ARISINGTALE| CAPÍTULO 04

"EU SINTO UMA PRESENÇA FAMILIAR MAS, NÃO TENHO CERTEZA...

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ABRIU OS OLHOS...

VIU ONDE ESTAVA, EM UM QUARTO LIMPO E ARRUMADO COM UMA PEQUENA CESTA AO LADO CHEIO DE ROUPAS, SUJAS APARENTEMENTE, DEMOROU PARA PERCEBER; ERAM SUAS.

LEVANTOU-SE, VIU QUE ESTAVA EM UMA ENORME CAMA; NÃO TÃO GRANDE ASSIM; E RODOU PELO QUARTO, QUASE DERRUBOU UM PRATO QUE ESTAVA NO CHÃO AO PÉ DA CAMA COLOCADO POR ALGUÉM. PARECIA ALGUMA ESPÉCIE DE TORTA, MAS CORRIA LESMAS POR TODA A "MASSA" DA SUPOSTA TORTA; MELHOR NÃO PENSOU DUAS VEZES ANTES DE COLOCAR AQUILO NA BOCA, ANTES DE QUALQUER COISA DEU UMA OLHADA NO ARMÁRIO E NA CAIXA DE BRINQUEDOS QUE HAVIA NO QUARTO.

ESTRANHO QUE HOUVESSE UM QUARTO INFANTIL NAQUELA CASA COMO SE JÁ ESTIVESSE ESPERANDO POR ELA DE ALGUMA FORMA, VIU UMA PEQUENA ESTANTE DE SAPATOS PELO CANTO E ESTAVA CHEIO DELES, 36,32,35,38, ATÉ 47; NÃO ERA A ÚNICA CRIANÇA QUE PASSOU POR ALI (TIRANDO A DE 47) E PROVAVELMENTE NÃO SERIA A ÚLTIMA.

FOI ATÉ A PORTA E PERCEBEU A LUZ QUE EMITIA DO OUTRO LADO, VIROU A MAÇANETA COM CAUTELA PARA NÃO CHAMAR A ATENÇÃO DE QUEM QUER QUE FOSSE QUE ESTIVESSE ALI. ABRIU, LÁ VIU UM LINDO CORREDOR DECORADO E PINTADO DO MAIS HIPNÓTICO AMARELO BANANA, LINDAS PLANTAS ESTAVAM LÁ ENFEITANDO E ALGUNS ESPELHOS ESTAVAM POR ALI; DEU UMA OLHADA MAIS PRÓXIMA NAQUELE ESPELHO EM SI MESMA E VIU SEUS CURTOS CABELOS, A CAMISA LISTRADA ENTRE AZUL E ROXA ERA UMA NOVIDADE JÁ QUE PELO O QUE LEMBRA NÃO ESTAVA COM ELA ANTES, JÁ O SEU PEQUENO SHORTS E A MEIA CALÇA ERAM AS MESMAS (UM POUCO SUJAS E RASGADAS), MAS ESTAVA SEM CALÇADOS; VOLTOU AO QUARTO E PEGOU ALGUM NAQUELA ESTANTE.

FOI PARA A SUA ESQUERDA ATÉ CHEGAR À PORTA, E A SALA PRINCIPAL ONDE HAVIA UMA ESCADARIA QUE DAVA A UM ANDAR ABAIXO, MAS CONTINUOU PARA O CÔMODO SEGUINTE ONDE HAVIA UMA LUZ MAIS FORTE QUE BRILHAVA.

ESPIOU DE RELANCE E VIU ALGUMA SOMBRA PESADA PERTO DE UMA LAREIRA E FICOU BEM ENCOLHIDA PARA NÃO SER NOTADA MAS...

— Já acordou?

ASSUSTOU E QUASE CAIU COM UM ESCORREGÃO:

— Comeu a sobremesa que lhe deixei?

— ...Hã, uma torta?

— Sim!

— Havia lesmas nela, me perdoe mas não achei...comestível.

— Humanos não comem tortas de lesmas? Bom, vocês são vocês.

A CRIATURA FECHOU O LIVRO E SE VIROU, ELA ERA MUITO... FOFA CASO A PARTE, ERA UMA ESPÉCIE DE VACA BÍPEDE COM UM LONGO VESTIDO ROXO COM LONGAS E BRANCAS MANGAS E UM SÍMBOLO ESTRANHO QUE FICAVA NO PEITO:

— Você não precisa ficar com medo de mim minha criança, eu te resgatei daquela criatura horrível que não tem o mínimo de compaixão por uma criança ferida.

— hm...Frisk...

— O quê? É o seu nome?

ELA ACENOU COM A CABEÇA, SABIA QUE ELA NÃO PASSAVA O MENOR PERIGO MAS MESMO ASSIM, SE SENTIA NÃO COM MEDO MAS SIM MEIO TÍMIDA:

— Bem Frisk, eu vou cuidar de você por um tempo, sinta-se em casa minha pequena.

ELA FOI SE APROXIMANDO AOS POUCOS ATE CHEGAR À POLTRONA QUE ESTAVA TORIEL E TOCAR NA MÃO DELA, ERA QUENTE E MACIA, LEMBRAVA MUITO A PATA DE UM CACHORRO MAS REMETIA COMO A MÃO DE SUA MÃE... PELO MENOS O QUE ELA SEMPRE ESPERACA SENTIR QUANDO TOCAVA A MÃO DE SUA MÃE.

PASSARIA ALGUNS DIAS LÁ, NÃO SERIA TÃO RUIM ASSIM, LOGO LOGO ESTARIA EM CASA... 

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Não lembrava daquilo, já era a quinta vez que subia aquela espécie de escadas para sair em um buraco largo mas que exigia um pequeno salto para chegar ao chão novamente:

— Isso está me deixando um pouco irritada.

Frisk disse em sua suave voz, tinha voltado de um pequeno transe enquanto pensava nos dias que passou na casa de Toriel e que não sabia se confiava ou não nas palavras que saiam da boca dela.

— Logo sairemos daqui, não se preocupe.

— Mas pra que isso? Para que isso serve, esses buracos todos?

— Eram armadilhas para atrasar ou até fazer desistir alguns monstros hostis do caminho da casa de Toriel, tem que passar por aqui até lá; você não lembra?

— Acho que ela me levou até o fim enquanto eu tava desmaiada, então não, não lembro.

Enquanto conversava com Alphys, nem percebeu, passou por todo aquele caminho sem cair mais em lugar nenhum e passou por aquela "Armadilha" armada por Toriel.

Continuaram andando por aqueles corredores:

— Me diga, quanto tempo passou com Toriel?

— Ah não muito, já que não estava muito confortável naquela casa dela, não que eu queira ser rude longe disso, mas é que eu precisava voltar para casa; conhece minha mãe...

— Você se sentiu na obrigação de voltar?

Ela assentiu, por um tempo Alphys ficou muda:

— Você tem um problema, tudo o que você faz não é realmente a sua escolha sobre livre arbítrio, você leva em conta as punições que poderá ter futuramente. Pensa que está presa a sua mãe mas não vê que um dia terá de se libertar dela de alguma maneira, não tem de ser rude mas não tem que ocultar a sua verdadeira vontade para ser aceita entre os outros.

Frisk pensou no que acabou de escutar; porque aquilo tudo fazia um pouco de sentido? Parou de andar quando viu que novamente se encontrava em uma sala estranha mas ali tinha uma placa de mármore na parede:

"A PORTA NÃO É UMA SAÍDA. ELA SIMPLESMENTE MARCA UMA ROTAÇÃO NA PERSPECTIVA"

Uma charada, mas o que ela significava era a principal questão; mal sabia Frisk que ficaria por muito mais tempo lá dentro.

Por isso nem percebeu a noção do tempo...

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...QUANDO AS LEMBRANÇAS A SURPREENDERAM

HAVIA PASSADO TRÊS DIAS DESDE QUE TINHA CHEGADO NAQUELA CASA, NÃO SABIA MUITO DE SUA "AMIGA" TORIEL, DIFERENTE DELA QUE AO QUE APARENTAVA NUNCA HAVIA DEIXADO DE OLHAR AQUELE ROSTO BUCHECHUDO DE FRISK UM ÚNICO MOMENTO.

SENTIA MUITAS DORES NO CORPO MESMO TENDO DESCANSADO, MAS PARECIA QUE AQUELA FLOR TINHA ALGUM TIPO DE PODER QUE FAZIA COM QUE A DOR SE ESPALHASSE PELO CORPO ALÉM DE NÃO DEIXAR INDEPENDENTE DAS MEDICAÇÕES OU PROCEDIMENTOS.

QUATRO DIAS, PENSOU EM DEIXAR A CASA DE TORIEL... ELA CUIDOU TÃO BEM DE MIM; SE NÃO VOLTASSE LOGO O QUE PODERIA ACONTECER, QUAL SERIA O CASTIGO DESSA VEZ?

CINCO DIAS, DECIDIU EM DEIXAR A CASA DE TORIEL, ELA TAMBÉM TINHA UMA VIDA E SUA AMIGA ENTENDERIA ISSO:

— Com licença Toriel, posso falar?

— Ah minha criança, já de pé? Venha até aqui, quero lhe mostrar alguns livros para você... e quem sabe depois te mostrar o meu local favorito para caçar insetos.

ELA ESTAVA SENTADA NA POLTRONA ONDE A TINHA ENCONTRADO PELA PRIMEIRA VEZ, DESSA VEZ ESTAVA USANDO UM ÓCULOS DE LEITURA E SEGURANDO UM LIVRO NO QUAL ERA COMPLICADO LER O TÍTULO:

— " 72 usos para caracóis e lesmas", sei que disse que não é tão saboroso para você quanto é para mim, então só estou aprendendo para mim mesmo. Ah, eu também já preparei o seu currículo de estudos que estou para aplicar em você; não cheguei a contar mas sempre quis ser professora!

ERA UMA INFORMAÇÃO IRRELEVANTE, MAS NÃO PARA FRISK QUE ATÉ SE INTERESSOU PELO SONHO DE TORIEL:

— Ah, você queria falar comigo alguma coisa, o que era?

— (engoliu em seco) Ehhh... quando eu vou para casa?

ELA DISSE EM UM TOM MUITO BAIXO QUE QUASE NÃO FOI POSSÍVEL DE SE ESCUTAR, TORIEL DEIXOU O LIVRO ESCORREGAR DE SUAS MÃOS E DEIXAR QUASE CAIR NO CHÃO:

— P-perdão? Está é a sua casa agora, porque eu não leio um pouco desse livro para você? Sabe que existem formas não culinárias para tratar dos caracóis e lesmas?

— O quê? Não, eu realmente quero saber como se sai das ruínas.

NAQUELES CINCO DIAS TORIEL HAVIA CONTADO ONDE ELA REALMENTE ESTAVA E A HISTÓRIA DO SUBTERRÂNEO, MAS NUNCA CONTOU SOBRE COMO SAIR SE REALMENTE QUISESSE:

— ...Eis aqui um fato interessante, Existe uma lesma que tem uma língua que se parece com uma serra-elétrica que se chama rádula, você sabia disso?

— EU SÓ QUERO SABER COMO SE SAI DAS RUÍNAS!

FRISK DISSE DE UMA MANEIRA E NUMA TONALIDADE QUE NUNCA USOU NA VIDA, IMEDIATAMENTE SE ARREPENDEU, PENSOU EM TER OFENDIDO DE ALGUMA MANEIRA TORIEL A QUAL FECHOU O LIVRO É TIROU OS ÓCULOS:

— ... com licença, eu preciso fazer uma coisa, logo estou de volta.

ASSIM SAIU ANDANDO DA SALA ATÉ AS ESCADAS DA SALA DE ENTRADA; NÃO ENTENDENDO EXATAMENTE O QUE ACONTECIA NAQUELE MOMENTO, COMEÇOU A SEGUI -LA ALGUNS PASSOS ATRÁS ATÉ UMA PARTE SUBTERRÂNEA DA CASA, ELA PAROU BEM NA SUA FRENTE BLOQUEANDO O PROGRESSO:

— Você quer saber como voltar para a sua casa não é? Aqui nesse túnel até a ponta está a saída das ruínas, um caminho de mão única para o resto do subsolo. Eu irei destruí-la; para que ninguém mais saia, agora seja uma boa criança e suba.

É VOLTOU A ANDAR NO CAMINHO QUE HAVIA INDICADO:

— O-o que? Porque? Porque você quer fazer isso?

ELA PAROU NOVAMENTE, E CERROU SEUS PUNHOS:

— ...Todo o humano que cai aqui acaba com o mesmo destino, e sempre tenho que acabar cuidando deles pois é assim que sou, mas sempre acontece a mesma coisa, e eu vi isso acontecer de novo e de novo. Eles chegam, eles vão embora, eles morrem. Criança, ouça-me, se você sair daqui; eles... e Asgore... vão matar você. Eu estou tentando proteger você, eu só quero que entenda, vá para o seu quarto.

E CONTINUOU ANDANDO ATÉ O FIM DO CORREDOR VIRANDO A ESQUERDA, FRISK CONTINUOU ATRÁS DELA FALANDO SOBRE O ASSUNTO EM TONA:

— Não precisa disso Toriel, eu vou dar um jeito, não posso passar o resto da minha vida aqui, não que eu não queira mas é que...

PAROU DE FALAR, ESTAVA DIZENDO AQUILO MAS NÃO TINHA MUITA CERTEZA DO QUE ESTAVA DIZENDO, SE ALGUÉM IRIA MATA-LA QUEM MAIS CONFIÁVEL DO QUE TORIEL PARA PROTEGÊ-LA, MAS ALGUMA COISA À FORÇAVA A TOMAR AQUELA DECISÃO E NÃO ERA SOMENTE A SUA MÃE O MOTIVO, ALGUMA VOZ DIZIA QUE ERA UMA BOA DECISÃO. AO VIRAR ONDE TORIEL ESTAVA:

— Não tente me impedir, É o último aviso.

E CONTINUOU A PASSOS PROFUNDOS E PESADOS, PERSEGUIDA POR FRISK ASSIM MESMO. CHEGARAM ATÉ UMA PORTA BEM GRANDE E ROXEADA QUE POR UM MOMENTO DEIXOU FRISK MARAVILHADA, MAS OLHOU PARA TORIEL QUE NÃO PARECIA MUITO AMISTOSA:

— Você realmente quer muito sair não é?

— Desculpe Toriel... Mas sim, é o que eu mais quero.

— Hmph...

ELA SE VIROU PARA ELA COM UM ROSTO MUITO SÉRIO, MAS QUE NO FUNDO DE SEUS OLHOS SE VIA A TRISTEZA PELO O QUE DIRIA EM SEGUIDA:

— Você é como todos os outros, infelizmente só há uma maneira de resolver isso. Prove a si mesma, prove para mim que é forte o suficiente para sobreviver lá fora...

E LOGO UMA BATALHA INTENSA COMEÇOU, POIS TORIEL HAVIA PRENDIDO FRISK EM UMA ESPÉCIE DE PLATAFORMA SOMBRIA ONDE OS ATAQUES DELA ERAM FORTIFICADOS POR ALGUM TIPO DE MAGIA; NESSA SITUAÇÃO, TORIEL ATACOU COM GIGANTESCAS BOLAS DE FOGO.

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— FINALMENTE!

Disse Frisk com êxito ao chegarem em uma casa cheia de musgos e lodo além de estar caindo aos pedaços:

— A-acho que aqui era a casa de Toriel!

— Sério!

Frisk nunca havia visto a casa de Toriel pelo lado de fora, somente pelo lado de dentro e ela conhecia a Formosa casinha que passou seus dias com ela:

— Temos que continuar, a saída está lá embaixo em uma escadaria que fica no centro da sala.

— Sei exatamente onde é.

Disse Frisk com um pouco de orgulho, sabia que ao passar por aquela porta daria de cada com Snowdin e com...

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Ele sentia sua presença de longe, parece até que sabia quando voltaria, havia se acostumado com ela bem perto e quando ela se afastou ficou um pouco monótono. Deveria ter ido junto com Papyrus? Deveria ter se mudado para a superfície como muitos outros monstros fizeram?

"Sei lá... não sou muito bom com decisões mesmo"

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ELA JÁ NÃO AGUENTAVA MAIS OUVIR O QUE FRISK TINHA A DIZER; E ELA NÃO ESTAVA AGUENTANDO MUITO OS ATAQUES DE TORIEL, MAIS UM E DESMAIARIA COM CERTEZA.

DE REPENTE, OS ATAQUES PARARAM E TUDO SE CLAREOU NOVAMENTE:

— Já basta, você vai sair mesmo se eu impedir, é o que você quer e eu não quero mais te machucar por conta disso. Eu não posso te ver magoada desse jeito, então vá e não olhe para traz, tenha cuidado minha criança; e acima de tudo tenha determinação!

ELA ABRAÇOU FRISK E COM OS OLHOS CHEIOS DE LÁGRIMAS, VOLTOU PARA CASA COM UMA DOR QUE NÃO PARECIA QUE TERIA UM FIM. FRISK VIU ELA CONTORNAR O CORREDOR E SE VOLTOU PARA A PORTA, COLOCOU A MÃO NA MAÇANETA E DEU DE CARA COM FLOWEY. A FLOR OLHOU PARA ELA E LHE DEU UM SORRISO MALÉFICO E SE ENFIOU NA TERRA NOVAMENTE.

OLHOU PARA FRENTE ONDE O FINAL DO CORREDOR HAVIA UMA TERRA DE NEVE E ARVORES SECAS, ALI SERIA O SEU PRÓXIMO DESTINO...

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Viu até o final daquele túnel escuro a terra gelada de Snowdin, ali estava o seu próximo destino e se visse com clareza adiante se via uma sombra que não ultrapassava seu tamanho... uma sombra muito familiar.

!FIM DO CAPÍTULO!