou perto do rosto dele, em seguida com a garra esquerda rasgou e queimou a camisa do garoto. Tentando apagar o fogo da roupa, foi surpreendido por um chute no rosto que o fez ser arremessado até a arvore mais próxima:

— PurA SorTe NicK! EsSe FoI FRaCo E Sem MIra EsPerE PElo PrÓXiMo!!

Recuperou o fôlego do golpe sofrido e se levantou em seguida com a mão na bainha, pensando calmamente no que fazer e no que dizer e no que... no que pensar! Estava completamente abalado por estar sendo atacado e ofendido por sua melhor amiga:

— Você VaI SenTir A Dor Da MOrTe! Vai Se ARREpEnDer De TeR Me MataDo!

A pressão dele subiu, agarrou a bainha com força até sua mão ficar branca, ele estava perdidamente desesperado enquanto a garota avançava contra ele incessantemente.

Mas, ao pensar na sua última fala, Nick entendeu algo, pois quando Killima chegou bem perto, ela foi atravessada pela espada que estava nas mãos dele:

— Em primeiro lugar, eu sei que ela nunca me culparia por isso até porque ela mesma sabe que eu não fiz aquilo sem um motivo...

O garoto retirou a espada cravada no peito dela, sua voz aumentou o tom ao concluir seus fatos:

— ...Segundamente, eu sei que você mão é real pois sua alma está sobre minha observação em outro lugar, então lhe digo mais sua cópia descarada...

Posicionou seus braços em direção á monstrinha, a qual gemia de dor e esbanjava um sangue falso que se esvaia junto a névoa:

— ... Eu sinto falta da Killima, só isso. E NÃO REMORSO PELO QUE FIZ!!!

Com um único movimento, ele a decapitou. Antes que a cabeça chegasse ao chão, seu corpo se desfez em cinzas que logo se misturavam ao nevoeiro:

— E além do mais, boa ou não, uma farsa nunca se esconde pra sempre.

Guardou a espada na bainha das costas e suspirou, naquela época tinha feito a coisa certa...

... fez sim...

ela o perdoou e entendeu o que ele havia feito...

então tava tudo certo...

...Tava, né?

—--------------------------------------------------------

Sans e Callie caiminhavam pelas cachoeiras e rios de Waterfalls, não queria que ela sofresse por qualquer que fosse o motivo:

— Sans, a gente logo chega em HotyKandy?

— O que? Ah, HotLands que você quis dizer né?

— Oh, desculpe, é que Kandy é doce e eu estava com vontade.

— Entendo, mas aqui não se vende doces infelizmente. Mas respondendo sua pergunta, logo a gente chega lá. Em "HotLands".

— Sim!

Saltava de alegria, enquanto Sans olhava ao redor das paredes cavernosas e os fluxos aquáticos, foi quando sua atenção se fixou em algumas aranhas andando pelas paredes. Foi aí que se lembrou de alguns doces que realmente existiam por ali, tendo uma ideia:

— Callie, espera aqui um minutinho?

— Sim, mas aonde você vai?

— É uma surpresa!

— Oh! E eu vou gostar?

— Claro, vai adorar!

Ela riu e tapou seus olhos com as mãos, enquanto isso, Sans foi até a caverna onde se encontrava as aranhas e fez um pedido de Rosquinha de aranha, passou na sua cabeça que aquela "confeitaria" não estaria ali alguns meses depois, esqueceu do porque. Não parecia mas o gosto daquilo era tão doce quanto a um chocolate dos humanos, do mesmo jeito que Callie desejava, procurava a segurança dela o mesmo tanto que sua felicidade.

"Calma Sans" pensou consigo "Lembra de não ficar imersivo nessa memória, lembra da sua verdadeira realidade" parou e suspirou, realmente tinha de deixar em mente o que realmente era verdade e o que não era, assim se aproximou de onde havia deixado a garota, numa pedra próxima ao rio.

Mas ela não estava lá:

— Callie? CALLIE??

Começava a ficar frustrado das pessoas sumirem quando deixava claro "Fique perto" ou "Fica aqui". Guardou a rosquinha no bolso e caminhou ao longo do recinto na procura da garotinha:

— Callie, onde você está?

Correu o caminho que havia traçado para chegarem a HotLands, se ela não voltou para trás com certeza seguiu aquele caminho, seus passos desesperados eram acompanhados por sua vista grossa pelos arredores em sua procura. Até que notou uma bifurcação escondida em meio as sombras e as cachoeiras, correu por ali pois percebeu o chapéu de caubói dela jogado por ali. Chegando perto de uma estranha cavidade bem espaçosa parecendo uma sala, a encontrou:

— Callie!

— Oi Sans!

— O que... o que você tá fazendo aqui, eu não te pedi pra esperar lá?

— Eu segui o bichin.

— Que bichin?

— Aquele ali.

Ela apontou para uma criatura enorme e grotesca, que comia pedaços grandes de carne á qual não quis identificar do que era:

— VOCÊ ESTÁ COM ELA?

— Ah... sim, eu estou , porque da pergunta?

— NÃO, NADA DE MAIS, POIS ELA ESTAVA LÁ ATRÁS NO MEIO DO CAMINHO E SOZINHA.

— Desculpe, eu fui fazer uma coisa e a pedi para ela esperar um pouco.

— Sans! Qual era a surpresa?!

— Depois eu te conto.

— IMAGINE SÓ O QUE PODERIA TER ACONTECIDO A ELA, AINDA MAIS NESSES TEMPOS!

O gigante pegou seu último pedaço de carne que sobrava em sua mesa de rochas:

— Eu... não me preocupo muito com isso, até agora eu estava protegendo ela e além do mais se alguém quiser matá-la eu darei um trato nessa pessoa da pior forma possível.

Sans disse de uma forma sombria:

— SIM, ACREDITO EM VOCÊ.

— Sei; se você não se importa a gente já vai.

A dupla já ia caminhando, com Sans torcendo para ele deixar irem sem brigas. Mas ele se levantou de sua mesa improvisada, caminhou até uma das paredes vagarosamente e pegou uma pedra, riscando um símbolo: quatro palitos com um risco no meio, era um cinco:

— SABE QUE ELA SÓ VEIO ATÉ AQUI PORQUE EU CHAMEI A ATENÇÃO DELA, NÃO É?

"Não, não podia ser fácil não é?" Sans pensa antes de se virar para ele:

— Ah é? E porque?

— DOIS MOTIVOS; TODOS SABEM DA CAÇA ALMA PARA QUEBRAR A BARREIRA, TODAS AS ALMAS ENCONTRADAS DEVEM SER DIRECIONADAS AO REI. FAZENDO ISSO SERÁ RECOMPENSADO POR ISSO, EU SEREI RICO E PODEREI TODA A CARNE QUE EU QUISER!

Sans já ouviu aquele discurso alguma vez, em algum lugar. Mas de qualquer forma, essa ideia da caça alma era uma tolice inventada por Asgore, colocando preço em todas as almas humanas encontradas no subterrâneo. Aquele era só mais um pego nessa bobagem:

— E O SEGUNDO MOTIVO É...

Ele se direcionou aos dois, saindo das sombras e ficando completamente vísivel:

— ... É QUE ELA VAI SER MEU ALMOÇO DA TARDE, CARNE HUMANA É TÃO BOA!!

Estava tentando lembrar dele em meio a tantas memórias perdidas, enquanto o atiçava com o que podia:

— Ah é mesmo? Quero ver isso...

— SE DIZ QUE DÁ CONTA EM QUEM AMEAÇAR A SUA AMIGUINHA, ENTÃO TENTE ME IMPEDIR!

O monstro caminhava com seus passos pesados, um focinho de porco e chifres de boi, acompanhado por olhos roxos. Agora Sans o reconhecia, aquele monstro grotesco era o verdadeiro assassino de Callie no passado, ele matava ela a sangue frio. No passado havia encontrado o corpo dela bem a frente desse gigante, e sua fúria o vaporizou com um ataque; mas dessa vez seria diferente, não ia acontecer de novo com ele ali:

— Callie, atrás de mim!

Ela obedeceu imediatamente:

— SUPORTE SE PUDER, A IRA DE BUTOCONTE!!

Ele avançou esmurrando o chão, criando um paredão de pedras e jogando contra a dupla; seu poder então era baseado em rochas? Poderoso ou não, ele conseguiu parar em um ataque defensivo, respirando fundo:

— Ok, eu não vou ficar de gracinha contigo.

Abriu seu olho esquerdo após o ataque seguinte, começando a brilhar numa cor azulada outrora amarelada, piscando incessavelmente, naquele momento a luta realmente começou.

Em um salto Sans alcançou a cabeça dele e lhe aplicou um golpe de ossos que foram aparados rapidamente.

Notando a falha, deixou ser atacado para pegar impulso e voltar ao lado de Callie, lutar e proteger é bem mais díficil fazer do que dizer, fez uma sessão de ossos que foram mais produtivos do que o anterior:

— É SÓ DISSO DO QUE É FEITO? É PATÉTICO.

Tentou usar sua telecinesia de alma azul, mas ele era muito pesado para isso; DROGA, tinha esquecido que aquilo era uma ilusão e ficou imersivo de novo! Se teleportou e novamente estava acima dele, depois ao lado dele, embaixo e a frente dele, plantando Blaster que infelizmente foram destruidos pelo maldito:

— VOCÊ ESTAVA ME COLOCANDO MUITAS EXPECTATIVAS, MAS AGORA ESTOU DECEPCIONADO COM O SEU DESEMPENHO SADS!

Depois desse comentário, sua orelha explodiu num raio de plasma azulado, Sans havia plantado um Blaster no ponto cego do monstro que desentegrou sua orelha, fazendo com que grunhisse de dor:

— É Sans! E não Sads, não me subestime seu babaca!

Voltou novamente ao lado de Callie, a criança tremia:

— ORA SEU MOLEQUE DESGRAÇADO, VOCÊ QUE NÃO ME DEVE SUBESTIMAR A ESSES SEUS TRUQUES BARATOS!

Ele olhou para a dupla, Callie tão próxima dele, então começou a gritar:

— EU NÃO QUERIA ACERTAR A GAROTA PARA NÃO DANIFICÁ-LA, MAS SE ISSO VAI TE MANTER EM UM ÚNICO ESPAÇO ONDE POSSO TE ACERTAR FACIELMENTE! E AÍ VOCÊ MORRE!!

Ele bateu no que era pra ser o teto da caverna e rochas caíram rapidamente se transformando em estalactite controlados por Butoconte:

— ...VOCÊ CONSEGUE PROTEGE-LA?

— Atrás de mim, não saia de trás de mim!

Gritou para Callie, não queria vê-la morrer de novo, então preferia a velha amiga da desobediência longe dali naquele momento.

Bruscamente as estalactites foram lançadas contra eles, desviando como podia com seus ossos e blasters, passando por um fio sobre eles, usando muita da sua força contra eles e guardando um pouco para o contra-ataque. Assim que acabou, suspirou e olhou ao redor vendo os destroços que deixou:

— Tudo bem Callie?

— S-sim...

Repondeu sem fôlego, estes ataques foram mesmo assustadores, evitou entrar em contato com ela senão poderiam sofrer um ataque imediatamente:

— ESTOU IMPRESSIONADO, PORQUE NISSO VOCÊ CONSEGUIU SEM PROBLEMAS OU ARRANHÕES, ESTÁ MUITO EMPENHADO!!

— Para de falar como se me conhecesse bem.

— REALMENTE TEM RAZÃO, NÃO TE CONHEÇO, MAS POSSO LHE TESTAR A VONTADE!

Bateu na parede e rochas caíram sobre ele, teve de teleportar para não ser atingido:

— MUITO BOM, VOCÊ É VERDADEIRAMENTE TALENTOSO!

Sans bufava de ódio por ele:

— MAS VAI PRECISAR DE MAIS QUE ISSO PRA DERROTAR O PODEROSO...

Antes de terminar, um dos Blasters o perfurou no peito:

— HEHE, VAI PRECISAR DE MUITO MAIS QUE ISSO!

Um blaster muito maior, talvez o maior que já fez, pulverizou Butoconte a nada. Respirando um pouco, já que suas batalhas exigiam muito de sua energia; logo que virou para trás, viu que Callie continuava deitada... numa poça avermelhada e escura de sangue, seu sangue. Ela havia sido apunhalada por uma das estalactites, bem no ombro.

Aquele ar havia retornado e a angústia tomou conta dele; como pôde ignorá-la, mas se tivesse dado certa atenção, ele também poderia ter tido o mesmo fim, mas e daí, de novo aconteceu e ele não se perdoaria, em duas vezes deixou acontecer o mesmo fim.

Em vão, tudo em vão, Callie era tão pequena tendo uma vida longa pela frente, por que a vida era tão injusta?

— Maldição... DROGAAAAAAA!!!!

Praquejou em gritos por rever novamente um trauma, chorava aos limites pela justiça que se esvaiu antes e agora novamente por puro egoísmo e desatenção. Foi então que se lembrou do que iniciou essa confusão, enfiou a mão no bolso e de lá tirou o que havia ido buscar:

— Callie... olha só aquela surpresa que eu te prometi... uma Rosquinha de teia. Eu sei que você disse que queria um doce mas... o gosto é bom, exatamente do que você desejava, é muito bom. Aproveita tá... fica a vontade.

Com a voz chorosa e as mãos tremendo, deixou ali a rosquinha, bem ao lado do corpo gelado da garota:

— Thauzinho... Cowgirl...

E caminho, se afastou dela um pouquinho a pouquinho, com as lágrimas escorrendo sua face pálida.

Com as mãos enfiadas no fundo de sua jaqueta, continuava a andar sem rumo... até que:

— Ei espera!

"Não, de novo não" parava imediatamente, não queria ver quem era, nem precisou. Quem quer que seja, saltou o abraçando calorosamente:

— Sabia que você estava me deixando para trás?

Reconheceu a voz da mais velha deles, dezenove anos de idade e a alma da integridade.
Eegard foi uma das que sentiram menos medo ao passar pelo subterrâneo e quem durou mais tempo que os outros, exceto Frisk é claro. Aquela garota em especial, tinha uma paixonite em Sans, depois de um certo tempo ela deixou claro pra ele:

— De qualquer jeito, eu estou gostando muito daqui, é bem bonito e chamativo!

Ela andava meio que girando, observando tudo em sua volta.

Sans, depois de ver dois morrendo, não queria rever novamente mais uma, a última e mais dolorosa deles:

— Eegard, espera um pouco, eu queria te falar algo...

Os olhos da menina se encheram de brilho:

— Hum... o que é?

— Então... eu vim tendo umas visões hoje sobre outros que perdi enquanto os guiava para a superfície, eles morreram na minha frente... tá entendendo?

Ela levou com seriedade, até se quebrar em risos:

— Aiai Sans, não me leva a mal, mas suas piadas são bem engraçadas!

— Esse é o único problema em ser debochado! Eu sou tão bom que ninguém me leva a sério!

Caminhavam enquanto conversavam, cada vez mais próximos ao fim da caverna:

— Calma, você não precisa ficar estressado por conta de uma coisa boba dessas, é só uma brincadeira boba.

— Não, você não tá conseguindo entender! Você vai morrer Eegard! Se eu não puder protege-la de forma adequada e com atenção.

MAIS UMA VEZ! Estava tão imersivo naquela ilusão que se esquceu da realidade, tinha que sair daquilo de uma vez, ver se seus amigos estavam bem. Mas e Eegard, e se tivesse uma maneira de salva-la mas então ele fosse embora?

Não podia, deixar essa chance passar. Mas então, ela parou bem á sua frente, contemplando a vista de...

— Hotlands?

— É sim, Hotlands, perfeito!

Sua ironia era tão grande, que parecia tangível:

— Algum problema?

— Um único, quanto mais próximos de New home, mais expostos ficaremos no raio de Undyne.

— Undyne? Aquela lá de trás?

A garota lembrou de seu encontro recente com ela, assim que entrou, Undyne a perseguiu e mais do que por sorte ela conseguiu escapar:

— Sim, essa mesma, é por isso que eu tô tentando te falar pra ter cuidado porque ela pode estar em qualquer lugar... Literalmente.

— Ok, tá certo...

Dialogavam sobre a preocupação desnecessária de Sans, enquanto caminhavam pela trilha de pedras avermelhadas numa elevação sobre um rio de lava, o que parecia uma passarela de rochas. De repente, um tilintar de ferro chamou a atenção da dupla, olhando para trás se encontrava Undyne com sua armadura reluzente a iluminação ambiente. Não era preciso ser um gênio pra saber o que ela procurava:

— Eegard, corre...

— A-Agora?

— Não, vai ser às vinte e cinco horas do dia trinta e dois no mês treze, É CLARO QUE É AGORA!

Ele gritou com ela e a empurrou para o caminho oposto da guarda real, já Undyne forjou uma lança de energia em mãos e lançou contra os dois:

— VAMOS!!

O esqueleto apartou a lança com a mão em uma manobra ao ar, fazendo com que continuasse a correr facilmente ao lado da garota, sendo perseguido por uma Undyne furiosa. Em desespero, Sans quebrava todos os ataques que podia de Undyne enquanto protegia Undyne:

— NÃO PARE!!

Dizia a ela, atacando sem sucesso a guarda com seus ossos; Eegard usava todas as suas forças para fugir de sua assassina em seu encalço.

Rapidamente, a ameaça conseguiu alcançar Sans e o jogou para fora da passarela de rochas, se impulsionando para frente. Sem demora ele se teleportou á frente dela, bloqueado seu caminho deixando Eegard se afastar.

Ele a encarava com ódio, tinha péssimas lembranças dela antes dos acontecimentos datados de "Depois da barreira" que era onde Frisk destruiu a barreira e liberou os monstros exilados no subterrâneo. Undyne saltou para atacar, mas seu oponente abriu um Blaster que não a causou efeito nenhum por ter bloqueado e quase o acertou com outro ataque se este não fosse aparado por um de seus ossos. Observando e calculando a defesa, girou seu corpo entorno do osso retornou lhe acertou um chute.

O impacto arremessou seu corpo para fora da passarela novamente, teve de se teleportar de volta, e ao fazer isso parou para se recuperar um pouco. Com Sans fora do caminho, Undyne fez quatro lanças de energia e as mirou na garota, já ela se encontra em um paredão e acaba presa pelas lanças de energia que brilhava num azul fluorescente enjoativo, atravessavam sua roupa mais não a feriram, ainda.

Eegard viu sua morte de perto quando a guarda ameaçou um ataque, porém na mesma hora Sans apareceu e fez a alma de Undyne azul, utilizou sua telecinesia e a arremessou num corredor de rochas, seguidamente retirou as lanças que prendiam Eegard:

— Eu falei pra você parar?

Sem responder, ela fugiu para a sua esquerda, meio sem fôlego mas com muito medo, nesse momento Undyne saltou do amontoado de pedras que caíram em cima de si; ela arrancou seu capacete e o jogou fora por estar amassado, obviamente estava furiosa. A dupla estava em seu campo de vista, e a garota teria sido acertada por outra lança caso Sans não a tivesse empurrado para fora da passarela rochosa, caindo em uma pequena ilhota de pedras que boiavam no rio de lava, por um segundo, Sans ficou com o olhar de Undyne o fitando, pois em seguida ele sumiu. Deixando a guarda constrangida e irritada:

— SAAAAAAANNSSS!!!

Gritou tentando esvair sua raiva , sozinha no calor das terras quentes.

Eegard tentou sair do campo de vista bem acima dela enquanto caminhava, com uma respiração pesada ela se esgueirava pelas rochas até que Sans apareceu ao seu lado, dando um susto tão grande, a ponto dela catar pedras e jogar contra ele:

— Opa, opa, opa, eita! Calma Eegard! Sou só eu!

— ... Ufa, não faz isso outra vez ,por favor...

— Não preocupa, ela tá longe por agora.

— Graças a você!

Ela avançou e lhe deu um abraço, ele a sentia inteirinha, suas mãos, sua respiração, suas palavras...

— Você é demais Sans, por isso que te adoro!

Por um minuto, Sans havia esquecido da proximidade de Eegard, sua paixonite que virou paixão com o tempo, nunca se declarou por insistir sua amizade com ela e ter certeza que era só isso, mas esqueceu de seus olhos brilhantes em maravilhas por conta do subterrâneo, seu toque suave:

— Obrigada mesmo!

— Que isso, de boas.

Afastou dele, colocando o cabelo pra trás:

— Mesmo assim, com essas pessoas correndo atrás de mim, eu não deixo de achar esse lugar maravilhoso!

— Sim...

Íntegra, como sempre foi:

— Mesmo muitos provando serem ruins comigo, tenho certeza absoluta que há outros monstros muito legais, assim como você. A Undyne também deve ser, ela tava virada no Jiraya porque era o trabalho dela me capturar, só isso.

— Acho que você deve ter razão.

Ele riu enquanto ela sorria, ela tinha toda razão, os monstros eram sim tão legais quanto ele, até Undyne. Mas Undyne estava apenas fazendo seu trabalho, nada de mais, ela era uma boa pessoa também.

Porém...

...Não...

...Percebeu...

...Quando...

...A...

...Lança...

...Se...

...Aproximou...

Voou entre os ares, raspou pelo rosto de Sans e a acertou em cheio no peito fazendo sua respiração falhar:

— Eegard!

Com toda a sua habilidade, Undyne fez sua lança passar por todas as rochas que bloqueavam sua mira e a amelindrou sem problemas. A lança desapareceu em energia, fazendo a garota desfalecer deitada, seu cesto sangrando e manchando sua camisa aos poucos:

— Não, não, que droga!

— S-Sans...

Engasgava, ainda de olhos arregalados, seu corpo estava sem forças estirado ao chão, seu cabelo mergulhava na lava próxima a sua cabeça, aos poucos compreendia a situação atual:

— S-Sans... Não.. não fica...

— Não fica o que? Triste? Puto?

— Não... Eu não quero que... Você... Perca sua integridade... Sabíamos que... Poderia acontecer isso...

— Nanananão! Não! Você ainda tá morrendo, eu posso te ajudar de algum jeito! É só...

— Fofo... Ninguém vai querer me ajudar... Todo mundo... Quer minha alma...

Lutava para segurar suas lágrimas, mas elas desciam como chuva, ela tentou colocar sua mão no rosto dele:

— ...Se você... Um dia.... Me encontrar numa... Outra vida... Você bem que poderia... Me fazer um tour mais calmo... Pelo subterrâneo...

Olhou diretamente em seus olhos, chorando cada vez mais:

— Eu adoraria conhecer... Tudo com... Mais calma...

Antes que pudesse completar, Undyne se aproximou e pisou com toda força em seu tórax, quebrando suas costelas e jorrando sangue, fazendo uma fratura exposta de todo seu sistema digestivo. Que diabos... não se enjoou daquela cena, era Eegard de qualquer maneira, só que... ela havia falhado novamente em tentar chegar a superfície. Ela soltou seu último suspiro antes de ter sua alma coletada pela guarda, em seguida agarrou Sans pela gola e o ergueu, o qual chorava litros:

— Você estava ajudando os Humanos? Os outros seus foi você também? Tem ideia do que isso significa para as leis reais??

A intensidade na voz de Undyne fez Sans se estremecer, mas logo sua expressão vazia e lágrimas foram substituídos por uma fúria onde ele se soltou dos braços dela e partiu para a agressão verbal:

— Porque, toda essa violência maldita, é necessária? Pra que grosseria, essa raiva extrema? Que porcaria, a única coisa que ela queria de verdade, que eles realmente queriam, era voltar pra casa, e vocês os mataram, por que? Nem pra perguntar o porque deles estarem aqui, eu só queria saber o porque!

— Não venha dizer nada Sans, você estava ajudando um humano e isso é imperdoável! Pensei que você fosse melhor que aquele bastardo do seu irmão, mas você consegue ser pior do que ele.

O esqueleto ficou irado:

— Você é uma merda de pessoa Undyne, não sei como consegue ser tão condecorada e idolatrada vivendo como um ser terrível! Não merece um quarto do que tem!

— Vamos Sans, cale a boca, você não está com direito algum sobre nada! Sua traição será de grande impacto para o rei!

— FODA-SE!! EU NÃO LIGO!!

Depois dessa frase, Sans abriu um blaster nas mãos, como Nick, e mirou em direção a ela, cego pela raiva, não enxergou quando Undyne piscava desesperadamente:

— Sans, o que é isso?

— Eu vou fazer o que não havia feito antes, eu vou te matar aqui e agora!!

— S-Sans, não!

Num minuto, a postura de Undyne mudou completamente, ela parecia insegura e indiferente; áquela altura sem hesitação mas... não o fez:

— Não o que? Resolveu pensar agora?

— Sou eu... quer dizer, você não me conhece mas eu sou amiga, não sou a Undyne! Não precisa me atacar.

— Tá gozando comigo? DO QUE TÁ FALANDO!!

Ela se aproximou rapidamente e estendeu a mão pra ele, era estranho ver uma expressão preocupada e amigável em sua face:

— Você está em uma ilusão, me dê sua mão, você vai ficar preso neste pesadelo contínuo se não sair daí! Por favor Sans!

Não entendia o que ela queria dizer com isso, estava tão estressada antes pra começar com isso agora, essas ideias estranhas? Se bem que... realmente era uma ilusão, mas havia se envolvido tanto que tinha se esquecido, seu amor por essas crianças o afetou tanto que se perdeu intensamente, se perdeu do que era real e do que não era. Caiu na realidade.
Deu a mão pra "Undyne" e viu toda a HotLands se tomando uma névoa espessa esbranquiçada, enquanto a sua frente, quem era pra ser Undyne, se transformava em uma garota um pouco mais alta que ele, usava um sobretudo aberto, um top avermelhado, meia calça, shorts jeans e luvas; seus exóticos olhos laranjas chamavam a atenção:

— O que... quem é você?

Ela sorri:

— Eu sou Lety, e eu tô aqui pra ajudar vocês, mas parece que foram pegos por essa neblina esquisita que cria ilusões, na minha teoria, dos seus piores medos.

Dizia, olhando ao redor:

— Como assim foram? Onde estão os outros?

— Não sei dizer, tá muito espessa, vamos ter que achá-los por aí...

Meio recuperado da tonteira, e acostumado novamente com a verdadeira realidade, ele rapidamente fez um blaster e mirou para baixo:

— ...Vamos ter muitos problemas para... O QUE TÁ FAZENDO??

Explodiu o chão, fazendo a maior parte da névoa sumir de seus arredores, mas isso arremessou a garota para a árvore mais próxima:

— Pronto, agora dá pra ver meio palmo a frente... eh... você tá bem aí?

Disse olhando para a garota no alto:

— Sim! Melhor impossível.

Desceu rapidamente para o chão, sem nenhum problema, impressionando por um instante o esqueleto:

— Enfim, e agora?

— FRISK!!

Ela gritou ao encontrar mais um preso na névoa:

—-----------------------------------------------------------------------------

Encolhida em meio a névoa, sobre a copa de uma árvore, Frisk tentava esquecer seu encontro de agora a pouco; do que sentiu, do que ouviu. Tentava esquecer Ch4r@.
Seu sangue esquentava enquanto pensava.

Porém sua visão logo alcançou uma figura ao longe que caminhava em sua direção, reconheceu sua pele branca em meio a névoa, ele estendia a mão para ela, querendo que ela chegasse mais perto. Queria confortá-la, já ela levantou na tentativa de alcançar um velho amigo, não sabia se ele podia ajudar com essa situação estranha do subterrâneo, ou ajudar a si mesma, mas sentia que tinha que alcançar ele.

Mas antes de chegar até ele, foi interceptada, alguém agarrou sua gola e segurou com força:

— Opa, Frisk!

Piscou uma, duas vezes, antes de se virar e ver Lety a segurando; quando voltou, viu que ele já não estava mais lá enquanto a névoa se dissipava, revelando um enorme penhasco a frente, mais um passo e...

Olhou para trás e viu que estava acompanhada de Sans também, mas assim que entendeu a situação, ela se desesperou e tentou se jogar para trás fazendo com que Lety a soltasse imediatamente, a garota então tropeçou e caiu em cima do amigo, ficando bem próximo dele. Tão perto... caídos ao chão... isso a fez ruborizar e se levantar rapidamente. Limpou suas roupas quando Sans se levantava ainda, que constrangedor!

— O que houve?

— Explicamos depois.

— O que foi aquilo?

— Explicamos depois!

— Alguém conhece uma tal de...

— Frisk! Respeita a Lety!

— Lety?

— EXPLICO DEPOIS! A gente tem que achar o Nick e Bogard primeiro.

— Como você... não, me explica depois.

Entendendo, quase, a situação Frisk seguiu os dois na procura dos que faltavam enquanto aos poucos a névoa retornava ao bosque. Aquele lugar não queria que eles continuassem o caminho.

—-----------------------------------------------------------------------------

Bool já estava completamente cansado, colocou o dedo na boca e percebeu um ferimento aberto, sem contar sua roupa suja e desgastada que deixava sua pele exposta. Enquanto isso o diabo pulava para todos os lados como se fosse uma pulga, com os olhos em cima dele. Respirava com dificuldade mas não estava preocupado, estava furioso e sem forças para fugir ou lutar:

— Aqui, já chega disso, isso chegou num ponto ao qual fica ridículo.

Agachado em meio as árvores, ele não gritava por não ter forças, falava num tom audível. Mas a criatura parecia não se importar com sua sugestão:

— Ei, você já me arrebentou todo, não ligo nem um pouco que eu morra né? Além de que o motivo disso é bem idiota.

Sua mãe precisava dele, era a única que tinha restado para ela e não morreria antes de fazer tudo o que podia por ela, ainda mais se fosse pelo diabo, ao qual não estava com nenhuma importância sobre a vida do próprio filho. Atacou sem piedade:

— PARA PAI!!

...sorte o empurrão que levou do ar...

—_____________________________________________________________

Todos conseguiram sair da névoa antes dela alcançar seu limite de expansão. Os dois ainda voltavam do impacto e para a realidade; Nickolas percebeu que sua camisa não estava queimada, nunca esteve; Bool não tinha as roupas desgastadas, colocou o dedo na boca e ela estava com nenhuma ferida; Sans se repreendeu um pouco por ter confundido realidade com a falsidade.

Porém a mais sentida entre eles era com certeza Frisk, estranhou o fato de Chara ter sido tão real, nesse momento tinha percebido um ferimento real em seu pescoço, justamente onde ela havia a agarrado:

— Todos bem?

Lety perguntou a todos, já que era a única realmente bem; Frisk escondeu o ferimento com a gola, não querendo chamar a atenção para si:

— Sim, estou!

— Uau! O que foi aquilo? Eu vi umas coisas muito das doidas... naves, eh... canyons...

— Fica quieto, todo mundo ouviu você chingando seu pai no finalzinho.

— Ei! Que invasão de privacidade!

— Invasão de privacidade onde? Você tava gritando! Porque nunca contou sobre seu pai? Não somos seus amigos?

— Claro que somos Nick, então me diz, porque nunca me disse sobre a Killima?

Nickolas se encolheu entre os ombros ao escutar o nome dela:

— C-Como você sabe disso?

— QUEM NÃO SABE NICKOLAS? Todo mundo sabe do que aconteceu mas ninguém me conta, eu sou o único que não tem ideia do que aconteceu naquele dia! E você quer saber do meu pai?

— Eu só quero ajudar...

— Eu também quero! Poxa cara, você sofreu três anos em silêncio enquanto eu tava aqui do teu lado pra te ajudar, é pra isso que servem os amigos!!

Ele suspirou antes de continuar

— Só não esquece que a gente tá aqui se você precisar. Qualquer coisa mano.

Nick assentiu, meio derrotado e totalmente deslocado.
Bogard, por sua vez, virou a atenção para Frisk:

— E tu Bela Dama, tá tudo certo MESMO?

— Eu? Tô... estou sim...

Respodeu insegura, o garoto notou esse erro:

— É bom seber disso, eu acho...

Lety exclamou observando Sans, perdido em seus pensamentos:

— Sim... espera aí, quem é você?

Bool perguntou a garota, era anda um mistério de onde ela vinha, como chegou ali ou seu verdadeiro objetivo, ela soltou uma risada controlada:

— Desculpa, eu a Lety, Letita Forcks. Como vocês, eu sou uma aluna já tem um ano.

— Aluna? Quem é o seu mestre?

— Ele é uma pessoa muito legal, me deu até um apelido, Lety Paps...

Na exata hora, todos compreenderam quem era a garota:

— ...Eu sou Letita Papyrus, Aluno do próprio Papyrus!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Galera, vamos ter um Ask de ArisingTale, que vai ser umas perguntas e respostas para os personagens da história, ou seja, fazer perguntas para Frisk, Letita, Sans, Bool, ou qualquer outro personagem que vier em sua mente, blz?
Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Arisingtale- undertale au" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.