Witch's Grimoire escrita por NortheastOtome1087


Capítulo 7
Assassinato




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Biblioteca Igraine

Brent está morto. Por algum motivo, eu acabei de encontrar aquele homem, o responsável que me encorajou a buscar o Grimório da Bruxa, morto. Eu não conseguia tirar os olhos daquela cena... Um corpo caído, cheio de sangue, e uma faca nas suas costas. Quem em sã consciência teria feito uma coisa dessas?

Todos os membros da Mantícora Cobalto chegaram. Quando eles viram o corpo morto de Brent, houve um grande conflito entre os membros da guilda. Vários dos membros estavam mais interessados em jogar a culpa no outro do que assumir a responsabilidade. Mas e se um deles estiver certo?

Gaes chega para ver o corpo de Brent. Ele analisa tudo e vê que sua morte não ocorreu por causas naturais. Alguém o matou, já que uma lâmina afiada perfurou as costas dele, justamente na área que está ligada ao coração. Isso não surpreende ninguém, mas esta evidência implica que o responsável pela morte de Brent não faz parte da guilda.

Com essa revelação vinda do mestre Archgeam, todas as pessoas começaram a me apontar como o principal suspeito pela morte de Brent. Considerando que eu era o único incapaz de usar magia e que eu era a única pessoa que teve maior contato com a vítima nos últimos dias, eles tinham um ponto. Mas como Brent estava lá dentro e eu lá fora, não faria sentido eu ter matado ele.

Eu não tinha o interesse em tentar me defender das ofensas, mas Dustin explica que eu não podia ter matado Brent justamente pelas mesmas razões que eu. No entanto, James aponta que os eventos possam ter acontecido antes da minha saída, e que eu tinha assassinado Brent antes de sair para Liefert.

Ainda assim, eu percebi uma coisa muito suspeitava na história dele. Mais precisamente sobre as minhas regras em relação aos meus clientes. Por incrível que pareça, eu sou muito mais leal a eles, até porque não faria sentido em matar alguém como Brent sem antes receber o devido pagamento.

Will parece ter pensado na mesma coisa que eu e tenta me defender com essa mesma ideia. Entretanto os adultos da guilda, que levam seu trabalho muito a sério, ainda me responsabilizam pela morte de Brent. Quem teria mais motivos para matar aquele cara do que um mercenário amoral?

James tira a faca do corpo de Brent. Ele dá um sorrisinho para o cadáver, e mostra a faca para todos os membros da Mantícora Cobalto. Todos, salvo algumas exceções, ficaram impressionados com o instrumento em que Brent fora assassinado.

— Graças aos céus ele teve seu castigo que merecia.

Ouvi um dos membros da guilda dizer está sentença. Não sei porque, mas sinto que tem algo suspeito envolvendo a Mantícora Cobalto. Seria isso algum tipo de conspiração?

— Aquele imbecil... Isso é pra ele aprender a não se meter com ela!

— Ela nunca vai ser a filha dele!

Ouvia mais e mais as pessoas falando. Eu achava que os membros da Mantícora Cobalto iriam ficar frustrados com a morte de seu parceiro. Mas não desta vez. Tudo o que eles sentiam eram no mínimo apatia e no máximo ódio, como se eles não se importassem com o seu parceiro. Mas o que ele fez para merecer tanto desprezo?

Lermin e Vieux apareceram, e ao observarem o corpo de Brent, eles imediatamente me acusam pelo assassinato de seus parceiros. Eu não estava surpreso com isso, visto a minha ambígua moralidade se comparado com os membros da guilda, mas os membros mais jovens me defenderam porque eles acreditam que eu não tinha intenção de matar um dos meus clientes.

Ainda assim, eu acho isso muita hipocrisia da parte deles. Não que eu seja um moralista ou algo assim, mas a guilda nunca tinha um pingo de amizade com Brent, e ao me acusarem de assassinato, eles estavam deliberadamente jogando a culpa em mim para que eles fiquem com as mãos limpas enquanto eu pago o crime.

Se tem uma coisa de que eles estão certos, é que, convidado ou não, eu sou uma desgraça para a Mantícora Cobalto como um todo e é por isso que eu devo ser expulso da guilda o quanto antes. Michel tenta intervir, achando que eu não poderia ter feito essas coisas, mas James o acusa de ser um idealista que acredita que nem todos os mercenários são maus.

Todos estavam em discussão em relação ao meu papel na guilda. E com todas as pessoas da Mantícora Cobalto brigando, era só uma questão de tempo para que esta discussão se torne uma guerra. Mas Gaes, sendo um líder sábio, sugere que a guilda crie um tribunal no qual eu seja um réu. Alguns dos membros discordaram com unhas e dentes, mas Edward achou a ideia do julgamento uma boa ideia.

A guilda estava se preparando para o julgamento. Michel me levou para o seu quarto, e lá ele diz que tem um jeito de me salvar. Eu tava pouco me ferrando com a questão de ser inocente ou culpado. Eu fiz o que eu fiz, e mesmo que eles me acusem de ser um assassino, talvez algo dentro de mim tenha matado Brent.

Mas Michel sabe que eu nunca mataria o Brent, mas não porque eu não tenho a coragem de matar alguém, mas porque eles estavam atingindo o suspeito errado. E embora Michel não saiba quem matou Brent, ele está ciente que eu talvez não tenha matado o membro da guilda.

O tempo passou... E o julgamento teve início na corte da guilda. Grande parte da Mantícora Cobalto me acusou de ser o assassino de Brent, com exceção de cinco pessoas: Michel, Luke, William, Dustin e Masari. Cada um dos membros falaram que eu não podia ter sido o responsável pela morte repentina do Brent.

Gaes também percebeu que eu não falei nada durante o julgamento. A razão é que eu não tinha nenhum motivo para matar Brent ou ser julgado. Eu fiz meu dever como mercenário, e isso é algo que pode ser visto por pessoas não com uma ideologia preta e branca, mas como algo cheio de nuances.

Várias pessoas que estavam contra mim começaram a falar que eu não era amigável desde o dia em que cheguei na guilda, com James dizendo que eu não sou uma boa pessoa antes mesmo de entrar na guilda. Ele tem um bom ponto, mas soa hipócrita considerando que ele é uma das pessoas que insultou Brent no momento em que ele viu seu cadáver.

Por outro lado, os que falaram por mim vêem que eu sou um lutador que não tem medo de encarar o perigo, ainda que eu me aproveite de métodos totalmente pragmáticos. Ele até lutou contra vários inimigos perigosos. Infelizmente isso não era o bastante pra me salvar.

Dos vários membros da Mantícora Cobalto que estiveram neste julgamento, apenas cinco acreditavam na minha inocência. O resto queria que eu fosse sentenciado a morte como castigo por eu ter assassinado Brent, mesmo que hajam provas que eu não tenha feito aquilo.

Eventualmente, o julgamento chegou a uma conclusão. E como era de se esperar, eu fui declarado culpado pela morte do membro da guilda Brent Sternisi. Um final triste, porém justo na minha opinião. Não porque eu queira sofrer, mas porque a Mantícora Cobalto, durante todo o julgamento me viram pelo o que eu poderia ter sido do que eu não ser um mago.

No entanto, eu não fui condenado a morte. Durante todo o julgamento, Gaes parecia ter pena de mim, mesmo que o juiz seja obrigado a ter uma posição neutra em relação ao réu. Ele me deu uma sentença menos dolorosa, mas não menos leve: Eu iria passar um longo período de tempo nas masmorras da biblioteca.

Os membros da Mantícora Cobalto se irritaram com a sentença dada a mim. Muita gente esperava que eu fosse sentenciado a morte, e acham meu castigo atual fraco demais, mas Gaes falou, com um tom de voz suave, porém direto:

— Como a mais alta autoridade desta guilda, todos têm o direito de seguir as minhas regras, é minha palavra é lei. Qualquer um que desobedecê-la será punida sem exceção.

Ao ouvirem as palavras do sábio, todos ficaram em silêncio, ainda que furiosos com a sentença que recebi. Mas mesmo assim, eu já tinha cumprido meu dever de trazer o Grimório da Bruxa para a Mantícora Cobalto. Ainda que eu não receba o meu pagamento, eu pelo menos irei ficar com meus clientes por um longo período de tempo.

Eu poderia até ter protestado contra essa injustiça, mas como mercenário era dever ser leal ao seu cliente, mesmo que suas ordens sejam questionáveis. Por causa disso, eu acabei sendo levado para o lugar mais terrível da Biblioteca Igraine: As masmorras.<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_230402_182108_625.sdoc-->


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